Blog do Daniel Brito

Atletismo acreditava em cinco medalhas no Mundial, revela dirigente

Daniel Brito

Quatro dias após o fim do Mundial de atletismo, realizado em Pequim, na China, a Confederação Brasileira de Atletismo revelou o que realmente tinha esperança de conquistar na competição.

“Se os atletas estivessem tranquilos, óbvio que eles tinham acompanhamento psicológico, mas é o momento. E se todos tivessem feito a marca que obtiveram para se classificar para este Mundial em Pequim, nós teríamos participado de 22 finais e ainda conseguiríamos quatro medalhas a mais. É um dado muito interessante”, explicou Georgios Stylianos Hatzidakis, gerente administrativo da CBAT.

A declaração foi dada aos deputados federais em Brasília, nessa quinta-feira, 3, durante sessão da Comissão  de Esporte da Câmara dos Deputados.

Como se sabe, a participação brasileira no Mundial encerrado no domingo, 30, foi uma das piores já registradas, com uma medalha de prata (no salto com vara feminino) e somente cinco finais disputadas. É importante lembrar que as marcas dos brasileiros foram tão inexpressivas na China que nem contra jovens de 16 e 17 anos nossos atletas conseguiriam ser campeões. “Mas uma das características do esporte é a imprevisibilidade do resultado”, justificou Hatzidakis.

“Os índices da CBAT são mais difíceis que os da IAAF [sigla em inglês para Federação Internacional de Atletismo]. Na nossa delegação havia apenas três atletas que não tinham índice da CBAT mas foram convidados pela IAAF para disputar o Mundial’, completou.

Em seu discurso, o dirigente afirmou que muitas escolas não querem adotar as atividades esportivas na grade curricular, e este seria um dos motivos pelos quais o atletismo nacional teria dificuldades para se desenvolver.

A partir do resultado do Brasil em Pequim a CBAT vai estabelecer uma rotina mais rígida de controle dos treinamentos. “Vamos fazer um monitoramento individual a cada 15 dias, com as metas bem definidas porque se não houver a cobrança a gente sabe que o atleta deixa de lado o treinamento. E, lógico, a gente sabe que desempenho no dia da competição depende muito do momento também”, disse, voltando a citar o “momento” para justificar o resultado.