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O que aconteceu aos boxeadores acusados de assédio sexual na Rio-2016?

Daniel Brito

Jonas Junias foi porta-bandeira da Namíbia na abertura da Rio-2016

Jonas Junias estava entre as milhares de pessoas na praia de Copacabana na virada do ano. Postou fotos sorridentes em seus perfis nas redes sociais. Ele chegou da Namíbia ainda em agosto, para disputar os Jogos Olímpicos do Rio-2016, e se meteu em uma grande encrenca. Agora aguarda para ser julgado no Brasil.

Ele é um dos dois boxeadores acusados de tentativa de estupro a camareiras que trabalhavam na vila dos atletas nos Jogos Olímpicos. Além de Junias, o outro suspeito é o marroquino Hassan Saada. Em momentos diferentes, eles teriam assediado as funcionárias em serviço, quando estas entraram em seus apartamentos para fazer a arrumação.

Até hoje, aguardam julgamento.

A imprensa da Namíbia acompanha de perto o caso e ele é frequentemente citado em tweets. Ele foi o porta-bandeira namíbio na abertura. Em seu depoimento à polícia, a camareira disse que Junias a abraçou por trás e a beijou. Ele foi detido no mesmo dia, 8 de agosto, e chegou a ser preso no complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Junias passou o final de ano no Rio de Janeiro, à espera de julgamento

Foi solto na manhã em que competiria- e perdeu logo na primeira luta. Ficou no Brasil mais alguns meses após o fim dos Jogos Olímpicos, retornou à Namíbia e depois voltou ao Brasil em dezembro para seu julgamento. Foi aí que conseguiu aproveitar a tradicional queima de fogos em Copacabana. Ele pode ser condenado a dois anos de prisão.

Já o marroquino Hassan Saada foi detido em 5 de agosto, dia da abertura da Rio-2016. Ele é acusado de, três dias antes, ter chamado duas camareiras ao seu quarto pedindo uma informação. Quando elas o encontraram, ele as teria atacado: apertando as pernas de uma e os seios da outra. O relato foi feito pela polícia à imprensa na época do incidente.

Saada (à dir.) no dia que chegou à vila dos atletas da Rio-2016

Saada também foi preso, não conseguiu lutar (perdeu por W.O.) e permanece no Brasil desde então. Nas suas redes sociais, tenta engajar os amigos com campanhas em seu favor. “Eu nunca encostei  nelas”, disse à imprensa marroquina Saada. Seu julgamento foi adiado quatro vezes. Se for enquadrado no crime de tentativa de estupro, pode ser condenado até a 12 anos de detenção.

Hassan Saada posta fotos de camisetas com seu nome nas redes sociais

 

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