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Ricardo Leyser deve ser efetivado como ministro do Esporte
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Daniel Brito

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Está na mesa da presidente Dilma Rousseff a nomeação de Ricardo Leyser como ministro do Esporte, em substituição a George Hilton, demitido na manhã desta quarta-feira, 23. Leyser é remanescente da gestão PC do B na pasta, e está diretamente envolvido com a preparação da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016.

Leyser é do PC do B do Rio Grande do Sul e até então ocupava o cargo de secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR). Durante os primeiros 11 meses da administração Hilton na pasta, respondia como secretário-executivo do ministério, o segundo na hierarquia. Porém, para agradar o PRB, então partido de Hilton, Leyser foi exonerado do cargo e realocado na SNEAR. Em sua vaga, assumiu Marcos Jorge, presidente do PRB de Roraima.

Marcos Jorge permanece onde está. Faz parte do acordo político entre Palácio do Planalto e PRB, manter os secretários no Ministério do Esporte e ejetar George Hilton, que transferiu-se para o PROS na esperança de continuar como senhor de um orçamento estimado em R$ 1,3 bilhão só para este ano.

Participou da organização do Pan-07
Diferentemente de Hilton, Leyser conhece os atletas e os dirigentes. Ingressou no Ministério do Esporte em 2003H, na fundação da pasta, como assessor de Agnelo Queiroz. Entre 2005 e 2007, Leyser foi secretário-executivo para os Jogos Pan-Americanos do Rio-07. Trabalhou diretamente na candidatura carioca para receber os Jogos Olímpicos-2016.

Em junho de 2010, o TCU (Tribunal de Contas da União) condenou Leyser a devolver R$ 18 milhões aos cofres públicos por irregularidades cometidas na época do Pan. Segundo o jornal O Globo, a conta incluiu, por exemplo, R$ 4,1 milhões de pagamentos feitos em duplicidade. O dirigente se declarou inocente e chegou a dizer que a decisão parecia encomendada para atingí-lo. Recorreu da decisão e foi inocentado posteriormente.

O dirigente assumiu em 2009 a Secretaria Nacional de Alto Rendimento – substituiu ao ex-nadador Djan Madruga.

Na secretaria, Leyser estreitou o contato do governo com confederações esportivas e atletas. Trabalhou pela reformulação de políticas de apoio governamental a esportistas e foi um dos grandes responsável pelo plano Brasil Medalhas, lançado em 2012 visando a colocar o Brasil entre os dez países com mais medalhas na Olimpíada de 2016 (nos Jogos de 2012, o país foi 22º).


PRB se reaproxima de Dilma e derruba ministro do Esporte
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Daniel Brito

O deputado federal George Hilton (PROS-MG) deixou o cargo de ministro do Esporte na manhã desta quarta-feira, 23. George Hilton estava no cargo desde janeiro de 2015, em substituição a Aldo Rebelo. Ele é deputado federal e deve retornar à Câmara dos Deputados, agora pelo PROS.

Uma reviravolta política nos últimos dias selou o destino de Hilton.

Tudo por conta da reaproximação do PRB, antigo partido e Geroge Hilton, com o Palácio do Planalto. Há 10 dias, o presidente da legenda publicou um artigo na Folha de S.Paulo em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao longo da semana anterior, o PRB deixou clara a resolução de que todos os membros do partido com cargos no governo federal pedissem exoneração.

Pressionou Hilton repetidas vezes, que, em vez de atender ao partido, trocou de legenda. Deixou o PRB, pelo qual havia sido reeleito deputado federal por Minas Gerais, em 2014, e filiou-se ao PROS.

Porém, Dilma e PRB se reaproximaram. Na tarde de ontem, o presidente do PRB, Marcos Pereira, selaram um acordo de paz e cooperação. Pereira pediu o ministério de volta, e no início da noite de ontem, a saída de George Hilton do cargo estava consumada.

Ele teria um evento no Rio de Janeiro com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, nesta quarta-feira, 23, mas já não participará mais.

Ricardo Leyser, secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, remanescente do PC do B na pasta, assume interinamente. Resta saber se o PRB indicará um substituto para a vaga deixada por George Hilton. Os secretários do segundo escalão do Ministério do Esporte, membros do PRB, também devem continuar no cargo.

*ATUALIZAÇÃO: Em nota divulgada na quarta-feira, 23, o PRB negou que tenha retornado à base de apoio da presidente Dilma e mudou o tom do discurso. Em vez de ser pró-impeachment, como no artigo da Folha de S.Paulo de 11 de março, defende uma postura “independente” dos parlamentares do partido. Não informou, contudo, se os secretários vão pedir para deixar os cargos no ministério do Esporte.


Número 2 do Esporte diz que sai, mas só com exoneração de Dilma
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Daniel Brito

Marcos Jorge

Marcos Jorge assumiu a secretaria executiva do Ministério em novembro, após trapalhada do Planalto (divulgação)

O secretário-executivo do Ministério do Esporte, Marcos Jorge de Lima (PRB-RR), anunciou que vai seguir a resolução do partido e deixar o posto, o segundo na hierarquia do Poder Executivo na Esplanada. Mas não fará de forma espontânea, só quando a presidente Dilma Rousseff exonerá-lo.

“Continuo dando expediente normalmente no Ministério do Esporte, até uma decisão do governo quanto à possível transição. Estamos na véspera das Olimpíadas. Seria irresponsável abandonar o cargo antes de alguém assumi-lo”, revelou à repórter Jessica Laurie do jornal Folha de Boa Vista, da capital roraimense.

