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Arquivo : CPI do Futebol

CPI do Futebol aprova quebra do sigilo telefônico de Marco Polo Del Nero
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Daniel Brito

A quebra dos sigilos telefônicos e de mensagens eletrônicas (telemático) do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e do ex-presidente da confederação José Maria Marin, foi aprovada pela CPI do Futebol no Senado. Em sessão relâmpago na tarde desta terça-feira, dia 1º, os requerimentos foram aprovados por unanimidade.

A sessão também aprovou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, desde 1º de janeiro de 2007 até 12 de março de 2012, dia em que passou o cargo para Marin.

Os sigilos bancários e fiscais do Comitê Organizador da Copa do Mundo Fifa-2014 também serão quebrados. Um dos requerimentos exige que o COL-2014 apresente os demonstrativos de resultados e lucros da Copa do Mundo.

Compareceram à sessão o presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), o relator Romero Jucá (PMDB-RR), Ciro Nogueira (PP-PI), Wellington Fagundes (PSB-MT), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Paulo Bauer (PSDB-SC), Zezé Perrella (PDT-MG).

A sessão teve duração inferior a dez minutos e a votação dos requerimentos foi nominal. Ficaram de fora da pauta a quebra do sigilo telefônico de Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero, assim como a quebra dos sigilos fiscais e bancários de Kleber Leite e da empresa da qual é dono, a Klefer.

Havia 20 dias a CPI não realizava uma reunião, em decorrência Dos 23 requerimentos, a maioria relativos à quebra de sigilos, de autoria de Romário e Randolfe, quase 80% foram deixados de fora na pauta desta terça-feira, dia 1º. A expectativa é de que a CPI só volte a se reunir após o carnaval.


Del Nero entra com habeas corpus para não ser preso na CPI do Futebol
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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, entrou com um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para que não seja preso durante depoimento da CPI do Futebol no Senado. A medida já está na mesa do ministro Gilmar Mendes e chegou à secretaria da comissão parlamentar de inquérito nesta quinta-feira, 12.

Del Nero quer a garantia de que não será preso ou ameaçado de prisão durante seu depoimento. Ele também pede o direito de permanecer calado e de estar acompanhado de seu advogado na sessão, com quem pretende ter o direito de se comunicar durante o depoimento. O cartola também requereu o direito de não assinar o termo de compromisso de só falar a verdade na CPI.

Detalhe, Del Nero nem sequer foi convocado ainda para depor na CPI. Há, apenas, um proposta de convocação, apresentada no plano de trabalho, de agosto, pelo relator Romero Jucá (PMDB-RR). O habeas corpus foi confeccionado pelo escritório José Batochio Advogados Associados, de São Paulo.

E ele vai na contramão do discurso de Marco Polo à imprensa. Uma das justificativas para não acompanhar a seleção nos jogos fora do Brasil é de que está ocupado com a CPI do Futebol. Quando há a perspectiva de que participe, pede para manter-se calado e não se compromissar em dizer a verdade.

O habeas corpus chega à CPI um dia depois de fracassar a sessão secreta em que 23 requerimentos seriam colocados em votação, mas não foi realizada por falta de quórum.

Testemunha x Investigado
A justificativa de Del Nero para que entrasse com o habeas corpus antes mesmo da convocação por considerar que a CPI o trata como investigado e não como mais uma testemunha do objeto de investigação da comissão.

“É fato inequívoco que o Paciente [Marco Polo Del Nero]  não é – e nem nunca foi testemunha dos fatos […]. Ele está claramente sendo chamado de suspeito, segundo massivamente publicado na mídia e proclamado por alguns parlamentares. Tanto assim que [Del Nero] viu aprovada a quebra do seu sigilo fiscal e bancário.”

Outro motivo para entrar com a medida no STF é a postura do senador Romário (PSB-RJ), presidente da CPI, nas entrevistas, em que afirma que um dos objetivos da comissão é prender o presidente da CBF.


