Romário e Jucá discutem no Senado e CBF derruba pauta da CPI
Daniel Brito
O presidente da CPI do Futebol , Romário (PSB-RJ), e o relator Romero Jucá (PMDB-RR), discutiram na abertura da sessão desta quarta-feira, 16, no Senado. Foi um embate nos microfones sobre a forma como a comissão está sendo conduzida.
Jucá derrubou todos os requerimentos para convocar o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e outros ex-diretores da CBF, além da quebra de sigilo de Angelo Verospi, que tem negócios com Marco Polo Del Nero.
“Vou votar contra todos os requerimentos porque tivemos quatro decisões do STF rejeitando decisões do plenário por falta de fundamentação. Acho que essa CPI não pode ficar exposta. Não sou contra convocar ninguém, desde que a gente faça com embasamento”, defendeu Jucá.
E continuou: “Nós temos o mesmo objetivo, senador Romário, de reformular, punir quem fez errado, mas nós já quebramos muitos sigilos, mas agora é convocação de gente que não tem embasamento, porque a gente vota no escuro e fica sendo desmoralizado pelo STF. Pode ter certeza que o relatório que vamos apresentar vai sacudir o futebol brasileiro. Mas votar requerimentos sem conhecer com profundidade, saber da quebra de sigilos e convocar A, B ou C, sei que tem jornalista que acompanha, que faz pressão, acho legítimo, mas vou agir com isenção e responsabilidade, não vou expor ninguém aqui que não tenha culpa no cartório”, disse em tom exaltado Jucá.
Romário reagiu. “Eu vivo com pressão desde os 18 anos, Minhas atitudes são pautadas por vários motivos, menos por pressão da imprensa, porque se vossa excelência [Jucá] não tem conhecimento que eu tenho, é que vossa excelência não procurou ter informação [sobre os trabalhos da CPI]. Não sou babá de ninguém para chamar a fazer o que é obrigação. A falta de conhecimento de vossa excelência é porque vossa excelência não quer ter esse conhecimento. E os outros membros da CPI também. A imprensa tem sido importante, agradeço à imprensa, mas não pauto a reunião da CPI pelo que sai na imprensa, pelo contrário. Vossa excelência nunca se cadastrou no sistema do da CPI para fazer qualquer tipo de pesquisa nas quebras de sigilo. Nem você e nem seus assessores, se o senhor entende que está fazendo bem ao futebol fazendo isso, eu penso o contrário''.
Gladson Cameli (PP-AC), Hélio José (PMDB-DF), João Alberto (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM-AP) apoiaram a decisão de Romero Jucá e derrubaram a pauta.
Os requerimentos rejeitados pela bancada da CBF foram a convocação de Ricardo Teixeira, Wagner Abrahão, Rogério Langanke Caboclo, diretor-executivo de Gestão da CBF, Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, ex-diretor-financeiro da CBF, Ariberto Pereira dos Santos Filho, ex-tesoureiro da CBF, Júlio Cesar Avelleda, ex-secretário geral da CBF, Lilian Cristina Martins Maia, convite a Carolina Galan, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, além da quebra do sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, incluído o RIF (Relatório de Informações Financeiras) do advogado Angelo Verospi. Além disso, foi rejeitado o pedido de assistência jurídica de autoridades jurídicas do Uruguai responsáveis pela investigação, processamento e julgamento dos responsáveis por ilícitos na Conmebol.