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Reunião da CPI do Futebol adiada novamente. A culpa pode ser do relator
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Daniel Brito

Pela segunda vez consecutiva, a audiência pública da CPI do Futebol que ouviria ex-jogadores como Zico, Pelé, Carlos Alberto Torres entre outros, foi adiada. Ela deveria ter sido realizada na última quinta-feira, 10. Mas o relator da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR) alegou compromissos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a sessão foi remarcada para esta terça-feira, 15.

A terça-feira chegou, mas a reunião não será realizada. Os craques do passado não foram nem sequer contatados para vir a Brasília. Essa audiência fazia parte do plano de trabalho apresentado por Jucá ainda nas primeiras sessões da comissão.

Não é a primeira vez que o senador de Roraima faz vistas grossas para os acontecimentos da CPI do Futebol. Em termos de importância, o relator é o posto mais atuante  em uma comissão parlamentar de inquérito. Cabe a ele a condução da pauta e o controle dos atos que podem levar a uma investigação mais profunda.

Este blogueiro esteve presente em todas as reuniões da comissão e elenca, abaixo, cinco fatos que marcaram a participação de Jucá até agora à frente da CPI do Futebol no Senado.

20 de agosto – 6ª reunião da CPI do Futebol
Foi aprovada a quebra do sigilo bancário e fiscal de Marco Polo Del Nero. Jucá saiu antes do início da votação para atender a compromissos em outra comissão no Senado e não deu seu voto.

25 de agosto – 7ª reunião da CPI do Futebol
Os jornalistas Lúcio de Castro e Rodrigo Mattos, blogueiro do UOL Esporte, apresentaram uma série de irregularidades feitas nas negociações da CBF, mas Jucá manteve-se nada perguntou aos depoentes. Em entrevista após a sessão, disse que só poderia tomar novas ações com documentos pedidos à CBF – mas posteriormente vetados pelo STF -, e a quebra do sigilo de Del Nero.

27 de agosto – 8ª reunião da CPI do Futebol
Jucá não compareceu à audiência pública com os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Leandro Cipoloni e Amaury Ribeiro Junior, autores do livro “O Jogo Sujo do Futebol”.

3 de setembro – 9ª reunião da CPI do Futebol
Durante audiência pública com o jornalista escocês Andrew Jennings, autor de vários livros sobre a corrupção na Fifa, além de colaborador do FBI nas investigações que levaram à prisão de sete membros da Fifa no final de maio deste ano. Jucá entrou na sala durante a oitiva, cumprimentou a mesa e saiu.


Loterias federais rendem arrecadação recorde para o COB em 2015
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Nos sete primeiros meses de 2015, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) arrecadou das loterias federais R$ 125.1 milhões, por intermédio da Lei Piva. A informação foi passada pela assessoria de imprensa da Caixa. São mais de R$ 10 milhões a mais do que a entidade em igual período do ano passado. De janeiro a julho de 2014, o COB foi contemplado com R$ 114.7 milhões. Um aumento de 10% na arrecadação.

As Loterias Federais arrecadaram no 1º semestre de 2015 o total de R$ 6,1 bilhões, um crescimento de 4,87% em relação ao mesmo período de 2014, cujo total foi de R$ 5,8 bilhões em vendas. Mas esta conta é só para os seis primeiros meses do ano.

Neste ritmo, o COB vai superar a expectativa de arrecadação para 2015. No final do ano passado, a entidade estimou ser beneficiada com R$ 202 milhões. Com uma média de R$ 17.8 milhões por mês das loterias, é possível estimar que no próximo 31 de dezembro o comitê terá recebido R$ 214 milhões.

O segundo semestre costuma ser muito rentável, porque conta com os prêmios da Independência, realizado em 7 de setembro, e a Mega Sena da Virada, no final do ano, com premiação recorde.

Receber além do que foi previsto é uma prática comum do comum, segundo o qual ''não há na lei nenhuma garantia de que o volume de apostas em um determinado ano será igual ou maior no ano seguinte. Para garantir a execução do planejamento de 29 confederações e o planejamento do próprio COB precisamos partir de premissas conservadoras'', justificou o comitê em reportagem publicada pelo UOL Esporte em dezembro do ano passado.

