Blog do Daniel Brito

Governo federal libera R$ 30 milhões em ambulâncias para Rio-2016
Comentários 1

Daniel Brito

O Estado do Rio de Janeiro vai ser contemplado com R$ 30 milhões para ambulâncias que vão ser utilizadas para atender ao público nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. O governo federal confirmou, na edição da segunda-feira, 21, do Diário Oficial da União, os repasses, divididos em três parcelas iguais em março, abril e agosto.

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, os recursos devem ser disponibilizados, por exemplo, para a compra de insumos, combustível, entre outros itens. “Haverá também a entrega de novas ambulâncias, que após o evento serão utilizadas na renovação da frota do SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de todo o país”, informou a pasta.

Ainda nesta semana o ministro da Saúde, Marcelo Castro, deve promover um evento oficial para anunciar o reforço no caixa da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. O Estado atravessa uma grave crise nesta área, com déficit bilionário, relatos de problemas de pagamento e falta de atendimento à população. E com o agravante da epidemia de dengue e os derivados do mosquito aedes aegypti (zika vírus e chikungunya).

Da parte do governo federal, este é mais um desembolso direto da União para os Jogos-2016. Além de pagar pelas ambulâncias, os cofres de Brasília ainda bancarão fornecimento de energia elétrica ao Parque Olímpico da Barra, equipamentos esportivos (bolas, redes, obstáculos, barcos, etc), segurança e as obras das novas arenas que receberão as disputas. Por este motivo, a Rio-2016 já está na casa dos R$ 39 bilhões.

Veja a íntegra da nota do ministério da Saúde:

O Ministério da Saúde, em parceria com o estado e o município do Rio de Janeiro, trabalha para aprimorar a infraestrutura e a organização dos serviços para os torcedores que acompanharão os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. As iniciativas desenvolvidas no âmbito da saúde incluem a montagem de um centro de operações para atuar em situações de emergência e auxiliar na rede de assistência, e também a entrega de novas ambulâncias, que após o evento serão utilizadas na renovação da frota do SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de todo o País.

Nesta segunda-feira (21) foi publicada no Diário Oficial da União a portaria que libera R$ 30 milhões para financiar a operacionalização das ambulâncias que serão utilizadas para transporte de pacientes durante os Jogos. Os recursos serão transferidos em três parcelas (março, abril e agosto) e devem ser disponibilizados, por exemplo, para a compra de insumos, combustível, entre outros itens.

Para atuar em situações de risco, o Ministério da Saúde colocará em funcionamento o Centro Integrado de Operação Conjunta da Saúde (CIOCS). As salas de monitoramento, instaladas em Brasília e no Rio de Janeiro, irão acompanhar a demanda por atendimento, a vigilância epidemiológica e sanitária, além de coordenar respostas diante de emergências em saúde pública.

 

O CIOCS foi criado em 2011 pelo Ministério da Saúde e foi ativado em eventos como a Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude e Copa do Mundo. Essa experiência foi crucial durante a Copa do Mundo 2014, para o monitoramento de informações nos estados e municípios e para a organização da rede de saúde. Durante a Copa, apenas 0,2% dos participantes necessitaram de algum tipo de atendimento de saúde fora das arenas, como demonstra a experiência internacional, que prevê que, nos locais dos jogos, a necessidade de deslocamento a unidade de saúde de maior complexidade fica entre 0,2% e 0,5%.

 


Número 2 do Esporte diz que sai, mas só com exoneração de Dilma
Comentários Comente

Daniel Brito

Marcos Jorge

Marcos Jorge assumiu a secretaria executiva do Ministério em novembro, após trapalhada do Planalto (divulgação)

O secretário-executivo do Ministério do Esporte, Marcos Jorge de Lima (PRB-RR), anunciou que vai seguir a resolução do partido e deixar o posto, o segundo na hierarquia do Poder Executivo na Esplanada. Mas não fará de forma espontânea, só quando a presidente Dilma Rousseff exonerá-lo.

