Blog do Daniel Brito

Arquivo : esqui alpino

Após foto sensual e Jogos de inverno, esquiadora vem ao Rio fazer história
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Daniel Brito

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Ela encarou montanhas congeladas, e o perigo extremo do esqui slalom. Foi porta-bandeira do país nos Jogos de Inverno de Turim-2006 e Vancouver-2010. Figurou no centro de uma polêmica ao posar com poucos trajes para um calendário voltado para o público feminino. Agora, tornou-se a primeira mulher do Líbano a se classificar para os Jogos Olímpicos de verão.

Chirine Njeim, 31, estará no Rio-2016 como maratonista. Até então, toda mulher do Líbano que disputou os Jogos o fazia por intermédio de um convite do COI (Comitê Olímpico Internacional). A ex-esquiadora terminou em terceiro a maratona de Houston, Texas, com o tempo de 2h44min14 e conseguiu o índice.

Ela trilha um longo caminho no esporte, desde que saiu da casa dos pais, em Beirute, a capital do Líbano, aos 14 anos para se dedicar ao esqui. Em seguida, mudou-se para o meio-oeste dos Estados Unidos para estudar e se preparar para representar seu país nos Jogos de Inverno. Classificou-se para os Jogos de Salt Lake City-2002, onde estudava e treinava.

Era vista com estranheza pelos atletas. “As pessoas pensam que no Líbano só tem areia, camelo e deserto. Há bons picos nevados lá para esquiar”, disse Chirine.

Mas terminou na 36ª no slalom e 45ª no slalom gigante em Salt Lake-2002. Em Turim-2006, carregou a bandeira do Líbano na abertura, mas o resultado foi semelhante ao de quatro anos antes.

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No ano seguinte, teve de superar a morte do namorado, que também era seu treinador, vítima de um tumor no cérebro. Começou a participar de corridas de rua para condicionar-se fisicamente para as provas de slalom, uma das mais perigosas e desafiadoras dos Jogos de Inverno. Após a participação em Vancouver-2010, cujo melhor resultado foi a 37ª colocação no slalom Super G.

Durante um período em que se preparava na Áustria para tentar a vaga em Sochi-2014, recebeu um convite para posar para um calendário de fotos sensuais com ao lado da compatriota Jack Chamoun. As fotos causaram revolta do governo libanês, que entendeu ser um desrespeito por parte das garotas de se deixarem fotografar com poucos trajes. Jack teve de vir a público pedir desculpas. Chirine Njeim nunca falou sobre o caso.

Por problemas com a federação libanesa de esqui, não foi a Sochi.

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Já em 2015, com o episódio das fotos superado, Chirine dedicou-se às maratonas com o intuito de chegar ao Rio-2016. Correu três maratonas em três meses. Há uma semana, conseguiu superar a marca de 2h45 que lhe dava a vaga olímpica. E ainda conseguiu baixar em 15 minutos (quinze minutos) o recorde nacional da prova.

Pela marca que alcançou nas ruas de Houston, deve ter uma participação semelhante às que experimentou nos Jogos de Inverno, distante do pódio. Mas poderá se orgulhar de integrar a exclusiva lista dos cerca de 130 atletas que participaram tanto nos Jogos de inverno quanto nos de verão.

 


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