A Caixa informou que em 2014, o COB recebeu R$ 202 milhões das loterias, quando a expectativa era de R$ 180 milhões.

Desde 2001, 2% do prêmio das loterias federais é destinado ao Comitê Olímpico Brasileiro (1,7%) e  Comitê Paraolímpico Brasileiro (0,3%).


Judô do Brasil repensa treinos e irá à Mongólia e Georgia após Mundial ruim
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Voltar do Mundial de Astana, no Cazaquistão, com duas medalhas, quando a expectativa era trazer cinco, vai fazer com que o judô nacional repense alguns de seus métodos e procedimentos. Desde o fim da competição, em 30 de agosto, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) diz estar promovendo reuniões pensando em mudanças.

Pelo discurso de Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da confederação, novos treinamentos serão montados e dojôs (pisô de disputa) nunca antes frequentados devem ser visitados.

“Estamos fazendo uma revisão dos treinamentos temáticos em função do que vimos neste Mundial. e já temos três agendados para este ano”, avisou Wilson, durante debate da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, na quinta-feira, 10, em Brasília, “Os treinos temáticos são feitos após avaliações técnicas. Cria-se um treinamento voltado apenas para o trabalho de solo, por exemplo, caso se identifique uma deficiência de determinado atleta neste ponto. São treinamentos direcionados e têm dado resultado. Os atletas absorveram bem”, explicou o dirigente.

Wilson foi bastante cobrado pelo deputado João Derly (PC do B-RS), ex-judoca, que nessa quinta celebrou 10 anos de seu título mundial, no Egito – o primeiro do judô nacional. Na condição de presidente da sessão de ontem, Derly questionou, entre outras coisas, sobre a falta de renovação na equipe brasileira, a opção por algumas competições de menor nível técnico na fase preparatória para o Mundial, e sobre a busca por novas escolas de judô no cenário internacional.

O dirigente respondeu a todos os itens e informou que a CBJ projeta parcerias de treinamento com países pouco conhecido do esporte brasileiro. “Estamos tentando parcerias, mas eles são muito fechados. Países como Uzbequistão, Cazaquistão e a Mongólia, que vêm crescendo, ainda que não tenham feito uma grande campanha no Mundial, tal qual o Brasil. O Cazaquistão deve vir ainda neste ano ao Brasil, e, assim, a gente abre uma porta para ir treinar lá também. E tem uma escola bem fechada, que é a Georgia, que a gente busca um maior contato”, vislumbrou.

O Mundial de Astana ficou marcado como o de pior desempenho do Brasil na modalidade em seis anos. Na edição de Roterdã-2009, o país voltou para casa sem medalha. Neste ano, apenas a brasiliense Érika Miranda (até 52 kg) e o carioca Victor Penalber (até 81 kg) subiram ao pódio no Cazaquistão. Foram dois bronze para o Brasil na competição.

“Não dá para apagar tudo que foi construído até hoje e avaliar só um Mundial. Sem dúvida, o resultado esteve longe da qualidade dos nossos atletas, do comprometimento que eles sempre demonstraram e do projeto do judô nacional, mas tivemos problemas de lesão de diversos atletas importantes. Isso foi só um momento”, ponderou Ney Wilson.


Deputado federal, ex-Fifa articula no Congresso por R$ 7 mi para árbitros
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O gaúcho Evandro Rogério Roman, 42, foi árbitro do quadro da Fifa durante quatro anos, de 2008 a 2012. Desde 1º de fevereiro deste ano, é um dos 30 deputados federais do estado do Paraná, sob a sigla do PSD. Em Brasília, mantém o envolvimento com o futebol e, especialmente, com a arbitragem nacional.

Nesta semana, por exemplo, reuniu-se com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), flamenguista e presidente da Câmara, para tentar colocar em pauta a derrubada do veto da presidente Dilma de um item na MP 671 (Medida Provisória do Futebol, o Profut), que beneficiaria os árbitros do Brasil em cerca de R$ 7 milhões anuais.