“Continuo dando expediente normalmente no Ministério do Esporte, até uma decisão do governo quanto à possível transição. Estamos na véspera das Olimpíadas. Seria irresponsável abandonar o cargo antes de alguém assumi-lo”, revelou à repórter Jessica Laurie do jornal Folha de Boa Vista, da capital roraimense.

O PRB desembarcou do governo Dilma na semana passada, quando o presidente do partido, Marcos Pereira, anunciou publicamente o apoio ao impeachment da presidente da República. A legenda soltou comunicado informando que o ministro do Esporte, George Hilton, havia colocado o cargo à disposição, o que acabou se mostrando falso, porque o titular da pasta pulou do PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, para o PROS, e foi mantido – até agora.

Mas Marcos Jorge é presidente do diretório estadual do PRB em Roraima e o cargo no Esporte caiu no seu colo em novembro do ano passado, quando saiu do Palácio Planalto a exoneração, quase que de surpresa, do então secretário-executivo, Ricardo Leyser, atualmente secretário de Alto Rendimento.

Sem vínculo com esporte, teve de ser apresentado a dirigentes e até a atletas de renome, com quem jamais havia lidado. Evitou holofotes e, em silêncio, desengavetou projetos para seu Estado. Como os cerca de R$ 14 milhões para o Parque Anauá, em Boa Vista. Dos quais, R$ 5 milhões eram de emenda parlamentar do deputado federal e seu amigo Jonathan de Jesus (PRB-RR). Outros R$ 9 milhões para “Preparação de atletas e capacitação de recursos humanos para o esporte de alto rendimento”.

O Ministério do Esporte informou, via assessoria de imprensa, que não houve direcionamento político do investimento em Roraima e informou que os recursos são destinados a todas as unidades da federação. “No final de 2015, foram aprovados os projetos de Roraima e Bahia, Estados que ainda não haviam sido contemplados no programa da Rede Nacional de Atletismo”, explicou a pasta.

Já neste ano, Marcos Jorge ainda liberou quase R$ 1 milhão para a reforma da “Vila Olímpica Roberto Marinho” também em Boa Vista.

A fartura de dinheiro contrasta com um Estado que não tem tradição na formação de atletas. No Pan-Americano de Toronto, no ano passado, por exemplo, apenas um representante de Roraima estava na delegação nacional: Luiz Altamir, da natação, radicado no Ceará.

Agora, o secretário que não conhecia os atletas espera a assinatura de Dilma para deixar o cargo que assumiu em novembro. Com ele, outros membros do PRB levados por George Hilton ao Ministério do Esporte esperam a determinação da presidente Dilma para desembarcar: o secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), Carlos Geraldo (PRB-PE), além de Rogério Hamam (PRB-SP), secretário Nacional de Futebol.

Sem os correligionários de até então, George Hilton terá de montar nova equipe no segundo escalão a quase quatro meses para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Resta saber se no seu novo partido, o PROS, tem quadros capacitados para tamanha responsabilidade.


O curioso caso de George Hilton, o ainda ministro do Esporte
Comentários 7

Daniel Brito

alx_esporte-politica-ministro-george-hilton-baixa-20150102-001_original

George Hilton: um ministro cujo próprio partido desaprova o governo do qual faz parte (Folhapress)

George Hilton ainda é o ministro de um dos orçamentos mais volumosos da Esplanada dos Ministérios, mas seu partido, o PRB, já desembarcou da base de apoio da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional.

A queda de Hilton do cargo de ministro do Esporte até já foi noticiada na imprensa. Em uma nota coberta, o Jornal Nacional da TV Globo de quarta-feira, 16, anunciou que o PRB entregara todos os cargos na esfera federal de volta à presidente, inclusive o Ministério do Esporte. Jornais e sites também publicaram a informação.

Na manhã do dia seguinte, a quinta-feira, 17, na abertura da cerimônia de posse de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil, no Palácio do Planalto, Dilma saudou publicamente a todos os ministros presentes, entre os quais Hilton. Ele fazia planos de encontrar-se com a presidente após a cerimônia. Faltou combinar com a Justiça Federal, cuja 4ª Vara (do Distrito Federal) expediu liminar suspendendo a posse de Lula.

Ficou impossível falar sobre o Ministério do Esporte com Dilma após este episódio na tarde de ontem.

