CPI do Futebol fala até sobre tênis de mesa mas esquece extradição de Marin
Daniel Brito
A decisão da Justiça da Suíça de extraditar José Maria Marin para os Estados Unidos passou batida na 15ª reunião da CPI do Futebol no Senado, nesta quarta-feira, 28. Também foi retirada da pauta do dia o requerimento de transferência de informações bancárias e fiscais de Ricardo Teixeira, desde janeiro de 2007 até 12 de março de 2012, quando renunciou à presidência da CBF.
Não houve nem uma simples menção ou um aparte que fosse de um dos sete senadores que se fizeram presentes sobre a extradição de Marin.
Em vez disso, os senadores se dedicaram a ouvir os presidentes das federações estaduais de Alagoas, Piauí, Maranhão, Acre, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Tocantins. Eles falaram por duas horas sobre a realidade do futebol nessas localidades.
Felipe de Omena Feijó, de apenas 24 anos, preside a federação de Alagoas desde maio, sucede ao pai Gustavo Feijó, um dos vice-presidentes da CBF, que permaneceu sete anos no cargo. Felipe falou por cerca de cinco minutos e não mais participou da sessão. Houve tempo até para que Dissica Tomaz, do Amazonas, contasse, mesmo sem que ninguém tivesse perguntado, que seu Estado é um dos quatro campeões brasileiro em tênis de mesa, modalidade, segundo ele, cuja federação estadual ajudara a fundar.
A CPI do Futebol foi criada em junho na esteira das prisões feitas pelo FBI em Zurique de sete dirigentes suspeitos de suborno e outros crimes. Marin é acusado de aceitar milhões de dólares em subornos pagos por empresas de marketing esportivo em conexão com a venda de direitos comerciais para a Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023, bem como para a Copa do Brasil (de clubes) no período de 2013 a 2022.
Já a transferência das informações bancárias e fiscais de Teixeira saiu da pauta porque, segundo Romário (PSB-RJ), autor deste requerimento, não havia quórum para por em votação. E nesta CPI, são necessários ao menos seis.
Compareceram à sessão desta quarta-feira, 28, o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), Donizeti Nogueira (PT-TO), Ciro Nogueira (PP-PI), Welington Fagundes (PSB-MT), Zezé Perrela (PDT-MG), David Alcolumbre (DEM-AP), além de Romário.