Blog do Daniel Brito

Arquivo : Comissão de Esporte da Câmara

Deputado defensor da “cura gay” assume Comissão de Esportes da Câmara
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Daniel Brito

A Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados tem como seu mais novo presidente o parlamentar Ezequiel Teixeira (PTN-RJ). Ele substitui Cesar Halum (PRB-TO), que chefiou a comissão durante o ano de 2016. A eleição de Teixeira é, no mínimo, polêmica porque ele tem pouca ligação com esporte de uma maneira geral e ganhou os holofotes da mídia em duas controversas oportunidades.

Pastor evangélico, ele é um dos defensores mais ferrenhos do projeto de lei da “Cura Gay”. Quando foi secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, na gestão de Pezão (PMDB-RJ), fechou quatro centros de assistência à população LGBT, declarou-se contra o casamento homossexual. De  acordo com o jornal Extra, do Grupo Globo, Teixeira foi exonerado do cargo no Executivo estadual após defender a “cura espiritual de gays”.

Pastor Ezequiel Teixeira é do PTN do Rio

Ele já foi presidente da subcomissão de acompanhamento de obras olímpicas na Câmara, que tinha por objetivo fiscalizar o bom emprego de recursos públicos na construção das arenas olímpicas e paraolímpicas do Rio-2016. Agora, na condição de presidente da Comissão de Esporte, critica a corrupção nas obras das quais estava encarregado de fiscalizar.

“Pude constatar o desperdício de dinheiro público e a lamentável bandalheira no que deveria ser um grande legado para o esporte do país. Apontamos e denunciamos as diversas irregularidades no superfaturamento das obras. Tivemos bilhões de recursos públicos investidos e, hoje, o que vemos são obras faraônicas abandonadas”, disse Ezequiel Teixeira, ao ser eleito.

É na Comissão de Esporte da Câmara em que parlamentares se organizam para estudar e votar as propostas ou proposições, antes que elas sigam para discussão no grande Plenário. O Plano Nacional de Desporto, por exemplo, é uma das questões em pauta na comissão. Ele estipula como meta de incluir e manter o Brasil entre as dez maiores potências olímpicas, as três maiores paralímpicas e as três maiores potências desportivas militares do mundo, nos dois próximos ciclos olímpicos, além de universalizar a prática esportiva nas escolas, entre outros temas.

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DESPEDIDA

Este é o último texto do Blog do Brito no portal UOL.

Despeço-me do Grupo Folha e dos amigos leitores com a certeza de que voltaremos a nos encontrar. Levo muito boas lembranças de um período intenso e recompensador.

Abraço


Deputado quer sede da CBF no DF para evitar benefícios a clubes cariocas
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Daniel Brito

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Justificativa de Alberto Fraga (DEM-DF) para o projeto cita campeonato do ano 2000

Tramita em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados um projeto de lei no mínimo controverso. Proposta do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) transfere para o Distrito Federal a sede de todas as confederações desportivas do país. A alegação do parlamentar é polêmica.

“É mais do que evidente, por exemplo, no caso do futebol, que os clubes do Rio de Janeiro vêm sendo beneficiados com decisões que afrontam a dignidade e a moralidade desportiva”, disse o deputado, referindo-se à CBF, que tem sede no Rio. “Veremos a evolução do esporte brasileiro e evitaremos corrupção e escândalos que impedem a prática sadia do desporto”, defendeu Fraga.

O parlamentar tem pouca ligação com o esporte. Ele foi o mais votado pela população do Distrito Federal nas eleições de 2014, com 155 mil votos. É um dos líderes da chamada bancada da bala, grupo informal de deputados que atua na Câmara em temas relacionados à segurança pública.

Neste projeto de lei apresentado na Câmara, o deputado parece estar um pouco desatualizado. Justifica que no ano de 2000 (sim, dezessete anos atrás) houve casos de favorecimento a clubes do Rio. Na época, a entidade ainda era presidida por Ricardo Teixeira. É importante lembrar que em 2000 o campeonato brasileiro foi disputado em meio a polêmicas e com o nome de “Copa João Havelange”, por causa de problemas envolvendo o Gama, time do Distrito Federal, o Botafogo e o São Paulo.

