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Após críticas na Rio-16, De Rose é excluído na Agência Mundial Antidopagem
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Daniel Brito

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Eduardo de Rose foi gerente de dopagem na Rio-16, duramente criticado pela Wada

O médico gaúcho Eduardo de Rose perdeu dois cargos que ocupava na Wada (Agência Mundial Antidopagem, na sigla em inglês), ambos no topo do organograma da entidade, sediada em Montreal. Ele deixou o Comitê de Fundadores (Foundation Board, em inglês) e Comitê Executivo, após reunião da agência em Glasgow, na Escócia, no mês passado.

De Rose integrava o corpo diretivo da Wada havia quase duas décadas e sua saída coincide com o relatório produzido pela agência sobre o trabalho de controle de dopagem durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016.
Eduardo de Rose foi gerente-geral da área de antidoping do evento, encerrado em setembro, e um relatório divulgado em outubro espinafrou o trabalho comandado pelo médico na Rio-16. Em mais de 50 páginas, quase todas as ações que seriam de responsabilidade do departamento comandado por De Rose foram duramente criticadas.

Segundo o documento, diversos atletas escolhidos para os exames “simplesmente não puderam ser encontrados” e “mais de 50% dos testes foram abortados”. De acordo com a Wada, houve falta de coordenação na equipe encarregada de dirigir o departamento antidoping dos Jogos.

Uma das justificativas dada por De Rose foi corte de gastos do Comitê Organizador. Porém, havia o compromisso público do governo federal de arcar com os custos das análises de urina e sangue dos atletas, assim sendo, Rio-2016 não teria gastos com esta operação.

No Comitê dos Fundadores, ele foi substituído por Zlatko Matesa, presidente do Comitê Olímpico da Croácia. Esta comissão tem o status de um conselho de administração. É ele que avaliza os nomes para o Comitê Executivo, este sim, administra a gestão da Wada, tanto financeira quanto operacional.

Entre o fim da Rio-2016 e o relatório dos Jogos, o Brasil tentou usar o prestígio de De Rose na Wada para evitar o descredenciamento da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem). O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), levou o médico a Montreal, sede da Wada,  para mostrar que o país seguia todas as exigências.

Não surtiu efeito.

Nesta mesma reunião em que De Rose perdeu os cargos nos comitês, em Glasgow, em novembro, a ABCD foi descredenciada e, em breve, o mesmo pode ocorrer com o LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de de Dopagem), na UFRJ, construído por R$ 188 milhões.

Com a saída de De Rose, o Brasil não tem mais representantes em nenhuma das comissões da Wada.

Aqui no Brasil, o médico gaúcho mantém-se prestigiado.

No final de novembro, após perder os cargos na Agência Mundial Antidopagem, ele foi nomeado como um dos integrantes do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem, que até fevereiro deve estar em funcionamento, mantido com recursos da União. Além disso, o braço direito de De Rose na desastrada operação na Rio-2016, Alexandre Nunes, atualmente ocupa um cargo diretivo na ABCD.


Ministério do Esporte “discorda integralmente” de punição da Wada à ABCD
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Daniel Brito

O Ministério do Esporte foi enfático em sua resposta à Wada (Agência Mundial Antidoping) após ser punido com a perda do credenciamento da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem). “Embora respeitemos a autonomia da Agência Mundial Antidoping, discordamos integralmente dessa decisão. Temos adotado todos os procedimentos sugeridos pela Wada, a quem mantemos informada dos passos que havemos dado”, informou a pasta, em nota da assessoria de imprensa.

A Wada considerou que a ABCD não está em conformidade com suas exigências porque não cumpriu a promessa de instalar um Tribunal Único Antidopagem, que representa um dos mais importantes pontos na nova estrutura de controle e combate ao doping no esporte no Brasil. Ele será mantido pelo Ministério do Esporte, mas deve prioritariamente conservar uma autonomia das entidades esportivas, sejam confederações, agremiações ou comitê olímpico e paraolímpico.