Sessão secreta fracassa e senadores pedem prorrogação da CPI do Futebol
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Não houve quórum para a realização da sessão secreta da CPI do Futebol nesta quarta-feira, 11, no Senado. Apenas três senadores compareceram ao plenário que tinha como pauta 23 requerimentos para quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de diversas pessoas ligadas à CBF e Marco Polo Del Nero e José Maria Marin.

Segundo o presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), não houve a quantidade mínima de parlamentares na reunião porque seis integrantes não tiveram acesso a toda a documentação que já está em poder da equipe que investiga as contas de Del Nero, Marin, Ricardo Teixeira e CBF.

Ficou acordado, então, que a sessão secreta para votação dos requerimentos será na próxima quarta-feira, 18. Será secreta porque 10 pedidos foram feitos principalmente por Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) são originários dos documentos mantidos em sigilo na investigação da CPI.

Entre os que não acessaram as contas dos cartolas está o próprio relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), que nem sequer compareceu à sessão esta quarta-feira. João Alberto (PMDB-MA), David Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (PTB-AL) e Gladson Cameli (PP-AC) e Donizetti Nogueira (PT-TO) completam o grupo dos parlamentares que não viram os documentos da CPI até o momento.

“A impressão que tenho que com os documentos que já chegaram nós encontramos o fio da meada, do funcionamento do esquema criminoso que dirige o futebol brasileiro.”, apontou Rodrigues, um dos três senadores que compareceram à sessão.

“Posso garantir para vocês que o esquema é mais feio, mais pesado, ilegal e ilícito do que eu mesmo imaginava”, disse Romário aos repórteres, ao final da sessão.

É por este motivo que o ex-jogador e o senador pelo Amapá pedem a prorrogação por mais seis meses dos trabalhos da CPI. A comissão se expira em 22 de dezembro, mas Romário e Rodrigues já discursam pedindo mais 180 dias de trabalhos.  “Eu entendo e outros senadores também entendem que há a possibilidade de estender essa CPI por, no mínimo, seis meses. Será de grande importância e fundamental para que os trabalhos prossigam e para que a gente possa fazer os levantamentos que são objeto dessa CPI. “Quando se encontra o fio, tem que puxar o restante do novelo, para isso vamos precisar de mais prazo”, reforçou Randolfe Rodrigues.

Além Romário e Randolfe Rodrigues, Paulo Bauer (PSDB-SC) também marcou presença na reunião desta quarta-feira.


Romário pede quebra de sigilo bancário e telefônico da ex de Del Nero
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Daniel Brito

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Carol Galan e Marco Polo no carnaval: doações na mira da CPI

A modelo Carolina Galan, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, pode ter os sigilos fiscais, bancários, telefônicos e telemáticos (e-mails) quebrados pela CPI do Futebol no Senado. Após 15 dias sem sessão, a CPI do Futebol retoma os trabalhos nesta quarta-feira com a votação do requerimento feito por Romário (PSB-RJ), presidente da comissão.

Ela manteve um relacionamento estável com o atual presidente da CBF por quase cinco anos até meados de 2014, enquanto Del Nero era o mandatário da FPF (Federação Paulista de Futebol). Durante este período, foi apresentadora de um programa infantil de auditório em espaço na grade de programação da Rede Vida comprado pela FPF.

O substituto de Del Nero na entidade de São Paulo, Reinaldo Carneiro Bastos, demitiu a moça tão logo sentou na cadeira da presidência. Coincidentemente, Marco Polo já não mantinha mais relações com Carolina.

Há uma semana, o Blog do Juca, no UOL Esporte, trouxe informações importantes acerca do relacionamento entre o cartola e a modelo. “A título de doação, Nero contribuiu com R$ 1.140.000,00 para sua ex-namorada Carolina Santos Galan no mesmo ano [2014], assim como doou à ex-esposa R$ 85 mil reais”.

Romário quer a quebra do sigilo da modelo desde 1º de janeiro de 2013, quando Del Nero já era vice-presidente da CBF, até hoje.

