CGU pede que confederação de basquete devolva dinheiro aos cofres públicos
Daniel Brito
A série de reportagens sobre o mau uso do dinheiro público por parte da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), publicada no UOL pelo jornalista Lúcio de Castro provocou uma investigação por parte da CGU (Controladoria Geral da União).
O órgão do governo federal publicou um relatório de 119 páginas, no qual pede que Confederação Brasileira de Basquete devolva aos cofres públicos R$ 74.304,78 “pagos a título de passagens internacionais a pessoas não convocadas para a seleção masculina sub-19 de basketball”, apontou a controladoria. E que também ''apresente e discrimine os comprovantes de despesas com hospedagens nas viagens internacionais realizadas'' de acordo com os termos do convênio com o Ministério do Esporte.
Castro revelou, em novembro, uma vida de mordomias e alguns luxos do presidente Carlos Nunes e família. Cobertos em sua maior parte com verbas de origem pública, estão débitos de passagens para incontáveis viagens da mulher do dirigente, Clarice Mancuso Garbi.
A investigação da CGU concluiu que em um montante superior a R$ 18 milhões recebidos pela CBB do Ministério do Esporte, cerca de R$ 1 milhão pode representar fraude ao erário. A Controladoria também alertou que, apesar dos recursos cada vez maiores injetados na Confederação, a CBB só acumula dívidas, “implicando na malversação dos recursos públicos repassados à entidade”.
Entre as 37 irregularidades que a equipe da CGU encontrou estão a utilização de recursos do convênio para pagamento de despesas sem apresentação dos comprovantes; utilização de recursos para pagamento de despesas não previstas no convênio com Ministério do Esporte; pagamento de passagens aéreas e hospedagem a pessoas que não constavam da lista de atletas e da comissão técnica aprovados no Plano de Trabalho, entre outros.
As contas da CBB com a Eletrobras, sua antiga patrocinadora, não foram avaliadas pela CGU neste relatório.