A criação dele, no entanto, segue a lenta liturgia da criação de leis no Brasil. Ainda neste mês, serão apontados os membros integrantes do Tribunal. A previsão é de que em fevereiro do próximo ano, ele esteja em funcionamento.
Até o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), foi à sede da Wada, em Montreal, no Canadá, em outubro, explicar a situação do tribunal. O esforço, no entanto, não convenceu a agência internacional, que sancionou o Brasil em encontro realizado no domingo último passado, em Glasgow, na Escócia.

“O Brasil tem leis próprias que devem ser respeitadas por entidades internacionais que, às vezes, trabalham com prazos próprios sem atinar para a ordem jurídica dos países. A lei que criou o Tribunal é deste ano e, portanto, a instalação desse órgão não poderia se dar ainda em 2016 porque não havia previsão no Orçamento, que, como todos sabem, é aprovado no ano anterior. Para 2017, já há previsão orçamentária para a instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem”, explicou o Ministério, na mesma nota.

É importante ressaltar que esta punição não interfere no funcionamento do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), que prossegue em atividade e realizando exames antidoping. A sanção tirar, ainda que temporariamente, a autoridade da ABCD em realizar o controle de dopagem. Este ficará a cargo das próprias confederações esportivas, como ocorria até a criação da ABCD.

Leia, abaixo, a íntegra da nota do Ministério do Esporte:

O Brasil tomou conhecimento neste domingo, dia 20, da decisão da Wada de declarar o país em não conformidade com o Código Mundial Antidoping. Embora respeitemos a autonomia da Agência Mundial Antidoping, discordamos integralmente dessa decisão. Temos adotado todos os procedimentos sugeridos pela Wada, a quem mantemos informada dos passos que havemos dado. Em outubro, por exemplo, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e o secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Rogério Sampaio, estiveram na sede da agência internacional, em Montreal (Canadá), e detalharam o cronograma que está sendo seguido para a instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem.

O Brasil se preparou muito bem para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos realizados no Rio de Janeiro neste ano. O evento foi elogiado pelo mundo inteiro. Cumprimos todos os compromissos assumidos, como, por exemplo, reequipar o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem para que pudesse ser utilizado – como foi – durante os Jogos. Em março, uma portaria publicada no Diário Oficial da União instituiu o Código Brasileiro Antidopagem, outra exigência da Wada, e, em 29 de julho foi sancionada a Lei 13.322/2016, que prevê a instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem.

 Logo após a sanção da Lei, o país sediou as Olimpíadas as e Paralimpíadas, entre agosto e setembro. Passado esse período, houve indicação dos membros que vão integrar o Tribunal. A aprovação dos nomes, como prevê a legislação brasileira, deve se dar pelo Conselho Nacional de Esportes. Reunião para essa finalidade está agendada para o dia 28 deste mês.

Uma vez sancionados os nomes escolhidos, o Tribunal será instalado em fevereiro do ano que vem. Isso se dá por uma questão legal. O Brasil tem leis próprias que devem ser respeitadas por entidades internacionais que, às vezes, trabalham com prazos próprios sem atinar para a ordem jurídica dos países. A lei que criou o Tribunal é deste ano e, portanto, a instalação desse órgão não poderia se dar ainda em 2016 porque não havia previsão no Orçamento, que, como todos sabem, é aprovado no ano anterior. Para 2017, já há previsão orçamentária para a instalação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem.

Lastimamos profundamente a decisão da Wada e esperamos que essa medida seja revertida o mais brevemente possível e que a agência internacional trabalhe em conjunto com o Brasil para evitarmos incidentes prejudiciais à prática honesta do esporte, como ocorrido recentemente.
Assessoria de Comunicação do Ministério do Esporte


Brasil vai à Escócia para evitar perder o credenciamento da Wada
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Daniel Brito

O Brasil pode perder, ainda nesta semana, o credenciamento da Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Antidoping). Encontro marcado para este final de semana em Glasgow, na Escócia, vai definir o futuro da estrutura brasileira responsável pelo controle de doping no Brasil. O chefe da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), o campeão olímpico do judô, Rogério Sampaio, irá nesta quinta-feira, 17, à Escócia tentar evitar o descredenciamento da ABCD.

