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Diretor da Globo é convidado a colaborar com a CPI da Máfia do Futebol
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Daniel Brito

A CPI da Máfia do Futebol na Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 24, o convite ao diretor de direitos esportivos das Organizações Globo, Pedro Garcia. Ante um plenário vazio no final da manhã de hoje, o executivo teve o convite aprovado em decisão unânime.

Um cenário bem diferente da semana passada, quando o requerimento, de autoria de Fernando Monteiro (PP-PE), relator da CPI, foi derrubado da pauta após pedido de verificação de quórum por parte de Vicente Cândido (PT-SP), diretor da CBF e não é membro da CPI.

Nesta terça-feira, contudo, Cândido não estava no plenário da comissão no momento da votação e nem tampouco metade dos que assinalaram presença.

Garcia tem o direito de recusar o convite, se assim entedê-lo necessário, já que não se trata de uma intimação e nem é tido como investigado. Porém, o requerimento de Monteiro convida o executivo para “colaborar com os esforços desta CPI para esclarecer aspectos relacionados a contratos de marketing, direitos de mídia, patrocínios e eventos envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)”.

A apuração da Justiça dos Estados Unidos que acarretou na prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, vasculha, entre outras coisas, o pagamento de propina em transações de compra e venda de direitos de transmissão.

Os direitos de transmissão da Copa do Brasil, um dos alvos da investigação, pertencem à Globosat, uma das principais empresa das Organizações Globo, da qual faz parte o canal a cabo Sportv. O grupo mantinha acordo com a TV Bandeirantes e a ESPN Brasil para exibição do certame. Não há indícios de que elas possam ser alvo de investigação da Justiça dos Estados Unidos.


Diretor da CBF obstrui convocação da Globo para CPI da Máfia do Futebol*
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Daniel Brito

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Cândido é deputado pelo PT-SP, diretor da CBF e sócio de Marco Polo (Alan Marques/Folhapress)

Vicente Cândido acumula o cargo de deputado federal pelo PT de São Paulo e diretor de “assuntos internacionais” da CBF. Nessa terça-feira, 17, ele teve atuação pequena, porém decisiva, na CPI da Máfia do Futebol, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

No último minuto da sessão, o parlamentar pediu a verificação dos votos que aprovaram o convite a representante da Rede Globo para comparecer à CPI para esclarecer “aspectos relacionados a contratos de marketing, direitos de mídia, patrocínios e eventos envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)”.

O requerimento é de autoria de Fernando Monteiro (PP-PE), relator da comissão, e foi o último a ser apreciado nessa terça-feira, 17. Havia mais de duas horas que a sessão estava em curso. Mais cedo, Neymar da Silva Santos, pai do atacante Neymar do Barcelona, falara aos deputados. 

Cândido nem sequer é membro desta comissão parlamentar de inquérito, mas permaneceu o tempo inteiro no plenário, sempre calado. Até a aprovação do convite à Globo, que ocorreu de forma simbólica, dado que ja era o fim da sessão. Outros requerimentos haviam sido outorgados da mesma maneira naquela tarde sem necessidade de verificação de votos.

Porém, Cândido utilizou do artifício, uma tática conhecida de obstrução para evitar a aprovação pelo método simbólico. Posição contrária à de seu colega de partido, Sibá Machado (PT-AC), e de Silvio Torres (PSDB-SP). “Essa verificação vai derrubar a sessão”, alertou Torres.
Eram preciso 15 deputados em plenário para a aprovação, o que não ocorreu. Assim, o convite à Globo foi derrubado da pauta.

Vicente Cândido já nem estava em plenário quando o requerimento foi derrubado. Ele é sócio de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, no escritório de advocacia em São Paulo que leva o nome dos dois: “Marco Polo Del Nero e Vicente Cândido Advogados”. Em sua campanha para deputado federal em 2014, Cândido declarou ter recebido uma doação de R$ 100 mil do escritório. Ele foi vice-presidente da Federação Paulista de Futebol enquanto Del Nero esteve à frente da entidade.

Não é a primeira vez que a verificação de votos é evocada na CPI da Máfia do Futebol em assuntos que tocam a TV Globo e a CBF. Na reunião de 14 de abril, o deputado Arnaldo Faria de Sá, ex-presidente da Lusa, utilizou desse instrumento para barrar o encaminhamento da cópia de todos os contratos de direitos de transmissão firmados entre a Rede Globo  e a CBF. Foram necessárias duas semanas até que o requerimento voltasse à pauta e fosse aprovado em plenário.