Hilton, então, voltou para seu gabinete no Bloco A da Esplanada dos Ministério e deu expediente até as 19h. Havia a expectativa de encaixar um horário na agenda de Dilma ainda ontem. Ele quer continuar no cargo. Vislumbra voos mais altos na política, quem sabe uma candidatura ao Senado em 2018.

Mas o PRB defende o impeachment de Dilma Rousseff, conforme artigo na Folha de S.Paulo, da sexta-feira passada, 11, de autoria de Marcos Pereira, presidente da legenda. Hilton foi chamado a se explicar ao Planalto.

E em nota oficial à imprensa, defendeu o governo Dilma, elencou o que ele considerou ser conquistas desta gestão e encerrou dizendo: “O ministro George Hilton defende que na democracia temos o direito de divergir e não concordar com um modelo de gestão, mas temos o dever de reconhecer os avanços e contribuir com propostas que permitam a construção de soluções para o nosso país”.

E agora, uma pasta cujo orçamento anual bate na casa de R$ 1,3 bilhão, e tem a responsabilidade de financiar obras dos Jogos do Rio-2016, além da preparação dos atletas nacionais que competirão em agosto, está em uma encruzilhada política. Um ministro cujo próprio partido desaprova o governo do qual faz parte, e um governo em busca de apoio no Congresso Nacional para derrubar o processo de impeachment.

Se permanecer no cargo, Hilton terá a missão de trazer o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, de volta à base governista, afinal são 21 deputados federais na legenda. Caso contrário, nã fará sentido ao governo mantê-lo como ministro.


Brasília está em chamas, mas Dilma ainda precisa tratar sobre doping*
Comentários Comente

Daniel Brito

novo-laboratorio-brasileiro-de-controle-de-dopagem-que-deve-ser-recredenciado-em-maio-pela-wada-1430537177289_615x300

Laboratório preparada para os Jogos-16 pode ficar sem uso (divulgação)

*Atualizada às 12h30

É, no mínimo, curioso que uma operação chamada Lava Jato tenha incendiado Brasília nos últimos dias. E que, em meio às chamas da destruição, haja um decreto em cima da mesa da presidente Dilma Rousseff, à espera de assinatura, que pode livrar o Brasil de um vexame internacional na esfera esportiva.

Encerra-se amanhã, sexta-feira, 18, o prazo dado pela Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Anti-doping) para que o país regularize sua legislação esportiva e canalize em um único tribunal todos os julgamentos de casos de doping no Brasil. Ou faz isso, ou é descredenciado pela Wada.

O Brasil sabe dessa condição desde novembro último. O melhor cenário seria apresentar uma proposta de emenda constitucional na Câmara dos Deputados, em Brasília, e fazê-la vencer todos os trâmites no legislativo. Mas o calendário pesou contra. Primeiro, porque o Congresso Nacional está em ebulição sob a gestão Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). Depois, dezembro só houve expediente na primeira quinzena, e em ritmo lento, janeiro e início de fevereiro houve o recesso parlamentar. Da segunda quinzena de fevereiro até este dia 18 de março não haveria tempo hábil para debater e aprovar uma PEC na Câmara no cenário atual.

Entraram em cena Casa Civil e AGU (Advocacia Geral da União). Entendeu-se, portanto, que era melhor um decreto presidencial. No início de março foi divulgado que algum dia entre 15 e 18 de março a presidente Dilma assinaria o decreto.

Nele, os casos de doping que hoje são julgados nos tribunais de cada confederação esportiva iriam direto para uma espécie de STF do doping, com a diferença de ser a primeira e única instância nos julgamentos no país. Cairia de 60 para 21 dias o limite para julgamento de sanções disciplinares, em consonância com regulamentação da Wada de 2013.

Como se vê, Brasília está em chamas. A presidente envolta em crise que parece longe do fim. Nem mesmo o ministro do Esporte, George Hilton (PRB-MG), sabe até que dia (ou melhor, até que horas) vai ter o direito de ocupar a sala que utiliza no alto do Bloco A da Esplanada dos Ministérios. Na ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) há um otimismo insofismável quanto à assinatura, apesar da conjuntura. Até porque, é tudo o que o Brasil precisa para levar à Wada: a assinatura e não a instalação imediata do tal STF do doping.