A Wada questiona a lentidão brasileira em instalar e por em funcionamento um tribunal único antidopagem. A agência mundial estabeleceu fevereiro de 2017 como limite para que já esteja pronto. Porém, o processo segue a liturgia burocrática brasileira e nem sequer os integrantes deste tribunal foram definidos. A previsão é de que ao final de novembro, na próxima reunião do Conselho Nacional de Esportes, haja a escolha.

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Rogério Sampaio (à dir.) no Conselho Nacional de Esporte: nomes para o Tribunal sairão neste mês (Francisco Medeiros/ME)

A Wada pediu que o Brasil instalasse este tribunal para dar mais transparência aos julgamentos dos casos de doping. Até hoje, eles são realizados dentro da estrutura organizacional das próprias federações esportivas. A Wada quer um tribunal autônomo. As federações estão indignadas, acreditam que um Tribunal Único Antidopagem seria inconstitucional e preparam uma ADIN (Ação Direita de Incostitucionalidade), sob a alegação de não ser permitido um tribunal esportivo mantido pela União.

Outro aspecto que também incomoda a Wada é a baixa frequência de testes fora de competição. Até junho, ainda na gestão de Marco Aurélio Klein à frente da ABCD, que antecedeu Sampaio, havia uma taxa semelhante a 50% dos testes feitos fora do período de competições. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) queixou-se desta frequência na reta final da preparação dos atletas brasileiros para a Rio-2016. Após a saída de Klein, exonerado pelo ministro Leonardo Picciani, já no governo Michel Temer, o LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), antigo Ladetec, foi entregue à organização dos Jogos do Rio-2016, para atender à demanda da Olimpíada e Paraolímpiada -o que já era previsto. Só retornando à sua atividade normal em setembro.

Sampaio garante que continua que os testes fora de competição, mas não apresentou números e tampouco quais já foram feitos de setembro até hoje. Sampaio já esteve em contato com a Wada no início de outubro, ao lado do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e de Eduardo de Rose, responsável pelo antidoping na Rio-2016, altamente criticado pela Wada. Porém, a ameaça de perder o credenciamento persiste.

“Mostramos à Wada que estamos seguindo tudo á risca, de acordo com as exigências da agência mundial, mas também seguindo a tramitação da legislação brasileira. Vamos reforçar que seguimos neste caminho e que não há razão para descredenciamento. Estou confiante de que a Wada entenderá a situação”, disse Sampaio.
Além do Brasil, outras agências nacionais estão sob o risco de descredenciamento: Grécia, Azerbaijão, Guatemala e Indonésia. A decisão deve ser anunciada até a próxima segunda-feira, 21.


Filho de novo vice-presidente do COB é nomeado no Ministério do Esporte
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Daniel Brito

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Influência no controle de dopagem? Nzuman (E) cumprimenta Paulo Wanderley, seu novo vice no COB (Heitor Vilela/COB)

Recém-empossado vice-presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Paulo Wanderley tem na ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) uma pessoa da sua confiança. Trata-se de Sandro Teixeira, seu filho, e ex-gestor administrativo da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), da qual Wanderley é presidente desde 2001.

Sandro foi nomeado em 18 de agosto, ainda durante as Olimpíadas do Rio-2016, porém, seis dias após o fim das disputas de judô. Ele trabalhou no Comitê Organizador na Arena Carioca 2, onde foram realizadas as lutas da modalidade durante os Jogos-16. O cargo no governo federal é de “Assessor da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem“, segundo informou o Diário Oficial da União de 18 de agosto passado. Seu salário vai girar na casa dos R$ 9 mil mensais neste ano.

COB e ABCD entraram em rota de colisão na reta final da preparação dos atletas olímpicos para a Rio-2016. O comitê reclamou do então gestor da Autoridade pelo número excessivo de testes a que os membros do “Time Brasil” estavam sendo submetidos sob a vigilância da ABCD. Com isso, cresce o temor de que com esta proximidade entre o vice do COB e um assessor da Autoridade possam interferir nos trabalhos de controle de dopagem no país.

Há uma semana, o blog mostrou que o COB também quer emplacar seu ex-diretor-executivo de esportes, Marcus Vinícius Freire, no Tribunal Único Antidopagem, que está em fase de instalação.