Lupa nas contas da Copa-2014
A pauta da sessão desta quarta-feira está cheia, com 23 requerimentos. Se aprovados, promete esquentar os trabalhos da CPI, que até agora segue em fogo brando.

Os membros da comissão decidirão se pedem a transferência dos sigilos bancários e fiscais além dos demonstrativos de resultados e lucros do Comitê Organizador da Copa do Mundo Fifa-2014, desde janeiro de 2008 a março de 2015.

Pela primeira vez, o ex-presidente do Flamengo, Kléber Leite entrou na pauta. Serão postos em votação a apresentação do contrato social e a transferência das informações bancárias, fiscais, da Klefer Produções e Promoções LTDA, bem como a transferência dos sigilos telefônico e telemático vinculados aos seus dirigentes, de janeiro de 2010 a 27 de maio de 2015. Os sigilos bancários, fiscais e telefônicos de Leite também foi requerido.

Todos foram feitos por Romário, com quem Kléber Leite trabalhou quando foi presidente do Flamengo nos anos 1990.

O sigilo bancário e fiscal de Ricardo Teixeira permanece na pauta, já que não foi votado na última sessão, há quase 15 dias.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a quebra dos sigilos telefônicos e telemático de Marco Polo Del Nero,  José Maria Marin, Wagner Abrahão e outras duas pessoas.

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CPI do Futebol fala até sobre tênis de mesa mas esquece extradição de Marin
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Daniel Brito

A decisão da Justiça da Suíça de extraditar José Maria Marin para os Estados Unidos passou batida na 15ª reunião da CPI do Futebol no Senado, nesta quarta-feira, 28. Também foi retirada da pauta do dia o requerimento de transferência de informações bancárias e fiscais de Ricardo Teixeira, desde janeiro de 2007 até 12 de março de 2012, quando renunciou à presidência da CBF.

Não houve nem uma simples menção ou um aparte que fosse de um dos sete senadores que se fizeram presentes sobre a extradição de Marin.

Em vez disso, os senadores se dedicaram a ouvir os presidentes das federações estaduais de Alagoas, Piauí, Maranhão, Acre, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Tocantins. Eles falaram por duas horas sobre a realidade do futebol nessas localidades.

Felipe de Omena Feijó, de apenas 24 anos, preside a federação de Alagoas desde maio, sucede ao pai Gustavo Feijó, um dos vice-presidentes da CBF, que permaneceu sete anos no cargo. Felipe falou por cerca de cinco minutos e não mais participou da sessão. Houve tempo até para que Dissica Tomaz, do Amazonas, contasse, mesmo sem que ninguém tivesse perguntado, que seu Estado é um dos quatro campeões brasileiro em tênis de mesa, modalidade, segundo ele, cuja federação estadual ajudara a fundar.

A CPI do Futebol foi criada em junho na esteira das prisões feitas pelo FBI em Zurique de sete dirigentes suspeitos de suborno e outros crimes. Marin é acusado de aceitar milhões de dólares em subornos pagos por empresas de marketing esportivo em conexão com a venda de direitos comerciais para a Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023, bem como para a Copa do Brasil (de clubes) no período de 2013 a 2022.

Já a transferência das informações bancárias e fiscais de Teixeira saiu da pauta porque, segundo Romário (PSB-RJ), autor deste requerimento, não havia quórum para por em votação. E nesta CPI, são necessários ao menos seis.

Compareceram à sessão desta quarta-feira, 28, o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), Donizeti Nogueira (PT-TO), Ciro Nogueira (PP-PI), Welington Fagundes (PSB-MT), Zezé Perrela (PDT-MG), David Alcolumbre (DEM-AP), além de Romário.


Ele construiu um elefante branco da Copa e hoje admite: “Serve para nada”
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Daniel Brito

Aziz inaguurou a arena quando era governador, ao lado do então ministro do Esporte, Aldo Rebelo (Getty)

Aziz inaugurou a arena quando era governador, ao lado do então ministro do Esporte, Aldo Rebelo (Getty)

Foram necessários 19 meses para o hoje senador Omar Aziz (PSD-AM)  desdizer tudo o que disse para o que ele chama de “a imprensa do sul”. Foi na CPI do Futebol, quando o tema era o tão propalado “legado da Copa do Mundo”.

