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Arquivo : João Derly

Deputados ignoram visita do COB, mas viajam à Oceania para conhecer comitês
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Daniel Brito

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Olimpicamente ignorados:: Bichara (à dir.) fala para plenário vazio na comissão de esporte (Daniel Brito/UOL)

Dois diretores do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) foram convidados para participar de uma audiência pública na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, na quarta-feira, 7. Agberto Guimarães, novo diretor-executivo do COB, e Jorge Bichara, gerente-geral de alto rendimento da entidade, compareceram ao local no dia e horário combinados.

O tema da audiência pública era a participação da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Falaram por quase duas horas. Porém, para um plenário vazio, durante a maior parte do tempo se um único deputado, nem sequer na mesa para mediar o debate.

Para não dizer que os dirigentes do COB foram ignorados por todos os 42 parlamentares que compõem a comissão do esporte, somente Arnaldo Jordy (PPS-PA) e João Derly (Rede-RS) participaram da sessão. Muito embora, o quórum oficial tenha sido de 20 parlamentares, que marcaram presença mas não sentaram-se para ouvir o que diziam Guimarães e Bichara.

Jordy e Derly participaram porque foram os autores do requerimento para convocar os dirigentes do COB à Câmara. Jordy comandou a mesa durante quase todo o tempo, mas ausentou-se por cerca de 15 minutos, e Agberto e Bichara se viram numa situação constrangedora e fora de todos os protocolos: havia zero deputado na plateia. A dupla falava apenas para um punhado de assessores e que ocupava as cadeiras do fundo, desinteressados.

Eu era o único representante da imprensa na sala. E até eu tive a oportunidade de fazer perguntas, para que a viagem de Agberto e Bichara a Brasília não fosse perdida, na ausência de quem mais pudesse participar e incentivar o debate. Derly chegou com 1h30 de atraso e justificou a ausência com compromissos em outras comissões e fora da Câmara.

Embora os deputados tenham feito pouco caso para a presença de representantes do COB na Câmara, alguns deles mostraram bastante disposição para atravessar o mundo há um mês e ir à Austrália e Nova Zelândia para conhecer os respectivos comitês olímpicos. Roberto Alves (PRB-SP), José Rocha (PRB-BA), Flávia Morais (PDT-GO), Arnaldo Jordy (PPS-PA), Evandro Roman (PSD-PR),César Halum (PRB-TO), Roberto Góes (PDT-AP).

Foram 11 dias na Oceania, claro, tudo pago pela Câmara.

“A experiência in loco ajuda a conseguir formar uma visão sobre como deve ser construído esse sistema no Brasil”, disse Evandro Roman, ex-árbitro de futebol, após a viagem, ao site da Câmara. Ele foi um dos que marcou presença mas passou longe da comissão enquanto Agberto Guimarães e Jorge Bichara falavam da realidade brasileira do esporte olímpico.

E, agora, com a experiência “adquirida” na Austrália e Nova Zelândia, mas sem ouvir o que o COB tem a dizer, os deputados planejam um projeto de lei para mudar os critérios de distribuição da verba proveniente da Lei Piva, que separa 1.7% do prêmio das loterias federais ao comitê. O que deve ficar para o próximo ano.


Deputados batem boca em sessão que derruba projeto polêmico contra CBF
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Daniel Brito

A CBF venceu uma batalha importante na Câmara dos Deputados e impediu que a seleção brasileira fosse considerada patrimônio cultural. Na prática, se este projeto passasse, faria com que todas as transações de patrocínio  ou até direitos de transmissão pudessem ser acompanhados pelo Ministério Público. É um projeto de lei do deputado Silvio Torres (PSDB-SP), que tramita na Câmara desde 2007 e é frequentemente derrubado pela bancada da CBF.

Na tarde desta quarta-feira, 23, a proposta, que é uma maneira de dar transparência às negociações envolvendo o nome da seleção brasileira, perdeu por nove votos a cinco, após tumultuada sessão na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

A reunião teve quase duas horas de duração e contou com quase toda a bancada da CBF. A começar pelos deputados que acumulam cargo na confederação, como o diretor de assuntos internacionais da entidade, Vicente Cãndido (PT-SP), o diretor de ética e transparência, Marcelo Aro (PHS-MG). Além de José Rocha (PR-BA), que declarou em campanhas eleitorais passadas ter recebido doações em dinheiro da CBF; Roberto Góes, presidente da Federação Amapaense de Futebol desde 2011; Andres Sanchez (PT-SP), ex-presidente do Corinthians; Deley (PTB-RJ), ex-jogador do Fluminense; e Rogerio Marinho (PSDB-RN), indicado a um cargo na Conmebol pela CBF.