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Sandro Teixeira foi gestor na CBJ e vai ganhar salário de R$ 9 mil na ABCD (reprodução da internet)

Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô em Barcelona-92,  e chefe da ABCD desde os primeiros dias de julho do corrente ano, recebeu-me em sua sala, no final da tarde de quarta-feira, 26, no Ministério do Esporte, em Brasília, para explicar a nomeação de Sandro. Ele lembrou que o técnico que o acompanhou na sua vitoriosa campanha para o ouro em Barcelona-92 era exatamente Paulo Wanderley, nove anos antes de assumir a presidência da CBJ. E que Sandro é um amigo de longa data. “Ele deve ser dois anos mais jovem que eu, foi estudar nos Estados Unidos e diversas vezes eu fui para lá dar aulas e fazer treinos com ele”, contou Sampaio.

O gestor da ABCD disse que não houve interferência do COB para escolha do nome e que a presença de Sandro não influenciará no andamento dos trabalhos. “Eu tive um cuidado de trazer para trabalhar comigo pessoas de minha confiança e dentro da área de atuação. Sandro cuidou do planejamento do controle antidopagem na CBJ, que fui uma das primeiras confederações a apresentar plano de trabalho para ABCD. Portanto, há um histórico na escolha dele”, justificou Sampaio.


COB indica ex-diretor para Tribunal Único Antidopagem
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Daniel Brito

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) indicou um ex-diretor-executivo, Marcus Vinicius Freire, para o Tribunal Único Antidopagem, que está em fase inicial de instalação. Ele trabalhou durante 18 anos no COB, sendo os últimos oito em função executiva. A sugestão foi dada ao Ministério do Esporte na última reunião do Conselho Nacional de Esporte (CNE), há uma semana.

O Tribunal representa um dos mais importantes pontos na nova estrutura de controle e combate ao doping no esporte no Brasil, exigida pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Ele será mantido pelo Ministério do Esporte, mas deve prioritariamente conservar uma autonomia das entidades esportivas, sejam confederações, agremiações ou comitê olímpico e paraolímpico.

Com a sua criação, ficam extintos os julgamentos de casos de doping nas federações e confederações. Todos os episódios serão julgados no Tribunal Único Antidopagem, daí a origem do nome. Nele, haverá duplo grau de jurisdição: uma turma revisará o julgamento de outra. O trabalho será feito de acordo com a demanda de exames produzidas pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

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Marcus Vinicius Freire foi diretor do COB nos últimos oito anos

Críticas ao controle de dopagem
Marcus Vinícius Freire deixou o cargo no COB em setembro, anunciando que seguiria “novos rumos”. Foi o chefe da missão brasileira, auto-intitulada de Time Brasil pelo comitê, no Rio-2016. Na reta final da preparação para os Jogos Olímpicos, Marcus Vinícius criticou o excesso de exames antidoping ao qual os atletas brasileira vinham sendo submetidos pela ABCD, grande parceria do Tribunal. “Minha maior preocupação são as faltas. É a ABCD ir fazer o teste e não encontrar nosso atleta. Se ele leva três punições por falta, é considerado positivo. É matemático. Quanto mais testes você faz, mais faltas acontecem”, analisou, em março deste ano Freire.

O discurso para a imprensa casou com sua atuação nos bastidores. Foi o que acusou o médico português Luís Horta, ex-integrante da ABCD, em reportagem do diário Lance!, nos primeiros dias de agosto.

“A ABCD sempre desejou ter como objetivo primordial que as medalhas fossem muitas, mas limpas. Este objetivo, viemos a descobrir, não era partilhado por todos os interlocutores, pois alguns desejam apenas que fossem muitas medalhas, independentemente de serem limpas ou não. Tudo ficou muito claro quando o COB, através do seu diretor executivo [Marcus Vinicius Freire], começou a pressionar a ABCD, expressando a sua insatisfação relativa à quantidade excessiva de controles de dopagem fora de competição realizados pela ABCD nos brasileiros e à forma rigorosa como a ABCD estava a realizar a gestão das falhas relativas ao sistema de localização”.

Freire rebateu: “Trabalhei por seis anos em órgãos que combatem o doping. Nunca reclamamos por ter que realizar exames, mas sim pela quantidade exagerada a que os principais atletas eram submetidos pela agência durante a preparação. Em menos de um mês tiveram que fazer 10 testes, isso atrapalhava a preparação“.