Mas se o decreto não sair até sexta-feira, o Brasil perde o credenciamento da Wada no ano dos Jogos Olímpicos no país. Não que isto já não tenha ocorrido. Em 2014, a Copa do Mundo Fifa foi realizada sem o credenciamento do país para analisar exames antidopagem. A diferença é que agora, o Brasil tem um laboratório de controle de doping novinho, no qual foram empreendidos quase R$ 190 milhões pensando nos Jogos-2016. E sem o decreto presidencial, sem a assinatura em meio ao caos, este laboratório ficará sem uso durante a Rio-2016.

Amanhã é o último dia.

Atualização: Foi publicado na edição desta quinta-feira, 17, no Diário Oficial da União a portaria que cria o Código Brasileiro Antidopagem, em que estabelece normas e diretrizes para o controle de dopagem no país. O Tribunal Antidopagem é citado na portaria, mas sua criação ainda não foi oficializada, que é esperada para ainda esta quinta-feira, 17. “Hoje uma edição extra do Diário Oficial completa o conjunto de medidas que atendem todas as exigências da Wada-AMA. Portanto, o Brasil manterá a sua conformidade com o Código Mundial Antidopagem. Hoje foi dado um enorme passo na luta contra a dopagem no esporte no Brasil e fica assegurado o LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem) como o laboratório dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”, afirmou o secretário nacional para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Maurco Aurelio Klein.


“O senhor é ladrão?”, perguntou Romário ao presidente da CBF
Comentários 29

Daniel Brito

O senador Romário (PSB-RJ) não poupou adjetivos ao coronel Antônio Nunes, presidente interino da CBF, durante oitiva na CPI do Futebol no Senado, na tarde desta quarta-feira, 16. Após 45 minutos de perguntas e respostas do parlamentar ao cartola, o ex-jogador soltou:

“Ricardo Teixeira é ladrão e corrupto. Marco Polo Del Nero é ladrão e corrupto. José Maria Marin é ladrão e corrupto. O senhor é ladrão e corrupto?”.

Deu-se, então, o seguinte diálogo:

Coronel Nunes:Excelência, eu não vou responder porque tenho direito…
Romário: É engraçado, o senhor acaba de responder às perguntas do senador Romero Jucá. Eu faço uma pergunta e o senhor não pode responder?.
Coronel Nunes:Excelência, isso não é pergunta, isso é ofensa.
Romário: Não estou ofendendo, estou perguntando. Já que só tem ladrão, quero saber se o senhor também faz parte disso.

Nunes se calou.
Este debate ocorreu após a discussão em plenário entre Romário e Romero Jucá (PMDB-RR), relator da CPI, em que a bancada da CBF derrubou toda a pauta da comissão.

Ao fim da sessão, Romário reclamou. “Essa sessão, no que se refere ao futebol, foi ruim. É claro que vocês que acompanham sabem muito bem quem é a favor do que é bom para o futebol e de quem não é a favor”,

Walter Feldman, secretário-geral da CBF, que acompanhou o coronel Nunes no Senado nesta tarde criticou a postura de Romário: “Foi vergonhoso. Nunca vi nada parecido em 40 anos no parlamento brasileiro. Não digo como membro da CBF, mas fico assustado, chocado com o tratamento de desqualificar pessoas, não é digno do parlamento”.


Romário e Jucá discutem no Senado e CBF derruba pauta da CPI
Comentários 41

Daniel Brito

O presidente da CPI do Futebol , Romário (PSB-RJ), e o relator Romero Jucá (PMDB-RR), discutiram na abertura da sessão desta quarta-feira, 16, no Senado. Foi um embate nos microfones sobre a forma como a comissão está sendo conduzida.

Jucá derrubou todos os requerimentos para convocar o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e outros ex-diretores da CBF, além da quebra de sigilo de Angelo Verospi, que tem negócios com Marco Polo Del Nero.

