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Arquivo : hóquei na grama

Tem país desistindo da Olimpíada para não amargar a lanterna
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Daniel Brito

Christine Roos, lllse Davids, Bernadette Coston, Toni Marks and Celia Evans of South Africa during the 2015 Greenfields Africa Hockey Championships Women game between South Africa and Ghana at the Randburg Hockey Stadium in Johannesburg, South Africa on November 01, 2015 ©Samuel Shivambu/BackpagePix

Não valeu: seleção de hóquei da África do Sul foi campeã continental mas não virá em 2016

O Comitê Olímpico da África do Sul decidiu que as seleções masculina e feminina de hóquei na grama do país não participarão dos Jogos do Rio-2016. O motivo é tão simples quanto controverso: as equipes não reúnem condições de disputar medalha olímpica. Logo, se é para para fugir da lanterninha aqui no Brasil, melhor nem vir.

Assim sendo, a vaga adquirida pelos sul-africanos ao sagrarem-se campeões continentais não teve valor algum para o Comitê Olímpico da África do Sul, cuja sigla em inglês é SASCOC. O comitê entende que a vaga teria de ser conquistada na Liga Mundial, contra os melhores do mundo e não apenas os rivais do continente. Fato que não ocorreu.

A decisão polêmica foi levada até ao COI (Comitê Olímpico Internacional) pela federação nacional de hóquei na grama, mas a entidade sediada na Suíça deu razão ao SASCOC.

Iniciou-se então campanha na internet, que pedia a adesão de 25 mil pessoas, mas só conseguiu 16 mil apoiadores.

O hóquei sul-africano frequenta os Jogos Olímpicos desde 1996 seja com uma equipe no masculino ou no feminino. Mas sempre ocupou a última ou penúltima colocação ao final. Raramente, conseguiu ser apenas o terceiro pior de uma Olimpíada. E é isto que o SASCOC diz querer evitar.

A entidade, no entanto, tem sido questionada pelo apoio que vem dando ao futebol feminino. Em sua coluna no jornal The Citizen, de Johannesburgo, o jornalista Jaco van der Merwe apontou a diferença no tratamento dado às duas modalidades.

“Depois que se classificaram para o Rio-2016, as jogadoras da seleção de futebol foram tratadas como heroínas, angariaram milhões de rands [moeda local] em contribuições do público, mas se esquecem que elas terminaram em 10º entre 12 participantes nos Jogos de Londres-2012”, afirmou Van der Merwe. “Tanto as seleções de hóquei quanto o time de futebol feminino são medíocres e ambos lutariam para evitar ficar com a ‘wooden spoon’ no Rio-2016”, apontou o jornalista, usando o termo em inglês que corresponde à “lanterninha da competição” em português.

No lugar dos sul-africanos, a Nova Zelândia ganhou a vaga no masculino e a Espanha, no feminino.


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