Transferindo as sedes para Brasília, acabariam (ou diminuíram) o regionalismo nas questões administrativas – esquecendo-se o deputado que Brasília também tem time de futebol.

A CBF preferiu não se manifestar sobre o tema.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Esporte; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Congresso volta aos trabalhos com projetos para “domar” torcedores violentos
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Daniel Brito

O ano de 2017 começa só agora, nesta primeira semana de fevereiro, para senadores e deputados federais no Congresso Nacional, com a eleição da mesa diretora das duas casas. Além de uma grave e crônica crise política, os parlamentares têm na pauta deste ano projetos sobre futebol apresentados no ano passado (ou retrasado) que não conseguiram uma brecha na agenda parlamentar.

Muitos dos quais dizem respeito à violência nos estádios. Alguns são pertinentes, outros, burocráticos ou até mesmo estapafúrdios. Em quase todos, a CBF passa ao largo das cobranças por mudanças.

Entre os mais estrambólicos está a proposta que exige relatório de viagem aos motoristas de ônibus que transportarem exclusivamente torcedores. Já foi aprovada na comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, tramita, de forma conclusiva, ainda por mais três comissões na Câmara. A proposta é do deputado federal Rômulo Gouveia (PSD-PB).

Outro parlamentar paraibano, Wilson Filho (PTB-PB) quer alterar o estatuto do torcedor ao propor que o torcedor que promover tumulto ou praticar violência em estádios só terá direito à liberdade provisória após pagar fiança equivalente a 1% da renda bruta do jogo. É chover no molhado, porque o estatuto já prevê esse tipo de sanção para quem comete tais crimes, só não há um valor estipulado. Ademais, identificar todos os torcedores em caso de confronto generalizado nas dependências do estádio é pouco comum. A lei determina ainda que o acusado pode pegar pena de reclusão de um a dois anos.

Casa de ferreiro. Espeto de pau
O projeto do deputado Andre Moura (PSC-SE) determina punições para atos praticados por torcidas organizadas mesmo quando não houver partidas em disputa e aumenta de três para cinco anos o tempo de afastamento do condenado por atos violentos relacionados a eventos esportivos.

Esta proposta, aprovada na Câmara, já está no Senado. O curioso é que este mesmo Senado recebeu em uma audiência pública com juristas, em novembro, André Azevedo, presidente da torcida Dragões da Real e réu por invadir o CT do São Paulo em agosto, para protestar contra a má fase do clube no Brasileiro-2016. Em outubro, o blog Bastidores F.C., do globoesporte.com, informou que ele foi um dos 12 torcedores denunciados pelo Ministério Público pela invasão, todos proibidos de frequentarem partidas do clube, Azevedo precisou pedir autorização à Justiça para poder viajar a Brasília.

Sem detector não tem evento
Em novembro passado, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou projeto que obriga a instalação de detectores de metais nas portarias de todos os estádios, ginásios e construções onde são realizadas competições esportivas no País. Os que não se enquadrarem em um prazo de 360 dias, terão a concessão revogada ou não concedida.

O projeto é de Dâmina Pereira (PMN-MG), e data de 2015, quando ainda estavam em obras as arenas utilizadas nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Por padrões internacionais de segurança, todos os locais de competição da Rio-16 contavam com detectores de metal na entrada.

Quem quer falar de futebol com Brasília em chamas?
Quase todos os projetos ainda têm um caminho relativamente longo até concluir os trâmites no Congresso e ser sancionado. Basta tomar como exemplo a proposta do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), segundo a qual está garantido o livre exercício de manifestação e a liberdade de expressão aos torcedores nos locais onde são realizados os eventos desportivos.

Entrou na pauta ainda durante os Jogos Olímpicos-2016, quando diversos torcedores nas arenas foram impedidos de se manifestar, especialmente de forma política, com mensagens como “Fora, Temer”. O projeto foi aprovado sem alterações na Comissão de Esportes e aguarda análise na Constituição e Justiça e de Cidadania. Ou seja, para resolver um problema agudo ainda em agosto, a Câmara demorou quase seis meses.

Imagine quanto tempo levará até que todas essas propostas sejam postas em pauta, ainda mais em um cenário político de completo caos em que se encontra a Brasília de 2017?


