Blog do Daniel Brito

Arquivo : CBF

Romário vai relatar em livro pressão da CBF sobre parlamentares em Brasília
Comentários Comente

Daniel Brito

Romário prepara um livro, em primeira pessoa, contando a influência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sobre os parlamentares no Congresso Nacional. Ele promete relatar como a entidade que controla o futebol nacional conseguiu comemorar, agora em 2016, o “tetra” em CPIs contra ela em Brasília.

Senador pelo PSB do Rio de Janeiro, Romário presidiu a CPI do Futebol no Senado, que começou em junho de 2015, após a prisão de José Maria Marin, e outros sete dirigentes do continente, na Suíça. Até dezembro de 2016.

A comissão terminou em pizza. O relator, Romero Jucá (PMDB-RR), que hoje está afundado em denúncias na operação Lava Jato,  conseguiu um “grande acordo” e livrou a cartolagem da CBF de receber o pedido de ser indicada após as investigações da CPI. As aspas em “grande acordo” vão para o próprio Jucá, em áudio com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, sobre como estancar a Lava Jato.

O tema futebol, diferentemente da Lava Jato, e para surpresa de ninguém, não é levado tão a sério dentro do Congresso Nacional pelos parlamentares. Talvez por isso, a CBF sempre teve bastante mobilidade, especialmente no baixo clero. Basta observar que na composição dessa CPI do Futebol que Romário presidiu, a maioria era composta por parlamentares de Estados cujo futebol depende das migalhas oferecidas pela CBF, como Piauí (Ciro Nogueira, PP-PI), Amazonas (Omar Aziz, PSD-AM), Amapá (David Alcolumbre, DEM-AP), Maranhão (João Alberto, PMDB-MA), além de Roraima, de Jucá (PMDB-RR).

Quando a equipe de investigadores da CPI começou a aprofundar e a citar nomes do submundo do futbeol, como do alagoano João Feijó, e de Angelo Verospi, a bancada da CBF comparecia em grande número às sessões para derrubar requerimentos. Romário promete, em seu livro, contar como a confederação atuava para frear as investigações.

Desde os tempos de deputado federal, cadeira que ocupou na legislatura passada (2011-2014), Romário alertava sobre a influência da CBF nos parlamentares. Depois que deixou a Câmara, Romário não deixou de atentar para “prestígio” da confederação na Câmara Federal. Basta apenas lembrar que houve também uma mal sucedida CPI do Futebol naquela Casa em 2016, que durou apenas seis meses, sem grandes avanços. Encerrada tão logo Rodrigo Maia (DEM-RJ) assumiu a cadeira de presidente da Câmara, deixada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início do segundo semestre de 2016.

A CPI teve apenas seis meses de trabalho, sem novidades ou grandes notícias, e se encerrou com um relatório tão chapa branca quanto o de Romero Jucá no Senado, apresentado pelo relator Fernando Monteiro (PP-PE). Com a diferença que na Câmara não houve um relatório alternativo, como aconteceu no Senado, em que Romário, ao lado de Randolfe Rodrigues (Rede-AP), distribuíram para imprensa, MPF (Ministério Público Federal) e outros órgãos de fiscalização, um relatório alternativo com mais de 1,2 mil páginas no qual descreve todos os achados pela equipe de investigadores do Senado, que Romero Jucá ignorou em sua conclusão.

Com essas duas CPIs de 2016, a CBF comemorou o tetra em Brasília, pois já havia triunfado em outras duas comissões no início deste século, quando ainda era presidida por Ricardo Teixeira, sendo uma no Senado e outra na Câmara. Embora tenham sido transformadas em livro e amplamente divulgadas, teve efeito inofensivo para a estrutura da CBF à época.

A promessa de Romário é de que seu livro-bomba seja publicado ainda neste ano, provavelmente no segundo semestre.