A proposta é de autoria de Roman e esse recurso seria proveniente de 0.5% dos direitos de arena, que são pagos na aquisição dos direitos de transmissão de TV. Assim, seriam distribuídos entre os árbitros de acordo com a quantidade de partidas em que participou na temporada em todas as competições nacionais.

Segundo o deputado, esta seria a alternativa para aumentar a qualidade dos árbitros no país. “O árbitro brasileiro vive de pires na mão. É uma vida de pires na mão, porque ele ganha pouco mais de R$ 3 mil por jogo, isso se for um árbitro Fifa. Sabe quanto um árbitro ganha na Alemanha para apitar o campeonato? São R$ 23 mil por partida. Nos Estados Unidos, são R$ 9 mil”, explicou.

Se a articulação política dele obtiver êxito, os árbitros poderão ganhar até R$ 7 mil por jogo, calcula o parlamentar.

O ponto defendido por ele é: enquanto o árbitro brasileiro tiver baixos rendimentos, jamais poderá se dedicar integralmente ao futebol. “Em uma partida de futebol, o único que não é profissional ali é o árbitro. As pessoas pensam que o árbitro é extraterrestre. Passa a vida em Marte, vem para a Terra, apita o jogo, e volta para Marte após o jogo. Não é bem assim, o árbitro é humano”, esclareceu.

Roman x Cruzeiro no Brasileiro de 2009
Ele cita o próprio exemplo para defender sua tese. “Teve um jogo em 2009, Cruzeiro e Palmeiras, no Mineirão. Nossa senhora, errei tudo que tinha que errar na minha carreira ali. Sabe por quê?”, perguntou ao blog. “Porque eu tinha um compromisso profissional em Manaus naquela semana e havia pedido para ficar de fora da escala, mas fui sorteado para aquele jogo. Daí fui selecionado para uma partida que eu não poderia ter ido, porque já tinha meus afazeres fora do futebol. Fui apitar com raiva, sabe quando você não está disposto a fazer algo porque não pode? Mas se eu fosse um árbitro profissional, deixaria as atividades extra-futebol de lado e me dedicaria 100% à arbitragem”, explicou.

De fato, a atuação de Roman foi desastrosa naquela noite de setembro, em Belo Horizonte. Ele deixou de marcar pelo menos dois pênaltis claros em favor do Cruzeiro, que saiu de campo derrotado por 2 a 1. Somou-se ao desempenho em outra partida do Cruzeiro naquele campeonato, contra o São Paulo, no Morumbi, em que Kleber Gladiador, então na equipe mineira, sofreu 14 faltas durante a partida e nenhum são-paulino foi advertido por Roman.

O então presidente do Cruzeiro, o hoje senador pelo PDT Zezé Perrela soltou impropérios contra Roman e o nível da arbitragem no Brasil.

Resultado: Roman foi excluído do Brasileiro de 2009 após a partida contra o Palmeiras. “A punição por aquele jogo em Minas eu realmente mereci”, admite.

Em defesa do silêncio
Roman elogia a qualidade dos árbitros que atuam no Brasileiro deste ano, mas lamenta a falta de horas de voo, o que pode acarretar em erros. “A safra atual é muito boa, muito talentosa, talvez umas das melhores, mas atravessa um momento de ausência de experiência. Aquela pressão do jogo pode fazer um árbitro errar, mas só o tempo dá a capacidade de superar essa pressão”, afirmou.

E comparou: “Para você ver, na Copa de 1978, na Argentina, a transmissão da TV era feita com seis câmeras. Hoje são 28, 30 em qualquer jogo. Além do que, a própria partida ficou mais rápida, os lances. Isso tudo aumenta a possibilidade de erros.”

Ele sugere aos árbitros que cometeram erros neste Brasileiro que mantenham-se em silêncio para evitar aumentar a gritaria geral de dirigentes, torcedores e imprensa. “O silêncio é um amigo que nunca te trai. O árbitro tem que fazer o trabalho dele. Errou hoje? Acontece, na próxima rodada vai la, faz seu trabalho, segue a vida. Porque se tem um meio em que as pessoas são todas honestas, esse meio é a arbitragem. Eu disse isso para o Eduardo Cunha nesta semana”, afirmou.