O convite à Globo pode ser incluído na pauta das próximas sessões.

*Atualizado às 17h15: a assessoria de imprensa de Vicente Cândido enviou mensagem ao blog informando que a sociedade entre o parlamentar e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi desfeita em dezembro de 2015. Portanto, os dois não mais possuem sociedade em escritório de advocacia, de acordo com a assessoria de Cândido.


Deputado simula narração de futebol em CPI da Máfia do Futebol na Câmara
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Daniel Brito


O deputado João Rodrigues (PSD-SC) mostrou seus dotes como locutor de futebol na tarde da terça-feira, 3, em plena sessão da CPI da Máfia do Futebol da Câmara dos Deputados. Incentivado pelo presidente da comissão, Laudívio Carvalho (SD-MG), que elogiou a voz de Rodrigues, o parlamentar catarinense simulou a narração de rádio de uma partida.

A cena ilustra bem o ritmo da CPI da Máfia do Futebol na Câmara. Esta CPI foi constituída em março para apurar as irregularidades nos contratos da confederação com patrocinadores e as relações com a Fifa no Brasil, que ocasionaram a prisão de José Maria Marin, em maio do ano passado, na Suíça.

Recentemente, Juca Kfouri, companheiro de blog no UOL Esporte, foi convidado a colaborar com informações, mas ele declinou. Aqui, ele explicou os motivos.

João Rodrigues, ex-prefeito de Chapecó, o mesmo que simulou uma narração de rádio durante a sessão de terça, defendeu já na sessão da manhã desta quarta-feira, 4, a convocação de Juca sob a seguinte alegação: “Para este sujeito [Kfouri] aprender a respeitar esta casa”. A proposta foi rejeitada pelos demais parlamentares.

Na semana passada, deputados passaram quase uma hora discutindo se deveriam convidar o pai do atacante Neymar, do Barcelona, para depor na CPI. Durante o debate, o Cesar Halum (PRB-TO) adiantou: “Eu acho que isso não vai dar em nada, porque eles – Neymar pai e Neymar filho – não vão colaborar em nada já que eles são funcionários da CBF. Eles não viriam aqui para falar nada contra a confederação”.

Contratos da Globo com a CBF
Também na manhã desta quarta-feira, 4, foi aprovado o requerimento do deputado Major Olímpio (SD-SP) a “cópia de todos os contratos de direitos de transmissão firmados entre a Rede Globo de Televisão e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)”.

Foi convidado o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e convocado o ex-presidente da confederação, Ricardo Teixeira.


COL fez repasses milionários para exterior; CPI cita caixa dois na CBF
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Daniel Brito

A sessão da CPI do Futebol desta terça-feira, 22, revelou detalhes da investigação nas contas da CBF e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo-2014. A reunião, que contou com a presença de seis senadores, discutiu o conteúdo de documentos, até então mantidos em sigilo, obtidos com autorização da Justiça de São Paulo.

Um deles tratava do repasse de recursos do COL para contas fora do país.

Em dezembro de 2013, foram transferidos do COL para uma conta a uma agência do Itaú nos Estados Unidos no valor de R$ 23,7 milhões. Em 2014, o COL repassou R$ 51 mil para uma conta nas Ilhas Canárias, um paraíso fiscal no Atlântico. A informação foi dada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), uma das vozes mais ativas contra a CBF no Senado. “Até onde sabíamos, o COL só possuía contas no Brasil, agora descobrimos duas no exterior”, apontou Randolfe. Em todas as quebras de sigilo bancário e fiscal, a CPI jamais havia encontrado registro dessas duas contas fora do país, cujos donos não estão identificados.

Ele também informou que a Fifa repassou ao COL no Brasil mais de R$ 1 bilhão no período de 2012 a 2015. No ano da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, o COL transferiu para Fifa aproximadamente R$ 43 milhões.
“A Fifa teve isenção fiscal no Brasil e há indícios aqui que precisam ser investigados. Isenção fiscal é recurso público, e aqui a gente tem indícios de que recurso público foi utilizado indevidamente pelo esquema CBF-Fifa”, declarou Randolfe.

Suspeita de caixa dois para vice da CBF
Outro documento tornado público na sessão desta terça-feira é uma troca de e-mails de Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF para a Região Nordeste, e atual prefeito da cidade de Boca da Mata, Alagoas. É datado de julho de 2012, e o cartola parabeniza Marco Polo pela eleição na CBF (assumira como vice de José Maria Marin) e pede que a entidade transfira valores para sua campanha na eleição municipal de 2012.