“Como governador do meu Estado [Amazonas], tive que construir uma estrutura toda para a Copa do Mundo. Tive que construir uma arena, que é um estádio muito bonito, tive de construir dois centros de treinamento, mas não há futebol no meu Estado. Nós estamos na Série D, capengando. O Estado tem uma estrutura fantástica para absolutamente nada.”

Ele governou o Amazonas de 2010 a 2014. Renunciou ao cargo antes do início da Copa para concorrer ao Senado. Pelo discurso, feito na sessão da última quarta-feira, 21, no Senado, Aziz dá a entender que o Amazonas foi escolhido para receber a Copa do Mundo à revelia, sem ter manifestado interesse em abrigar os jogos do Mundial. O que não corresponde com a realidade, porque a Copa do Mundo não caiu de paraquedas em Manaus.

Meses antes de deixar o governo, em março de 2014, Aziz tentou constranger o repórter Mendel Bydlowski, da ESPN Brasil, que fora ao Amazonas contar os planos do então governador para a arena. Ele foi questionado pelo repórter da ESPN sobre o que seria feito do estádio construído em Manaus pelo poder público a um custo de R$ 669 milhões, quase R$ 100 milhões a mais do que a previsão inicial. Abaixo, o que disse Aziz há 19 meses para Bydlowski:

“Isso é problema nosso, não é de vocês. Isso é problema do povo amazonense, não é teu. Não é problema da imprensa do sul [sic]. É nosso o problema, deixa com a gente. Se nós tivemos competência para construir uma arena desse porte, nós teremos competência para dar um legado. E você acha um legado o Maracanã botar 300 pessoas para assistir a um jogo?”.

Para que serve a Arena da Amazônia?
Arena da Amazônia, com seus 44 mil assentos, sediou quatro jogos na Copa, entre os quais o clássico Itália 2 x 1 Inglaterra. Desde então, deu prejuízo ao governo do Estado. São aproximadamente R$ 400 mil por mês para manutenção. Os clubes locais não têm apelo para manter o estádio em atividade e com frequência regular de público.

Havia a expectativa da realização de uma rodada tripla, neste final de semana, da Copa Amazonas, com jogos nas categorias infantil e juvenil, além da final do adulto, entre Fast Clube e Manaus FC. Mas a própria secretaria estadual que gere o estádio vetou, porque o prognóstico mais otimista era de cerca de 1.200 espectadores. Restariam, portanto, mais de 42 mil lugares vazios.

O jornal Lance! publicou em setembro que uma das fontes de renda do estádio é a locação para fotos de noivos, por R$ 200 a hora. E a visita de turistas, por até R$ 20 pelo passeio.

Planejamento, não. Bairrismo, sim.
Na CPI do Futebol, Aziz admitiu que foi tomado pelo bairrismo. “Naquele momento de euforia, o bairrismo era muito grande. Todo mundo queria ser sede da Copa. Quem não queria ser uma das subsedes, para ter quatro jogos? Quatro jogos era o mínimo. E ainda tive a felicidade de ter tido grandes jogos no Estado na primeira fase.”

Após o fim da sessão da CPI, em entrevista para a Rede Amazônica, afiliada da Globo no Estado, voltou a lamentar a ausência do legado, numa clara demonstração de que não houve planejamento para receber a Copa do Mundo. “Não teve legado, em lugar nenhum do Brasil. Houve uma euforia porque todos os Estados queriam ser sede da Copa, mas esse legado não existe para o Amazonas”.

E completou: “Eu construí, saí no final de março para ser candidato ao Senado e, em junho, na Copa, nem convidado fui. Eu não recebi um convite para ir. Mas isso faz parte do que eu vivo”.


