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Arquivo : Donald Trump

Jogadores da NBA recusam hospedagem em hotel de luxo de Donald Trump
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Daniel Brito

Uma insurreição vem crescendo quase que silenciosamente na NBA, liderada pelos próprios jogadores, e ajuda a explicar o clima de tensa política que toma conta dos Estados Unidos. Atletas de pelo menos quatro times se recusaram a ficar hospedados em hotéis da rede de Donald Trump, que ainda este mês será empossado presidente do país.

Desde o começo da temporada 2016-2017, Milwaukee Bucks, Dallas Mavericks, Los Angeles Lakers e até o atual campeão, Cleveland Cavaliers, “fugiram” dos hotéis Trump quando foram jogar em Nova York. Há um quinto time que teria deixado de se acomodar em uma das filiais do grupo do futuro presidente, o Detroit Pistons, porém, Stan Van Gundy, técnico da equipe, afirmou que eles nunca haviam feito reserva para um hotel Trump.

Gundy, no entanto, não deixou de expressar seu orgulho pelo movimento dos jogadores em evitar dar lucros a Trump. “Eu fico bastante orgulhoso pelos jogadores da minha equipe e da liga em geral por compreenderem o que se passa no país e por se levantarem por seus ideais”, afirmou.

A repulsa a Trump passa, essencialmente, por seu discurso de negação à luta dos negros americanos contra a violência policial. Durante a campanha, o presidente eleito postou no Twitter um gráfico no qual havia uma estatística na qual os afro-americanos matam brancos e negros em taxas muito mais altas do que as mortes cometidas por brancos ou policiais. O FBI, contudo, já anunciou publicamente que a fonte do estudo é falsa, assim como a os números em si.

O hotel recusado pelos basquetebolistas é o Trump SoHo, bem no centro da ilha de Manhattan. É um cinco estrelas cuja diária pode começar custando R$ 1.200 na suíte mais simples. Costumava ser um ponto de hospedagem clássico para os times que jogam em Nova York. Hoje é um dos focos de protestos dos eleitores contra Trump.

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(divulgação)

Constrangida pela decisão dos jogadores, a direção dos Lakers negou ao Los Angeles Times que houvesse conotação política na decisão de não acomodar-se no local, mas apenas fugir dos protestos para dar mais tranquilidade aos atletas na noite anterior ao jogo.

Já Jabari Parker, ala do Bucks, não mediu as palavras ao Milwaukee Journal Sentinel.”Estou muito orgulhoso por não ficar lá porque não posso estar confortável próximo aos seus negócios”, disse,

LeBron também liderou o boicote no Cavaliers. “Motivos pessoais”, respondeu aos jornalistas de forma lacônica ao afirmar o motivo pelo qual negou o Trump SoHo. É importante lembrar que James foi cabo eleitoral de Hilary Clinton, derrotada por Trump no pleito presidencial de novembro passado.

Com este clima de animosidade, fica até difícil imaginar se haverá aquela tradicional foto da equipe campeã da atual temporada (e das próximas) com o presidente dos Estados Unidos na Casa Branca, que Barack Obama tanto se orgulhava de receber – e às vezes até bater uma bolinha.

EAST RUTHERFORD, NJ - OCTOBER 31: Donald Trump sits courtside at the New Jersey Nets and the Chicago Bulls game at the Izod Center on October 31, 2007 in East Rutherford, New Jersey. NOTE TO USER: User expressly acknowledges and agrees that, by downloading and or using this photograph, user is consenting to the term and conditions of the Getty Images License Agreement (Photo by Nick Laham/Getty Images)

(Nick Laham/Getty Images)


Ela é recordista olímpica e faz campanha em prol das armas para Trump
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Daniel Brito

rhode

A californiana Kim Rhode entrou para a história ao conquistar sua sexta medalha olímpica consecutiva durante a Rio-2016. Ela foi bronze no skeet, completando vinte anos de frequência em pódios dos Jogos. O feito inédito, no entanto, foi o assunto menos comentado na coletiva de imprensa após a cerimônia das medalhas em Deodoro, onde foram realizadas as provas de tiro esportivo. O assunto ali foi as eleições presidenciais nos Estados Unidos e a liberação da venda de armas no país.

Kim aproveitou para deixar bem claro seu posicionamento. “Eu sou totalmente a favor de Donald Trump”, disse no início da coletiva. Deu o gancho que os jornalistas precisavam para falar menos de Olimpíada e mais de política. “Seria incrível ter uma mulher como presidente dos Estados Unidos, mas que não seja Hilary”, disse, disparando uma gargalhada solitária na sala de imprensa.

Kimberly Susan Rhode, 37, é do sul da Califórnia, região repleta de imigrantes mexicanos. Os mesmos que Trump, seu candidato, quer ver fora do país. Mas não é a questão da imigração que une o controverso republicano à atiradora. “É uma lista de itens que faz você aderir a um candidato, mas para mim é basicamente a defesa da segunda emenda da constituição”, atribuiu.

O porte de armas está no centro do debate da política americana desde que Trump acusou a candidata democrata, Hilary Clinton, de “querer essencialmente abolir” a Segunda Emenda da Constituição, que se refere ao direito de porte de armas. “A segunda emenda é algo grande para mim, porque é a maneira como levo a vida e é algo apaixonante e importante para minha família há muitas gerações”, defendeu Kim na coletiva, durante a Rio-16. Na mesma ocasião, contou aos repórteres que seu filho de três anos já toma aula de tiros com rifle. Um jornalista francês ficou chocado na coletiva com essa informação.

Ela é frequentemente convidada para debates na TV sobre porte de armas, especialmente após massacres em escolas, shoppings ou outros locais públicos. Kim sempre tem um discurso pronto em favor do porte de arma e da liberação na venda.

Após conquistar a medalha de bronze na Rio-16, ela pediu para participar mais ativamente da campanha de Trump. Foi atendida. Recentemente, gravou seu segundo vídeo de 35 segundos que a campanha republicana pretende viralizar, com as propostas do candidato sobre porte de armas.

Sites e blogs republicanos apontaram discriminação da cobertura da imprensa do recorde batido por Kim na Rio-16, exatamente por ser pró-Trump. Segundo esses veículos, a notícia era muito importante e teve pouco destaque devido ao boicoite aos atletas que apoiam o candidato.

No final de semana que passou, Kim Rhode voltou a triunfar no cenário internacional: foi ouro na etapa da Copa do Mundo, em Roma. E isso, a imprensa dos Estados Unidos ignorou…


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