Deputado quer sede da CBF no DF para evitar benefícios a clubes cariocas
Comentários Comente

Daniel Brito

albertofragadiv

Justificativa de Alberto Fraga (DEM-DF) para o projeto cita campeonato do ano 2000

Tramita em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados um projeto de lei no mínimo controverso. Proposta do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) transfere para o Distrito Federal a sede de todas as confederações desportivas do país. A alegação do parlamentar é polêmica.

“É mais do que evidente, por exemplo, no caso do futebol, que os clubes do Rio de Janeiro vêm sendo beneficiados com decisões que afrontam a dignidade e a moralidade desportiva”, disse o deputado, referindo-se à CBF, que tem sede no Rio. “Veremos a evolução do esporte brasileiro e evitaremos corrupção e escândalos que impedem a prática sadia do desporto”, defendeu Fraga.

O parlamentar tem pouca ligação com o esporte. Ele foi o mais votado pela população do Distrito Federal nas eleições de 2014, com 155 mil votos. É um dos líderes da chamada bancada da bala, grupo informal de deputados que atua na Câmara em temas relacionados à segurança pública.

Neste projeto de lei apresentado na Câmara, o deputado parece estar um pouco desatualizado. Justifica que no ano de 2000 (sim, dezessete anos atrás) houve casos de favorecimento a clubes do Rio. Na época, a entidade ainda era presidida por Ricardo Teixeira. É importante lembrar que em 2000 o campeonato brasileiro foi disputado em meio a polêmicas e com o nome de “Copa João Havelange”, por causa de problemas envolvendo o Gama, time do Distrito Federal, o Botafogo e o São Paulo.

Transferindo as sedes para Brasília, acabariam (ou diminuíram) o regionalismo nas questões administrativas – esquecendo-se o deputado que Brasília também tem time de futebol.

A CBF preferiu não se manifestar sobre o tema.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Esporte; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Congresso volta aos trabalhos com projetos para “domar” torcedores violentos
Comentários Comente

Daniel Brito

O ano de 2017 começa só agora, nesta primeira semana de fevereiro, para senadores e deputados federais no Congresso Nacional, com a eleição da mesa diretora das duas casas. Além de uma grave e crônica crise política, os parlamentares têm na pauta deste ano projetos sobre futebol apresentados no ano passado (ou retrasado) que não conseguiram uma brecha na agenda parlamentar.

Muitos dos quais dizem respeito à violência nos estádios. Alguns são pertinentes, outros, burocráticos ou até mesmo estapafúrdios. Em quase todos, a CBF passa ao largo das cobranças por mudanças.

Entre os mais estrambólicos está a proposta que exige relatório de viagem aos motoristas de ônibus que transportarem exclusivamente torcedores. Já foi aprovada na comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, tramita, de forma conclusiva, ainda por mais três comissões na Câmara. A proposta é do deputado federal Rômulo Gouveia (PSD-PB).

Outro parlamentar paraibano, Wilson Filho (PTB-PB) quer alterar o estatuto do torcedor ao propor que o torcedor que promover tumulto ou praticar violência em estádios só terá direito à liberdade provisória após pagar fiança equivalente a 1% da renda bruta do jogo. É chover no molhado, porque o estatuto já prevê esse tipo de sanção para quem comete tais crimes, só não há um valor estipulado. Ademais, identificar todos os torcedores em caso de confronto generalizado nas dependências do estádio é pouco comum. A lei determina ainda que o acusado pode pegar pena de reclusão de um a dois anos.

Casa de ferreiro. Espeto de pau
O projeto do deputado Andre Moura (PSC-SE) determina punições para atos praticados por torcidas organizadas mesmo quando não houver partidas em disputa e aumenta de três para cinco anos o tempo de afastamento do condenado por atos violentos relacionados a eventos esportivos.

Esta proposta, aprovada na Câmara, já está no Senado. O curioso é que este mesmo Senado recebeu em uma audiência pública com juristas, em novembro, André Azevedo, presidente da torcida Dragões da Real e réu por invadir o CT do São Paulo em agosto, para protestar contra a má fase do clube no Brasileiro-2016. Em outubro, o blog Bastidores F.C., do globoesporte.com, informou que ele foi um dos 12 torcedores denunciados pelo Ministério Público pela invasão, todos proibidos de frequentarem partidas do clube, Azevedo precisou pedir autorização à Justiça para poder viajar a Brasília.

