Blog do Daniel Brito

Arquivo : Cidade do México-1968

Ele mudou a história do atletismo e hoje é tema de vídeo clipe de DJ sueco
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Daniel Brito

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Americano Dick Fosbury inventou o salto de costas (arquivo)

Já passa das 22 milhões de visualizações o vídeo clipe no YouTube do DJ sueco Avicii intitulado “Borken Arrows” (flechas quebradas, na tradução livre). Levado ao ar na internet pela primeira vez no final de novembro de 2015, romanceia a história de um dos nomes mais importantes da história do atletismo mundial.

O americano Dick Fosbury que revolucionou o salto em altura ao passar pelo sarrafo de costas utilizado até hoje e não mais de frente, como uma grande passada. No clipe do DJ sueco, Dick mora em um trailer mal conservado com a filha e tem tendência ao alcoolismo. Após mais um fracasso em uma competição diante da filha, ele decide mudar de vida e treinando com a própria filha, afeita a acrobacias, tem a ideia de mudar o estilo de salto. A modificação o leva a glória, até o ouro olímpico na Cidade do México-1968.

Por sorte, a primeira cena do vídeo-clipe informa que ele é apenas “inspirado em uma história real”. Porque a história de Dick Fosbury tem muitas diferenças para o que é apresentado em “Broken Arrows” – aliás, a letra não tem qualquer referência ao esporte ou Jogos Olímpicos.
Fosbury.

O americano da cidade de Portland não conseguia superar mais do que 1,50m no salto ao estilo antigo. Tampouco tinha uma filha quando inventou a fórmula revolucionária para vencer o sarrafo e não tinha tendência com alcoolismo (não publicamente). Fãs de Avicii na Europa publicaram no Twitter que o trecho em que se refere a bebida é uma autorreferência ao DJ, que tem um histórico de abuso de aditivos químicos.

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Trecho do clipe de Avicii que é inspirado na história de Fosbury (crédito: reprodução)

Fosbury passou três anos aperfeiçoando a técnica do salto até classificar-se para México-1968, silenciando seus críticos, como o próprio técnico e seus amigos. A técnica ganhou o nome em inglês de “Fosbury Flop”, algo como a “O salto de Fosbury”.

Acostumado a treinar em Los Angeles, na altura do nível do mar, Dick Fosbury voou na Cidade do México-68 com o recorde olímpico e o ouro ao chegar em 2,24m. Para se ter uma ideia o recorde brasileiro hoje é de Jessé Farias, com 2,32m alcançados em 2008, na Suíça.

O triunfo de Fosbury foi muito importante para o mundo do atletismo mas acabou tendo uma espaço menor na história porque foi no México-68 que os americanos John Carlos e Tommy Smith foram ao pódio após a prova dos 200m e protestaram com o braço estendido para o alto e os punhos cerrados pedindo pelos direitos civis aos negros dos Estados Unidos.

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