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Arquivo : Ana Sátila

O que o skeleton da Rússia tem a ver com canoagem slalom do Brasil?
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Daniel Brito

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O russo Tretiakov foi ouro com sobras no skeleton em Sochi-14

A seleção brasileira de canoagem slalom vai se mudar para o Rio de Janeiro para ter o privilégio de treinar diariamente nas corredeiras que receberão os Jogos Olímpicos-2016. A CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) vai alugar casas em um condomínio em Dedoro, próximo ao rio artificial construído especialmente para a Olimpíada-16, e manter os principais brasileiros em treinamento intensivo até abril do próximo ano.

“Vai ser um intensivão mesmo, treinamentos de segunda a sexta-feira de manhã e de tarde, de acordo com as necessidades dos treinadores. No sábado e no domingo não haverá treinamentos, porque o canal estará aberto para a população”, explicou João Tomasini, que há 27 anos responde como presidente da CBCa.

“Conhecer a corredeira é fundamental na canoagem slalom e queremos usar do fator casa para chegarmos no Rio-2016 com chance de colocarmos um atleta nosso no pódio nesta modalidade”, acrescentou o cartola.

A tática da CBCa faz lembrar o que o time de skeleton da Rússia fez na preparação para disputar os Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014, na cidade de Sochi. Os russos praticamente se internaram no Cáucaso e treinaram exaustivamente na pista de gelo erguida para aquela olimpíada. Deixaram até de participar do Mundial da modalidade para conhecer melhor o percurso.

O skeleton é uma modalidade em que o atleta desce deitado em um trenó por um trajeto de gelo e cada segundo é importante. De tal maneira que o conhecimento prévio da pista é fundamental, tal qual a canoagem slalom. Mas sobre a Rússia recaiu a suspeita de colocar seus desportistas para treinar no local de competição de forma secreta, para ter mais facilidade na hora da disputa por medalha.

Suspeita que nunca se confirmou, mas o fato é que a Rússia faturou duas medalhas em Sochi nesta prova, ouro no masculino e bronze no feminino, além de ter chegado à final com três competidores entre os seis mais rápidos em ambos os gêneros.

Mesmo que queira, e isso não está nos planos até onde se sabe, a seleção brasileiro de canoagem slalom não conseguirá fazer treinos secretos em Deodoro. Em abril, a venue (nome em inglês para local de competição), será lacrada e nenhuma atleta poderá usá-la até que se iniciem os Jogos Olímpicos.

Nesta semana, a corredeira de canoagem slalom será avaliada em uma competição pela primeira vez, no “Aquece Rio”, evento teste para 2016. O grande nome da modalidade no país é Ana Sátila, que disputou Londres-2012, com apenas 16 anos e terminou em 16º. Em 2015, ganhou ouro no C1 e prata no K1 nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Já na primeira etapa da Copa do Mundo em Praga na República Tcheca outro feito inédito, um bronze pelo C1.

A equipe nacional terá o reforço do espanhol Jordi Domenjó Cadefau, que comporá a comissão técnica brasileira a partir do evento teste em Deodoro.

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Ana Sátila foi ouro e prata no Pan-15 na canoagem slalom


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