Blog do Daniel Brito

Arquivo : aedes aegypti

Centro europeu de doenças ensina a comer feijoada segura durante a Rio-16
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Daniel Brito

Entre todas as recomendações para se prevenir contra as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti durante os Jogos do Rio-2016, o ECDC (sigla em inglês para Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças) recomenda cuidados com um dos pratos mais populares da culinária brasileira: a feijoada. O instituto também acende o alerta para possibilidade de o visitante ser vítima de problemas gastrointestinais em razão do modo de preparo do alimento no país.

O ECDC pede na página 2 do relatório de 20 páginas: “Servir-se de um prato com tipos variados de carne como a feijoada (prato típico brasileiro) e lasanha com o alimento em temperatura de 60º C ou mais”. O centro avisa também que água só deve ser consumida em garrafas de água mineral, gelos produzidos em fábrica e saladas com legumes e verduras higienizados e em temperatura inferior a 5ºC.

O centro europeu reconhece que o Brasil alcançou importantes avanços na higiene de alimentos e de água de 2000 a 2013 e que o Ministério da Saúde registra, em média, 665 casos por ano de doenças relacionadas a alimentos mal conservados ou produzidos.

Em caso de internação na Europa após retornar do Brasil em um prazo de um ano, o viajante europeu deve informar suas condições de saúde enquanto esteve no país para os Jogos de modo que as autoridades europeias possam fazer uso de antibióticos resistentes às bactérias que foram contraídas no Brasil.

Sobre os cuidados com zika vírus, o ECDC replica as orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e avisa que as áreas com maior incidência do vírus são nos Estados do Norte e Nordeste do Brasil.

As recomendações do ECDC lembram, em parte, às feitas pela FISA (sigla em francês para federação internacional de remo) em fevereiro. Porém, a federação usou um tom muito mais alarmista.


Senado dos EUA quer saber: como atletas americanos evitarão o zika no Rio?
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Daniel Brito

Kongres-USA

Senadores temem que zika seja transmitido nos EUA após o fim dos Jogos (divulgação)

Senadores dos Estados Unidos demonstraram precupação com o a exposição de atletas do país ao vírus zika durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Há uma semana, eles enviaram carta ao USOC (sigla em inglês para Comitê Olímpico dos EUA) pedindo informações sobre como a entiudade esatá se prevenindo contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.

“De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o epicentro da propagação do vírus, com, pelo menos, 120 mil casos suspeitos – mais da metade de todos os casos suspeitos nas Américas”, diz o memorando assinado por 11 senadores Democratas, mesmo partido do presidente Barack Obama. Uma das primeiras assinaturas é de Barabra Boxer, da Califórnia, cuja plataforma eleitoral é a dedicação a temas relativos a saúde e tratamento de doenças contagiosas.

A carta também lembra dos riscos de o zika ser causador da microcefalia em em recém-nascidos, assim como a incerteza quanto à duração da infecção do vírus no corpo humano. “Pode haver possibilidade de transmissão do zika dentro dos Estados Unidos muito tempo após o fim dos Jogos Olímpicos”, registrou Barabra e os demais senadores.

CAMISINHAS POR SEIS MESES
A resposta do USOC veio no mesmo dia. O comitê lembrou que não tem experiência em lidar com doenças infecciosas mas formou um conselho de médicos para auxiliar nos estudos e orientações a atletas e comissão técnica.

O USOC informou que todos os integrantes da delegação receberão repelentes da marca OFF!, uniformes de mangas longas e calças compridas, além de fornecer camisinhas pelos seis meses seguintes aos Jogos. Essa última medida serviria para evitar a transmissão do vírus após o fim da Rio-16 por meio de relação sexual – acredita-se que essa seria uma das formas de transmissão do zika.

O comitê afirmou que todos os atletas ficarão alojados em quartos com ar-condicionado, um item que até dezembro do ano passado o Comitê Organizador pensava em cobrar das delegações para poder usufruir em suas habitações na VIla Olímpica. Esta decisão, contudo, já foi revista.

