Blog do Daniel Brito

Jogo do Fla no DF rendeu mais à FERJ do que ao dono do Mané Garrincha

Daniel Brito

A FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) lucrou mais que o dono do estádio Mané Garrincha no jogo da quinta-feira, 17, em Brasília. Na vitória do Coritiba por 2 a 0 sobre o Flamengo diante de mais de 67 mil torcedores a entidade fluminense apurou R$ 383.247,00. O Governo do Distrito Federal (GDF), que ainda administra o estádio, recebeu 30% a menos.

Os anfitriões ficaram com somente R$ 268.273,00 que corresponde a 7% da renda bruta. Já o quinhão da FERJ representa 10%. O jogo bateu recorde de bilheteria. Foram arrecadados, segundo divulgou a FERJ em borderô publicado no sábado, no site da CBF, R$ 3.995.500.

Abaixo, o resumo do boletim financeiro da partida:

Receita R$ 3.995.500
Taxa FERJ R$ 383.247
INSS 5% Decreto 832 R$ 188.775
Arbitragem (taxa de arbitragem, seguro, reembolso passagem) R$ 10.219,76
Despesa operacional (com INSS) R$ 24.000
Delegado (com INSS) R$ 2.760
Controle de Doping R$ 4.920
Seguro público presente R$ 3.350,55
Taxa de ocupação do estádio R$ 268.273,25
Material de expediente R$ 20
Taxa Federação Brasiliense de Futebol R$ 191.623
Credenciamento R$ 3.675
Ingressos promocionais R$ 163.025
Supervisor de protocolo CBF R$ 1.000
Despesa do Flamengo R$ 6.000
Operação do jogo R$ 1.286.274
Retenções (INSS e IRRF arbitragem, operacional) R$ 2.108,31
Total de despesas R$ 2.548.165,00
Penhora R$ 217.100,25
Resultado Final para o Flamengo R$ 1.230.234,75

O Flamengo só jogou em Brasília porque o GDF promoveu um desconto de 50% na taxa de ocupação do Mané Garrincha, que até então só havia recebido cinco partidas neste ano. O estádio representa um problema para o governo da capital.

Sem uso, ele consome aproximadamente R$ 800 mil mensais de manutenção do GDF. A taxa de 15% é considerada alta pelos clubes, que quando querem vender o mando de campo a alguma empresa, vão para Cuiabá, por exemplo. Por isso, o governo teve de dar este abatimento, principalmente no momento em que o DF passa por um severa crise financeira. A reconstrução do Mané Garrincha para a Copa do Mundo, no valor estimado de R$ 1,8 bilhão contribuiu para o agravamento do problema.