Sem detector não tem evento
Em novembro passado, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou projeto que obriga a instalação de detectores de metais nas portarias de todos os estádios, ginásios e construções onde são realizadas competições esportivas no País. Os que não se enquadrarem em um prazo de 360 dias, terão a concessão revogada ou não concedida.

O projeto é de Dâmina Pereira (PMN-MG), e data de 2015, quando ainda estavam em obras as arenas utilizadas nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Por padrões internacionais de segurança, todos os locais de competição da Rio-16 contavam com detectores de metal na entrada.

Quem quer falar de futebol com Brasília em chamas?
Quase todos os projetos ainda têm um caminho relativamente longo até concluir os trâmites no Congresso e ser sancionado. Basta tomar como exemplo a proposta do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), segundo a qual está garantido o livre exercício de manifestação e a liberdade de expressão aos torcedores nos locais onde são realizados os eventos desportivos.

Entrou na pauta ainda durante os Jogos Olímpicos-2016, quando diversos torcedores nas arenas foram impedidos de se manifestar, especialmente de forma política, com mensagens como “Fora, Temer”. O projeto foi aprovado sem alterações na Comissão de Esportes e aguarda análise na Constituição e Justiça e de Cidadania. Ou seja, para resolver um problema agudo ainda em agosto, a Câmara demorou quase seis meses.

Imagine quanto tempo levará até que todas essas propostas sejam postas em pauta, ainda mais em um cenário político de completo caos em que se encontra a Brasília de 2017?


Relatório enviado à Fifa aponta políticos ligados à CBF na Lava Jato
Comentários Comente

Daniel Brito

*Com Marcel Rizzo

Está a caminho de Zurique, na Suíça, um relatório recheado de informações acerca do grupo que está no poder na CBF. São diversos dados, informações, atualizações e denúncias públicas já divulgadas no Brasil sobre Marco Polo Del Nero e sua equipe. Eles foram compilados pelo grupo político que tinha como figura central Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol, morto no acidente com o avião da Chapecoense no final do mês passado.

Um dos capítulos de relatório conta da relação da confederação nacional com políticos brasileiros. Vai apontar para parlamentares como Romero Jucá (PMDB- RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. A Fifa será informada – e se já tiver esta informação, será relembrada -, de que ambos estão no centro do escândalo de corrupção em apuração pela operação Lava Jato.

Além disso, a atuação de ambos no plenário do Senado foi decisiva para sepultar as investigações da CPI do Futebol, encerrada há uma semana. Na reta final dos trabalhos, quando havia provas concretas de que a CBF bancou caixa dois em campanha eleitoral de Gustavo Feijó para prefeitura de Boca da Mata-AL, os pemedebistas manobraram para travar o andamento da CPI. Feijó além de ter sido eleito (e reeleito neste ano) prefeito no município alagoano é vice-presidente da CBF.

Jucá usou de sua influência para aprovar um relatório final da CPI classificado como chapa branca, porque não pediu o indiciamento de nenhum cartola, em que pese as robustas provas de ilicitudes. Um relatório paralelo, confeccionado pela equipe dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Romário (PSB-RJ), de quase 1.300 páginas será anexado ao relatório enviado à Fifa.

WhatsApp Image 2016-12-07 at 11.40.35 AM

Jucá (à dir.) venceu Romário na CPI do Futebol e aprovou relatório “chapa branca” (Divulgação)

O documento que irá à Fifa também deve incluir o presidente do Senado, destacado artigo do estatuto da CBF que diz que a entidade não deve ter atividades político-partidárias. É importante lembrar que a confederação possui um diretor de assuntos legislativos. Vandembergue Machado é mais assíduo no Congresso do que muitos deputados e senadores. Compareceu em todas as sessões da CPI e, por vezes, passava orientação aos parlamentares do baixo clero que não tinham segurança no discurso da CBF.