Aro, que não é membro da comissão, logo, não tem direito a voto, protagonizou um dos momentos mais tensos da reunião ao discutir com João Derly, relator do projeto. Derly é a favor da transformação da seleção brasileira em patrimônio cultural e pediu que os deputados Vicente Cândido, Marcelo Aro e Roberto Góes se declarassem impedidos de votar, por terem vínculo com a CBF, diretamente interessada na pauta.

Góes defendeu-se dizendo que era presidente da federação de seu Estado antes mesmo de tornar-se deputado federal. Cândido disse que não haveria motivo para não votar. E Aro resolveu partir para o confronto.

“O deputado João Derly sabe que não há incompatibilidade, primeiramente. Segundo lugar, nós entramos aqui [na Câmara] pela mesma porta, os votos dos eleitores não valem mais que os meus, e nem os meus valem mais que os dele. Sobretudo, nem sequer eu faço parte desta comissão, o deputado João Derly mostra desconhecimento do regimento interno e da comissão da qual faz parte. Então, peço que ele cuide do mandato dele, das pessoas que ele representa e não do meu mandato. Pode ter certeza que eu sei cuidar do meu mandato, sempre o tratei com maior respeito, mas se Derly quer ir para um debate baixo, eu não me furto ao debate. Estarei aqui pronto para fazer o debate, porque eu nenhuma matéria do judô eu pedi para o senhor não votar”.

Derly desculpou-se pelo equívoco de incluir Aro como um dos votantes e disse que não teve a intenção de atacar a ninguém. Mas o deputado de Minas Gerais, que é um dos fieis escudeiros do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, hoje preso em Curitiba, continuou. “Não foi a primeira vez [que fui atacado]”, emendou Aro. Ele prosseguiu vociferando contra Derly fora dos microfones, que não deu continuidade à conversa.

Ao final da sessão, venceu a bancada da CBF.

O projeto perde o caráter conclusivo, volta para votação no plenário, sem data ainda. “Posso perder hoje, mas colocarei este projeto na pauta de novo no próximo ano e quantas vezes puder”, disse Silvio Torres.

Votaram contra o projeto de Silvio Torres os seguintes deputados:
Cesar Halum (PRB-TO)
José Rocha  (PR-BA)
Andres Sanchez (PT-SP)
Roberto Alves (PRB-SP)
Roberto Goes (PDT-AP)
Rogério Marinho (PSDB-RN)
Marcelo Mattos (PHS-RJ)
Vicente Cândido (PT-SP)
Goulart (PSD-SP)

Votaram a favor do projeto:
João Derly (Rede-RS)
Edinho Bez (PMDB-SC)
Fabio Mitidieri (PSD-SE)
Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE)
Arnaldo Jordy (PPS-PA)


Terminou em pizza! CPI da Máfia do Futebol na Câmara termina sem relatório
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Daniel Brito

A CPI da Máfia do Futebol foi dada por encerrada na Câmara dos Deputados. Sem relatório, sem quebras de sigilos, e, principalmente, na semana em que estava agendado depoimento do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

O ex-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) autorizou a prorrogação dos trabalhos há 10 dias. Mas no dia seguinte, revogou a prorrogação e extinguiu a comissão.

“Fiquei indignado com a noticia do encerramento da CPI da Máfia do Futebol, sem mesmo ter sequer um relatório, após um recuo do ex-presidente Waldir Maranhão, que voltou atrás no despacho de prorrogação. Espero que o presidente Rodrigo Maia tenha bom senso e o faça”, disse o deputado federal João Derly (Rede-RS), integrante da comissão e autor do requerimento que instalou a CPI.

O depoimento de Ricardo Teixeira foi marcado para a terça-feira passada, dia 19. Detalhe, a Câmara está em recesso, ou seja, o cartola não deporia na data marcada de qualquer maneira.