Reencontro com cartolas no Congresso
Nos corredores do Congresso Nacional, Evandro Rogério Roman já cruzou com diversos cartolas que compõem o parlamento brasileiro. Jovair Arantes (PTB-GO), do Atlético-GO, Rogério Marinho (PSDB-RN), do ABC de Natal, o corintiano Andres Sanchez (PT-SP) e o cruzeirense Zeze Perrela. “Já encontrei e já conversei com todos eles, são todos pessoas evoluídas, por isso estão onde estão, no Congresso Nacional”, elogiou.


Líder do PMDB no Senado cede seu lugar a aliado da CBF na CPI do Futebol
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Eunício Oliveira (PMDB-CE), líder de seu partido no Senado, faltou a todas as sessões da CPI do Futebol, embora fosse um dos titulares. Mas ele se desobrigou a comparecer à comissão desde a semana passada, quando cedeu seu assento para o senador João Alberto.

João Aberto (PMDB-MA) é mais um dos apadrinhados da família Sarney. Foi com o apoio do ex-presidente José Sarney que ele tornou-se governador do Maranhão, entre 1990 e 1991. Ele também foi deputado federal pelo Estado. Nas eleições de 2006, era candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Roseana Sarney, que acabou derrotada nas urnas.

Antes da instalação da CPI, o maranhense estava cotado para assumir a relatoria, que era pretendida por Romário (PSB-RJ). Em termos de importância, o relator consegue produzir mais que o presidente de uma CPI. Porque ao presidente compete a direção dos trabalhos e a representação da comissão em suas relações externas ao Congresso. A condução dos atos de investigação mantém-se sob controle do relator. Hoje, a relatoria está nas mãos do PMDB, mas sob a batuta de Romero Jucá, que já até faltou a audiências públicas com jornalistas. A Romário coube a presidência.

João Alberto tem ligação estreita com Fernando, o segundo dos três filhos de José Sarney. Fernando é vice-presidente da CBF, aliado a Marco Polo Del Nero, diretamente interessado no andamento das investigações sobre a confederação. É apaixonado por esportes, já financiou a criação de um time de basquete profissional feminino, uma vez que é praticante da modalidade. Ele comanda o Grupo Mirante de Comunicação, que é afiliada da TV Globo no Estado.

Fernando Sarney foi alvo de investigação da operação ''Faktor'' (que já recebeu o nome de ''Boi Barrica'') da Polícia Federal, que apura seu envolvimento em lavagem de dinheiro. A operação da PF foi deflagrada em 2007 devido à movimentação atípica de R$ 2 milhões na conta de Fernando e da mulher dele, Teresa. Mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou todas as provas obtidas pela operação da polícia. Os ministros do STJ entenderam que os grampos que originaram as quebras de sigilo foram ilegais.

Será Fernando Sarney quem representará a CBF na reunião da Conmebol que definirá a realização da Copa América do Centenário, no próximo ano, nos Estados Unidos, conforme informou a Folha de S.Paulo nesta quarta-feira, 9.


“Crise no Brasil não afetará Paraolimpíadas no Rio”, diz presidente do IPC
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Daniel Brito

Marcio Rodrigues/CPB/MPIX

Dirigente jogou basquete no Rio, no 7 de setembro

Sir Philip Craven, 65, é inglês da cidade de Bolton e está para o esporte paraolímpico assim como o alemão Thomas Bach está para o olímpico. É o presidente do IPC (sigla em inglês para Comitê Paraolímpico Internacional) desde 2001. Ele desembarcou no Brasil nesta semana para participar das festas que marcam a contagem regressiva de um ano até os Jogos Paraolímpicos do Rio-2016.

Cadeirante desde os 16 anos, após acidentar-se durante uma escalada, Craven tornou-se jogador de basquete em cadeira de rodas e defendeu a Inglaterra em cinco edições de Jogos Paraolímpicos. Carrega o título de “Sir” desde 2005, concedido pela Rainha Elizabeth II pelos serviços prestados ao movimento paraolímpico.