COB escala ex-diretor da Rio-16 como “bombeiro” nas confederações em crise
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Daniel Brito

O novo diretor executivo de esportes do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Agberto Guimarães 59, tem como uma de suas missões atuar como “bombeiro” nas confederações que estejam em crise. Atualmente, pelo menos três entidades filiadas ao comitê atravessam momento de grave turbulência: taekwondo (CBTKD), basquete (CBB) e desportos aquáticos (CBDA).

“Neste meu retorno ao COB, uma das missões que me foi dada pelo presidente Nuzman diz respeito a trabalhar mais junto às confederações para incrementar ou ajudar a melhorar a governança, gestão, prestação de contas, todo esse tipo de coisa. Todo problema de gestão atrapalha e interfere no objetivo fim, que é trabalhar com os atletas no alto rendimento”, disse Guimarães.

Ele está no cargo desde outubro deste ano, após o fim dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Até então, trabalhara como diretor de esportes da Rio-16. Também estivera envolvido no comitê de candidatura-2016, e no Pan do Rio-07. Antes disso, atuara no COB na área de solidariedade olímpica. Nos anos 1980, foi um dos grandes meio-fundistas do país, com três participações olímpicas: Moscou-80, Los Angeles-84 e Seul-88.

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Agberto Guimarães disputou três Olimpíadas como corredor (reprodução/TV Câmara)

Em seu discurso, durante sessão na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, na semana passada, em Brasília, Guimarães deixou claro que o COB vai participar muito mais da gestão das confederações, muitas delas mantidas quase que 100% com recurso da Lei Piva, gerido pelo comitê.

“Nessa reestruturação que foi feita agora com nossa equipe de esportes, dividimos as tarefa. Vamos ter uma área que vai cuidar especificamente do relacionamento com as confederações e também oferecendo um apoio às confederações para melhorar o processo de gestão e administração de cada uma delas. Área será lidera pela Adriana Behar e sua equipe”, explicou, citando a vice-campeã olímpica no vôlei de praia, atualmente gerente de planejamento e relacionamento com as confederações do COB.

“O objetivo é oferecer ferramentas para que o processo de gestão melhore. As confederações que hoje têm problemas, precisam resolvê-los. O COB vai, sempre que for necessário, apoiá-las porque são problemas que também nos afetam, se não forem resolvidos”, explicou Guimarães.

Atualmente, a entidade está envolvida na crise pela qual atravessa o basquete brasileiro. A FIBA (Federação Internacional de Basquete) nomeou um interventor para administrar a entidade. O COB, embora não use a palavra “intervenção” e sim apenas “suspensão”, diz estar em contato com a federação internacional e com o “interventor” para tentar encontrar uma solução até o final de janeiro de 2017.


Deputados ignoram visita do COB, mas viajam à Oceania para conhecer comitês
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Daniel Brito

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Olimpicamente ignorados:: Bichara (à dir.) fala para plenário vazio na comissão de esporte (Daniel Brito/UOL)

Dois diretores do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) foram convidados para participar de uma audiência pública na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, na quarta-feira, 7. Agberto Guimarães, novo diretor-executivo do COB, e Jorge Bichara, gerente-geral de alto rendimento da entidade, compareceram ao local no dia e horário combinados.

O tema da audiência pública era a participação da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Falaram por quase duas horas. Porém, para um plenário vazio, durante a maior parte do tempo se um único deputado, nem sequer na mesa para mediar o debate.

Para não dizer que os dirigentes do COB foram ignorados por todos os 42 parlamentares que compõem a comissão do esporte, somente Arnaldo Jordy (PPS-PA) e João Derly (Rede-RS) participaram da sessão. Muito embora, o quórum oficial tenha sido de 20 parlamentares, que marcaram presença mas não sentaram-se para ouvir o que diziam Guimarães e Bichara.

Jordy e Derly participaram porque foram os autores do requerimento para convocar os dirigentes do COB à Câmara. Jordy comandou a mesa durante quase todo o tempo, mas ausentou-se por cerca de 15 minutos, e Agberto e Bichara se viram numa situação constrangedora e fora de todos os protocolos: havia zero deputado na plateia. A dupla falava apenas para um punhado de assessores e que ocupava as cadeiras do fundo, desinteressados.