“Quando estive na CBF, ainda sobre (sic) a presidência do Dr. Ricardo [Teixeira], falei com ele sobre a intenção do pleito de 2012, naquela data fiou acordado que a participação da casa seria 30% do valor total do orçamento”, diz Feijó em seu email a Marco Polo. “Até o presente momento, já recebi 300 e outra cota de 50, venho solicitar do amigo uma atenção especial para a liberação dos 250 que falta(sic)”.

O email segue com Feijó passando informações sobre o orçamento da campanha eleitoral e sobre o otimismo em sair-se vitorioso. Ele discrimina os gastos, como R$ 900 mil a vereadores e R$ 100 mil em combustível, outros R$ 72 mil para funcionários.

Marco Polo, que trata Feijó no e-mail como “amigo e irmão”, concorda com o pedido do cartola alagoano e ainda pede para que o diretor financeiro da CBF, Antonio Osório, providencie o pagamento a cada 20 dias em parcelas de R$ 50 mil “para manter o nosso fluxo de caixa”.

À Justiça Eleitoral, Gustavo Dantas Feijó declarou receita total de R$ 130 mil de sua campanha à prefeitura. Nem a CBF e nem a Federação Alagona de Futebol aparecem como doadores da campanha, de acordo com a prestação de contas disponível na página na internet do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Marco Polo e Feijó na CPI
Randolfe defende a convocação de Feijó para explicar as suspeitas de caixa dois na campanha eleitoral financiado pela CBF e também uma nova intimação para Marco Polo Del Nero, para explicar a relação com Feijó assim como os do COL para contas bancárias no exterior.

A próxima sessão será na terça-feira, 29, em reunião secreta, para apreciação de novos documentos sigilosos.

Procurada pelo UOL Esporte para comentar sobre a sessão desta terça-feira, 22, da CPI, Feijó e a assessoria da CBF não foram encontradas.


CBF vai ao STF contra condução coercitiva do Coronel Nunes à CPI do Futebol
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Daniel Brito

A CBF apelou ao STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir, por intermédio de habeas corpus preventivo, que o presidente interino da confederação, coronel Antônio Nunes, seja alvo de condução coercitiva para depor na CPI do Futebol no Senado, na próxima quarta-feira, 16. A entidade também pede que o cartola compareça voluntariamente à sessão, na condição de convidado, e que tenha garantia de que não será preso ou ameaçado de prisão caso silencie ante respostas que considere que possa incriminá-lo.

A petição do advogado Mauro Couto de Assis, do escritório Couto de Assis Advogados, do Rio de Janeiro, e está na mesa do ministro Teori Zavascki desde o dia 4 de março à espera de uma decisão.

“O paciente [Coronel Nunes] vai prestar depoimento como executivo da maior entidade do futebol brasileiro como sabe ser a CBF, isso sob delirante e agressiva acusação de que sua eleição teria sido ‘manobra do grupo político do então Presidente da CBF, Marco Polo Del Nero’ e sua ‘ascensão meteórica ao cargo de dirigente máximo da entidade’”, justificou Couto de Assis na petição ao STF.

Marco Polo também tentou utilizar deste mesmo instrumento antes de comparecer à sessão da CPI em 16 de dezembro. Ele recorreu ao STF com habeas corpus preventivo, mas o Supremo rejeitou. O cartola licenciado da CBF compareceu após acordo com membros da CPI como convidado.

Investigado x convidado
Nunes assumiu o posto de interino da CBF em 7 de janeiro após o titular do cargo, Marco Polo Del Nero, anunciar licença pela segunda vez em um período de dois meses. Sua saída coincide com a confirmação de que é alvo de investigações do FBI no caso de corrupção do futebol mundial que já levou vários dirigentes a prisão, incluindo José Maria Marin, seu antecessor na presidência da confederação.

O pedido de habeas corpus preventivo entende que coronel Nunes não é investigado no caso e o pedido de condução coercitiva não se aplica a ele, porque não há requerimento aprovado pela CPI que peça sua convocação.

Manobras da bancada da CBF
A secretaria da comissão parlamentar de inquérito, no entanto, se pauta por requerimento aprovado em outubro do ano passado, quando todos os presidentes de federações estaduais foram convocados a depor. Nunes, há mais de 20 anos dando as cartas na Federação Paraense de Futebol, compareceu a uma sessão no final de outubro, mas na condição de convidado.

