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Arquivo : CBJ

Filho de novo vice-presidente do COB é nomeado no Ministério do Esporte
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Daniel Brito

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Influência no controle de dopagem? Nzuman (E) cumprimenta Paulo Wanderley, seu novo vice no COB (Heitor Vilela/COB)

Recém-empossado vice-presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Paulo Wanderley tem na ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) uma pessoa da sua confiança. Trata-se de Sandro Teixeira, seu filho, e ex-gestor administrativo da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), da qual Wanderley é presidente desde 2001.

Sandro foi nomeado em 18 de agosto, ainda durante as Olimpíadas do Rio-2016, porém, seis dias após o fim das disputas de judô. Ele trabalhou no Comitê Organizador na Arena Carioca 2, onde foram realizadas as lutas da modalidade durante os Jogos-16. O cargo no governo federal é de “Assessor da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem“, segundo informou o Diário Oficial da União de 18 de agosto passado. Seu salário vai girar na casa dos R$ 9 mil mensais neste ano.

COB e ABCD entraram em rota de colisão na reta final da preparação dos atletas olímpicos para a Rio-2016. O comitê reclamou do então gestor da Autoridade pelo número excessivo de testes a que os membros do “Time Brasil” estavam sendo submetidos sob a vigilância da ABCD. Com isso, cresce o temor de que com esta proximidade entre o vice do COB e um assessor da Autoridade possam interferir nos trabalhos de controle de dopagem no país.

Há uma semana, o blog mostrou que o COB também quer emplacar seu ex-diretor-executivo de esportes, Marcus Vinícius Freire, no Tribunal Único Antidopagem, que está em fase de instalação.

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Sandro Teixeira foi gestor na CBJ e vai ganhar salário de R$ 9 mil na ABCD (reprodução da internet)

Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô em Barcelona-92,  e chefe da ABCD desde os primeiros dias de julho do corrente ano, recebeu-me em sua sala, no final da tarde de quarta-feira, 26, no Ministério do Esporte, em Brasília, para explicar a nomeação de Sandro. Ele lembrou que o técnico que o acompanhou na sua vitoriosa campanha para o ouro em Barcelona-92 era exatamente Paulo Wanderley, nove anos antes de assumir a presidência da CBJ. E que Sandro é um amigo de longa data. “Ele deve ser dois anos mais jovem que eu, foi estudar nos Estados Unidos e diversas vezes eu fui para lá dar aulas e fazer treinos com ele”, contou Sampaio.

O gestor da ABCD disse que não houve interferência do COB para escolha do nome e que a presença de Sandro não influenciará no andamento dos trabalhos. “Eu tive um cuidado de trazer para trabalhar comigo pessoas de minha confiança e dentro da área de atuação. Sandro cuidou do planejamento do controle antidopagem na CBJ, que fui uma das primeiras confederações a apresentar plano de trabalho para ABCD. Portanto, há um histórico na escolha dele”, justificou Sampaio.


Judô do Brasil repensa treinos e irá à Mongólia e Georgia após Mundial ruim
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Daniel Brito

Voltar do Mundial de Astana, no Cazaquistão, com duas medalhas, quando a expectativa era trazer cinco, vai fazer com que o judô nacional repense alguns de seus métodos e procedimentos. Desde o fim da competição, em 30 de agosto, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) diz estar promovendo reuniões pensando em mudanças.

Pelo discurso de Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da confederação, novos treinamentos serão montados e dojôs (pisô de disputa) nunca antes frequentados devem ser visitados.

“Estamos fazendo uma revisão dos treinamentos temáticos em função do que vimos neste Mundial. e já temos três agendados para este ano”, avisou Wilson, durante debate da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, na quinta-feira, 10, em Brasília, “Os treinos temáticos são feitos após avaliações técnicas. Cria-se um treinamento voltado apenas para o trabalho de solo, por exemplo, caso se identifique uma deficiência de determinado atleta neste ponto. São treinamentos direcionados e têm dado resultado. Os atletas absorveram bem”, explicou o dirigente.

Wilson foi bastante cobrado pelo deputado João Derly (PC do B-RS), ex-judoca, que nessa quinta celebrou 10 anos de seu título mundial, no Egito – o primeiro do judô nacional. Na condição de presidente da sessão de ontem, Derly questionou, entre outras coisas, sobre a falta de renovação na equipe brasileira, a opção por algumas competições de menor nível técnico na fase preparatória para o Mundial, e sobre a busca por novas escolas de judô no cenário internacional.

O dirigente respondeu a todos os itens e informou que a CBJ projeta parcerias de treinamento com países pouco conhecido do esporte brasileiro. “Estamos tentando parcerias, mas eles são muito fechados. Países como Uzbequistão, Cazaquistão e a Mongólia, que vêm crescendo, ainda que não tenham feito uma grande campanha no Mundial, tal qual o Brasil. O Cazaquistão deve vir ainda neste ano ao Brasil, e, assim, a gente abre uma porta para ir treinar lá também. E tem uma escola bem fechada, que é a Georgia, que a gente busca um maior contato”, vislumbrou.

O Mundial de Astana ficou marcado como o de pior desempenho do Brasil na modalidade em seis anos. Na edição de Roterdã-2009, o país voltou para casa sem medalha. Neste ano, apenas a brasiliense Érika Miranda (até 52 kg) e o carioca Victor Penalber (até 81 kg) subiram ao pódio no Cazaquistão. Foram dois bronze para o Brasil na competição.

“Não dá para apagar tudo que foi construído até hoje e avaliar só um Mundial. Sem dúvida, o resultado esteve longe da qualidade dos nossos atletas, do comprometimento que eles sempre demonstraram e do projeto do judô nacional, mas tivemos problemas de lesão de diversos atletas importantes. Isso foi só um momento”, ponderou Ney Wilson.


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