Critérios para escolha
O prazo para instalação do Tribunal Único Antidopagem é fevereiro de 2017. O órgão será composto por membros indicados por representantes de entidades de administração do desporto, da Comissão Nacional de Atletas e do Ministério do Esporte. Os nomes serão apresentados na próxima reunião do Conselho Nacional do Esporte (CNE), marcada para o fim de novembro, e a escolha será realizada pelo próprio CNE, ao qual caberá a análise dos perfis técnicos dos indicados.


“Não haverá caça às bruxas”, diz campeão olímpico novo chefe do antidoping
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Daniel Brito

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O campeão olímpico Rogério Sampaio, 48, é o novo chefe da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), órgão do Ministério do Esporte que regular os exames antidoping no país. E, antes mesmo da nomeação ser publicada no Diário Oficial, avisou: “Não haverá caça às bruxas, tem que haver respeito aos atletas”, disse Sampaio ao blog, por telefone.

Ele substitui a Marco Aurelio Klein, que fundou e estruturou a ABCD em um trabalho iniciado em 2011, atendendo a exigências da WADA (Agência Mundial Antidoping). Ele nem sequer foi informado da trocapelo ministro Leonardo Picciani (PMDB-RJ), mas sua queda já estava programada desde o início da semana, quando ele se encontrou com Sampaio e ofereceu-lhe o cargo na ABCD. A informação foi publicada no blog de Fernando Rodrigues, no UOL, na manhã desta quarta-feira, 29.
Sampaio foi ouro no judô em Barcelona-1992 e acumula experiência de 11 anos na gestão pública nas secretárias de esporte da prefeitura de Santos e de São Paulo.

Um dos fatores que pode ter acarretado a substituição de Klein por Sampaio foi a suspensão do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), no Rio de Janeiro, pela Wada, por problemas técnicos.

Uma das primeiras atribuições do ex-judoca é acompanhar, na próxima semana, uma comissão da Wada que visitará o laboratório erguido ao custo estimado de R$ 180 milhões para realizar todo os exames antidopagem dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016.  Ele confia que o LBCD voltará a ser considerado apto a realizar os testes durante o evento.

“Enquanto a nomeação não sai, estou tomando conhecimento de todo o processo no Brasil. Vamos seguir todas as diretrizes e programação da Wada para controle de dopagem dos atletas brasileiros e estrangeiros. Vamos trabalhar em conjunto com as confederações brasileiras. Tem que haver o respeito ao atleta, não vai  ter perseguição e nem caça às bruxas”, avisou.

Na tarde desta quarta-feira, 29, a assessoria de imprensa do Ministério do Esporte divulgou nota informando que a saída de Klein não tem relação com a suspensão do LBCD. Confira a íntegra da nota, abaixo:

 

A troca no comando da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) se deu seguindo determinação do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, já anunciada desde que tomou posse, de que faria alterações nas secretarias do ministério para ter como assessores próximos pessoas de sua confiança. A mudança não tem nada a ver com a suspensão do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) pela Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês). O ministro agradece Marco Aurelio Klein pelo trabalho realizado no período. Para sua vaga, o ministro convidou o ex-campeão olímpico Rogério Sampaio, que aceitou.


Brasília está em chamas, mas Dilma ainda precisa tratar sobre doping*
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Daniel Brito

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Laboratório preparada para os Jogos-16 pode ficar sem uso (divulgação)

*Atualizada às 12h30

É, no mínimo, curioso que uma operação chamada Lava Jato tenha incendiado Brasília nos últimos dias. E que, em meio às chamas da destruição, haja um decreto em cima da mesa da presidente Dilma Rousseff, à espera de assinatura, que pode livrar o Brasil de um vexame internacional na esfera esportiva.

Encerra-se amanhã, sexta-feira, 18, o prazo dado pela Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Anti-doping) para que o país regularize sua legislação esportiva e canalize em um único tribunal todos os julgamentos de casos de doping no Brasil. Ou faz isso, ou é descredenciado pela Wada.

