29 de junho de 2016 – Blog do Daniel Brito http://blogdobrito.blogosfera.uol.com.br Um espaço sobre esportes olímpicos, não-olímpicos, paraolímpicos, futebol e um pouco do que é dito sobre isso tudo na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Fri, 31 Mar 2017 16:22:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 “Não haverá caça às bruxas”, diz campeão olímpico novo chefe do antidoping http://blogdobrito.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/nao-havera-caca-as-bruxas-diz-campeao-olimpico-novo-chefe-do-doping/ http://blogdobrito.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/nao-havera-caca-as-bruxas-diz-campeao-olimpico-novo-chefe-do-doping/#comments Wed, 29 Jun 2016 15:41:54 +0000 http://blogdobrito.blogosfera.uol.com.br/?p=1357 RogerioSampaio

O campeão olímpico Rogério Sampaio, 48, é o novo chefe da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), órgão do Ministério do Esporte que regular os exames antidoping no país. E, antes mesmo da nomeação ser publicada no Diário Oficial, avisou: “Não haverá caça às bruxas, tem que haver respeito aos atletas”, disse Sampaio ao blog, por telefone.

Ele substitui a Marco Aurelio Klein, que fundou e estruturou a ABCD em um trabalho iniciado em 2011, atendendo a exigências da WADA (Agência Mundial Antidoping). Ele nem sequer foi informado da trocapelo ministro Leonardo Picciani (PMDB-RJ), mas sua queda já estava programada desde o início da semana, quando ele se encontrou com Sampaio e ofereceu-lhe o cargo na ABCD. A informação foi publicada no blog de Fernando Rodrigues, no UOL, na manhã desta quarta-feira, 29.
Sampaio foi ouro no judô em Barcelona-1992 e acumula experiência de 11 anos na gestão pública nas secretárias de esporte da prefeitura de Santos e de São Paulo.

Um dos fatores que pode ter acarretado a substituição de Klein por Sampaio foi a suspensão do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), no Rio de Janeiro, pela Wada, por problemas técnicos.

Uma das primeiras atribuições do ex-judoca é acompanhar, na próxima semana, uma comissão da Wada que visitará o laboratório erguido ao custo estimado de R$ 180 milhões para realizar todo os exames antidopagem dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016.  Ele confia que o LBCD voltará a ser considerado apto a realizar os testes durante o evento.

“Enquanto a nomeação não sai, estou tomando conhecimento de todo o processo no Brasil. Vamos seguir todas as diretrizes e programação da Wada para controle de dopagem dos atletas brasileiros e estrangeiros. Vamos trabalhar em conjunto com as confederações brasileiras. Tem que haver o respeito ao atleta, não vai  ter perseguição e nem caça às bruxas”, avisou.

Na tarde desta quarta-feira, 29, a assessoria de imprensa do Ministério do Esporte divulgou nota informando que a saída de Klein não tem relação com a suspensão do LBCD. Confira a íntegra da nota, abaixo:

 

A troca no comando da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) se deu seguindo determinação do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, já anunciada desde que tomou posse, de que faria alterações nas secretarias do ministério para ter como assessores próximos pessoas de sua confiança. A mudança não tem nada a ver com a suspensão do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) pela Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês). O ministro agradece Marco Aurelio Klein pelo trabalho realizado no período. Para sua vaga, o ministro convidou o ex-campeão olímpico Rogério Sampaio, que aceitou.

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Quando o fator casa mais atrapalha do que ajuda na Rio-2016 http://blogdobrito.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/quando-o-fator-casa-mais-atrapalha-do-que-ajuda-um-brasileiro-na-rio-2016/ http://blogdobrito.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/quando-o-fator-casa-mais-atrapalha-do-que-ajuda-um-brasileiro-na-rio-2016/#comments Wed, 29 Jun 2016 09:00:08 +0000 http://blogdobrito.blogosfera.uol.com.br/?p=1350 WhatsApp-Image-20160628(1)

Renato Portela, do tiro ao prato: “Torcida não costuma ajudar” (arquivo pessoal)

O goiano Renato Portela experimentará duas sensações jamais vividas até o próximo 12 de agosto. A primeira é  a de estrear nesse dia 12 em uma edição dos Jogos Olímpicos aos 53 anos de idade. A segunda: competir diante da torcida, especialmente, da família. Ele será o representante brasileiro na prova de skeet do tiro esportivo na Rio-16, modalidade na qual sagrou-se campeão nacional pela 11ª vez no final de semana que passou.

A idade não representa um problema neste esporte, dado que seis melhores em Londres-2012, três estavam tinham 40 anos ou mais. Atualmente, 20% dos top 30 do ranking mundo estão nesta faixa etária.

Já a presença da família é um obstáculo que Renato e os demais atiradores brasileiros terão de superar. Nenhum deles está acostumado a competir com torcida. O tiro é um esporte solitário e com raro apelo de público. Uma modalidade que tem dificuldades de se popularizar no Brasil, embora tenha sido dela o primeiro pódio olímpico do país na história moderna dos Jogos.

Desde que começou no skeet, há 18 anos, Portela disse que nunca participou de uma competição em que seus familiares estiveram presentes. Mas no Rio-16 não dá para não ir.

Estão com passagens para o Rio e ingressos comprados a mulher, a filha, a sogra, a irmã, duas sobrinhas e um cunhado.
“Não sai da minha memória uma competição que disputei no Peru. Um atirador da casa contava com o apoio da torcida e ele tinha um certo favoritismo na prova. Mas ficou tão nervoso que acabou decepcionando”, rememorou o goiano.

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Portela, 53, começou a praticar tiro ao prato há 18 anos (Arquivo pessoal)

Dirigentes do COB (Comitê Olímpico do Brasil) costumam repetir em entrevistas que competir em casa pode fazer diferença no resultado. A pressão da torcida pode influenciar o julgamento de um árbitro, fazer tremer a perna de um atleta rival ou dar um ânimo no brasileiro que precisa de um pouco mais apoio na hora da decisão.

E o fator psicológico caminha de mãos dadas com a técnica no skeet. Não basta ter reflexo apurado e bom de mira, é preciso ter controle emocional aguçado para obter uma boa performance. Portela prepare-se para os Jogos Olímpicos sem a ajuda de psicólogos. “Estou muito feliz de poder competir diante dos meus familiares, isso é motivo de orgulho para mim. Mas estou interiorizando desde agora que o Rio-16 será em condições bem diferentes das outras competições que já participei. Por isso, estou tranquilo, com os pés no chão, já ciente do que vou encarar”, avisou.

O que é skeet?

Skeet é uma das categorias do tiro esportivo. Nela, o atirador dispara em oito posições, em pratos de até 105g e 109mm de diâmetro. Eles são arremessados ao ar por máquinas situadas em casas altas e baixas e podem atingir uma velocidade de até 90km/h. No evento teste para a Rio-2016, houve uma queixa dos participantes estrangeiros quanto ao material com que foi feito o prato. Segundo o relato de Portela, muitos atiradores reclamaram que por ter sido produzido por um material diferente do habitual muitos deles não quebraram ao impacto da bala.

Uma curiosidade das provas de tiro ao prato é que nenhum dos integrantes da equipe brasileira pertence às Forças Armadas, que prefere investir nos atletas das provas de pistola e carabina.

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Portela é 11 vezes campeão nacional no skeet (Danilo Borges/ME)

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