“Vou votar contra todos os requerimentos porque tivemos quatro decisões do STF rejeitando decisões do plenário por falta de fundamentação. Acho que essa CPI não pode ficar exposta. Não sou contra convocar ninguém, desde que a gente faça com embasamento”, defendeu Jucá.

E continuou: “Nós temos o mesmo objetivo, senador Romário, de reformular, punir quem fez errado, mas nós já quebramos muitos sigilos, mas agora é convocação de gente que não tem embasamento, porque a gente vota no escuro e fica sendo desmoralizado pelo STF. Pode ter certeza que o relatório que vamos apresentar vai sacudir o futebol brasileiro. Mas votar requerimentos sem conhecer com profundidade, saber da quebra de sigilos e convocar A, B ou C, sei que tem jornalista que acompanha, que faz pressão, acho legítimo, mas vou agir com isenção e responsabilidade, não vou expor ninguém aqui que não tenha culpa no cartório”, disse em tom exaltado Jucá.

Romário reagiu. “Eu vivo com pressão desde os 18 anos, Minhas atitudes são pautadas por vários motivos, menos por pressão da imprensa, porque se vossa excelência [Jucá] não tem conhecimento que eu tenho, é que vossa excelência não procurou ter informação [sobre os trabalhos da CPI]. Não sou babá de ninguém para chamar a fazer o que é obrigação. A falta de conhecimento de vossa excelência é porque vossa excelência não quer ter esse conhecimento. E os outros membros da CPI também. A imprensa tem sido importante, agradeço à imprensa, mas não pauto a reunião da CPI pelo que sai na imprensa, pelo contrário. Vossa excelência nunca se cadastrou no sistema do da CPI para fazer qualquer tipo de pesquisa nas quebras de sigilo. Nem você e nem seus assessores, se o senhor entende que está fazendo bem ao futebol fazendo isso, eu penso o contrário''.

Gladson Cameli (PP-AC), Hélio José (PMDB-DF), João Alberto (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM-AP) apoiaram a decisão de Romero Jucá e derrubaram a pauta.

Os requerimentos rejeitados pela bancada da CBF foram a convocação de Ricardo Teixeira, Wagner Abrahão, Rogério Langanke Caboclo, diretor-executivo de Gestão da CBF, Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, ex-diretor-financeiro da CBF, Ariberto Pereira dos Santos Filho, ex-tesoureiro da CBF, Júlio Cesar Avelleda, ex-secretário geral da CBF, Lilian Cristina Martins Maia, convite a Carolina Galan, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, além da quebra do sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, incluído o RIF (Relatório de Informações Financeiras) do advogado Angelo Verospi. Além disso, foi rejeitado o pedido de assistência jurídica de autoridades jurídicas do Uruguai responsáveis pela investigação, processamento e julgamento dos responsáveis por ilícitos na Conmebol.


Coronel Nunes vai à CPI do Futebol escoltado por tropa de choque da CBF
Comentários 3

Daniel Brito

Coronel Antonio Nunes, presidente interino da CBF, confirmou presença na sessão da CPI do Futebol no Senado nesta quarta-feira. Chegará como convocado, e não na condição de convidado, como pretendia. Também não será alvo de condução coercitiva, pedido que derrubado pelo ministro Teori Zavascki, do STF, e como testemunha, não investigado.

Livrou-se do constrangimento de ir ao Senado escoltado pela Polícia Federal.

Seu séquito será formado pelo secretário-geral da CBF, Walter Feldman, e da equipe de “assessoria legislativa” da confederação, que atua na CPI sob o comando de Vandembergue Machado. Ele é o responsável por arregimentar os senadores que defendem os interesses da CBF na comissão parlamentar de inquérito. Feldman veio a Brasília em junho, quando do depoimento de Marco Polo Del Nero à comissão de esporte da Câmara e deixou a sessão, que durou quase cinco horas, cantando vitória.

Feldman e o coronel chegaram na terça-feira, 15, a Brasília e se hospedaram em um hotel na Asa Norte, com vista para o Congresso Nacional. Na primeira vez que Nunes foi ao Senado nesta CPI do Futebol, em outubro, falou por 10 minutos sobre seus feitos à frente da Federação Paraense de Futebol, cargo que ocupa há mais de 20 anos.