O relatório lembrará que dois diretores da entidade são deputados federais – Marcelo Aro (PHS-MG), de ética e transparência, e Vicente Cândido (PT-SP), de assuntos internacionais. E um é vice-presidente: Marcus Vicente (PP-ES). Vicente, Marco Polo e outras seis pessoas tiveram pedido de indiciamento no relatório paralelo da CPI, aquele que Jucá ignorou no encerramento da comissão.

Em poder dessas informações sobre políticos brasileiros, a Fifa não pode fazer muita coisa. Até porque até decisão do STF tem sido desconsiderada no Senado por esses dias, mas o grupo que se opõe a Marco Polo na CBF acredita que sirva como base para denúncia contra o cartola no Comitê de Ética da Fifa.


Bandeiras da Chape e Colômbia estarão em todos os jogos da última rodada
Comentários Comente

Daniel Brito

A CBF definiu o protocolo dos nove jogos da última rodada do Nacional em homenagem às vítimas do trágico acidente aéreo envolvendo o elenco da Chapecoense, na terça-feira passada, dia 29.

Pela primeira vez, a bandeira de um outro país estará presente na cerimônia de abertura do jogo do Brasileirão. O pavilhão da Colômbia estará ao lado da bandeira da Chapecoense e do Brasil. Se juntarão aos, já tradicionais, escudos dos clubes que estarão em campo.

Em comunicado enviado aos clubes, a CBF também definiu que os atletas entrarão em campo uniformizados com a logo da Chapecoense estilizada  com a fita preta de luto.

As crianças (mascotes) vestirão camisetas da cor verde, de mãos dadas aos jogadores, com a logo do time catarinense e fita de luto. As camisetas dos mascotes serão doadas pela CBF aos clubes. Nos estádios que possuem telão, serão exibidas imagens dos jogadores da Chapecoense vitimados na tragédia nas cercanias de Medellín, na Colômbia.

Por iniciativa dos clubes, trechos do hino da Chapecoense serão estampados nas camisas dos demais 19 clubes da Série nesta 38º rodada do campeonato.

20160516115927_7


Ex-vice da CBF abre mão de ministério e é eleito presidente de clube no DF
Comentários Comente

Daniel Brito

O ex-vice-presidente da CBF, Weber Magalhães, foi eleito, por aclamação, presidente do Gama, o mais tradicional clube de futebol do Distrito Federal. A eleição ocorreu no domingo, 27. Ele é uma figura carimbada no cenário futebolístico nacional.

Além de ser amigo de Ricardo Teixeira, que o alçou à condição de vice da CBF para a região Centro-Oeste de 2004 a 2015, Magalhães é servidor do Senado Federal, no qual está lotado no gabinete do senador Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro de Belo Horizonte e componente da CPI do Futebol, que está na fase final. Foi chefe da delegação brasileira no Mundial Fifa-2002, e tentou uma vaga na Câmara Federal daquele mesmo ano usando a trajetória vitoriosa da seleção brasileira como mote para sua campanha eleitoral. Porém, fracassou nas urnas.

Ele também é vice-presidente da CBFS (Confederação Brasileira de Futsal) e foi nomeado, em julho, para diretor da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor no Ministério do Esporte. Em contato com o blog, disse que abriu mão do cargo na Esplanada porque só poderia assumir se largasse o posto na CBFS e tampouco poderia ser eleito presidente do Gama.

weber

Na Secretaria Nacional de Futebol, teria como chefe Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella, Em novembro de 2013, uma operação da Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína no helicóptero de Gustavo Perrella em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, interior do estado do Espírito Santo. Após as investigações, a Justiça entendeu que não havia envolvimento dos Perrella. O helicóptero foi devolvido à família.

O Gama está fora até da Série D do Campeonato Brasileiro. O máximo que conseguiu em 2015 foi chegar à final da Copa Verde, na qual foi derrotado pelo Paysandu, e nas oitvas de final da Copa do Brasil. Coincidentemente, o ex-vice de Ricardo Teixeira na CBF comandará o clube cujo estádio é o Bezerrão, palco do amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008, que deu início à queda de Teixeira da confederação.