Desde que assumiu a cadeira de Marco Polo na CBF, o cartola do Pará licenciou-se do cargo na federação estadual, por isso considera que a convocação não é legalmente aplicável.

Na sessão da CPI do Futebol de ontem, 9, a bancada da confederação tentou armar uma ofensiva para derrubar a condução coercitiva no plenário. Mas o presidente da comissão, Romário (PSB-RJ), foi mais rápido e encerrou a reunião por falta de quórum.

Agora, a CBF espera decisão do ministro Zavascki para evitar o constrangimento de ver seu mandatário chegar ao Senado escoltado por policiais federais.


Romário evita manobra para livrar presidente da CBF de condução coercitiva
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Daniel Brito

A sessão da CPI do Futebol nesta quarta-feira, 9, no Senado durou menos de trinta segundos. O presidente da comissão Romário (PSB-RJ) em duas frases abriu a reunião e a encerrou em seguida alegando falta de quórum.
No plenário estavam apenas Ciro Nogueira (PP-PI) e Hélio José (PMB-DF). De acordo com o regimento interno do Senado, são necessários seis parlamentares para ter o quórum mínimo nesta CPI.

Com esta manobra, Romário barrou uma ofensiva da bancada da CBF que tenta derrubar a convocação do presidente interino da confederação, Coronel Antonio Nunes, para depor na CPI. A Justiça Federal do Pará expediu mandado de condução coercitiva para comparecer ao Senado na próxima quarta-feira, 16.

Na sessão de hoje, os aliados da CBF se movimentaram nos bastidores para converter a convocação de Nunes, que tem status de intimação, em convite. A entidade quer evitar o constrangimento de envolver seu mandatário em uma ação com a Polícia Federal. “Sou contra a condução coercitiva, qualquer tipo de condução coercitiva”, disse ao UOL Esporte após a sessão relâmpago o senador piauiense Ciro Nogueira .

Nunes estava convocado para depor na semana passada, dia 2, mas alegou compromissos no dia seguinte e não compareceu. Por este motivo, Romário pediu a condução coercitiva do cartola. A CBF publicou comunicado dizendo ser desnecessário procedimento e informou que Nunes se colocara à disposição para ir à CPI mas como convidado no dia 16.

A pauta da sessão desta quarta-feira, dia 9, continha requerimentos para convocar Rogério Langanke Caboclo, diretor-executivo de gestão da CBF; Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, ex-diretor financeiro da CBF; Ariberto Pereira dos Santos Filho, ex-tesoureiro da CBF; Júlio Cesar Avelleda, ex-secretário-geral da CBF, além do convite à ex-namorada do presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, a modelo e apresentadora de TV, Carolina Galan.

A sessão
Raramente a sessão da CPI do Futebol começa pontualmente. A desta quarta-feira estava marcada para as 14h45. O primeiro a chegar no plenário, com quase 15 minutos de antecedência, foi Ciro Nogueira. Sua presença costuma ser bissexta na CPI. E sua relação de proximidade com a CBF vem desde os tempos da CPI da Nike, na Câmara dos Deputados, há 15 anos.

O fato de o piauiense ter sido o primeiro a chegar indicava que a bancada da confederação, que conta com os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Romero Jucá (PMDB-RR), além de Ciro Nogueira (e outros), se faria presente em peso nesta tarde. Porém, como as sessões não são pontuais, os parlamentares ainda não haviam chegado, apesar da movimentação do diretor de assessoria legislativa da CBF, Vandembergue Machado, nos corredores do Senado, avisando aos senadores e seus assessores sobre o início da sessão.

Apenas Ciro Nogueiro e Hélio José estavam no plenário 13 da Ala Senador Alexandre Costa quando Romário abriu a sessão às 14h50 (cinco minutos além do horário previsto) e falou: “Havendo número regimental, declaro aberta a 21ª Reunião. (Pausa.) Não havendo número regimental para deliberação, comunico que está encerrada a reunião”. Assim, o ex-jogador deixou a sala sem falar com a imprensa e nem cumprimentar os parlamentares presentes.

Na saída do plenário, Ciro Nogueira pareceu fazer pouco caso da sessão relâmpago. “Não houve quórum, não teve sessão. Só isso”, disse-me.

