Blog do Daniel Brito

Arquivo : Roraima

Número 2 do Esporte diz que sai, mas só com exoneração de Dilma
Comentários Comente

Daniel Brito

Marcos Jorge

Marcos Jorge assumiu a secretaria executiva do Ministério em novembro, após trapalhada do Planalto (divulgação)

O secretário-executivo do Ministério do Esporte, Marcos Jorge de Lima (PRB-RR), anunciou que vai seguir a resolução do partido e deixar o posto, o segundo na hierarquia do Poder Executivo na Esplanada. Mas não fará de forma espontânea, só quando a presidente Dilma Rousseff exonerá-lo.

“Continuo dando expediente normalmente no Ministério do Esporte, até uma decisão do governo quanto à possível transição. Estamos na véspera das Olimpíadas. Seria irresponsável abandonar o cargo antes de alguém assumi-lo”, revelou à repórter Jessica Laurie do jornal Folha de Boa Vista, da capital roraimense.

O PRB desembarcou do governo Dilma na semana passada, quando o presidente do partido, Marcos Pereira, anunciou publicamente o apoio ao impeachment da presidente da República. A legenda soltou comunicado informando que o ministro do Esporte, George Hilton, havia colocado o cargo à disposição, o que acabou se mostrando falso, porque o titular da pasta pulou do PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, para o PROS, e foi mantido – até agora.

Mas Marcos Jorge é presidente do diretório estadual do PRB em Roraima e o cargo no Esporte caiu no seu colo em novembro do ano passado, quando saiu do Palácio Planalto a exoneração, quase que de surpresa, do então secretário-executivo, Ricardo Leyser, atualmente secretário de Alto Rendimento.

Sem vínculo com esporte, teve de ser apresentado a dirigentes e até a atletas de renome, com quem jamais havia lidado. Evitou holofotes e, em silêncio, desengavetou projetos para seu Estado. Como os cerca de R$ 14 milhões para o Parque Anauá, em Boa Vista. Dos quais, R$ 5 milhões eram de emenda parlamentar do deputado federal e seu amigo Jonathan de Jesus (PRB-RR). Outros R$ 9 milhões para “Preparação de atletas e capacitação de recursos humanos para o esporte de alto rendimento”.

O Ministério do Esporte informou, via assessoria de imprensa, que não houve direcionamento político do investimento em Roraima e informou que os recursos são destinados a todas as unidades da federação. “No final de 2015, foram aprovados os projetos de Roraima e Bahia, Estados que ainda não haviam sido contemplados no programa da Rede Nacional de Atletismo”, explicou a pasta.

Já neste ano, Marcos Jorge ainda liberou quase R$ 1 milhão para a reforma da “Vila Olímpica Roberto Marinho” também em Boa Vista.

A fartura de dinheiro contrasta com um Estado que não tem tradição na formação de atletas. No Pan-Americano de Toronto, no ano passado, por exemplo, apenas um representante de Roraima estava na delegação nacional: Luiz Altamir, da natação, radicado no Ceará.

Agora, o secretário que não conhecia os atletas espera a assinatura de Dilma para deixar o cargo que assumiu em novembro. Com ele, outros membros do PRB levados por George Hilton ao Ministério do Esporte esperam a determinação da presidente Dilma para desembarcar: o secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), Carlos Geraldo (PRB-PE), além de Rogério Hamam (PRB-SP), secretário Nacional de Futebol.

Sem os correligionários de até então, George Hilton terá de montar nova equipe no segundo escalão a quase quatro meses para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Resta saber se no seu novo partido, o PROS, tem quadros capacitados para tamanha responsabilidade.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>