Eu era o único representante da imprensa na sala. E até eu tive a oportunidade de fazer perguntas, para que a viagem de Agberto e Bichara a Brasília não fosse perdida, na ausência de quem mais pudesse participar e incentivar o debate. Derly chegou com 1h30 de atraso e justificou a ausência com compromissos em outras comissões e fora da Câmara.

Embora os deputados tenham feito pouco caso para a presença de representantes do COB na Câmara, alguns deles mostraram bastante disposição para atravessar o mundo há um mês e ir à Austrália e Nova Zelândia para conhecer os respectivos comitês olímpicos. Roberto Alves (PRB-SP), José Rocha (PRB-BA), Flávia Morais (PDT-GO), Arnaldo Jordy (PPS-PA), Evandro Roman (PSD-PR),César Halum (PRB-TO), Roberto Góes (PDT-AP).

Foram 11 dias na Oceania, claro, tudo pago pela Câmara.

“A experiência in loco ajuda a conseguir formar uma visão sobre como deve ser construído esse sistema no Brasil”, disse Evandro Roman, ex-árbitro de futebol, após a viagem, ao site da Câmara. Ele foi um dos que marcou presença mas passou longe da comissão enquanto Agberto Guimarães e Jorge Bichara falavam da realidade brasileira do esporte olímpico.

E, agora, com a experiência “adquirida” na Austrália e Nova Zelândia, mas sem ouvir o que o COB tem a dizer, os deputados planejam um projeto de lei para mudar os critérios de distribuição da verba proveniente da Lei Piva, que separa 1.7% do prêmio das loterias federais ao comitê. O que deve ficar para o próximo ano.


Deputados batem boca em sessão que derruba projeto polêmico contra CBF
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Daniel Brito

A CBF venceu uma batalha importante na Câmara dos Deputados e impediu que a seleção brasileira fosse considerada patrimônio cultural. Na prática, se este projeto passasse, faria com que todas as transações de patrocínio  ou até direitos de transmissão pudessem ser acompanhados pelo Ministério Público. É um projeto de lei do deputado Silvio Torres (PSDB-SP), que tramita na Câmara desde 2007 e é frequentemente derrubado pela bancada da CBF.

Na tarde desta quarta-feira, 23, a proposta, que é uma maneira de dar transparência às negociações envolvendo o nome da seleção brasileira, perdeu por nove votos a cinco, após tumultuada sessão na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

A reunião teve quase duas horas de duração e contou com quase toda a bancada da CBF. A começar pelos deputados que acumulam cargo na confederação, como o diretor de assuntos internacionais da entidade, Vicente Cãndido (PT-SP), o diretor de ética e transparência, Marcelo Aro (PHS-MG). Além de José Rocha (PR-BA), que declarou em campanhas eleitorais passadas ter recebido doações em dinheiro da CBF; Roberto Góes, presidente da Federação Amapaense de Futebol desde 2011; Andres Sanchez (PT-SP), ex-presidente do Corinthians; Deley (PTB-RJ), ex-jogador do Fluminense; e Rogerio Marinho (PSDB-RN), indicado a um cargo na Conmebol pela CBF.

Aro, que não é membro da comissão, logo, não tem direito a voto, protagonizou um dos momentos mais tensos da reunião ao discutir com João Derly, relator do projeto. Derly é a favor da transformação da seleção brasileira em patrimônio cultural e pediu que os deputados Vicente Cândido, Marcelo Aro e Roberto Góes se declarassem impedidos de votar, por terem vínculo com a CBF, diretamente interessada na pauta.

Góes defendeu-se dizendo que era presidente da federação de seu Estado antes mesmo de tornar-se deputado federal. Cândido disse que não haveria motivo para não votar. E Aro resolveu partir para o confronto.

