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Arquivo : Levantadora Fabíola

Levantadora levará filha recém-nascida para concentração da seleção no Rio
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Daniel Brito

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Fabíola se apresenta em 30 dias à seleção, em Saquarema-RJ (Flavio Florido/UOL)

A levantadora Fabíola, 33, passará 30 dias de resguardo com Annah Vitória, nascida ontem, e na segunda quinzena de junho – talvez antes – se apresentará ao técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, em Saquarema, Rio de Janeiro, com a filha a tira colo.

Esta é uma das condições para que Fabíola possa se juntar ao time que se prepara para defender o Brasil nos Jogos Olímpicos-2016. Tudo para que mãe e filha não se separem neste período tão importante das duas. Mas elas ficarão distante quando agosto chegar e a seleção entrar na Vila Olímpica – ali, Annah Vitória não poderá acompanhar Fabíola, só fazer visitas e na “zona internacional”, espaço aberto a convidados dos atletas.

Ela nasceu quase 10 dias após o esperado, mas veio cheia de saúde após parto normal. Não fosse por isso, Fabíola poderia abandonar de vez a possibilidade de disputar a Rio-16. A recuperação de uma cesariana demoraria bem mais que os 30 dias aguardados por Guimarães.

“Vou levar toda estrutura daqui de Brasília para Saquarema. Entre os treinamentos, após as refeições, sempre que sobrar um tempinho, vou lá amamentar, cuidar dela, ficar com ela”, explicou Fabíola ao blog antes da vinda de Annah Vitória.

Retomar a atividade de atleta 30 dias após o parto não é exatamente uma novidade para Fabíola. Há 10 anos, ela voltou a jogar 28 dias após o nascimento de Andressa, sua primogênita, também trazida ao mundo em parto normal. No início do mês, o UOL Esporte mostrou como era a rotina da levantadora para integrar o time olímpico na Rio-2016. Até agora, todas as etapas foram cumpridas com sucesso.


Levantadora da seleção está grávida e se “banha” de repelente contra zika
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Daniel Brito

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Fabíola com a filha Andressa, de 10 anos (crédito: arquivo pessoal)

A levantadora Fabíola, 33, se viu obrigada a acrescentar a prevenção contra o mosquito aedes aegypti à sua rotina de gestante. Ela entrou há pouco no sexto mês de gravidez da segunda filha. E ainda acalenta a esperança de disputar em agosto, os Jogos Olímpicos do Rio-2016 pela seleção de José Roberto Guimarães.

Fabíola parece levar tudo com tranquilidade e paciência. Até porque duas dessas três experiências ela já viveu: foi mãe pela primeira vez há 10 anos, e experimentou a ansiedade pré-Jogos Olímpicos no ciclo para Londres-2012, quando amargou um corte da seleção um mês antes do embarque.

20160223143118O que a assusta neste momento é o zika vírus e a microcefalia, que pode acometer bebês ainda na barriga da mãe. Por isso, cobre-se de repelente desde o minuto em que acorda de manhã até a hora de dormir. “Passo muito repelente pelo corpo o dia inteiro. Só ando de calça e uso roupas de manga longa”, explicou Fabíola, após mais uma tarde de treino no Brasília Vôlei, de Taguatinga, Distrito Federal, que disputa a Superliga feminina.

“O noticiário sobre zika vírus é assustador. Todo dia a gente recebe uma enxurrada de informação difícil de processar. Outro dia eu vi uma mãe que perdeu bebê aos seis meses de gestação por causa do vírus. Não tem como ficar tranquila com isso. Mas estou tomando todos os cuidados possíveis”, explicou.

Fabíola é de Ceilândia a maior cidade do Distrito Federal e chegou há cerca de três meses da Suíça, onde jogava, exatamente quando a epidemia ganhou força e o número de casos de microcefalia aumentou no país inteiro. Até agora, ela diz não ter tido contato com ninguém com dengue, zika ou chikungunya, mas assustou-se com uma virose que seus pais trouxeram após uma viagem à Paraíba. “Eles voltaram mal, com febre, diarreia, mas esses não são os sintomas da dengue, fiquei mais tranquila”, contou.

Ela sabe o mal que o aedes aegypti causa ao organismo. Até hoje se recorda com calafrios dos dias que sofreu, há quatro anos, quando contraiu dengue em Osasco, São Paulo. “Nossa, passei dias terríveis, perdi quatro quilos, você acredita? Quatro quilos. Porque não dá vontade de fazer nada, febre alta o tempo inteiro é horrível. Agora você imagina esses sintomas estando grávida?”, se questiona a levantadora.

Ela tem uma visita agendada ao médico para realizar nova bateria de exames pré-natal. Enquanto isso, mantém uma rotina de treinamentos diários com bola, junto com a comissão técnica do Brasília Vôlei, e pilates. Fabíola conta que os exercícios servem para manter-se em atividade e, principalmente, para tentar atender ao chamado de José Roberto Guimarães.

Em janeiro, ele ligou para a levantadora e disse que gostaria de contar com ela para os Jogos do Rio-2016. Como Ana, a segunda filha de Fabíola, nasce em maio, seriam três meses até a estreia olímpica no Maracanãzinho. “Olha, quando nasceu a Andressa [primeira filha], há dez anos, eu já estava em quadra menos de um mês após o parto. Não tenho mais 23 anos, mas naquela época também não conhecia pilates. Então, vamos ver, pode ser que dê certo”, projeta a brasiliense de Ceilândia, cujo último time foi o Volero, da Suíça.

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Grávida de seis meses, Fabíola treina, com o corpo coberto, com a comissão técnica do Brasília Vôlei (Divulgação)


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