O Brasil sabe dessa condição desde novembro último. O melhor cenário seria apresentar uma proposta de emenda constitucional na Câmara dos Deputados, em Brasília, e fazê-la vencer todos os trâmites no legislativo. Mas o calendário pesou contra. Primeiro, porque o Congresso Nacional está em ebulição sob a gestão Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). Depois, dezembro só houve expediente na primeira quinzena, e em ritmo lento, janeiro e início de fevereiro houve o recesso parlamentar. Da segunda quinzena de fevereiro até este dia 18 de março não haveria tempo hábil para debater e aprovar uma PEC na Câmara no cenário atual.

Entraram em cena Casa Civil e AGU (Advocacia Geral da União). Entendeu-se, portanto, que era melhor um decreto presidencial. No início de março foi divulgado que algum dia entre 15 e 18 de março a presidente Dilma assinaria o decreto.

Nele, os casos de doping que hoje são julgados nos tribunais de cada confederação esportiva iriam direto para uma espécie de STF do doping, com a diferença de ser a primeira e única instância nos julgamentos no país. Cairia de 60 para 21 dias o limite para julgamento de sanções disciplinares, em consonância com regulamentação da Wada de 2013.

Como se vê, Brasília está em chamas. A presidente envolta em crise que parece longe do fim. Nem mesmo o ministro do Esporte, George Hilton (PRB-MG), sabe até que dia (ou melhor, até que horas) vai ter o direito de ocupar a sala que utiliza no alto do Bloco A da Esplanada dos Ministérios. Na ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) há um otimismo insofismável quanto à assinatura, apesar da conjuntura. Até porque, é tudo o que o Brasil precisa para levar à Wada: a assinatura e não a instalação imediata do tal STF do doping.

Mas se o decreto não sair até sexta-feira, o Brasil perde o credenciamento da Wada no ano dos Jogos Olímpicos no país. Não que isto já não tenha ocorrido. Em 2014, a Copa do Mundo Fifa foi realizada sem o credenciamento do país para analisar exames antidopagem. A diferença é que agora, o Brasil tem um laboratório de controle de doping novinho, no qual foram empreendidos quase R$ 190 milhões pensando nos Jogos-2016. E sem o decreto presidencial, sem a assinatura em meio ao caos, este laboratório ficará sem uso durante a Rio-2016.

Amanhã é o último dia.

Atualização: Foi publicado na edição desta quinta-feira, 17, no Diário Oficial da União a portaria que cria o Código Brasileiro Antidopagem, em que estabelece normas e diretrizes para o controle de dopagem no país. O Tribunal Antidopagem é citado na portaria, mas sua criação ainda não foi oficializada, que é esperada para ainda esta quinta-feira, 17. “Hoje uma edição extra do Diário Oficial completa o conjunto de medidas que atendem todas as exigências da Wada-AMA. Portanto, o Brasil manterá a sua conformidade com o Código Mundial Antidopagem. Hoje foi dado um enorme passo na luta contra a dopagem no esporte no Brasil e fica assegurado o LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem) como o laboratório dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”, afirmou o secretário nacional para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Maurco Aurelio Klein.


Ciclistas recebem salário das Forças Armadas mesmo punidos por doping
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Daniel Brito

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Uênia (a terceira da esq. para dir.) no pódio do Mundial Militar, na Coreia do Sul (Divulgação)

Os ciclistas Uênia Fernandes e Alex Arseno estão suspensos de competições esportivas pelos próximos quatro anos após terem sido flagrados em exame antidoping realizado em setembro. Alex e Uênia também são terceiro sargento da Aeronáutica, recebem mensalmente R$ 3,774 de salário.

Eles tornaram-se militares pelo programa de alto rendimento das Forças Armadas do Brasil, que seleciona atletas com potencial olímpico para ingressar no Exército, Aeronáutica ou Marinha. Mesmo punidos na esfera esportiva pelo uso de substâncias proibidas, Alex e Uênia permanecem normalmente como terceiro sargento das Forças Armadas, inclusive recebendo salário, segundo informou a assessoria da FAB (Força Aérea Brasileira).