Derly recorre, agora, ao recém-eleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para que autorize a continuidade dos trabalhos da CPI. Existe um evidente esquema mafioso no futebol mundial, os dirigentes da CBF estão envolvidos nisso, já comprovado pela justiça americana, e incrivelmente estes seguem comandando o futebol brasileiro, de forma obscura e coronelista”, afirmou Derly.


“Del Nero não viaja para não ser preso”, admite Feldman em CPI na Câmara
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Daniel Brito

Em depoimento à CPI da Máfia do Futebol na Câmara dos Deputados, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, admitiu que o presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, não sai do Brasil porque pode ser preso pelo FBI. Segundo o cartola, “mesmo sendo inocente”.
A resposta veio a partir de uma pergunta do deputado João Derly (Rede-RS), já perto do fim da sessão desta terça-feira, 31, em Brasília.

Veja abaixo como se deu o diálogo entre Feldman e Derly sobre o motivo das ausências de Marco Polo em viagens internacionais:

WALTER FELDMAN – Por que o presidente Marco Polo não viaja?  Porque o modelo americano [de investigação] policia o mundo. Qualquer denúncia, prende-se e depois aguarda uma delação. Agora, eu pergunto, se fosse o senhor, deputado João Derly,  viajaria nesta condição? Mesmo tendo convicção da sua inocência?
JOÃO DERLY – Viajaria, porque tenho a consciência tranquila.
FELDMAN – Eu lhe digo que não. Porque o FBI o prenderia mesmo se o senhor fosse inocente. Eu não tenho nenhuma dúivida da minha inocência, mas nesse quadro, eu não viajaria.
DERLY – Então ele tem receio de ser preso…
FELDMAN – Não. Não sei se são essas as razões, mas é assim que funciona. Presidente Marco Polo não viaja porque o sistema de funcionamento de tentativa de delação por parte dos que têm alguma denúncia, mesmo sendo inconsistentes, é assim. Marco Polo tem tomado medidas de defesa, mesmo sem ter elementos sobre o que esta sendo acusado. O que é muito difícil. Imagina que no sistema democrático você tem direito a saber tudo sobre o processo, mas nós não sabemos. Eu vou dizer por mim, eu não viajaria num quadro desses.

Antes desse diálogo, Feldman relativizou a investigação da Justiça americana, que colocou em prisão domiciliar José Maria Marin, antecessor de Del Nero na CBF, e outros dirigentes do continente.
“Vamos supor que o FBI demore dez anos para comprir suas análises. Ficaremos aguardando? Daremos tempo aos americanos de fazer, de acordo com suas normas juridicas e investigatórias, suas análises. Enquanto isso, todo o futebol está sob suspeita, não dá para avançar. E todos que estão aí, em princípio, são puníveis – acho que é este o termo. O FBI também já cometeu seus equívocos, já fez investigações que não eram tão certas.

Ele até considera que a investigação sobre o atual mandatário da confederação pode ser um erro de investigação.
“Do futebol sul-americano, todos caíram, só Marco Polo que não caiu. Que proteção especial que ele tem? Contra todo mundo, contra o FBI, contra a Comissão de Ética da Fifa, contra o senso comum? Eu diria, não é possível. Só ele não caiu, não existe uma denúncia sustentável. Será que não cabe uma dúvida? Sera que não há um equívoco como tantos que ja foram cometidos até em pena de morte lá nos EUA. Fico com a inocência”.

A sessão durou pouco mais de três horas. Foi bastante parabenizado pelo trabalho na CBF por alguns deputados, disse que a Copa Verde é um sucesso, que o técnico Dunga é bom e que Tite não tem experiência com seleção. Ao se despedir, disse que gostaria de ter falado um pouco mais.


Como votaram os deputados ligados ao futebol e a outros esportes
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Daniel Brito

A votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, encerrada nas primeiras horas desta segunda-feira, 18, contou com apoio dos parlamentares que tem ligações políticas com o esporte no país. Os
deputados federais que mantém ligações com a CBF se dividiram pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, como mostrou o meu companheiro de blog no UOL Esporte, Rodrigo Mattos. A confederação conta com nada menos que dois diretores e um vice-presidente na Câmara dos Deputados.

Outros parlamentares que compõem a “bancada do esporte” – que inclui não só o futebol, mas esportes olímpicos, paraolímpicos e até ex-ministros – optaram majoritariamente no “sim” ao impedimento da presidente.