Cartolas se recusam a assinar termo para falar a verdade na CPI do Futebol
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Daniel Brito

Os presidentes de federações estaduais que depuseram hoje na CPI do Futebol no Senado se recusaram a assinar o termo de compromisso de falar somente a verdade aos membros da comissão.

Participaram da sessão da CPI desta quarta-feira, 21, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol; Mauro Carmélio Costa Júnior, Federação Cearense; André Luiz Pitta Pires, Federação Goiana; Evandro Carvalho, Federação Pernambucana; Gustavo Vieira, Federação do Espírito Santo; Heitor Luiz da Costa Junior, Federação de Rondônia e Roberto Góes, Federação Amapaense.

Apenas Góes, que também é deputado federal pelo PDT do Amapá, assinou o termo de compromisso.

Assumir o compromisso por escrito de falar a verdade é praxe, e foi feito pelos quinze convidados que já participaram de audiências públcias nos plenários desta CPI no Senado desde agosto.

Antes do início dos depoimentos na tarde desta quarta-feira, 21, o  diretor de assuntos legislativos da CBF, Vandenbergue Machado, e Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado da Federação Paulista de Futebol, conversaram com os cartolas, que, em seguida, evitaram assinar o termo.

Não houve desentendimentos nos depoimentos, mas o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, evitou falar o valor do contrato da entidade com a Chevrolet, um dos alvos da investigação na CPI.

“Eu respondo pela Federação Paulista de Futebol, que não assinou porque não veio aqui na condição de testemunha, mas de convidado não há a necessidade [de assinar termo para falar a verdade”, explicou a este blogueiro D’Urso, ao final da sessão. Sua opinião foi corroborada por Gustavo Vieira, da federação capixaba, e André Pitta, de Goiás. “Ainda assim, nós só falamos a verdade hoje aqui na CPI”, completou o cartola goiano.

Evandro Carvalho, de Pernambuco, e Heitor Luiz da Costa, de Rondônia, disseram que não receberam termo para assinar. “Eu acho que vi na mesa, mas já estava começando a sessão, não assinei. Nem precisou, porque tudo o que foi dito é 100% verdade”, afirmou o rondoniense, que gere a federação de seu Estado desde a fundação, em 1989.

 

 


Cinco frases polêmicas de Eurico Miranda na CPI do Futebol no Senado
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Daniel Brito

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Roberto, Romário e Eurico falaram em plenário vazio (crédito: Daniel Brito/UOL)

Está tudo lá nas notas taquigráficas do Senado Federal.

Eurico Miranda aproveitou a oportunidade de falar no microfone da Casa e deixou registradas algumas pérolas em seu discurso. Ele foi um dos convidados para depor na CPI do Futebol, na tarde desta quarta-feira, 14, mesmo sem, necessariamente, ter alguma ligação direta com a investigação sobre a CBF, tema central da comissão.

Chegou cerca de 10 minutos atrasados, e tomou conta da sessão. Levou alguns documentos, mas ficou impedido de exibi-los porque, durante um discusso inflamado contra a criação da Liga Sul-Minas-Rio, esbarrou no copo de água à sua frente e molhou a mesa. O outro convidado do dia, Roberto Andrade, presidente do Corinthians, apenas fez figuração. Alexandre Kalil, presidente da Liga Sul-Minas-Rio, deveria estar presente, mas recusou o convite. Evitou, assim, um embate público, porque Eurico não se furtou em atacar a aqueles que possuem opinião diferente, inclusive sobre a Liga.

Separei cinco frases marcantes do cartola vascaíno em Brasília nesta tarde.

“Passaram profissionais pelo meu clube que dinamitaram o Vasco”
Sobre a dívida que herdou ao assumir a presidência do clube.

“A CBF deveria matar [a Liga Sul-Minas-Rio] no nascedouro. Em 50 anos de gestão no futebol, nunca vi algo tão imoral e ilegal”
Sobre a criação da Liga, a qual, como se vê, é frontalmente contrário por dar “prejuízo aos clubes” que não participam.