O PRB desembarcou do governo Dilma na semana passada, quando o presidente do partido, Marcos Pereira, anunciou publicamente o apoio ao impeachment da presidente da República. A legenda soltou comunicado informando que o ministro do Esporte, George Hilton, havia colocado o cargo à disposição, o que acabou se mostrando falso, porque o titular da pasta pulou do PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, para o PROS, e foi mantido – até agora.

Mas Marcos Jorge é presidente do diretório estadual do PRB em Roraima e o cargo no Esporte caiu no seu colo em novembro do ano passado, quando saiu do Palácio Planalto a exoneração, quase que de surpresa, do então secretário-executivo, Ricardo Leyser, atualmente secretário de Alto Rendimento.

Sem vínculo com esporte, teve de ser apresentado a dirigentes e até a atletas de renome, com quem jamais havia lidado. Evitou holofotes e, em silêncio, desengavetou projetos para seu Estado. Como os cerca de R$ 14 milhões para o Parque Anauá, em Boa Vista. Dos quais, R$ 5 milhões eram de emenda parlamentar do deputado federal e seu amigo Jonathan de Jesus (PRB-RR). Outros R$ 9 milhões para “Preparação de atletas e capacitação de recursos humanos para o esporte de alto rendimento”.

O Ministério do Esporte informou, via assessoria de imprensa, que não houve direcionamento político do investimento em Roraima e informou que os recursos são destinados a todas as unidades da federação. “No final de 2015, foram aprovados os projetos de Roraima e Bahia, Estados que ainda não haviam sido contemplados no programa da Rede Nacional de Atletismo”, explicou a pasta.

Já neste ano, Marcos Jorge ainda liberou quase R$ 1 milhão para a reforma da “Vila Olímpica Roberto Marinho” também em Boa Vista.

A fartura de dinheiro contrasta com um Estado que não tem tradição na formação de atletas. No Pan-Americano de Toronto, no ano passado, por exemplo, apenas um representante de Roraima estava na delegação nacional: Luiz Altamir, da natação, radicado no Ceará.

Agora, o secretário que não conhecia os atletas espera a assinatura de Dilma para deixar o cargo que assumiu em novembro. Com ele, outros membros do PRB levados por George Hilton ao Ministério do Esporte esperam a determinação da presidente Dilma para desembarcar: o secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), Carlos Geraldo (PRB-PE), além de Rogério Hamam (PRB-SP), secretário Nacional de Futebol.

Sem os correligionários de até então, George Hilton terá de montar nova equipe no segundo escalão a quase quatro meses para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Resta saber se no seu novo partido, o PROS, tem quadros capacitados para tamanha responsabilidade.


O curioso caso de George Hilton, o ainda ministro do Esporte
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Daniel Brito

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George Hilton: um ministro cujo próprio partido desaprova o governo do qual faz parte (Folhapress)

George Hilton ainda é o ministro de um dos orçamentos mais volumosos da Esplanada dos Ministérios, mas seu partido, o PRB, já desembarcou da base de apoio da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional.

A queda de Hilton do cargo de ministro do Esporte até já foi noticiada na imprensa. Em uma nota coberta, o Jornal Nacional da TV Globo de quarta-feira, 16, anunciou que o PRB entregara todos os cargos na esfera federal de volta à presidente, inclusive o Ministério do Esporte. Jornais e sites também publicaram a informação.

Na manhã do dia seguinte, a quinta-feira, 17, na abertura da cerimônia de posse de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil, no Palácio do Planalto, Dilma saudou publicamente a todos os ministros presentes, entre os quais Hilton. Ele fazia planos de encontrar-se com a presidente após a cerimônia. Faltou combinar com a Justiça Federal, cuja 4ª Vara (do Distrito Federal) expediu liminar suspendendo a posse de Lula.

Ficou impossível falar sobre o Ministério do Esporte com Dilma após este episódio na tarde de ontem.

Hilton, então, voltou para seu gabinete no Bloco A da Esplanada dos Ministério e deu expediente até as 19h. Havia a expectativa de encaixar um horário na agenda de Dilma ainda ontem. Ele quer continuar no cargo. Vislumbra voos mais altos na política, quem sabe uma candidatura ao Senado em 2018.

Mas o PRB defende o impeachment de Dilma Rousseff, conforme artigo na Folha de S.Paulo, da sexta-feira passada, 11, de autoria de Marcos Pereira, presidente da legenda. Hilton foi chamado a se explicar ao Planalto.

E em nota oficial à imprensa, defendeu o governo Dilma, elencou o que ele considerou ser conquistas desta gestão e encerrou dizendo: “O ministro George Hilton defende que na democracia temos o direito de divergir e não concordar com um modelo de gestão, mas temos o dever de reconhecer os avanços e contribuir com propostas que permitam a construção de soluções para o nosso país”.

E agora, uma pasta cujo orçamento anual bate na casa de R$ 1,3 bilhão, e tem a responsabilidade de financiar obras dos Jogos do Rio-2016, além da preparação dos atletas nacionais que competirão em agosto, está em uma encruzilhada política. Um ministro cujo próprio partido desaprova o governo do qual faz parte, e um governo em busca de apoio no Congresso Nacional para derrubar o processo de impeachment.

Se permanecer no cargo, Hilton terá a missão de trazer o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, de volta à base governista, afinal são 21 deputados federais na legenda. Caso contrário, nã fará sentido ao governo mantê-lo como ministro.


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