Atletas colhem assinaturas para que skate não entre nos Jogos Olímpicos
Daniel Brito
Corre na internet uma petição online contra a inclusão do skate no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A modalidade está entre as que podem ser integradas ao evento na edição seguinte à do Rio-2016. Softball, beisebol, escalada, caratê e surfe são os outros postulantes.
O mais curioso da reivindicação na web é que ela partiu dos próprios skatistas. Sim, eles mesmos organizaram e colhem assinaturas para que não adiram aos Jogos Olímpicos. “Com todo respeito aos atletas olímpicos”, começa o texto da petição. “Mas acreditamos que o envolvimento das Olimpíadas vai mudar a cara do skate, sua individualidade e liberdade para sempre”, argumentam os skatistas. Eles querem angariar 10 mil assinaturas para entregar ao COI (Comitê Olímpico Internacional).
Se a petição não comover os membros do COI e integrar Tóquio-2020, a disputa de medalha será em um skate park na modalidade street, em que os atletas têm de fazer manobras em obstáculos que simulam a arquitetura urbana, como escadas, muretas, bancos, corrimãos.
A revolta online dos skatistas vai na contramão da maioria dos esportes, que lutam para ser considerados olímpicos. O squash, por exemplo, fez um forte lobby para estar entre os seis postulantes a Tóquio-2020, mas nem sequer foi considerado candidato a entrar no programa olímpico.
O skate conta com duas federações internacionais, o que é um fato que dificulta a escolha para 2020. Em entrevista ao Los Angeles Times, Gary Ream, presidente da ISF (sigla em inglês para Federação Internacional de Skate) reconhece a insatisfação dos adeptos. “É que o skate não é só competição, é um estilo de vida. Não podemos agradar a todos, mas podemos chegar perto”, disse o dirigente, que é favorável à inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos.
A decisão sairá em agosto próximo.