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Arquivo : Isaquias Queiróz

Espanhol técnico de Isaquías Queiroz perde autorização de trabalho no país
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Daniel Brito

O espanhol Jesús Morlán, técnico responsável pela equipe brasileira de canoagem de velocidade, está sem autorização para trabalhar no Brasil. A concessão, que é solicitada anualmente,  lhe foi negada pela coordenadoria geral de imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília.

O MTE não informou o motivo pelo qual a autorização foi indeferida, podendo ter ocorrido por falta de algum documento ou até problemas no visto. A autorização para trabalhar é diferente do visto de residência no país, o que segundo o COB,  Morlan tem,  portanto não está ilegal no Brasil.

Morlan foi o treinador responsável pelo maior número de medalhas conquistadas pelos atletas nacionais nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Seu pupilo, Isaquias Queiróz, faturou duas pratas e um bronze na Lagoa Rodrigo de Freitas em agosto último. Ninguém levou a bandeira brasileira ao pódio tantas vezes na última edição dos Jogos.

O espanhol é tido como um dos mais talentosos treinadores estrangeiros importados pelo Brasil para preparar a equipe olímpica para a Rio-2016.

Trabalho de Morlan no Brasil rendeu três pódios ao país na Rio-16 (Zanone fraissat/Folhapress)

Recentemente, Morlan foi submetido a uma cirurgia no cérebro, após ter sido diagnosticado com um tumor na região. Recupera-se gradativamente, e mantinha-se acompanhando os canoístas brasileiros nos treinamentos em Lagoa Santa, Minas Gerais, com auxílio de treinadores nacionais.

Ele renovou, logo após a Rio-16, seu vínculo com a canoagem brasileira até Tóquio-2020, com recursos do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), da lei Piva, mas o valor não foi revelado pelo comitê.

“O COB já recorreu da decisão [do Ministério]. Enquanto pendente a análise do recurso, o estrangeiro não está irregular no Brasil. O COB e a Confederação Brasileira de Canoagem cumprirão todas as obrigações legais para contar com o treinador Jesus Morlán em seu quadro de colaboradores. Jesus Morlan vem desempenhando sua função com extrema qualidade há mais de quatro anos no Brasil e vem prestando um serviço inestimável para o desenvolvimento do esporte brasileiro”,  informou o COB, por meio de sua assessoria de imprensa.


Cartola da canoagem veta Petrobras em uniforme de equipe olímpica
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Daniel Brito

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Isaquias quer exibir patrocínio individual no uniforme da seleção (Crédito: Divulgação)

A CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) vetou a possibilidade de seu melhor atleta, Isaquias Queiróz, de exibir a logo da Petrobras no uniforme de competição. Esse foi um dos motivos pelo qual o maior canoísta do país boicotou o evento teste da modalidade no início de setembro, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Três vezes campeão mundial, o baiano de Ubaitaba questionou, entre outras coisas, o fato de ostentar a logo do BNDES, banco que patrocina, via lei de incentivo, a CBCa. “Mesmo sem receber, a gente leva a camisa do BNDES para competir, se não é punido”, reclamou à época. Isaquias é um dos 25 atletas do Time Petrobras, montando neste ano com potenciais medalhistas nos Jogos do Rio-2016. É o único canoísta neste grupo, sua remuneração mensal pelo patrocínio é de cinco dígitos. Complementa a renda de bolsas que recebe do governo federal e da própria CBCa, por intermédio do BNDES.

Mas como a Petrobras é um patrocinador individual, a CBCa vetou a exposição no uniforme oficial de competição. “Jogador da seleção brasileira de volei pode colocar patrocinio individual na camisa da CBV?”, questionou João Tomasini, que há 27 anos ocupa o cargo de presidente da CBCa. “No uniforme nacional não terá patrocínio da Petrobras, a gente dá a possibilidade de colocar a marca no remo, que é até melhor para foto, e dois espaços no barco”, explicou o cartola.

Ele disse que não é contrário ao investimento direcionado da estatal a Isaquias, mas já há regras estabelecidas antes do acordo entre o atleta e o patrocinador. “Excelente que a Petrobras patrocine ele, excelente que dê condições para montar estrutura de vida futura e para o agora também, mas não é patrocinadora da CBCa. Nosso patrocinio é do BNDES, GE [General Eletrics] e Itapu Binacional, no caso da canoage slalom. Quando nós fechamos o patrocinio para toda a modalidade, cedemos nosso espaço para cumprir, então nós estamos cumprindo”, avisou.

As declarações foram dadas em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, há uma semana. Após o fim da sessão, Tomasini disse a este blogueiro que tanto Isaquias quanto os demais atletas jamais deixaram de receber seus rendimentos mensais, reforçando o que já dissera no evento teste, quando do boicote. E garantiu que, “com moderação”, está conversando com atletas e comissão técnica para evitar futuros desentendimentos.


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