Um dos líderes da bancada da bola e relator da abertura do processo de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), como era de se esperar, foi a favor do afastamento de Dilma. Seguiram o entendimento do goiano os deputados Goulart (PSD-SP), que tem o apoio da “Gaviões da Fiel’, Darcísio Perondi (PMDB-RS), que já recebeu doações de campanha da CBF e irmão de um ex-vice da confederação, Afonso Hamm (PP-RS) e Washington Reis (PMDB-RJ), membros da bancada da bola.

Também votaram “sim” o presidente da CPI da Máfia do Futebol, recém-instalada na Câmara, Laudívio Carvalho (SD-MG), Jaime Martins (PSD-MG), dirigente do Guarani de Divinópolis, Arnaldo Faria de Sá, ex-presidente da Portuguesa, Otávio Leite (PSDB-RJ), que, em 2015, relatou a MP do Futebol, Sílvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI CBF/Nike, o ex-goleiro Danrlei (PSD-RS), Rogério Marinho (PSDB-RN), dirigente do ABC de Natal, Deley (PTB-RJ), o ex-armador do Fluminense, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), ex-presidente do STJD da CBF, e Evandro Rogério Roman (PSD-PR), ex-árbitro de futebol.

Ex-ministros dizem “não”
Pela rejeição ao processo de impeachment manifestaram-se o presidente da Federação Amapaense de Futebol, Roberto Góes (PDT-AP), José Rocha (PR-BA), cartola do Vitória da Bahia e recebedor de doações declaradas de campanha eleitoral da CBF, e Andres Sanchez (PT-SP), partidário da presidente Dilma e ex-presidente do Corinthians.

Os ex-ministros do Esporte Orlando Silva (PCdoB-SP) e George Hilton (PROS-MG) votaram “não”. O ex-judoca João Derly (Rede-RS) votou “sim”, assim como Márcio Marinho (PRB-BA), presidente da Comissão de Esporte da Câmara. Manifestação idêntica à de Mara Gabrilli (PSDB-SP), que mantém projetos voltados para desporto paraolímpico.


Câmara dos Deputados deve instalar nesta semana CPI da Fifa
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Daniel Brito

A CPI da Fifa deve ser instalada nesta semana, na Câmara dos Deputados, em Brasília. A comissão parlamentar de inquérito que se propõe a investigar os contratos da Fifa no Brasil para a realização da Copa do Mundo-2014 e os crimes que ocasionaram na prisão do ex-presidente da CBF, José Maria MArin, em maio do ano passado. Foi proposta pelo deputado federal João Derly (Rede-RS).

O colegiado já passou da fase de indicações e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deve anunciar a instalação, mas as sessões só devem começar em abril. O Congresso Nacional atravessa um momento muito conturbado, com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff sendo tocado com celeridade pela oposição e pelo próprio Cunha.

Quando instalada, a CPI da Fifa no terá 28 titulares. De acordo com o jornal “O Estado de S.Paulo”, Cunha pretende indicar Laudívio Carvalho (SDD-MG) para presidente e Fernando Monteiro (PP-PE) seria o relator.

Além do processo de impeachment ocupando toda a pauta da Câmara, a CPI da Fifa também correrá paralela à CPI do Futebol no Senado, que nesta quarta-feira, 16, deve receber o presidente interino da CBF, coronel Antonio Nunes.


Deputado já não esperava abertura de CPI do Futebol na Câmara
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Daniel Brito

Autor do pedido de instalação da CPI do Futebol na Câmara dos Deputados, o deputado João Derly (Rede-RS), disse que já não esperava a criação da comissão da comissão. A confirmação veio na noite de quinta-feira, 28, por meio de uma notícia da Agência Câmara, na qual o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O requerimento de Derly é de junho, na esteira das prisões efetuadas pelo FBI em Zurique, na qual José Maria Marin foi detido quando estava hospedado no luxuoso hotel Bar au Lac, na cidade Suíça.

“Eu já não esperava mais pela CPI. Mas no final de novembro do ano passado perguntei ao presidente Eduardo Cunha se havia a possibilidade de ela ser aberta. Foi quando ele me avisou que em março a CPI do Futebol seria instalada na Câmara”, disse Derly ao blog.

