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Arquivo : Vicente Cândido

Diretor da Globo é convidado a colaborar com a CPI da Máfia do Futebol
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Daniel Brito

A CPI da Máfia do Futebol na Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 24, o convite ao diretor de direitos esportivos das Organizações Globo, Pedro Garcia. Ante um plenário vazio no final da manhã de hoje, o executivo teve o convite aprovado em decisão unânime.

Um cenário bem diferente da semana passada, quando o requerimento, de autoria de Fernando Monteiro (PP-PE), relator da CPI, foi derrubado da pauta após pedido de verificação de quórum por parte de Vicente Cândido (PT-SP), diretor da CBF e não é membro da CPI.

Nesta terça-feira, contudo, Cândido não estava no plenário da comissão no momento da votação e nem tampouco metade dos que assinalaram presença.

Garcia tem o direito de recusar o convite, se assim entedê-lo necessário, já que não se trata de uma intimação e nem é tido como investigado. Porém, o requerimento de Monteiro convida o executivo para “colaborar com os esforços desta CPI para esclarecer aspectos relacionados a contratos de marketing, direitos de mídia, patrocínios e eventos envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)”.

A apuração da Justiça dos Estados Unidos que acarretou na prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, vasculha, entre outras coisas, o pagamento de propina em transações de compra e venda de direitos de transmissão.

Os direitos de transmissão da Copa do Brasil, um dos alvos da investigação, pertencem à Globosat, uma das principais empresa das Organizações Globo, da qual faz parte o canal a cabo Sportv. O grupo mantinha acordo com a TV Bandeirantes e a ESPN Brasil para exibição do certame. Não há indícios de que elas possam ser alvo de investigação da Justiça dos Estados Unidos.


Diretor da CBF obstrui convocação da Globo para CPI da Máfia do Futebol*
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Daniel Brito

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Cândido é deputado pelo PT-SP, diretor da CBF e sócio de Marco Polo (Alan Marques/Folhapress)

Vicente Cândido acumula o cargo de deputado federal pelo PT de São Paulo e diretor de “assuntos internacionais” da CBF. Nessa terça-feira, 17, ele teve atuação pequena, porém decisiva, na CPI da Máfia do Futebol, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

No último minuto da sessão, o parlamentar pediu a verificação dos votos que aprovaram o convite a representante da Rede Globo para comparecer à CPI para esclarecer “aspectos relacionados a contratos de marketing, direitos de mídia, patrocínios e eventos envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)”.

O requerimento é de autoria de Fernando Monteiro (PP-PE), relator da comissão, e foi o último a ser apreciado nessa terça-feira, 17. Havia mais de duas horas que a sessão estava em curso. Mais cedo, Neymar da Silva Santos, pai do atacante Neymar do Barcelona, falara aos deputados. 

Cândido nem sequer é membro desta comissão parlamentar de inquérito, mas permaneceu o tempo inteiro no plenário, sempre calado. Até a aprovação do convite à Globo, que ocorreu de forma simbólica, dado que ja era o fim da sessão. Outros requerimentos haviam sido outorgados da mesma maneira naquela tarde sem necessidade de verificação de votos.

Porém, Cândido utilizou do artifício, uma tática conhecida de obstrução para evitar a aprovação pelo método simbólico. Posição contrária à de seu colega de partido, Sibá Machado (PT-AC), e de Silvio Torres (PSDB-SP). “Essa verificação vai derrubar a sessão”, alertou Torres.
Eram preciso 15 deputados em plenário para a aprovação, o que não ocorreu. Assim, o convite à Globo foi derrubado da pauta.

Vicente Cândido já nem estava em plenário quando o requerimento foi derrubado. Ele é sócio de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, no escritório de advocacia em São Paulo que leva o nome dos dois: “Marco Polo Del Nero e Vicente Cândido Advogados”. Em sua campanha para deputado federal em 2014, Cândido declarou ter recebido uma doação de R$ 100 mil do escritório. Ele foi vice-presidente da Federação Paulista de Futebol enquanto Del Nero esteve à frente da entidade.

Não é a primeira vez que a verificação de votos é evocada na CPI da Máfia do Futebol em assuntos que tocam a TV Globo e a CBF. Na reunião de 14 de abril, o deputado Arnaldo Faria de Sá, ex-presidente da Lusa, utilizou desse instrumento para barrar o encaminhamento da cópia de todos os contratos de direitos de transmissão firmados entre a Rede Globo  e a CBF. Foram necessárias duas semanas até que o requerimento voltasse à pauta e fosse aprovado em plenário.

O convite à Globo pode ser incluído na pauta das próximas sessões.

*Atualizado às 17h15: a assessoria de imprensa de Vicente Cândido enviou mensagem ao blog informando que a sociedade entre o parlamentar e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi desfeita em dezembro de 2015. Portanto, os dois não mais possuem sociedade em escritório de advocacia, de acordo com a assessoria de Cândido.


Como votaram os deputados ligados ao futebol e a outros esportes
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Daniel Brito

A votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, encerrada nas primeiras horas desta segunda-feira, 18, contou com apoio dos parlamentares que tem ligações políticas com o esporte no país. Os
deputados federais que mantém ligações com a CBF se dividiram pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, como mostrou o meu companheiro de blog no UOL Esporte, Rodrigo Mattos. A confederação conta com nada menos que dois diretores e um vice-presidente na Câmara dos Deputados.

Outros parlamentares que compõem a “bancada do esporte” – que inclui não só o futebol, mas esportes olímpicos, paraolímpicos e até ex-ministros – optaram majoritariamente no “sim” ao impedimento da presidente.

Um dos líderes da bancada da bola e relator da abertura do processo de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), como era de se esperar, foi a favor do afastamento de Dilma. Seguiram o entendimento do goiano os deputados Goulart (PSD-SP), que tem o apoio da “Gaviões da Fiel’, Darcísio Perondi (PMDB-RS), que já recebeu doações de campanha da CBF e irmão de um ex-vice da confederação, Afonso Hamm (PP-RS) e Washington Reis (PMDB-RJ), membros da bancada da bola.

Também votaram “sim” o presidente da CPI da Máfia do Futebol, recém-instalada na Câmara, Laudívio Carvalho (SD-MG), Jaime Martins (PSD-MG), dirigente do Guarani de Divinópolis, Arnaldo Faria de Sá, ex-presidente da Portuguesa, Otávio Leite (PSDB-RJ), que, em 2015, relatou a MP do Futebol, Sílvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI CBF/Nike, o ex-goleiro Danrlei (PSD-RS), Rogério Marinho (PSDB-RN), dirigente do ABC de Natal, Deley (PTB-RJ), o ex-armador do Fluminense, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), ex-presidente do STJD da CBF, e Evandro Rogério Roman (PSD-PR), ex-árbitro de futebol.

Ex-ministros dizem “não”
Pela rejeição ao processo de impeachment manifestaram-se o presidente da Federação Amapaense de Futebol, Roberto Góes (PDT-AP), José Rocha (PR-BA), cartola do Vitória da Bahia e recebedor de doações declaradas de campanha eleitoral da CBF, e Andres Sanchez (PT-SP), partidário da presidente Dilma e ex-presidente do Corinthians.

Os ex-ministros do Esporte Orlando Silva (PCdoB-SP) e George Hilton (PROS-MG) votaram “não”. O ex-judoca João Derly (Rede-RS) votou “sim”, assim como Márcio Marinho (PRB-BA), presidente da Comissão de Esporte da Câmara. Manifestação idêntica à de Mara Gabrilli (PSDB-SP), que mantém projetos voltados para desporto paraolímpico.


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