Sessão secreta fracassa e senadores pedem prorrogação da CPI do Futebol
Daniel Brito
Não houve quórum para a realização da sessão secreta da CPI do Futebol nesta quarta-feira, 11, no Senado. Apenas três senadores compareceram ao plenário que tinha como pauta 23 requerimentos para quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de diversas pessoas ligadas à CBF e Marco Polo Del Nero e José Maria Marin.
Segundo o presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), não houve a quantidade mínima de parlamentares na reunião porque seis integrantes não tiveram acesso a toda a documentação que já está em poder da equipe que investiga as contas de Del Nero, Marin, Ricardo Teixeira e CBF.
Ficou acordado, então, que a sessão secreta para votação dos requerimentos será na próxima quarta-feira, 18. Será secreta porque 10 pedidos foram feitos principalmente por Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) são originários dos documentos mantidos em sigilo na investigação da CPI.
Entre os que não acessaram as contas dos cartolas está o próprio relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), que nem sequer compareceu à sessão esta quarta-feira. João Alberto (PMDB-MA), David Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (PTB-AL) e Gladson Cameli (PP-AC) e Donizetti Nogueira (PT-TO) completam o grupo dos parlamentares que não viram os documentos da CPI até o momento.
“A impressão que tenho que com os documentos que já chegaram nós encontramos o fio da meada, do funcionamento do esquema criminoso que dirige o futebol brasileiro.”, apontou Rodrigues, um dos três senadores que compareceram à sessão.
“Posso garantir para vocês que o esquema é mais feio, mais pesado, ilegal e ilícito do que eu mesmo imaginava”, disse Romário aos repórteres, ao final da sessão.
É por este motivo que o ex-jogador e o senador pelo Amapá pedem a prorrogação por mais seis meses dos trabalhos da CPI. A comissão se expira em 22 de dezembro, mas Romário e Rodrigues já discursam pedindo mais 180 dias de trabalhos. “Eu entendo e outros senadores também entendem que há a possibilidade de estender essa CPI por, no mínimo, seis meses. Será de grande importância e fundamental para que os trabalhos prossigam e para que a gente possa fazer os levantamentos que são objeto dessa CPI. ''Quando se encontra o fio, tem que puxar o restante do novelo, para isso vamos precisar de mais prazo'', reforçou Randolfe Rodrigues.
Além Romário e Randolfe Rodrigues, Paulo Bauer (PSDB-SC) também marcou presença na reunião desta quarta-feira.