Deputados batem boca em sessão que derruba projeto polêmico contra CBF
Comentários Comente

Daniel Brito

A CBF venceu uma batalha importante na Câmara dos Deputados e impediu que a seleção brasileira fosse considerada patrimônio cultural. Na prática, se este projeto passasse, faria com que todas as transações de patrocínio  ou até direitos de transmissão pudessem ser acompanhados pelo Ministério Público. É um projeto de lei do deputado Silvio Torres (PSDB-SP), que tramita na Câmara desde 2007 e é frequentemente derrubado pela bancada da CBF.

Na tarde desta quarta-feira, 23, a proposta, que é uma maneira de dar transparência às negociações envolvendo o nome da seleção brasileira, perdeu por nove votos a cinco, após tumultuada sessão na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

A reunião teve quase duas horas de duração e contou com quase toda a bancada da CBF. A começar pelos deputados que acumulam cargo na confederação, como o diretor de assuntos internacionais da entidade, Vicente Cãndido (PT-SP), o diretor de ética e transparência, Marcelo Aro (PHS-MG). Além de José Rocha (PR-BA), que declarou em campanhas eleitorais passadas ter recebido doações em dinheiro da CBF; Roberto Góes, presidente da Federação Amapaense de Futebol desde 2011; Andres Sanchez (PT-SP), ex-presidente do Corinthians; Deley (PTB-RJ), ex-jogador do Fluminense; e Rogerio Marinho (PSDB-RN), indicado a um cargo na Conmebol pela CBF.

Aro, que não é membro da comissão, logo, não tem direito a voto, protagonizou um dos momentos mais tensos da reunião ao discutir com João Derly, relator do projeto. Derly é a favor da transformação da seleção brasileira em patrimônio cultural e pediu que os deputados Vicente Cândido, Marcelo Aro e Roberto Góes se declarassem impedidos de votar, por terem vínculo com a CBF, diretamente interessada na pauta.

Góes defendeu-se dizendo que era presidente da federação de seu Estado antes mesmo de tornar-se deputado federal. Cândido disse que não haveria motivo para não votar. E Aro resolveu partir para o confronto.

“O deputado João Derly sabe que não há incompatibilidade, primeiramente. Segundo lugar, nós entramos aqui [na Câmara] pela mesma porta, os votos dos eleitores não valem mais que os meus, e nem os meus valem mais que os dele. Sobretudo, nem sequer eu faço parte desta comissão, o deputado João Derly mostra desconhecimento do regimento interno e da comissão da qual faz parte. Então, peço que ele cuide do mandato dele, das pessoas que ele representa e não do meu mandato. Pode ter certeza que eu sei cuidar do meu mandato, sempre o tratei com maior respeito, mas se Derly quer ir para um debate baixo, eu não me furto ao debate. Estarei aqui pronto para fazer o debate, porque eu nenhuma matéria do judô eu pedi para o senhor não votar”.

Derly desculpou-se pelo equívoco de incluir Aro como um dos votantes e disse que não teve a intenção de atacar a ninguém. Mas o deputado de Minas Gerais, que é um dos fieis escudeiros do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, hoje preso em Curitiba, continuou. “Não foi a primeira vez [que fui atacado]”, emendou Aro. Ele prosseguiu vociferando contra Derly fora dos microfones, que não deu continuidade à conversa.

Ao final da sessão, venceu a bancada da CBF.

O projeto perde o caráter conclusivo, volta para votação no plenário, sem data ainda. “Posso perder hoje, mas colocarei este projeto na pauta de novo no próximo ano e quantas vezes puder”, disse Silvio Torres.