“Com todo respeito, mas não compare Romário com Ronaldinho Gaúcho, por favor”
Interrompendo discurso do senador Hélio José (PSD-DF) sobre “os craques do futebol brasileiro”. Sobre esta afirmação do cartola, Romário, em entrevista após a sessão, disse: “Eurico disse algumas verdades aqui nesta CPI. Esta foi uma delas.”

“Se a CBF tentou me impedir de vir participar desta CPI? Não, mesmo que isso adiantasse alguma coisa para mim”.
Respondendo ao questionamento do deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP), que participou da sessão, a respeito de uma possível pressão da CBF para não comparecer à CPI.

“Muito cuidado com esse negocio de modernização do futebol”
Sobre os novos métodos de gestão do futebol brasileiro.


Eurico Miranda e Alexandre Kalil são convidados a depor na CPI do Futebol
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Daniel Brito

Eurico Miranda e Alexandre Kalil são esperados na próxima sessão da CPI do Futebol no Senado. A audiência com os dois cartolas está agendada para a tarde da quarta-feira, 14. Sessões em semana com feriado, como esta que entra, costumam ser menos frequentadas, mas a contar pelas discussões quentes das duas últimas reuniões, esta pode ser uma das mais barulhentas.

Eurico incentivou o Baixinho a entrar na política. Embora se considerem amigos, os dois se encontram em lados diferentes.

O Vasco deve muito à CBF. Conforme mostrou meu colega Rodrigo Mattos em seu blog no UOL Esporte, o clube de São Januário é o maior devedor da confederação, com R$ 16 milhões a pagar. E a CBF foi generosa: “O dinheiro terá de ser pago a longo prazo pelo balanço vascaíno. Do total do débito do clube, só R$ 1,2 milhão terá de ser quitado em 2014, sendo o restante de R$ 14,8 milhões nos anos seguintes”, explicou Mattos em sua página.

Romário não se furta em atacar a CBF seja nos discursos em plenário, ou nas entrevistas. Já foi advertido por senadores sobre sua postura, mas ele mantém-se disparando contra a entidade, a qual deu um novo significado para a sigla CBF: “Casa Bandida do Futebol”.

Rivalidade mineira em Brasília
Já Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, recém-eleito presidente da Liga Sul-Minas-Rio, reencontrará Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro. Os dois tiveram diversos embates públicos quando davam as cartas em seus clubes em Minas Gerais. Ao saber que Kalil seria convidado para a CPI, Perrella interveio: “Convoca ele também, uai”, pediu na última quarta-feira, 7.

Porque a convocação não pode ser recusada, já o convite sim, e cartolas dos clubes da liga presidida por Kalil foram todos convidados a comparecer à última audiência pública da comissão, mas cada um alegou um motivo para não se fazer presente.

Perrella elogiou a iniciativa de levar o atleticano à CPI, mas não deixou de provocar: “A gente discutia muito, cada um defendendo, obviamente, o seu clube, mas eu o respeito como dirigente, foi um excelente dirigente. Quando eu estava lá, ele não ganhou nada. Até brinquei com ele dizendo que depois que eu saísse ele teria alguma chance. E acabou sendo campeão da Libertadores. Mas é um grande dirigente. E a contribuição dele aqui eu sei que vai ser importante para a gente.”


Aidar se diz frustrado com Osório e que técnico teve prejuízo no São Paulo
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Daniel Brito

Na antessala da CPI do Futebol no Senado, Carlos Miguel Aidar chegou sozinho para participar da audiência pública desta quarta-feira, 7. O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, também participa da sessão.

Aidar conversou com este blogueiro com tranquilidade e frequentemente recusando chamadas no celular. “Meu telefone não para”. Ele veio a Brasília em um momento em que o São Paulo Futebol Clube ferve em fogo alto – Doriva foi anunciado como novo técnico do clube após saída de Juan Carlos Osorio.