Os médicos do USOC também estão fazendo mapeamento de alguns dos principais hospitais do Rio para o caso de emergências.
“Criamos um plano médico de Resposta de Emergência para fornecer tratamento médico para qualquer doença ou ferimento. Estamos nos preparando para gerenciar doenças graves no Rio, já identificando hospitais privados além daqueles disponibilizados pelo Comitê Organizador do Rio-2016 para garantir cobertura médica máxima aos membros da delegação”, respondeu o USOC, em carta assinada por Scott Blackmun, executivo chefe do Comitê.

SENADO DÁ R$ 4 BI
Há pouco mais de 10 dias, o Senado dos EUA autorizou que o país empregasse US$ 1,1 bilhão (quase R$ 4 bilhões)no combate ao vírus zika. Este valor seria utilizado para fomentar pesquisas sobre o impacto do zika em recém-nascidos e medidas de combate no período de verão no Hemisfério Norte.

Da parte do USOC, uma das medidas não mencionadas na resposta ao Senado foi a liberação para que os atletas possam decidir por conta própria se querem vir ao Brasil neste período de epidemia. Até agora, surgiram poucos casos de esportistas que abriram mão de disputar uma medalha no Brasil a partir de 5 de agosto – data de abertura dos Jogos Olímpicos.


Levantadora da seleção está grávida e se “banha” de repelente contra zika
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Daniel Brito

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Fabíola com a filha Andressa, de 10 anos (crédito: arquivo pessoal)

A levantadora Fabíola, 33, se viu obrigada a acrescentar a prevenção contra o mosquito aedes aegypti à sua rotina de gestante. Ela entrou há pouco no sexto mês de gravidez da segunda filha. E ainda acalenta a esperança de disputar em agosto, os Jogos Olímpicos do Rio-2016 pela seleção de José Roberto Guimarães.

Fabíola parece levar tudo com tranquilidade e paciência. Até porque duas dessas três experiências ela já viveu: foi mãe pela primeira vez há 10 anos, e experimentou a ansiedade pré-Jogos Olímpicos no ciclo para Londres-2012, quando amargou um corte da seleção um mês antes do embarque.

20160223143118O que a assusta neste momento é o zika vírus e a microcefalia, que pode acometer bebês ainda na barriga da mãe. Por isso, cobre-se de repelente desde o minuto em que acorda de manhã até a hora de dormir. “Passo muito repelente pelo corpo o dia inteiro. Só ando de calça e uso roupas de manga longa”, explicou Fabíola, após mais uma tarde de treino no Brasília Vôlei, de Taguatinga, Distrito Federal, que disputa a Superliga feminina.

“O noticiário sobre zika vírus é assustador. Todo dia a gente recebe uma enxurrada de informação difícil de processar. Outro dia eu vi uma mãe que perdeu bebê aos seis meses de gestação por causa do vírus. Não tem como ficar tranquila com isso. Mas estou tomando todos os cuidados possíveis”, explicou.

Fabíola é de Ceilândia a maior cidade do Distrito Federal e chegou há cerca de três meses da Suíça, onde jogava, exatamente quando a epidemia ganhou força e o número de casos de microcefalia aumentou no país inteiro. Até agora, ela diz não ter tido contato com ninguém com dengue, zika ou chikungunya, mas assustou-se com uma virose que seus pais trouxeram após uma viagem à Paraíba. “Eles voltaram mal, com febre, diarreia, mas esses não são os sintomas da dengue, fiquei mais tranquila”, contou.

Ela sabe o mal que o aedes aegypti causa ao organismo. Até hoje se recorda com calafrios dos dias que sofreu, há quatro anos, quando contraiu dengue em Osasco, São Paulo. “Nossa, passei dias terríveis, perdi quatro quilos, você acredita? Quatro quilos. Porque não dá vontade de fazer nada, febre alta o tempo inteiro é horrível. Agora você imagina esses sintomas estando grávida?”, se questiona a levantadora.