Votaram contra o projeto de Silvio Torres os seguintes deputados:
Cesar Halum (PRB-TO)
José Rocha  (PR-BA)
Andres Sanchez (PT-SP)
Roberto Alves (PRB-SP)
Roberto Goes (PDT-AP)
Rogério Marinho (PSDB-RN)
Marcelo Mattos (PHS-RJ)
Vicente Cândido (PT-SP)
Goulart (PSD-SP)

Votaram a favor do projeto:
João Derly (Rede-RS)
Edinho Bez (PMDB-SC)
Fabio Mitidieri (PSD-SE)
Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE)
Arnaldo Jordy (PPS-PA)


Nova Lei Geral do Esporte vai propor multa por grito de “bicha” em estádios
Comentários Comente

Daniel Brito

O grito de “bicha” que se tornou moda em cobranças de tiro de meta nos estádios de futebol do Brasil de três anos para cá pode gerar multa aos torcedores. È o que propõe a nova Lei Geral do Desporto, apresentada nesta semana no Senado e que pode ser votada até amanhã, dia 24.

É o artigo 202 da lei e versa não só contra manifestações homofóbicas, mas também aquelas que atentem “contra a dignidade da pessoa humana, especialmente de caráter racista, sexista ou xenófobo.” A multa pode variar de R$ 500 a R$ 2 milhões, prevê a lei.

O Brasil já foi sancionado duas vezes pela Fifa, que passou a punir entidades nas quais houve episódio de gritos de “bicha” durante jogo de suas seleções nas Eliminatórias para o Mundial-18, na Rússia. A CBF desembolsou R$ 150 mil por esse tipo de comportamento nas partidas contra Colômbia, em Manaus, em setembro, e Bolívia, em Natal, no mês seguinte.

“Há um histórico de repulsa a jogadores homossexuais, basta ver que não temos atletas declarados homossexuais no futebol. É ruim que este grito esteja acontecendo, foi um aprendizado ruim da Copa do Mundo, que veio do México”, disse ao blog o relator da comissão de juristas responsável pela apresentação de um anteprojeto da nova Lei Geral dos Desportos, o advogado Wladimyr Camargos.

A aplicação da multa está atrelada a outro dispositivo importante na lei: um cadastro nacional do torcedor. A legislação propõe que todos as pessoas que comprarem um ingresso e frequentarem estádios sejam cadastradas, de modo que possa ser identificada logo na entrada por meio de algum tipo de reconhecimento eletrônico.

“Defendemos que haja um esforço para individualizar as condutas. Para isso há a ideia do Cadastramento Nacional dos Torcedores. Assim, quando for possível individualizar, e essa tem que ser a regra, vai ser preciso ter o apoio da tecnologia. Hoje quase todos os maiores estádios do Brasil tem tecnologia muito boa para aproximar a imagem. No Beira-Rio, em Porto Alegre, por exemplo, é possível ver até uma marca no rosto de uma pessoa, fazer a identificação facial com o sistema de câmeras do estádio. É importante usar isso, para que a torcida fique livre para poder ir ao estádio”, explicou Camargos.

R$ 500 milhões a mais para o esporte

A nova Lei Geral do Desporto tem 265 artigos e propõe, por exemplo, a criação de um Fundo Nacional de Esporte, inicialmente identificado como Fundesporte. Ele seria formado por 10% da arrecadação da legalização de jogos de azar, assim como de 0,5% da comercialização de produtos de baixo teor nutritivo assim classificados por órgãos ligados à área da saúde, como cigarros e bebidas alcoólicas. O que poderia alcançar até R$ 500 milhões para ser utilizado em planos anuais a serem aplicados em Estados e municípios, tal qual ocorre com outros fundos nas áreas de saúde, educação e cultura, por exemplo.

Este anteprojeto da Lei Geral do Desporto foi apresentado após uma série de debates no Senado com representantes de diversos setores do esporte nacional, no final do mês de outubro.


