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Arquivo : Tóquio-2020

Japão promete carro voador para acender a pira em Tóquio-2020
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Daniel Brito

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Engenheiros japoneses fazem teste em veículo voador de menor porte

Os japoneses correm contra o tempo para fazer um carro voar com a chama olímpica e acender a pira dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O plano é este e um grupo de jovens engenheiros estão trabalhando no estilo oriental para fazer um carro levantar voo na abertura dos próximos Jogos, no Japão.

O projeto não é exatamente de um carro como o que vemos nas ruas. O automóvel voador medirá 2,9 metros de comprimento e 1,3 metros de largura. Ele será um triciclo elétrico de um único assento, com duas hélices.

O Asahi Shimbun, um dos maiores jornais do Japão, publicou que é um protótipo de um modelo que possa ser utilizado no futuro (para além de Tóquio-2020) para evitar congestionamentos nas ruas e ajudar em resgates em caso de desastres naturais, quando as vias terrestres estiverem inviáveis.

Os engenheiros disseram ao Asahi que o veículo pode decolar e pousar verticalmente. Será operado com o volante e o pedal do acelerador no ar ou na estrada. O grupo de engenheiros trabalha para que o protótipo possa finalmente voar 50 quilômetros a uma altitude de 150 metros. É um desafio muito grande, dado que o estágio atual dos trabalhos fazem com que o carro chegue somente a voar por um metro e por apenas cinco segundos.

Eles têm até 24 de julho de 2020 para fazer a mais incrível acendimento de uma pira olímpica se concretizar.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - AUGUST 05: Former Brazilian athlete Vanderlei de Lima lights the Olympic Flame during the Opening Ceremony of the Rio 2016 Olympic Games at Maracana Stadium on August 5, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Morry Gash/Pool/Getty Images)

Na Rio-16, a pira foi acesa por Vanderlei Cordeiro após subir uma escadaria imensa (Morry Gash/Getty)


O que o Japão tem contra tatuagens e o que isso tem a ver com Tóquio-2020?
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Daniel Brito

LONDON, ENGLAND - AUGUST 10: Phara Anacharsis of France prepares to compete during the Women's 4 x 400m Relay Round 1 heats on Day 14 of the London 2012 Olympic Games at Olympic Stadium on August 10, 2012 in London, England. (Photo by Jamie Squire/Getty Images)

Tatuagens são comuns entre atletas, mas mal vistas no Japão (Jamie Squire/Getty Images)

Para os ocidentais, é mais um conceito de beleza e até de moda. Mas para os japoneses, é sinal de ofensa. A tatuagem vai ser um dilema durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio-2020. E não é pelos motivos que o Comitê Paraolímpico Internacional apresentou nos últimos anos. Ainda se fosse, seria fácil de se resolver.

A polêmica toda gira em torno do estigma que tatuagens têm para o japonês. É uma história tão complexa quanto antiga. Basta lembrar que lá pelo século oito depois de Cristo, criminosos eram tatuados como forma de punição. Adiantando muito a história, trazendo para um passado mais recente, tatuagem era utilizada apenas por membros da Yakuza, a famosa máfia japonesa, ou pessoas ligadas a grupos criminosos.

Isso alimentou o imaginário popular por décadas, de tal modo que ainda hoje ainda há restrições em clubes, ginásios, academias e lugares públicos. Um repórter da renomada revista inglesa “The Economist”  relatou que, em 2015, ficou constrangido por exibir uma tatuagem nas costas de apenas oito centímetros em uma piscina pública.

Na revista digital “Japan Style” há um depoimento de um americano que foi impedido de matricular-se em um clube desportivo porque, no formulário de inscrição, assinalou a opção “sim” quando perguntado se possuía alguma tatuagem. Em 2012, o prefeito de Osaka promoveu uma campanha para que todos os servidores públicos da cidade cobrissem suas tatuagens.

SHIZUOKA - JUNE 21: David Beckham (left) of England and Ronaldo (right) of Brazil shake hands before the England v Brazil World Cup Quarter Final match played at the Shizuoka Stadium Ecopa in Shizuoka, Japan on June 21, 2002. Brazil won the match 2-1. (Photo by Stu Forster/Getty Images)

No verão japonês, Beckham optou por jogar de manga longa o Mundial-02 para não expor tatuagens (Stu Forster/Getty )

Até o astro inglês David Beckham cobriu-se nos jogos da Inglaterra na Copa do Mundo Fifa-2002 no Japão. Ele pediu à Umbro, fornecedora do English Team, camisetas de manga longa, assim, “escondia” a tatuagem em hindi com o nome de Victoria, mãe de seus filhos, cujos nomes também estavam marcados nos braços.

Não há uma lei específica, mas uma regra não escrita que condena as tatuagens aparentes. O que curioso porque o Japão tem um traço cultural muito forte nas tatuagens de corpo inteiro, chamadas de irezumi. Muitas delas trazem motivos de guerra, sangue, animais, florestas e mulheres.