A próxima reunião da CPI do Futebol no Senado será no dia 16, e o Coronel Nunes é aguardado conduzido coercitivamente pela Polícia Federal.


Coronel Nunes usa convocação da seleção para recusar convite da CPI
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Daniel Brito

O presidente interino da CBF, Coronel Antônio Nunes, recusou o convite de comparecer à CPI do Futebol no Senado e deu como justificativa os jogos da seleção brasileira pelas Eliminatórias da Copa-2018 contra Uruguai e Paraguai. Acontece, que a comissão o convidou para depor no dia 2 ou 3 de março, e os duelos contra as seleções vizinhas só serão em 25 e 29 de março, respectivamente.

Em ofício enviado à secretaria da CPI, Coronel Nunes afirmou: “Informo minha impossibilidade de comparecer [à CPI no Senado] devido a compromissos inadiáveis, marcados anteriormente, que me impedem de ausentar-se da CBF nos dias 2 e 3 de março, dentre os quais a convocação da seleção brasileira para os jogos contra o Uruguai e Paraguai”.

A CBF publicou ontem que a convocação da seleção será às 11h da quinta-feira, 3 de março. Geralmente, as sessões da CPI ocorrem no início da tarde da quarta-feira, daí a proposta de comparecer em Brasília no dia 2. Mas o cartola declinou do convite.

Ele ainda informa que não poderá comparecer nos dias 7, 8, 9 e 10 de março e elencou os motivos: “Assembleia Geral Ordinária da CBF em 7 de março; reunião do Conselho Técnico da Série C do Campeonato Brasileiro, dia 8; Conselho Técnico da Série B do Campeonato Brasileiro, dia 9; Conselho Técnico da Série A do Campeonato Brasileiro, dia 10”.

Assim, o presidente interino da CBF tenta esfriar a CPI, uma vez que os senadores aliados à confederação e nem a assessoria parlamentar da entidade não conseguiram impedir em plenário a quebra de sigilos bancários e fiscais de diretores e ex-diretores da CBF.

Uma alternativa para a CPI será utilizar a intimação que foi feita no final do ano passado para que todos os presidentes de federações estaduais comparecessem ao Senado. Nunes é presidente licenciado da Federação Paraense de Futebol e, por isso, deve ser intimado a depor, apesar de tantos compromissos para o mês de março.


Coronel Nunes deve ser convocado a depor na CPI do Futebol no Senado
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Daniel Brito

O presidente interino da CBF, Coronel Antônio Nunes, entrou na mira da CPI do Futebol no Senado. Sua convocação para prestar esclarecimentos em Brasília deve ser votada tão logo os senadores retomem as atividades na comissão, a partir da próxima semana.
O cartola terá de explicar como foram gastos os recursos do governo do Estado do Pará para a Federação Paraense de Futebol, da qual Nunes foi presidente. Ele está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual por esse patrocínio.

“Não é só uma análise formal dos gastos com dinheiro público. Vamos checar se os princípios da administração pública foram aplicados na gestão desses recursos financeiros. O presidente, por exemplo, não pode contratar pessoa com relação de parentesco ou afinidade”, afirmou ao jornal “O Estado de S.Paulo” o promotor Sávio Rui Brabo de Araújo, responsável pela investigação nas contas da Federação Paraense.

Se aprovada a convocação, será a segunda vez que Nunes deporá aos senadores na CPI do Futebol. Em outubro passado, ele compareceu na condição de convidado, ainda como mandatário da Federação Paraense, e exaltou o contrato entre a entidade e o governo estadual.

“O governo do Estado do Pará é o patrocinador master do futebol paraense. Recursos de convênios firmados com a Federação de Futebol, garantem o transporte, hospedagem e alimentação das delegações visitantes; publicidade do Banco do Estado do Pará, diretamente com os clubes. Então, o governo do Pará está nos ajudando a manter, vamos dizer assim, integrando o Estado do Pará, através do futebol. Há dois anos, houve uma campanha de divisão do Estado do Pará e usaram muito o futebol para dizer que o futebol já estava integrado ao futebol do Pará, não tinha por que dividir”, defendeu Nunes quando de sua primeira aparição na CPI no Senado.

Coronel Antônio Nunes também terá de prestar esclarecimentos sobre o processo de sucessão presidencial que está em curso na CBF. A CPI do Futebol no Senado ainda tem 17 requerimentos para ser votados nas próximas sessões.