“O deputado João Derly sabe que não há incompatibilidade, primeiramente. Segundo lugar, nós entramos aqui [na Câmara] pela mesma porta, os votos dos eleitores não valem mais que os meus, e nem os meus valem mais que os dele. Sobretudo, nem sequer eu faço parte desta comissão, o deputado João Derly mostra desconhecimento do regimento interno e da comissão da qual faz parte. Então, peço que ele cuide do mandato dele, das pessoas que ele representa e não do meu mandato. Pode ter certeza que eu sei cuidar do meu mandato, sempre o tratei com maior respeito, mas se Derly quer ir para um debate baixo, eu não me furto ao debate. Estarei aqui pronto para fazer o debate, porque eu nenhuma matéria do judô eu pedi para o senhor não votar”.

Derly desculpou-se pelo equívoco de incluir Aro como um dos votantes e disse que não teve a intenção de atacar a ninguém. Mas o deputado de Minas Gerais, que é um dos fieis escudeiros do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, hoje preso em Curitiba, continuou. “Não foi a primeira vez [que fui atacado]”, emendou Aro. Ele prosseguiu vociferando contra Derly fora dos microfones, que não deu continuidade à conversa.

Ao final da sessão, venceu a bancada da CBF.

O projeto perde o caráter conclusivo, volta para votação no plenário, sem data ainda. “Posso perder hoje, mas colocarei este projeto na pauta de novo no próximo ano e quantas vezes puder”, disse Silvio Torres.

Votaram contra o projeto de Silvio Torres os seguintes deputados:
Cesar Halum (PRB-TO)
José Rocha  (PR-BA)
Andres Sanchez (PT-SP)
Roberto Alves (PRB-SP)
Roberto Goes (PDT-AP)
Rogério Marinho (PSDB-RN)
Marcelo Mattos (PHS-RJ)
Vicente Cândido (PT-SP)
Goulart (PSD-SP)

Votaram a favor do projeto:
João Derly (Rede-RS)
Edinho Bez (PMDB-SC)
Fabio Mitidieri (PSD-SE)
Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE)
Arnaldo Jordy (PPS-PA)


Militares flagrados no doping serão excluídos com cinco meses de atraso
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Daniel Brito

Os sargentos Alex Arseno e Uênia Fernandes serão excluídos das Forças Armadas do Brasil nos próximos dias por uso de doping. Eles são ciclistas e integram o programa de alto rendimento da Aeronáutica. Testaram positivo para EPO e, conforme prevê o edital que os selecionou para entrar para a caserna, devem ser desligados da instituição.

Tudo muito bem não fosse pelo fato de que os dois estão sem competir desde janeiro, quando receberam o gancho pelo doping na última instância da corte esportiva brasileira. De lá para cá, mantiveram-se nos quadros da Aeronáutica recebendo religiosamente seus R$ 3.2 mil mensais da União – este é o salário para o atleta-militar do programa de alto rendimento.

São, portanto, cinco meses recebendo sem trabalhar – sim porque eles só estão nas Forças Armadas porque são atletas e deveriam representar a instituição em competições e, quem sabe, chegar até aos Jogos Olímpicos. Suspensos, não podem exercer a atividade para a qual foram admitidos na Aeronáutica.

De onde depreendemos que ainda não chegou ao programa de esportes para atletas olímpicos das Forças Armadas a famosa rigidez na conduta tão respeitada pelos militares.

Basta lembrar do caso do nadador João Gomes Jr., que ficou suspenso por seis meses no início de 2015, mas não foi excluído do programa.

Na semana passada, perguntei à cúpula da CDMB (Comissão Desportiva Militar do Brasil), que participava de audiência pública na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, sobre a demora na resolução do caso de Alex Arseno e Uênia Fernandes. O vice-almirante Paulo Martino Zuccaro, recém-empossado no cargo de diretor do departamento de desporto militar, pregou cautela nos julgamentos de caso de doping para “evitar injustiças”.

É que as Forças Armadas promovem outro arbítrio após o atleta-militar ser punido por sua confederação em caso de doping. Ou seja, ele pode ser punido esportivamente, mas na esfera militar ainda existe a possibilidade de se livrar de alguma sanção.

No caso de Alex Arseno, ele admitiu em textão publicado em sua página numa rede social o uso de EPO e anunciou o fim da carreira – ele é reincidente em exames positivo para substâncias proibidas. Ainda assim, ele foi mantido nos quadros da Aeronáutica. Não por muito tempo.