Sir Craven está em seu último mandato, que se encerra em 2017. Antes, porém, engrossa o coro segundo o qual Rio-2016 verá a maior paraolimpíada de todos os tempos. E nem mesmo a grave crise pela qual atravessa o Brasil terá influência nos Jogos-2016.

Em entrevista por e-mail ao blog, Sir Craven falou sobre como o IPC está trabalhando ante a crise, a busca por um novo garoto-propaganda para substituir Oscar Pistorius, o problema da despoluição da Baía de Guanabara.
Leia a entrevista abaixo.

BLOG DO BRITO: O Brasil está passando por um grave crise econômica e política. Quais informações o IPC tem a respeito? Teme que isso afete a realização dos Jogos Paraolímpicos?
SIR PHILIP CRAVEN: O IPC está ciente dos problemas no Brasil, mas nós temos muita confiança de que não afetará a preparação para os Jogos Paraolímpicos do Rio, no próximo ano. Estamos a um ano dos Jogos e as coisas estão parecendo muito boas. No próximo mês de setembro estará tudo pronto para a maior edição dos Jogos Paraolímpicos, com 4.350 atletas de 170 países em 22 modalidades. Estamos também muito confiantes que será quebrado o recorde de ingressos vendidos com 3.3 milhões à disposição e uma audiência global acumulada de 4 bilhões de espectadores.

O movimento paraolímpico internacional busca um novo garoto-propaganda  para substituir Oscar Pistorius?
O movimento paraolímpico nunca promoveu apenas um atleta e eu acho que isso ficou bem claro nos Jogos de Londres-2012. Depois daqueles Jogos, um terço da população do Reino Unido poderia citar cinco atletas paraolímpicos. Eu acho que no momento nós não temos um atleta com aquele perfil que Oscar tinha, mas há um conhecimento muito maior dos demais atletas que estão aí competindo, muitos dos quais já bastante conhecidos nos seus respectivos países.

De que maneira o IPC está acompanhando a polêmica em torno da despoluição da Baía de Guanabara e o problema das algas da Lagoa Rodrigo de Freitas?
Estamos trabalhando juntos com COI [Comitê Olímpico Internacional], com a OMS [Organização Mundial de Saúde] e as autoridades do Rio de Janeiro, porque saúde e bem estar dos atletas são nossas maiores prioridades. Até o momento, os resultados dos testes mostraram que a água, segundo os padrões da OMS, está apta para sediar eventos esportivos. E de hoje até os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, muito mais será feito para limpar a Baía de Guanabara e deixá-la pronta para atividades esportivas.

Você poderia dar uma nota para a preparação do Rio de Janeiro para receber os Jogos Paraolímpicos em 2016?
Acho que a preparação está muito boa, mas ainda há muito a fazer nos próximos 365 dias. O trabalho duro começa agora, com diversos eventos-chave vindo por aí. Terei um quadro mais detalhado daqui uma semana, porque vou visitar todos os locais de competição. As coisas parecem estar indo bem e dois fatos novos me deixaram bastante confiantes para o Rio-2016. Os brasileiros foram muito bem nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto-2015, confirmando que eles são fortes postulantes a ficar entre os cinco maiores no Rio-2016. E um recente vídeo divulgado pelo Rio-2016 mostrando a reação do público com as habilidades apresentadas pelos atletas paraolímpicos praticando atividades esportivas em uma academia. O fato de milhões de pessoas terem visto isso em um período curto de tempo mostra que há um desejo grande por mais esportes para pessoas com deficiência.

Foto: Marcio Rodrigues/CPB/MPIX


Gols contra e Rooney dividem artilharia da seleção da Inglaterra
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Daniel Brito

Brolli desviou de cabeça para fazer o 49º gol contra em favor da Inglaterra

Brolli desviou de cabeça para fazer o 49º gol contra para a Inglaterra

O gol contra do zagueiro samarinês Cristian Brolli, 23, na goleada da Inglaterra por 6 a 0 em San Marino, nesse sábado, 5, provocou um raro triplíce empate no topo da artilharia de todos os tempos da seleção inglesa.

