Astro da NBA e melhor judoca do mundo disputam bandeira francesa na Rio-16
Daniel Brito
O posto de porta-bandeira da França na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 é motivo de disputa eleitoral. Nove atletas pleiteiam, nas urnas, o direito de carregar o estandarte do país no Maracanã em 5 de agosto. A ideia partiu do CNOSF (sigla em francês para Comitê Olímpico da França), que terceirizou a responsabilidade de eleger o porta-bandeira aos próprios atletas olímpicos.
Cinquenta e dois competidores escolhidos por sua federação e que comporão a delegação do país no Rio-16 têm direito a eleger o porta-bandeira, ou porte-drapeau, como se diz na França. Ao analisar os nomes dos candidatos é possível entender o quão árdua é a tarefa de tirar apenas um para a missão.
São tantas feras, tantos atletas renomados e laureados que fica difícil encontrar uma unanimidade. Por enquanto, quem lidera uma pesquisa feita na página do jornal esportivo L’Equipe é Tony Parker, mítico armador do San Antonio Spurs. Seu concorrente direto na consulta feita pelo é o judoca Teddy Riner, o maior do mundo na modalidade, que não perde uma luta desde 2008.
Os demais postulantes também têm predicados invejáveis. Renaud Lavillenie, campeão olímpico no salto com vara, vice-campeã mundial no lançamento de disco, Melina Robert-Michon, Cécilia Berder e Gauthier grumier, Laura Georges e Wendie Renard, do futebol feminino, e Céline Dumerc, estrela da seleção feminina de basquete vice-campeã olímpica em Londres-2012.
O problema é que na França corre uma lenda olímpica segunda a qual o porta-bandeira carrega consigo uma maldição e nem sempre consegue exercer seu favoritismo durante os Jogos. Nem isso, contudo, parece assustar o gigante Riner, de 2,04m de altura. “Sinto-me legitimado para ser porta-bandeira do meu país no Rio”, disse, em entrevista ao Le Figaro, o judoca. Em Londres-2012, Riner se recusou a carregar o pavilhão francês, sob a justificativa de não ter sido campeão olímpico. O ouro veio exatamente em Londres, o que, segundo ele, o torna digno de ser porte-drapeau no Rio.
Segundo os critérios de campeão olímpico, portanto, Tony Parker está longe de ser merecedor de ostentar o lábaro francês no Maracanã. Ele só disputou Londres-2012, quando teve de usar óculos após acidentar-se em uma briga entre rappers, e caiu nas quartas de final para a Espanha.
A decisão final sairá em 24 de julho, em Paris, em evento a ser realizado logo após o fim do Tour de France, cuja linha de chegada é na Champs Elysees.