Senado dos EUA quer saber: como atletas americanos evitarão o zika no Rio?
Daniel Brito
Senadores dos Estados Unidos demonstraram precupação com o a exposição de atletas do país ao vírus zika durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Há uma semana, eles enviaram carta ao USOC (sigla em inglês para Comitê Olímpico dos EUA) pedindo informações sobre como a entiudade esatá se prevenindo contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.
“De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o epicentro da propagação do vírus, com, pelo menos, 120 mil casos suspeitos – mais da metade de todos os casos suspeitos nas Américas”, diz o memorando assinado por 11 senadores Democratas, mesmo partido do presidente Barack Obama. Uma das primeiras assinaturas é de Barabra Boxer, da Califórnia, cuja plataforma eleitoral é a dedicação a temas relativos a saúde e tratamento de doenças contagiosas.
A carta também lembra dos riscos de o zika ser causador da microcefalia em em recém-nascidos, assim como a incerteza quanto à duração da infecção do vírus no corpo humano. “Pode haver possibilidade de transmissão do zika dentro dos Estados Unidos muito tempo após o fim dos Jogos Olímpicos”, registrou Barabra e os demais senadores.
CAMISINHAS POR SEIS MESES
A resposta do USOC veio no mesmo dia. O comitê lembrou que não tem experiência em lidar com doenças infecciosas mas formou um conselho de médicos para auxiliar nos estudos e orientações a atletas e comissão técnica.
O USOC informou que todos os integrantes da delegação receberão repelentes da marca OFF!, uniformes de mangas longas e calças compridas, além de fornecer camisinhas pelos seis meses seguintes aos Jogos. Essa última medida serviria para evitar a transmissão do vírus após o fim da Rio-16 por meio de relação sexual – acredita-se que essa seria uma das formas de transmissão do zika.
O comitê afirmou que todos os atletas ficarão alojados em quartos com ar-condicionado, um item que até dezembro do ano passado o Comitê Organizador pensava em cobrar das delegações para poder usufruir em suas habitações na VIla Olímpica. Esta decisão, contudo, já foi revista.
Os médicos do USOC também estão fazendo mapeamento de alguns dos principais hospitais do Rio para o caso de emergências.
“Criamos um plano médico de Resposta de Emergência para fornecer tratamento médico para qualquer doença ou ferimento. Estamos nos preparando para gerenciar doenças graves no Rio, já identificando hospitais privados além daqueles disponibilizados pelo Comitê Organizador do Rio-2016 para garantir cobertura médica máxima aos membros da delegação”, respondeu o USOC, em carta assinada por Scott Blackmun, executivo chefe do Comitê.
SENADO DÁ R$ 4 BI
Há pouco mais de 10 dias, o Senado dos EUA autorizou que o país empregasse US$ 1,1 bilhão (quase R$ 4 bilhões)no combate ao vírus zika. Este valor seria utilizado para fomentar pesquisas sobre o impacto do zika em recém-nascidos e medidas de combate no período de verão no Hemisfério Norte.
Da parte do USOC, uma das medidas não mencionadas na resposta ao Senado foi a liberação para que os atletas possam decidir por conta própria se querem vir ao Brasil neste período de epidemia. Até agora, surgiram poucos casos de esportistas que abriram mão de disputar uma medalha no Brasil a partir de 5 de agosto – data de abertura dos Jogos Olímpicos.