A lista de goleadores da equipe é encabeçada agora por Sir Bobby Charlton, Wayne Rooney e gols contra, com 49 bolas na rede para cada um. A proósito, Rooney também comemorou pela 49ª vez com a camisa do English Team nesse sábado contra San Marino de Brolli, após cobrança de pênalti. Foi o primeiro gol da tarde. Brolli anotou o dele antes do fim do primeiro tempo.

O curioso são as circunstâncias em que este empate se dá. Aos fatos:

1) É o terceiro ano seguido em que os “Three Lions” ganham de presente um gol contra de San Marino.

2) Nos dois últimos encontros entre ambos, Alessandro Della Valle, reserva de Brolli ontem, marcou duas vezes contra o próprio patrimônio.

3) Desde 2013, San Marino não marca um gol a favor em competições oficiais. O último foi na goleada para a Polônia, por 5 a 1, nas eliminatórias para a Copa-14.

4) Este não foi o primeiro gol contra da carreira de Brolli. Quando defendia a seleção Sub-19 de San Marino, ele assinalou em favor da Itália, em 2010, em duelo pela Eliminatório da Euro da faixa etária.

5) Foram necessários 143 anos para que os gols contra chegassem ao topo da artilharia do English Team. A seleção fez seu primeiro jogo em novembro de 1872, e desde então disputou 845 partidas.

6) Bobby Charlton, que ostenta o título de ''Sir'', chegou aos 49 gols após 12 anos de serviços à seleção.

7) Coincidentemente, Rooney completa neste domingo, 6, 12 anos de história vestindo a camisa da Inglaterra.

8) Em Copas do Mundo, Charlton fez os rivais buscarem bola no fundo da rede em quatro oportunidades: contra Argentina, no Chile-62, e ante Méxíco e Portugal (duas vezes), na Inglaterra-66.

9) Já a seleção da Inglaterra se beneficiou com dois gols contra em Mundiais: contra a Tchecoslováquia, na Espanha-82, e contra o Paraguai, na Alemanha-06 (Gamarra, de cabeça).

10) Rooney, por sua vez, disputou três Copas do Mundo, fez 11 jogos, mas amarga a sina de ter marcado apenas uma vez, contra o Uruguai, no Brasil, no ano passado.


Atletismo acreditava em cinco medalhas no Mundial, revela dirigente
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Daniel Brito

Quatro dias após o fim do Mundial de atletismo, realizado em Pequim, na China, a Confederação Brasileira de Atletismo revelou o que realmente tinha esperança de conquistar na competição.

“Se os atletas estivessem tranquilos, óbvio que eles tinham acompanhamento psicológico, mas é o momento. E se todos tivessem feito a marca que obtiveram para se classificar para este Mundial em Pequim, nós teríamos participado de 22 finais e ainda conseguiríamos quatro medalhas a mais. É um dado muito interessante”, explicou Georgios Stylianos Hatzidakis, gerente administrativo da CBAT.

A declaração foi dada aos deputados federais em Brasília, nessa quinta-feira, 3, durante sessão da Comissão  de Esporte da Câmara dos Deputados.

Como se sabe, a participação brasileira no Mundial encerrado no domingo, 30, foi uma das piores já registradas, com uma medalha de prata (no salto com vara feminino) e somente cinco finais disputadas. É importante lembrar que as marcas dos brasileiros foram tão inexpressivas na China que nem contra jovens de 16 e 17 anos nossos atletas conseguiriam ser campeões. “Mas uma das características do esporte é a imprevisibilidade do resultado”, justificou Hatzidakis.

“Os índices da CBAT são mais difíceis que os da IAAF [sigla em inglês para Federação Internacional de Atletismo]. Na nossa delegação havia apenas três atletas que não tinham índice da CBAT mas foram convidados pela IAAF para disputar o Mundial’, completou.

Em seu discurso, o dirigente afirmou que muitas escolas não querem adotar as atividades esportivas na grade curricular, e este seria um dos motivos pelos quais o atletismo nacional teria dificuldades para se desenvolver.