Já Uênia foi campeã na prova de estrada por equipe nos Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul. A competição foi em outubro do ano passado, um mês após o teste em que foi flagrada com EPO no organismo – o resultado ainda não havia saído. O Brasil deve perder esta medalha de ouro.

O blog foi informado pela assessoria das Forças Armadas na terça-feira e na quinta-feira que os dois devem ser excluídos da corporação “ainda nesta semana”.

A saber se eles terão de devolver os salários que receberam enquanto estiveram impedidos de competir.


Basquete feminino tenta há cinco anos naturalizar atleta para a seleção
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Daniel Brito

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Cubana Ariadna está no Brasil há 10 anos e hoje defende o Americana-SP (Divulgação)

A ideia é fazer algo semelhante ao que a seleção comandada pelo argentino Rúben Magnano já fez. Transformar um talento estrangeiro, desperdiçado ou esquecido pelo seu país de origem, em atleta do Brasil para disputar os Jogos Olímpicos pelo selecionado feminino.

No masculino, o escolhido foi o armador Larry Taylor, nascido em Chicago, mas naturalizado nos idos de 2011 para reforçar o Brasil em Londres-2012. Calhou de ele atuar no NBB (Novo Basquete Brasil) por um bom tempo, saber português, ter uma certa bagagem, e desempenhar uma função até então carente no escrete de Magnano.

Esse é o problema no feminino. Grande parte das estrangeiras que aqui estão chegaram há pouco tempo, o que dificulta (mas não inviabiliza) no processo de naturalização, ou desempenham função na qual a seleção está bem servida, que é o caso das pivôs e alas-pivôs. Às vezes, as duas coisas juntas impedem que a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) concretize seu planejamento.

Na semana passada, por exemplo, encontrei-me com o presidente da CBB, Carlos Nunes, na porta do Ministério do Esporte, em Brasília. Em um papo de 10 minutos, ele me contou que estava confiante quanto à liberação da verba de convênio para o time feminino e, quando perguntado sobre uma possível naturalização de uma atleta, Nunes me agradeceu: “Pois é, rapaz, a gente está vendo isso aí. Foi bom você me lembrar, porque vou até cobrar uma posição do departamento técnico.”

Em novembro do ano passado, após uma audiência pública da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, o diretor técnico da CBB, Vanderlei Mazzuchini me contou que havia uma procura por uma jogadora estrangeira. Citei o caso da cubana Ariadna, ala-armadora hoje no Americana, de São Paulo. “É uma opção. Mas ela não pode, eu acho”, disse-me Mazzuchini.

Ariadna não esconde o desejo de defender o Brasil, mas esbarra em alguns problemas: ela não é armadora, mas ala-armadora, e o mais grave de todos, defendeu o selecionado adulto de Cuba no Pan de Santo Domingo, em 2003, o que a impede de atuar por outra equipe nacional. “Mas eu adoraria, pena que não posso”, comentou Ariadna, em entrevista por telefone em novembro do ano passado.

Desde 2011 que a CBB menciona a possibilidade de naturalizar uma armadora. Hortência, então diretora da confederação, disse à Folha de S.Paulo em janeiro daquele ano que procurava uma atleta para substituir Adrianinha, que iria deixar a seleção após Londres-12. Adrianinha até anunciou aposentadoria do time nacional, mas teve de voltar por falta de opções. Os anos se seguiram, e a ideia manteve-se viva de alguma maneira do departamento técnico da CBB. Chegou 2016, estão chegando os Jogos Olimpicos e a seleção feminina não conseguiu 1) trabalhar a base suficientemente bem para desenvolver jogadoras de nível internacional e 2) ninguém conseguiu executar o plano de naturalizar uma atleta para defender o Brasil no Rio-2016.


Deputada de Goiás quer bolsa atleta para crianças de 8 anos de idade
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Daniel Brito

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Crédito: Divulgação/Câmara

No apagar das luzes de 2015, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) conseguiu aprovar na Comissão de Esporte na Câmara dos Deputados seu projeto de reduzir para 8 anos a idade mínima para que um atleta possa receber a bolsa atleta do Ministério do Esporte.