Licenciou-se da entidade estadual em janeiro para assumir a presidência interina da CBF no lugar de Marco Polo Del Nero, citado nominalmente nas investigações do FBI que levaram José Maria Marin à prisão. Antes, porém, em dezembro, Nunes foi eleito vice-presidente da confederação. Por ser o vice mais velho, 77 anos, tornou-se o primeiro na linha sucessória na CBF, deixando para trás Delfim Peixoto, presidente da federação catarinense, de 74 anos, e desafeto de Marco Polo.

Por isso, sobre Nunes recai a pecha de figura decorativa na presidência da confederação. Policial militar reformado, recebe um soldo mensal de R$ 14.768,00 da Força Aérea Brasileira (FAB) como anistiado, ''vítima de ato de exceção de motivação política'', conforme mostrou reportagem do jornalista Lúcio de Castro na Agência Pública, em janeiro.

O cartola terá de explicar o que foi feito dos repasses do Governo do Estado do Pará à federação que presidiu até assumir a CBF em janeiro. Assim como suas relações com Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira. Este último pode ser convocado a depor caso requerimento do senador Romário (PSB-RJ), presidente da CPI, seja aprovada na sessão desta quarta-feira.

Por fim, o coronel Antonio Nunes pode explicar porque o Estado do Pará ganhou mais uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, enquanto que Santa Catarina, de Delfim Peixoto e mais bem ranqueada na CBF, ficou de fora deste pacote de bondades anunciado nesta terça-feira, 15, pela confederação.


Câmara dos Deputados deve instalar nesta semana CPI da Fifa
Comentários Comente

Daniel Brito

A CPI da Fifa deve ser instalada nesta semana, na Câmara dos Deputados, em Brasília. A comissão parlamentar de inquérito que se propõe a investigar os contratos da Fifa no Brasil para a realização da Copa do Mundo-2014 e os crimes que ocasionaram na prisão do ex-presidente da CBF, José Maria MArin, em maio do ano passado. Foi proposta pelo deputado federal João Derly (Rede-RS).

O colegiado já passou da fase de indicações e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deve anunciar a instalação, mas as sessões só devem começar em abril. O Congresso Nacional atravessa um momento muito conturbado, com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff sendo tocado com celeridade pela oposição e pelo próprio Cunha.

Quando instalada, a CPI da Fifa no terá 28 titulares. De acordo com o jornal “O Estado de S.Paulo”, Cunha pretende indicar Laudívio Carvalho (SDD-MG) para presidente e Fernando Monteiro (PP-PE) seria o relator.

Além do processo de impeachment ocupando toda a pauta da Câmara, a CPI da Fifa também correrá paralela à CPI do Futebol no Senado, que nesta quarta-feira, 16, deve receber o presidente interino da CBF, coronel Antonio Nunes.


Substância de Sharapova vira chamariz turístico na Letônia
Comentários Comente

Daniel Brito

Nils Usakovs, 39, é prefeito da bela e fria Riga, capital da Letônia, no norte da Europa. Nesta terça-feira, 15, o político causou polêmica no Twitter ao postar o que ele chamou de “publicidade urbana” da cidade. É um poster com desenho de quatro mulheres, duas loiras e duas ruivas, no estilo anos 1940-1950 dos Estados Unidos, com os dizeres em inglês: “Bem-vindo a Riga, a cidade natal do Meldonium”.

Meldonium é a substância proibida pela Wada (Agência Mundial Anti-doping) com a qual foi flagrada a tenista russa Maria Sharapova e outros 99 atletas de diversas modalidades – nenhum brasileiro, por enquanto.

A substância foi criada na Letônia e comercializada pela empresa do país chamada Grindeks. É recomendada para pacientes com doenças cardíacas e de circulação crônicas, aqueles que se recuperam de doença ou lesão e pessoas que sofrem com ''reduzida capacidade de trabalho, sobrecarga física e psico-emocional''.

O cientista letão Ivars Kelvins inventou a droga em meados dos anos 1970, quando a Letônia ainda era uma república soviética. Tinha como propósito aumentar a resistência dos membros das tropas soviéticas nos combates no Afeganistão.