Por 15 minutos, lamentou a saída do treinador colombiano, com quem ele se disse “frustrado”, e comentou sobre o entrevero com seu diretor Ataíde Gil Guerreiro. “Não houve agressão. Se houvesse, teria prestado queixa contra ele”, afirmou.

Por fim, listou os técnicos que podem assumir o São Paulo e revelou que Osório perdeu dinheiro no clube, por não ter feito um contrato em dólar.

O Sr. vem a Brasília em um momento difícil para o São Paulo Futebol Clube. A CPI está atrapalhando suas atribuições no Morumbi?
Foi um dia ruim, eu não quis ligar para desmarcar, porque é um dia inadequado, mas eu acho que o compromisso com a comissão e com o país é tão importante quanto o dia a dia do São Paulo lá. O telefone aqui não para, me afastei de São Paulo há algumas horas, jornalista eu não estou atendendo.

Não dava para ter segurado o Osório?
Bom, Osório…(suspiro). Por um lado foi uma importante conquista para o São Paulo, para o futebol brasileiro porque ele mostrou que existem outras práticas de treinamento, que eu pelo menos não conhecia. Por outro lado é frustrante, porque quando ele veio para o Brasil eu não sabia que o sonho da vida dele era treinar uma seleção que não fosse uma seleção do país dele. Para mim, estava claro que ele deixaria o São Paulo para treinar a Colômbia ou, eventualmente, a seleção brasileira. Ele vinha com essa determinação: treinar um grande clube brasileiro, reconhecidamente importante no futebol. Confesso que a saida dele me entristeceu. Fiquei realmente frustrado em saber que não era a seleção do país dele. Agora, treinar o México, na qual ele entra numa eliminatória com quatro seleções, classificam-se dois que vão para um hexagonal, que avançam dois….Enfim, confesso que fiquei frustrado com a saída. De qualquer maneira, é um direito dele, a cláusula que permitia rescisão unilateral quando assinamos o contrato sem aviso prévio valia para os dois lados. Ele exerceu aquilo que estava escrito.

E o que o São Paulo tem no seu horizonte próximo?
A gente tem que estabilizar emocionalmente a diretoria, pedi aos diretores para colocarem os cargos à disposição para me dar liberdade. E foi interessante porque todos, sem exceção, me deixaram à vontade. isso vai me permitir fazer uma reformulação na diretoria, inclusive política, e acho que consigo com isso fazer uma pacificação bastante boa lá.

O que, de fato, houve entre o senhor e o Ataíde?
O que houve foi uma discussão bem acalorada, que foge dos padrões de dois diretores, uma discussão conceitual, sobre gestão do futebol, e ele se excedeu. Ele despediu-se dos jogadores e disse que havia perdido o ambiente em função de um excesso que havia cometido. Não houve agressão física, como está sendo dito.

Não houve agressão?
Não, se houvesse, teria prestado queixa, logicamente. Não chegamos a isso. Houve uma discussão muito forte, aos berros, quem conhece o Ataíde sabe que ele é bastante impositivo na forma de argumentar, entre aspas. De repente a gente começou a conversar, de repente ele ficou de pé, e de repente se excedeu. Eu disse: “Ataíde, não tem como mais você estar na diretoria. Você está exonerado”. E com ele saiu a equipe dele. E agora vou reformular.

O sr. já tem o nome do técnico que vai dirigir o São Paulo Futebol Clube?
Estão falando aí no Aguirre, no Peseiro. (neste momento, Modesto Roma Junior se aproxima de Aidar no plenário do Senado). Estou pensando no técnico do Santos…(risos)

O técnico do Santos é brasileiro, não recebe em dólar, mais barato…
É, mas eu não pagava em dólar para o Osório. Aliás, ele teve um grande prejuízo, porque quando fechamos com ele, transformamos toda a remuneração dele em real e estava em R$ 3,50…Não! Era em R$3,12 na época o dólar. E fechamos nesse valor aí até o final. E você viu, o dólar bateu em R$ 4 e tanto e ele saiu perdendo.