A FAB explica que não excluiu Alex e Uênia de seus quadros porque não recebeu notificação oficial da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) informando da suspensão da dupla. A CBC, no entanto, informou que não precisa noticiar a FAB sobre o resultado do julgamento, uma vez que a informação está publicada na página da confederação na internet.

Assim, Alex e Uênia vivem uma situação pitoresca. São membros das Forças Armadas do Brasil somente porque se enquadraram no perfil de esportista que os militares querem em suas fileiras, contudo, estão proibidos de competir porque foram punidos por uso de doping.

Falha de comunicação
Não é a primeira vez que caso desse tipo acontece. O arguto repórter do UOL Esporte, meu amigo Fábio Aleixo, mostrou em agosto do ano passado o caso do nadador João Gomes Jr. Ele é terceiro sargento da Marinha e foi suspenso por doping em fevereiro de 2015. Ficou seis meses impedido de competir, ainda assim manteve-se nas Forças Armadas, onde permanece até hoje.

O edital público para o qual Alex, Uênia e até João Gomes Júnior aplicaram para se tornar miliatares é bem claro quanto aos casos de desportistas punidos por doping: exclusão do programa de alto rendimento das Forças Armadas. Falta, como se vê, uma maior comunicação neste aspecto entre os militares e as confederações esportivas.

Porque, Alex Arseno, por exemplo, não só admitiu que fez uso de substância que melhora a performance esportiva como anunciou publicamente o fim da carreira como atleta. Uênia, por sua vez, foi julgada duas vezes pelo STJD da CBC. Na primeira, foi estranhamente absolvida, no que seria um raro caso de inocetar um atleta flagrado com taxa alterada de EPO (eritropoetina) no organismo. Foi preciso a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) intervir e identificar falhas no julgamento, para que houvesse novo arbitrio e, aí sim, Uênia levou um gancho de quatro anos.

O caminho da burocracia
Os casos já foram encerrados na justiça desportiva no Brasil. Se quiserem recorrer, Uênia e Alex terão de ir ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), na Suíça. O que não ocorreu até o momento. É importante lembrar, também, que Uênia vem de uma familia com casos frequentes de doping.

Entre o exame que a flagrou com EPO e a punição, ela representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes.

Segundo a assessoria da CBC, este resultado deve ser invalidado, e aí a suspensão deve chegar naturalmente à FAB. Basta que a UCI (União Ciclística Internacional) registre em seu site a punição a Uênia. Em seguida, O CISM (Conselho Internacional de Esportes Militares) será notificado, e só ai as Forças Armadas do Brasil poderão ser oficialmente informadas do caso.

Nas últimas duas semanas, o blog vem contatando a assessoria de imprensa da FAB para saber se havia alguma novidade sobre o caso. Em todas as ocasiões foi sempre muito bem atendido e ouviu que os atletas permanecem normalmente na Força Aérea até que receba uma notificação da confederação, aí eles serão desligados pela Aeronáutica, conforme previsto no edital de convocação.

O último contato foi na tarde da sexta-feira, 26.


Doping em família: mãe e filho são flagrados com EPO em provas de rua
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Daniel Brito

O comunicado oficial da CBAT (Confederação Brasileira de Atletismo) publicado há uma semana era frio, como devem ser as notas oficiais de doping. Anunciava suspensão preventiva de três atletas flagrados com substâncias proibidas em importantes competições. O primeiro nome da lista era de Sueli Pereira Silva. No pé da nota, estava Ronald Moraes da Silva.

Ambos testaram positivo para EPO (eritropoetina) na Corrida de Reis, em Cuiabá, na primeira quinzena de janeiro. Sueli também foi flagrada com a mesma substância na São Silvestre, em 31 de dezembro, em caso divulgado em primeira mão pelo meu colega de UOL Esporte e parceiro de cobertura olímpica, Eduardo Ohata.

Com a nota oficial, de 12 de fevereiro, Sueli e Ronald entraram para a história do esporte brasileiro como primeiro caso de mãe e filho flagrados no doping.

Nunca antes na história deste país…
O esporte brasileiro já viu, recentemente, outros episódios de dopagem em família. Basta lembrar do capítulo que a família Fernandes já escreveu no ciclismo nacional. Três desportistas da mesma linhagem já tiveram a carreira maculada por resultados positivos em testes de doping e punições rigorosas. Hoje elas são militares e representam as Forças Armadas do país em competições internacionais.