Hoje, não é permitida a comercialização do meldonium no Brasil e nem nos Estados Unidos. Mas na Rússia pode ser adquirida desde que com prescrição médica.

Há uma comoção na Letônia pelo banimento da substância, que é motivo de orgulho nacional. ''É triste que a droga tenha sido proibida'', disse Andrejs Vaivars, porta-voz do primeiro-ministro Maris Kucinskis. ''Especialmente tendo em conta que é uma das realizações mais significativas de cientistas da Letônia.''

Daí o motivo de o prefeito de Riga, Nils Usokovs publicar o poster turístico no Twitter em sua página pessoal. Mas não sem antes alertar, em letão, que trata-se de uma “publicidade informal”.


Ela é prima de miss, fez balé e será primeira a disputar medalha na Rio-16
Comentários Comente

Daniel Brito

r11

Rosane vai competir às 8h30 do dia 6 de agosto na carabina de ar de 10m (arquivo pessoal)

A catarinense Rosane Budag, 42, terá a responsabilidade de ser a primeira atleta brasileira a disputar medalha nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ela entra em ação na prova da carabina de ar de 10m, de tiro esportivo, às 8h30 da manhã do dia 6 de agosto, horas após a cerimônia de abertura, na noite do dia 5, no Maracanã.

Este será o primeiro evento a dar medalha no Rio-2016. Diferentemente do torneio olímpico de futebol, em que as seleções brasileiras estrearão antes mesmo da abertura e a tabela se estenderá até o último dia dos Jogos, a prova feminina da carabina de ar de 10m promoverá a primeira cerimônia de pódio no Rio-16 antes mesmo do fim da manhã daquele 6 de agosto.

Rosane é campeã brasileira e sul-americana, e vice do Íbero-americano, e já se prepara para a enfrentar a pressão. Está se submetendo a treinamentos, inclusive psicológicos, para não sucumbir. “Faço um treinamento que é chamado de neuro-feedback, que é uma maneira de isolar o pensamento de ideias ou situações que te façam perder o foco no objetivo principal, que no meu caso é a prova”, explicou Rosane.

Ela espera uma presença grande de imprensa, ávida por notícia dos primeiros brasileiros a competir no Rio-16, além dos familiares e amigos, o que só aumenta a pressão. E este é um fator decisivo no tiro esportivo. “Nossa modalidade e 30% de técnica e 70% de equilibrio emocional, por isso o neuro-feedback ajuda bastante a não se desconcentrar”, disse a atiradora.

Mudança de hábitos
A presença de público e imprensa em sua prova é algo com o qual Rosane tem pouco hábito, dado que as competições de tiro dificilmente atrai atenção de torcedores e jornalistas. Mas mudar de hábitos não parece ter sido um problema até aqui para a catarinense de Blumenau.

Ela foi bailarina clássica, participou de apresentações para o público em seu Estado, que possui uma grande tradição em dança. “Há muito em comum entre o balé clássico e o tiro: a percepção corporal, o equilíbrio, a concentração”, enumerou a ex-bailarina.

Antes de aderir ao tiro esportivo, Rosane era gerente executiva de uma multinacional em Joinville, Santa Catarina. Para desestressar-se, ia ao estande de tiro com então marido e praticava a modalidade. Começou a disputar competições na cidade até adotar de vez a condição de atleta.

Ingrid Budag: Miss Brasil-75 (arquivo)

Ingrid Budag: Miss Brasil-75 (arquivo)

Ocupação um pouco diferente do que já fez alguns outros membros da família Budag, de origem alemã. Rosane é prima de Ingrid Budag, Miss Brasil em 1975 e uma das 12 finalistas do Miss Universo daquele ano. “Minha família tem umas três Misses Santa Catarina, tem a Ingrid que foi Miss Brasil, é muita gente bonita na família, tu precisas ver”, disse, divertindo-se. Perguntada se nunca tentou aderir ao mundo de concursos de beleza e passarela, Rosane foi taxativa: “Não. Meu pai nunca deixou”, explicou antes de cair na gargalhada.