Blog do Daniel Brito

Cartolas se recusam a assinar termo para falar a verdade na CPI do Futebol

Daniel Brito

Os presidentes de federações estaduais que depuseram hoje na CPI do Futebol no Senado se recusaram a assinar o termo de compromisso de falar somente a verdade aos membros da comissão.

Participaram da sessão da CPI desta quarta-feira, 21, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol; Mauro Carmélio Costa Júnior, Federação Cearense; André Luiz Pitta Pires, Federação Goiana; Evandro Carvalho, Federação Pernambucana; Gustavo Vieira, Federação do Espírito Santo; Heitor Luiz da Costa Junior, Federação de Rondônia e Roberto Góes, Federação Amapaense.

Apenas Góes, que também é deputado federal pelo PDT do Amapá, assinou o termo de compromisso.

Assumir o compromisso por escrito de falar a verdade é praxe, e foi feito pelos quinze convidados que já participaram de audiências públcias nos plenários desta CPI no Senado desde agosto.

Antes do início dos depoimentos na tarde desta quarta-feira, 21, o  diretor de assuntos legislativos da CBF, Vandenbergue Machado, e Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado da Federação Paulista de Futebol, conversaram com os cartolas, que, em seguida, evitaram assinar o termo.

Não houve desentendimentos nos depoimentos, mas o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, evitou falar o valor do contrato da entidade com a Chevrolet, um dos alvos da investigação na CPI.

''Eu respondo pela Federação Paulista de Futebol, que não assinou porque não veio aqui na condição de testemunha, mas de convidado não há a necessidade [de assinar termo para falar a verdade'', explicou a este blogueiro D'Urso, ao final da sessão. Sua opinião foi corroborada por Gustavo Vieira, da federação capixaba, e André Pitta, de Goiás. ''Ainda assim, nós só falamos a verdade hoje aqui na CPI'', completou o cartola goiano.

Evandro Carvalho, de Pernambuco, e Heitor Luiz da Costa, de Rondônia, disseram que não receberam termo para assinar. ''Eu acho que vi na mesa, mas já estava começando a sessão, não assinei. Nem precisou, porque tudo o que foi dito é 100% verdade'', afirmou o rondoniense, que gere a federação de seu Estado desde a fundação, em 1989.