Del Nero entra com habeas corpus para não ser preso na CPI do Futebol
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Daniel Brito

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, entrou com um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para que não seja preso durante depoimento da CPI do Futebol no Senado. A medida já está na mesa do ministro Gilmar Mendes e chegou à secretaria da comissão parlamentar de inquérito nesta quinta-feira, 12.

Del Nero quer a garantia de que não será preso ou ameaçado de prisão durante seu depoimento. Ele também pede o direito de permanecer calado e de estar acompanhado de seu advogado na sessão, com quem pretende ter o direito de se comunicar durante o depoimento. O cartola também requereu o direito de não assinar o termo de compromisso de só falar a verdade na CPI.

Detalhe, Del Nero nem sequer foi convocado ainda para depor na CPI. Há, apenas, um proposta de convocação, apresentada no plano de trabalho, de agosto, pelo relator Romero Jucá (PMDB-RR). O habeas corpus foi confeccionado pelo escritório José Batochio Advogados Associados, de São Paulo.

E ele vai na contramão do discurso de Marco Polo à imprensa. Uma das justificativas para não acompanhar a seleção nos jogos fora do Brasil é de que está ocupado com a CPI do Futebol. Quando há a perspectiva de que participe, pede para manter-se calado e não se compromissar em dizer a verdade.

O habeas corpus chega à CPI um dia depois de fracassar a sessão secreta em que 23 requerimentos seriam colocados em votação, mas não foi realizada por falta de quórum.

Testemunha x Investigado
A justificativa de Del Nero para que entrasse com o habeas corpus antes mesmo da convocação por considerar que a CPI o trata como investigado e não como mais uma testemunha do objeto de investigação da comissão.

“É fato inequívoco que o Paciente [Marco Polo Del Nero]  não é – e nem nunca foi testemunha dos fatos […]. Ele está claramente sendo chamado de suspeito, segundo massivamente publicado na mídia e proclamado por alguns parlamentares. Tanto assim que [Del Nero] viu aprovada a quebra do seu sigilo fiscal e bancário.”

Outro motivo para entrar com a medida no STF é a postura do senador Romário (PSB-RJ), presidente da CPI, nas entrevistas, em que afirma que um dos objetivos da comissão é prender o presidente da CBF.


Cartolas se recusam a assinar termo para falar a verdade na CPI do Futebol
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Daniel Brito

Os presidentes de federações estaduais que depuseram hoje na CPI do Futebol no Senado se recusaram a assinar o termo de compromisso de falar somente a verdade aos membros da comissão.

Participaram da sessão da CPI desta quarta-feira, 21, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol; Mauro Carmélio Costa Júnior, Federação Cearense; André Luiz Pitta Pires, Federação Goiana; Evandro Carvalho, Federação Pernambucana; Gustavo Vieira, Federação do Espírito Santo; Heitor Luiz da Costa Junior, Federação de Rondônia e Roberto Góes, Federação Amapaense.

Apenas Góes, que também é deputado federal pelo PDT do Amapá, assinou o termo de compromisso.

Assumir o compromisso por escrito de falar a verdade é praxe, e foi feito pelos quinze convidados que já participaram de audiências públcias nos plenários desta CPI no Senado desde agosto.

Antes do início dos depoimentos na tarde desta quarta-feira, 21, o  diretor de assuntos legislativos da CBF, Vandenbergue Machado, e Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado da Federação Paulista de Futebol, conversaram com os cartolas, que, em seguida, evitaram assinar o termo.

Não houve desentendimentos nos depoimentos, mas o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, evitou falar o valor do contrato da entidade com a Chevrolet, um dos alvos da investigação na CPI.

“Eu respondo pela Federação Paulista de Futebol, que não assinou porque não veio aqui na condição de testemunha, mas de convidado não há a necessidade [de assinar termo para falar a verdade”, explicou a este blogueiro D’Urso, ao final da sessão. Sua opinião foi corroborada por Gustavo Vieira, da federação capixaba, e André Pitta, de Goiás. “Ainda assim, nós só falamos a verdade hoje aqui na CPI”, completou o cartola goiano.

Evandro Carvalho, de Pernambuco, e Heitor Luiz da Costa, de Rondônia, disseram que não receberam termo para assinar. “Eu acho que vi na mesa, mas já estava começando a sessão, não assinei. Nem precisou, porque tudo o que foi dito é 100% verdade”, afirmou o rondoniense, que gere a federação de seu Estado desde a fundação, em 1989.