Mas mãe e filho flagrados é, de fato, caso raro. Até em escala internacional.

EPO dentro de casa?
Sueli e Ronald são (ou eram) treinados pelo mesmo técnico, Ronaldo de Moraes, popularmente chamado de Trovão, casado com Sueli e pai de Ronald. Embora haja suspeita, jamais comprovada, de que o EPO pode ter vindo de dentro da casa da família, Trovão não foi punido e nem sequer está sob investigação. “Estamos confiantes no julgamento”, disse o treinador ao repórter Rafael Xavier, do jornal O Popular, de Goiânia, Goiás.

Veredictos severos
Os dois atletas estão temporariamente suspensos pela CBAT até que haja o julgamento no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da modalidade. Mas os veredictos para atletas apanhados com EPO na urina costumam ser rígidos, podendo chegar até a quatro anos de gancho. Para Sueli, por exemplo, seria o fim da carreira no alto rendimento, já que está com 37 anos, e perdeu a oportunidade de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

Ela já foi cortada da equipe do Cruzeiro, de Belo Horizonte, Minas Gerais, por causa do doping. Ronald, que também integrava o time, fora dispensado antes mesmo da São Silvestre, motivo pelo qual não correra a tradicional prova de rua do dia 31 de dezembro em São Paulo.

Os testes que comprometeram esta família de corredores foram feitos pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), um órgão do Ministério do Esporte, no LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), o antigo Ladetec, na UFRJ.

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Ministério promete ir ao TAS contra ciclista militar absolvida do doping
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Daniel Brito

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Uênia (terceira, da esq. para dir.) foi campeã por equipes no Mundial Militar (Divulgação)

A ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) entrou com pedido de anulação da decisão da Confederação Brasileira de Ciclismo de absolver a ciclista matogrossense Uênia Fernandes, 31, do doping por EPO (eritropoietina). O órgão, vinculado ao Ministério do Esporte, promete levar o caso até o Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne, na Suíça.

É raro, quase inédito, um atleta ser flagrado em exame de dopagem com EPO e ainda ser absolvido. Uênia alegou que a equipe da ABCD que realizou a coleta da urina em teste surpresa em setembro foi feita de forma errada e sofreu contaminação. A defesa da ciclista disse que ela não pôde se hidratar, ficou por horas submetida aos exames, e a coleta da urina do ciclista Alex Arseno, também flagrado com EPO no mesmo dia, conspurcou o frasco em que estava a urina de Uênia.

No julgamento da Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) do ciclismo, em 10 de dezembro, a ABCD foi citada nominalmente como responsável pela resultado positivo de doping. Porém, a entidade não foi convocada para dar sua versão, o que vai contra o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). Ainda assim, a comissão julgou procedente a defesa de Uênia e a absolveu.

“Mesmo que não tivesse sido citada na defesa da atleta, a ABCD tem que ser intimada a participar do julgamento, mas nem isso ocorreu”, explicou o chefe do órgão, Marco Aurélio Klein. “A decisão do STJD do ciclismo foi uma afronta à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. Foi dada uma sentença a um julgamento feito de forma irregular. Não questiono o resultado, mas o fato de o CBJD não ter sido obedecido. Nós vamos até ao TAS para que este julgamento seja revisto”, acrescentou.

Histórico de doping na família
Uênia é 3º sargento da Força Áerea Brasileira e é beneficiária do programa de alto rendimento das Forças Armadas. Representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes. Flávia Oliveira também compôs o time, mas sobre esta não recai nenhuma suspeita de doping.

Curiosamente, a família Fernandes tem uma história maculada pelo doping no ciclismo. Além de Clemilda, e Uênia, há registro de utilização de substância proibida por parte de Márcia, irmã de Clemilda e Janildes. Mais curioso ainda, todas foram flagradas utilizando-se da mesma substância: EPO.

“Não há hipótese de um atleta flagrado com EPO ser absolvido. Observa-se que há uma concentração de casos neste núcleo, mas não podemos julgar a Uênia pela Clemilda e nem por ninguém, a não ser por ela mesma”, opinou Klein.