Blog do Daniel Brito

Indicação ao prêmio da Fifa aumenta em seis vezes salário de brasileiro

Daniel Brito

Wendell Lira, 26, o atacante goiano que concorre ao Prêmio Puskas de gol mais bonito, viu seu valor de mercado crescer em seis vezes desde que foi indicado à premiação, que será realizada na próxima segunda-feira, 11, na Suíça.

Quando acertou aquele belo voleio defendendo as cores do Goianésia contra o Atlético-GO, no Serra Dourada, em Goiânia, há quase um ano, Lira recebia R$ 3 mil mensais de salário. Foi contratado pelo Vila Nova da capital, em novembro, após a indicação ao Puskas, valendo R$ 18 mil por mês.

Mas o caminho até aqui foi sinuoso. Após o fim do Estadual, quando o Goianésia terminou na terceira colocação, o jogador tentou a sorte na Tombense, de Minas Gerais. Recebeu apenas um mês de salário e foi dispensado. Ficou de maio até novembro distante do futebol, sem clube.

Até que veio o Prêmio Puskas. Começaram as ligações, propostas, assédio dos empresários. E ele decidiu fechar contrato com o Vila Nova, um dos maiores clubes do seu Estado, ganhando seis vezes mais do que na época do pequeno Goianésia. A informação é da jornalista Larissa Rodrigues, publicada pelo portal Fato Online, do Distrito Federal.

Transformando em euros, dariam 4 mil mensais na conta de Lira. Quase nada perto do que seus concorrentes da segunda-feira faturam. Alesandro Florenzi, da Roma, que concorre com um chutaço da metade do campo em jogo contra o Barcelona, pela Liga dos Campeões, fatura cerca de 165 mil euros por mês (R$ 720 mil). E a comparação fica ainda mais injusta quando colocamos Lira e Florenzi ao lado de Messi, autor de uma verdadeira pintura contra o Athletic Bilbao, pelo campeonato espanhol. Estima-se que o argentino fature 21 milhões de euros por ano (R$ 92 milhões), quase 2 milhões de euros por mês (R$ 8,7 milhões).

Claro que Wendell Lira está anos luz distante de seus rivais no Puskas, mas seus rendimentos atuais já são um verdadeiro prêmio para quem durante vários meses no ano, sem clube de futebol para vestir a camisa, teve de trabalhar numa fábrica de pano de chão em Goiás, ganhando R$ 25 (vinte e cinco reais) por dia.

Wendell-Lira