Aos poucos, a cultura da tatuagem vai sendo difundida no país. Há, aproximadamente, cerca de três mil estúdios legalizados no país, muitos dos quais trabalham só com irezumi. Vinte e sete anos atrás, eram 300.

Os japoneses foram entendendo que tatuagem para os ocidentais não tinha a ver com a yakuza ou com gangsters, mas uma questão de estilo, às vezes até de etnia (como o caso dos maori, da Nova Zelândia). É improvável que os atletas sejam recomendados a esconder suas tatuagens durante Tóquio-2020.

E este pode ser mais um grande legado dos Jogos Olímpicos no próximo país sede: mudar o status das tattoos no Japão.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - AUGUST 16: Fernando Saraiva Reis of Brazil competes during the Men's +105kg Weightlifting contest on Day 11 of the Rio 2016 Olympic Games at Riocentro - Pavilion 2 on August 16, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Matthias Hangst/Getty Images)

(Matthias Hangst/Getty)


Punição à Rússia causa constrangimento entre paraolímpicos e COI
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Daniel Brito

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Ferve em fogo brando a longa relação entre COI (Comitê Olímpico Internacional) e IPC (Comitê Paraolímpico Internacional, na sigla em inglês), desde que as duas entidades deram destinos diferentes à Rússia, acusada de manter um largo esquema de doping com apoio do governo. Enquanto os olímpicos terceirizaram a responsabilidade para as federações internacionais decidirem sobre a  participação de russos nas Olimpíadas-2016, os paraolímpicos baniram completamente da Rio-16 a delegação do país. E mais: os excluíram dos Jogos de inverno de PyeongChang-2018.

Aos olhos da crítica internacional, ficou clara uma posição de antagonismo dos dois parcerios. O COI afrouxou as rédeas que o IPC manteve curta no relacionamento com a Rússia, uma potência não só esportiva como geopolítica. Os elogios foram para o IPC e as críticas, ao COI.

Criou-se um constrangimento

Em vez de apagar a fogueira da vaidade, o COI borrifou o fogo com querosene: anunciou que o alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, não virá ao Rio para a cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos. Desde Seul-1988, o presidente do COI prestigia a inauguração das Paraolimpíadas.

A justificativa de Bach é de que participará do funeral de Walter Scheel, que morreu aos 97 anos em 24 de agosto – portanto, há duas semanas -, em Berlim. Scheel foi presidente da Alemanha Oriental de 1974 a 1979. Em substituição a Bach virá o sul-africano Sam Ramsamy, membro do COI há 21 anos.

“Lamentamos que o presidente [Thomas Bach] não possa vir, mas entendemos que houve um imprevisto na Europa. Estivemos em contato com ele desde que os Jogos Olímpicos terminaram e esperamos vê-lo no Brasil o mais cedo”, disse Mario Andrada, diretor de comunicação do Comitê Rio 2016.

Craig Spence, diretor de comunicação do IPC, garantiu em entrevista ao blog que não há atrito polítivo entre as organizações, e que a decisão da entidade para qual atua foi avalizada pelo TAS (Tribunal Arbitral do Esporte). “O TAS disse que, embora as duas entidades tratem de esporte, é compreensível a decisão de cada uma delas, porque atendem às suas respectivas particularidades. Não há  conflito algum em nossas decisões”, disse Spence ao blog.

O desgaste políticos entre ambas as partes chega em um momento importante do relacionamento entre COI e IPC. Em junho, antes de toda a polêmica, as duas entidades deram início a um acordo para que Jogos Olímpicos e Paraolímpicos continuem sendo realizados na mesma cidade, como ocorre desde Seul-1988, com um evento seguido do outro. Atualmente, o contrato entre eles está confirmado somente até Tóquio-2020. Em junho, foi assinado um memorando de entendimento que define os princípios para um novo acordo de longo prazo entre as organizações até os Jogos de 2032. Mas pouco está decidido.

É improvável que, por causa da Rússia, as duas partes venham a desfazer negócio, contudo, novas bases desse acordo serão feitas sob o som das críticas contra o COI. E isso pode causar alguns prejuízos, principalmente financeiro, aos Jogos Paraolímpicos, que não têm a mesma força comercial dos Olímpicos, para as edições posteriores a Tóquio-2020.


Forças Armadas renovam apoio a atletas olímpicos até Tóquio-2020
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Daniel Brito

Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

O Brasil contará com atletas militares por pelo menos duas edições dos Jogos Olímpicos. Eles já estavam confirmados no Rio-2016, mas hoje, após evento com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, veio a confirmação de que as Forças Armadas manterão o investimento no esporte de alto rendimento até os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

A informação foi dada ao blog pelo brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa. Ele é o responsável pelo departamento que seleciona os atletas que integrarão as Forças Armadas.

