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Lutador do Amapá recusa mudança para o Rio e tenta “exportar” sparrings
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Daniel Brito

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Venilton quer ser o segundo amapaense em uma Olimpíada (Crédito: Reprodução)

Venilton Teixeira, 20, tem a ambição de tornar-se o segundo atleta da história a representar o Estado do Amapá em uma edição dos Jogos Olímpicos. O primeiro foi o nadador Jader Souza, em Atenas-2004. Agora, a esperança amapaense de marcar presença nos Jogos no Brasil está depositada neste atleta de taekwondo, de 1,77m de altura e 54kg.

Assim como Souza, no entanto, Venilton tem dificuldades de manter-se treinando em alto nível em Macapá. O nadador, na preparação para Atenas, teve de deixar o Norte e mudou-se para Brasília, onde treinou na AABB. Venilton pensa diferente. Recusou uma proposta para trocar Macapá pelo Rio de Janeiro, onde estaria mais perto dos melhores do Brasil. Preferiu ficar junto da família e dos amigos, além da comissão técnica que o acompanha desde o início da carreira.

Agora, procura sete lutadores de outras partes do Brasil na sua faixa de peso (até 58 quilos) para servirem como sparring na preparação para o Rio-2016. “Já tentaram me levar para morar no Rio, mas eu recusei porque lá em Macapá estou perto da minha família, está dando tudo certo do jeito que está. Tenho uma estrutura grande, preparador físico, nutricionista, tudo que um atleta olímpico precisa. Falta só sparring mesmo”, disse.

Antes de entrar para a história como segundo atleta olímpico da história do Amapá, no entanto, terá de superar duas seletivas, em janeiro e, em seguida, em fevereiro. Por isso, mobiliza patrocinadores e o governo do Estado para financiar a ida de sparrings. “Tem atletas na minha academia lá em Macapá que são do meu peso ou mais leve, eles são bons, gente da seleção brasileira juvenil, tem uns moleques bons para treinar, mas estamos precisando de mais gente. É para passar uns 20 dias treinando comigo lá. Tem que ser do meu peso mesmo. Estamos tentando patrocínio do governo do Estado e os meus patrocinadores locais. São sete pessoas para treinar, ficar uns dias, e voltar”, explicou.

Mesmo sem sparrings à altura, Venilton acumulou só na temporada 2015 o bronze no Mundial de Chelyabinsk, na Rússia, e o ouro no US Open, nos Estados Unidos. No Pan de Toronto, em julho, contudo, ficou fora do pódio, ao cair na semifinal para o mexicano Carlos Navarro, que ficaria com o ouro. Na disputa pelo bronze, o amapaense perdeu para o argentino Lucas Guzmán.

Venilton é oficial da Marinha do Brasil, é um dos integrantes do programa das Forças Armadas no esporte de alto rendimento. Em outubro, sagrou-se campeão dos Jogos Mundiais Militares na categoria até 54 quilos (que não faz parte do programa olímpico), vencendo o iraniano Mahdi Eshaghi, atual campeão dos Jogos Olímpicos da Juventude.

“Nível dos Jogos Mundiais Militares estava bastante forte. Minhas três primeiras foram meio que fáceis, mas a final foi embaçada. Consegui vencer no finalzinho da luta. Acredito que os Jogos do Rio serão do mesmo jeito”, opinou a este blogueiro após cerimônia com atletas militares no Palácio do Planalto, há uma semana.


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