As irregularidades envolvendo os negócios da CBF e da Fifa no Brasil devem começar a ser debatidas pelos deputados ainda em fevereiro, após o fim da CPI do BNDES, prevista para a semana seguinte à do Carnaval. A demora para instalação da CPI na Câmara é justificada por um item no regimento interno da Casa. Apenas cinco comissões de inquérito podem ser realizadas paralelamente, o que já estava em curso em junho, quando Derly entrou com o pedido. Assim ele entrou em uma longa fila, que agora chega ao fim, segundo o anúncio de Cunha.

Ela vai correr em paralelo com a do Senado, de autoria de Romário (PSB-RJ), que também a preside. Os senadores já trabalham nas investigações desde agosto e a previsão é de que dure até a metade deste ano.

‘O ideal seria uma CPMI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito], com a participação de senadores e deputados, mas não foi possível. Então, vamos estudar tudo o que foi feito no Senado, pegar alguns fatos que ocorreram lá para não errar na apuração na Câmara”, previu.

O deputado disse que não acredita que a abertura da CPI do Futebol tenha como propósito desviar os holofotes do processo de cassação de mandato de Cunha por envolvimento no escândalo da Lava Jato. “Isso só vou conseguir responder com certeza quanto estiver em Brasília”, avisou o deputado, que está em recesso até a próxima semana.


Judô do Brasil repensa treinos e irá à Mongólia e Georgia após Mundial ruim
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Daniel Brito

Voltar do Mundial de Astana, no Cazaquistão, com duas medalhas, quando a expectativa era trazer cinco, vai fazer com que o judô nacional repense alguns de seus métodos e procedimentos. Desde o fim da competição, em 30 de agosto, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) diz estar promovendo reuniões pensando em mudanças.

Pelo discurso de Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da confederação, novos treinamentos serão montados e dojôs (pisô de disputa) nunca antes frequentados devem ser visitados.

“Estamos fazendo uma revisão dos treinamentos temáticos em função do que vimos neste Mundial. e já temos três agendados para este ano”, avisou Wilson, durante debate da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, na quinta-feira, 10, em Brasília, “Os treinos temáticos são feitos após avaliações técnicas. Cria-se um treinamento voltado apenas para o trabalho de solo, por exemplo, caso se identifique uma deficiência de determinado atleta neste ponto. São treinamentos direcionados e têm dado resultado. Os atletas absorveram bem”, explicou o dirigente.

Wilson foi bastante cobrado pelo deputado João Derly (PC do B-RS), ex-judoca, que nessa quinta celebrou 10 anos de seu título mundial, no Egito – o primeiro do judô nacional. Na condição de presidente da sessão de ontem, Derly questionou, entre outras coisas, sobre a falta de renovação na equipe brasileira, a opção por algumas competições de menor nível técnico na fase preparatória para o Mundial, e sobre a busca por novas escolas de judô no cenário internacional.

O dirigente respondeu a todos os itens e informou que a CBJ projeta parcerias de treinamento com países pouco conhecido do esporte brasileiro. “Estamos tentando parcerias, mas eles são muito fechados. Países como Uzbequistão, Cazaquistão e a Mongólia, que vêm crescendo, ainda que não tenham feito uma grande campanha no Mundial, tal qual o Brasil. O Cazaquistão deve vir ainda neste ano ao Brasil, e, assim, a gente abre uma porta para ir treinar lá também. E tem uma escola bem fechada, que é a Georgia, que a gente busca um maior contato”, vislumbrou.

O Mundial de Astana ficou marcado como o de pior desempenho do Brasil na modalidade em seis anos. Na edição de Roterdã-2009, o país voltou para casa sem medalha. Neste ano, apenas a brasiliense Érika Miranda (até 52 kg) e o carioca Victor Penalber (até 81 kg) subiram ao pódio no Cazaquistão. Foram dois bronze para o Brasil na competição.

“Não dá para apagar tudo que foi construído até hoje e avaliar só um Mundial. Sem dúvida, o resultado esteve longe da qualidade dos nossos atletas, do comprometimento que eles sempre demonstraram e do projeto do judô nacional, mas tivemos problemas de lesão de diversos atletas importantes. Isso foi só um momento”, ponderou Ney Wilson.


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