O programa, iniciado em 2008 para os Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio, em 2011, se encerraria em 2016, após os Jogos do Rio. Mas, segundo o brigadeiro Amaral, devido ao desempenho exitoso nas principais competições internacionais, em breve será aberto edital para seleção de atletas com possibilidade de chegar a Tóquio-2020. Antes, porém, disputarão os Jogos Mundiais Militares-2019, em Wuhan (China).

Dilma cumprimenta atletas em encontro em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Dilma cumprimenta atletas, em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Como funciona
Duas pastas atuam conjuntamente na gestão do programa: Defesa e Esporte. O orçamento é compartilhado e bate na casa dos R$ 25 milhões anuais para o programa. Para ingressar nas Forças Armadas, o atleta deve atender aos requisitos de um edital público, ser aprovado em análise de seu currículo esportivo feita por Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério do Esporte.

Se selecionado, ele é submetido ao curso de formação de oficial, cujo período é menor do que aquele para oficiais de carreira, e ganha o direito de receber salários mensais, cerca de R$ 3.5 mil, férias remuneradas, 13º salário, e todos os outros benefícios que os demais militares usufruem. Após os oito anos de serviço, o atleta é dispensado das Forças Armadas, mas não tem direito a se aposentar como militar.

As Forças Armadas contam com mais de 600 desportistas contemplados pelo programa de apoio a 25 modalidades, 20 das quais fazem parte do programa dos Jogos Olímpicos. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, foram 123 representantes da Marinha, Exército ou Aeronáutica entre os 590 que compuseram o time do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

Encontro em Brasília
A presidente Dilma Rousseff recebeu de 41 dos 280 atletas que representaram o Brasil nos Jogos Mundiais Militares, neste mês de outubro, na Coreia do Sul. O Brasil terminou na segunda colocação no quadro de medalhas, com 84 medalhas, sendo 34 de ouro.

“Ninguém ganha um segundo lugar sem muito esforço, muita abnegação, muita dedicação. Então, a ética do trabalho, a ética do esforço fica bastante clara nessa vitória. Em segundo lugar, porque também sem cooperação entre vocês… Para o sucesso é importante cooperar. Para todas as atividade da vida é importante cooperar. E, em terceiro lugar, porque vocês conquistaram de forma justa e reconhecendo os adversários, respeitando os adversários. Então, o proverbial fair play que o esporte desenvolve em cada um de nós”, discursou Dilma.

Ela recebeu de Júlio Almeida, do tiro esportivo, o uniforme de competição da delegação nos Jogos Mundiais Militares. Antes, porém, cumprimentou a todos os homenageados, que prestaram continência à presidente. “Os Jogos Mundiais Militares são muito importantes para todas as atividades esportivas, principalmente porque somos o país sede da Olimpíada e Paraolimpíada do ano que vem. Porque certamente veremos os atletas que estão aqui [no Palácio do Planalto], com a medalha no peito no ano que vem no Rio”, disse Dilma, em seu rápido discurso.


Atletas colhem assinaturas para que skate não entre nos Jogos Olímpicos
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Daniel Brito

Corre na internet uma petição online contra a inclusão do skate no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A modalidade está entre as que podem ser integradas ao evento na edição seguinte à do Rio-2016. Softball, beisebol, escalada, caratê e surfe são os outros postulantes.

O mais curioso da reivindicação na web é que ela partiu dos próprios skatistas. Sim, eles mesmos organizaram e colhem assinaturas para que não adiram aos Jogos Olímpicos. “Com todo respeito aos atletas olímpicos”, começa o texto da petição. “Mas acreditamos que o envolvimento das Olimpíadas vai mudar a cara do skate, sua individualidade e liberdade para sempre”, argumentam os skatistas. Eles querem angariar 10 mil assinaturas para entregar ao COI (Comitê Olímpico Internacional).

Se a petição não comover os membros do COI  e integrar Tóquio-2020, a disputa de medalha será em um skate park na modalidade street, em que os atletas têm de fazer manobras em obstáculos que simulam a arquitetura urbana, como escadas, muretas, bancos, corrimãos.

A revolta online dos skatistas vai na contramão da maioria dos esportes, que lutam para ser considerados olímpicos. O squash, por exemplo, fez um forte lobby para estar entre os seis postulantes a Tóquio-2020, mas nem sequer foi considerado candidato a entrar no programa olímpico.

O skate conta com duas federações internacionais, o que é um fato que dificulta a escolha para 2020. Em entrevista ao Los Angeles Times, Gary Ream, presidente da ISF (sigla em inglês para Federação Internacional de Skate) reconhece a insatisfação dos adeptos. “É que o skate não é só competição, é um estilo de vida. Não podemos agradar a todos, mas podemos chegar perto”, disse o dirigente, que é favorável à inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos.

A decisão sairá em agosto próximo.


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