CPI do Futebol chegará ao fim com pedido de indiciamento de deputado
Comentários Comente

Daniel Brito

A última sessão da CPI do Futebol no Senado será realizada na manhã desta quarta-feira, 23, com a promessa de mais um embate entre os parlamentares que são a favor do grupo que hoje comanda a CBF e dos contrários.
Uma prova do que está por vir é a informação de que o senador Romário (PSB-RJ), criador e presidente da CPI, promete apresentar um relatório alternativo ao já entregou Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão, que ficou marcado por estar sempre alinhado aos interesses da confederação na CPI.

Romário promete pedir o indiciamento de um deputado federal, ligado à CBF por falsidade ideológica. O nome será divulgado durante a sessão de amanhã, no Senado. A confederação possui dois diretores e um vice-presidente com mandato de parlamentar no Congresso Nacional: Marcelo Aro (PHS-MG), diretor de “ética e transparência”; Vicente Cândido (PT-SP), diretor de assuntos internacionais, e Marcus Vicente (PP-ES), vice-presidente da CBF.

O relatório de Romário terá conteúdo bem diferente do que visto no de Romero Jucá. Este foi publicado na página do PMDB na internet e chamou a atenção por ser muito chapa-branca, em que pese a gravidade das irregularidades encontradas durante o trabalho de apuração da CPI.O relatório de Jucá tem 380 páginas e é majoritariamente propositivo.

Em alguns pontos, Jucá eximia a CPI de apurar denúncias. Os cartolas envolvidos em escândalos de corrupção investigados pelo FBI, motivo pelo qual a CPI foi instalada no Senado em agosto do ano passado, são citados brevemente no relatório. “

O de Romário terá 1.000 páginas e traz informações novas para o Brasil, adquiridas com o FBI, que investiga o escândalo de corrupção da Fifa, que colocou em prisão domiciliar o ex-presidente da CBF, José Maria Marin,
A CPI do Futebol chega ao final após uma série de manobras da CBF para impedir convocações de dirigentes e de gente ligada a Marco Polo Del Nero, presidente da confederação. O relatório de Romário irá parar nas mãos do MPF (Ministério Público Federal) aqui no DF para dar continuidade à investigação, mesmo que não seja aprovado em votação.

Já o de Jucá, que deve ser tido como o relatório oficial, mantém o status de peça decorativa.


Deputado, diretor da CBF, se cala sobre prisão de Cunha, seu maior aliado
Comentários Comente

Daniel Brito

image

Desde que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi preso, o blog tenta contato com o deputado federal Marcelo Aro (PHS-MG). Ele acumula o cargo com o de diretor de “Ética e Transparência” da CBF e é um dos maiores aliados de Cunha. Porém, desde que começou a derrocada de Cunha em Brasília, quando teve o mandato cassado, em setembro, Aro tirou o time de campo.

Aro tinha no ex-presidente da Câmara uma espécie de irmão mais velho. Sempre o acionava em brigas e desavenças nas comissões. Quando ainda era vereador em Belo Horizonte, Aro concedeu título de cidadão honorário de Belo Horizonte ao carioca, que agora está em vias de perdê-lo.

Cunha deu uma sala na Câmara à liderança do nanico PHS, do qual o mineiro foi líder no início do mandato. Frequentemente, Aro puxava coro do plenário: “Olê olê olê olá Cunha Cunha”. O jornal “O Estado de Minas” aponta influência de Cunha na indicação do mineiro para o corpo diretivo da CBF. Parentes de Aro já foram alvo da CPI do Futebol, no Senado, em 2001. A família dele ficou à frente da FMF (Federação Mineira de Futebol) de meados de 1960 até os anos 1990.

pixuleco-600x452

Aro notabilizou-se durante o processo de admissibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff ao ir às sessões com uma miniatura do boneco do ex-presidente Lula em traje de presidiário, popularmente chamado de Pixuleco

Não compareceu à sessão que votou pela cassação de Cunha. Em sua página no Facebook disse com todos as letras: “A cassação é uma medida excessiva”.

E sobre a prisão de Cunha?

Bom, o blog não obteve retorno do deputado federal Marcelo Aro desde que o ex-parlamentar do PMDB do Rio trocou o terno e gravata de Brasília pelo uniforme de presidiário, em Curitiba.