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Correios suspendem negociações para renovação de patrocínio com CBDA
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Daniel Brito

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Presidente há quase três décadas, Coaracy Nunes foi afastado da CBDA

Os Correios suspenderam as tratativas de negociação para renovação do patrocínio com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A medida é consequência direta de uma decisão judicial que afastou parte da diretoria da instituição esportiva, incluindo o presidente Coaracy Nunes, que ocupa o cargo desde 1988.

A decisão chega em um período importante para a confederação, já que faltam 20 dias para o fim do maior contrato de patrocínio da CBDA na atualidade. Os Correios investiram R$ 18 milhões no ano passado na confederação que gere cinco modalidades de desportos aquáticos (natação, nado sincronizado, polo aquático, saltos ornamentais e maratonas aquáticas).

Há 25 anos a entidade é patrocinada pela empresa estatal.  Caso o patrocínio não seja renovado, a CBDA sofrerá graves problemas para manter-se de pé e em funcionamento. No ano passado, a confederação somou R$ 40 milhões em receita, e a metade que não era oriunda dos Correios vinha de patrocinadores da iniciativa privada, com aportes pequenos, e Ministério do Esporte, por meio de convênio.

Em outubro último passado, os repórteres Fábio Aleixo e Guilherme Costa, meus companheiros de UOL Esporte, contaram que o processo de renovação de patrocínio envolvia uma diminuição nos valores. Porém, as negociações estão paralisadas. “As tratativas estão suspensas diante das indefinições da Confederação, uma vez que não tivemos, até o momento, a informação sobre designação de nova diretoria, ainda que provisória”, informaram os Correios, por intermédio de sua assessoria de imprensa.

Além de Coaracy Nunes, foram afastados Sérgio Alvarenga, diretor financeiro, Ricardo de Moura, coordenador de Natação e cotado para substituir Coaracy na próxima eleição da CBDA, e Ricardo Cabral, coordenador de polo aquático. O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo os denunciou por fraude em licitação, superfaturamento e desvio de dinheiro público.

O esquema foi descoberto pela operação Águas Claras e, segundo a MPF, pode ter causado um dano superior a R$ 1,2 milhão com verba pública que seria empregada na aquisição de equipamentos e materiais para a preparação de atletas de maratona aquática, polo aquático e nado sincronizado para a Rio-2016.

Os Correios informaram que tiveram acesso à denúncia do MPF na terça-feira, 8, e estão analisando se há situação semelhante com verba oriunda do patrocínio à CBDA.


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