A partir do resultado do Brasil em Pequim a CBAT vai estabelecer uma rotina mais rígida de controle dos treinamentos. “Vamos fazer um monitoramento individual a cada 15 dias, com as metas bem definidas porque se não houver a cobrança a gente sabe que o atleta deixa de lado o treinamento. E, lógico, a gente sabe que desempenho no dia da competição depende muito do momento também”, disse, voltando a citar o “momento” para justificar o resultado.


Após sucesso no Pan, Forças Armadas investem no esporte paraolímpico
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Daniel Brito

As Forças Armadas do Brasil darão início, a partir dos Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul, no próximo mês a investir nos atletas paraolímpicos. O projeto ainda está no estágio inicial, mas quatro atletas, militares da reserva, farão participação inédita na competição no atletismo e tiro com arco.

Os militares já investem maciçamente no alto rendimento olímpico e com desempenho exemplar. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, 48% das medalhas brasileiras vieram de competidores que mantêm vínculo com as Forças Armadas. A expectativa, explicou o  brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa. era de 40% dos pódios.

Agora, as Forças Armadas desenvolvem o projeto para também se inserir no movimento paraolímpico. O projeto está no estágio inicial, porque foi criado em abril. “A ideia inicial é integrar socialmente o militar das Forças Armadas que sofreu alguma lesão grave novamente, o alto rendimento ainda não é a prioridade”, explicou o brigadeiro Amaral.

Ele contou que se reuniu com integrantes do Comitê Paraolímpico Brasileiro e recebeu a informação de que já há militares integrados ao desporto para pessoa com deficiência, mas sem vínculo esportivo com as Forças Armadas.

Na equipe que irá à cidade sul-coreana de Mungyeong para os Jogos Mundiais Militares há 286 competidores, entre os quais o paulista André Rocha. Ele é cadeirante e policial militar inativo. Conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em agosto, no lançamento do disco e arremesso do peso.

Com esta iniciativa, o Brasil se junta a países que possuem política semelhante de apoio aos militares vítima de lesões graves. Os Estados Unidos promovem uma ampla campanha para integrar ex-combatentes de guerra com algum tipo de amputação ou lesão cervical para iniciar a prática esportiva e, em seguida, aderir ao movimento paraolímpico. Na Colômbia, membros do exército que combateram as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e entraram para a inatividade foram incitivados a praticar esportes, algums deles disputaram o Parapan de Toronto.


Denunciado pela PGR, Collor some da CPI do Futebol no Senado
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Daniel Brito

A CPI do Futebol no Senado realizou, na terça-feira, 1º de setembro, sua oitava  sessão, e o senador Fernando Collor (PTB-AL) chegou à marca de sete sessões sem comparecer à comissão.

Ele é o indicado pelo bloco parlamentar chamado “União e Força”, que conta com PTB, PSC, PR, PRB. Na única reunião que participou, o ex-presidente da República, que saiu do cargo após impeachment em 1992, conta como registro apenas sua assinatura de presença, sem pronunciamentos ainda no início de agosto.

Procurado pelo blog, Collor respondeu por meio de sua assessoria no Senado apenas que não pôde comparecer à CPI do Futebol, sem dar um motivo.

O senador alagoano parece ter outras preocupações antes de tratar de futebol. Há pouco mais de 10 dias, o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou uma denúncia contra Collor por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. Grupo ligado ao senador pode ter recebido mais de R$ 26 milhões em propinas, de acordo com as investigações da Operação Lava Jato.

Collor tem pouca ou quase nenhuma ligação com o futebol. Em seu currículo, no máximo o vínculo da família com o CSA, tradicional clube da capital de Alagoas, do qual chegou a presidir. Seu filho, Arnon de Mello, é o chefe do escritório da NBA no Brasil, mas os dois mantêm um relacionamento distante.

O suplente de Collor na CPI é o senador do Mato Grosso Wellington Fagundes (PR). Foi de Fagundes a iniciativa de pedir os dados relativos à movimentação de recursos financeiros e de bens e serviços estimáveis em dinheiro da CBF para as Federações Estaduais de Futebol e para seus dirigentes, relativos ao período de janeiro de 2005 a janeiro de 2015.

Mas nas duas últimas sessões Fagundes não compareceu.