Coronel Nunes deve ser convocado a depor na CPI do Futebol no Senado
Daniel Brito
O presidente interino da CBF, Coronel Antônio Nunes, entrou na mira da CPI do Futebol no Senado. Sua convocação para prestar esclarecimentos em Brasília deve ser votada tão logo os senadores retomem as atividades na comissão, a partir da próxima semana.
O cartola terá de explicar como foram gastos os recursos do governo do Estado do Pará para a Federação Paraense de Futebol, da qual Nunes foi presidente. Ele está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual por esse patrocínio.
“Não é só uma análise formal dos gastos com dinheiro público. Vamos checar se os princípios da administração pública foram aplicados na gestão desses recursos financeiros. O presidente, por exemplo, não pode contratar pessoa com relação de parentesco ou afinidade'', afirmou ao jornal ''O Estado de S.Paulo'' o promotor Sávio Rui Brabo de Araújo, responsável pela investigação nas contas da Federação Paraense.
Se aprovada a convocação, será a segunda vez que Nunes deporá aos senadores na CPI do Futebol. Em outubro passado, ele compareceu na condição de convidado, ainda como mandatário da Federação Paraense, e exaltou o contrato entre a entidade e o governo estadual.
“O governo do Estado do Pará é o patrocinador master do futebol paraense. Recursos de convênios firmados com a Federação de Futebol, garantem o transporte, hospedagem e alimentação das delegações visitantes; publicidade do Banco do Estado do Pará, diretamente com os clubes. Então, o governo do Pará está nos ajudando a manter, vamos dizer assim, integrando o Estado do Pará, através do futebol. Há dois anos, houve uma campanha de divisão do Estado do Pará e usaram muito o futebol para dizer que o futebol já estava integrado ao futebol do Pará, não tinha por que dividir”, defendeu Nunes quando de sua primeira aparição na CPI no Senado.
Coronel Antônio Nunes também terá de prestar esclarecimentos sobre o processo de sucessão presidencial que está em curso na CBF. A CPI do Futebol no Senado ainda tem 17 requerimentos para ser votados nas próximas sessões.