O projeto original, de autoria do deputado Laércio Oliveira (SD-SE), fixava em 14 anos para se tornar apto a receber o benefício Mas a parlamentar de Goiás reduziu para uma faixa etária que as crianças mal decidiram qual esporte querem praticar e que dificilmente se encontra campeonatos até mesmo em nível estadual no país. “Ao diminuir a idade, o objetivo é aprimorar a formação dos futuros atletas, notadamente os de idade escolar. Porque quanto antes for iniciada a pratica desportiva, mais eficiente será o treinamento e maior oportunidade de obtenção de títulos no futuro”, justificou Flávia Morais, durante sessão da Comissão de Esporte da Câmara, em 16 de dezembro, na última audiência do ano.

As crianças a partir dos 8 anos contempladas passariam, portanto, a receber mensalmente R$ 300 da União para manter-se praticando esportes. “Como se trata de uma bolsa para incentivar a prática esportiva, não há impedimento legal, pois não está vinculado a contra-prestação”, argumentou a parlamentar.

O bolsa atleta do Ministério do Esporte completou uma década de existência no ano passado e beneficiou mais de 6 mil atletas em 2015, desde o nível escolar (a partir dos 14 anos), com R$ 300 mensais, até o nível  olímpico/paraolímpico, com R$ 3.1 mil por mês. O programa investiu cerca de R$ 160 milhões apenas em 2015.

O projeto de Flávia já venceu a primeira etapa sem objeção, que foi a aprovação  na Comissão de Esporte. Tramitará agora nas comissões de Finanças e Tributações, Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.


Estrangeiros vão treinar mais no Rio antes da Olimpíada do que brasileiros
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Daniel Brito

Poluída ou não, a Baía de Guanabara não pode ser considerada uma região desconhecida para os velejadores nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ingleses, franceses, americanos, e outros estrangeiros completarão três anos de rotina quase que diária de treinamentos no local que receberá as provas de vela em agosto próximo.

Os times mais fortes da modalidade botaram praça e instalaram suas bases em diversos pontos da Baía e dedicam-se a estudar o local, as marés, as correntes de vento, o clima e a poluição que predominam na raia olímpica. Disputam até a Copa Brasil de Vela, encerrada há dez dias, principal competição no calendário nacional.

E mais: quando os Jogos Olímpicos do Rio-2016 começarem, terão mais horas de treino na maré da Guanabara do que a própria equipe brasileira. “Algumas equipes internacionais já treinaram igual ou mais que a seleção brasileira de vela na raia olímpica na Baía de Guanabara”, apontou Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela (Confederação Brasileira de Vela).

“Os Estados Unidos não se encontram na melhor fase na nossa modalidade, mas estão aqui [na Baía de Guanabara] há um bom tempo. Mas as potencias Inglaterra, Austrália, França, que fez nos últimos quatro anos um trabalho impressionante, estão na Baía de Guanabara treinando e conhecendo tudo desde 2013”, acrescentou o cartola.

Na Copa Brasil, por exemplo, os ingleses ficaram com sete medalhas, sendo quatro de ouro. Eles são tidos como os grandes rivais da seleção brasileira nos Jogos-2016. “Brasil e Reino Unido são inimigos dentro da água, não trocamos nenhuma informação, quando o assunto é competição. Mas fora da água, a gente coopera, passa informações, até porque, politicamente, eles nos ajudaram em Londres-2012 e nós os ajudamos em 2016 em vários pontos”, explicou o presidente da CBVela.

Culpa no ministério
Segundo Ribeiro, a responsabilidade pelo pouco tempo de treinamento dos brasileiros na região é pelos critérios exigidos para receber o bolsa pódio, programa do Ministério do Esporte, que contempla os melhores brasileiros no ranking mundial com até R$ 15 mil mensais.

“Nosso atleta é obrigado a correr atrás de resultado lá fora para poder ter ranking mundial e estar no bolsa pódio. Enquanto que o estrangeiro fica no Brasil treinando. No primeiro semestre de 2016, o atleta brasileiro vai passar quatro meses no exterior. Um velejador daqui faz pelo menos dez competições internacionais no mesmo ano. Se ele não está no ranking, perde o acesso ao bolsa podio, porque precisa daqueles resultados, e a bolsa pódio é muito importante para ele e para nós”, justificou Ribeiro.

As declarações foram dadas em audiência pública na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília.

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