Ela tem uma visita agendada ao médico para realizar nova bateria de exames pré-natal. Enquanto isso, mantém uma rotina de treinamentos diários com bola, junto com a comissão técnica do Brasília Vôlei, e pilates. Fabíola conta que os exercícios servem para manter-se em atividade e, principalmente, para tentar atender ao chamado de José Roberto Guimarães.

Em janeiro, ele ligou para a levantadora e disse que gostaria de contar com ela para os Jogos do Rio-2016. Como Ana, a segunda filha de Fabíola, nasce em maio, seriam três meses até a estreia olímpica no Maracanãzinho. “Olha, quando nasceu a Andressa [primeira filha], há dez anos, eu já estava em quadra menos de um mês após o parto. Não tenho mais 23 anos, mas naquela época também não conhecia pilates. Então, vamos ver, pode ser que dê certo”, projeta a brasiliense de Ceilândia, cujo último time foi o Volero, da Suíça.

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Grávida de seis meses, Fabíola treina, com o corpo coberto, com a comissão técnica do Brasília Vôlei (Divulgação)


“Tem mais mosquito onde moro do que no Brasil”, diz canadense dos saltos
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Daniel Brito

Canadense Mitch Geller em Brasília: "Já estivemos na Índia e tantos outros lugares. A mídia faz muito barulho" (Divulgação/Ministério do Esporte)

Canadense Mitch Geller: “Já fomos à Índia e tantos lugares. A mídia faz muito barulho” (Divulgação/Ministério do Esporte)

É uma cena até engraçada. A atleta canadense tenta se concentrar na ponta do trampolim de três metros, mas é constantemente incomodada por mosquitos. Abana as mãos na frente do rosto para espantá-los e só aí consegue executar seu salto. Situação corriqueira por esses dias no centro de excelência em saltos ornamentais da UnB, em Brasília.

Não há quem garanta que algum daqueles mosquitos que atrapalhava a atleta era o temido aedes aegypti, transmissor da dengue, do vírus zika e da febre chikungunya. Mesmo que fosse, os visitantes parecem não se preocupar.

“É infestados de mosquitos lá onde moro, na província de Ontário, no Canadá. E aqui no Brasil eu quase não vi mosquitos. Fico mais preocupado com o que se passa com nossos atletas no trampolim, na plataforma e na água. Mas, claro, não deixamos de colocar repelente”, disse ao blog Mitch Geller, técnico da seleção canadense de saltos.

Canadá é um dos sete países que aclimataram-se no Distrito Federal antes de disputar a etapa da Copa do Mundo da modalidade que servirá como evento-teste para os Jogos do Rio-2016, a partir desta quarta-feira.

No Centro Aquático Maria Lenk, a competição é realizada ao ar livre, o que não ocorria desde Barcelona-1992. Aumenta, portanto, o tempo de exposição do atleta aos mosquitos. Ainda assim, não há motivo para pânico, segundo Geller.

“Nós viajamos o mundo todo competindo. Já estivemos na Índia e tantos outros lugares. Mas a mídia faz muito barulho com isso. Antes de qualquer edição dos Jogos Olímpicos, a mídia bate bem forte em qualquer situação ou problema no país-sede. Dizem que não vão estar prontos. Eu ja li que as pessoas do país não apoiam o evento. Agora tem essa questão do vírus, que vai ser perigoso, vai ter isso ou aquilo. Essa será minha setima edição dos Jogos. Claro que tomarei todas as precauções, mas tenho certeza que quando chegar o momento dos Jogos Olímpicos, vai ser tudo especial, como sempre foi”, disse o treinador.

O Canadá é uma força emergente nos saltos ornamentais. No Mundial de Desportos Aquáticos do ano passado, em Kazan, na Rússia, conquistou quatro medalhas. Uma das responsáveis foi Pamela Ware, prata no salto sincronizado do trampolim de três metros. Ela replica o discurso do treinador e diz não temer o zika vírus.

“Estou aqui no Brasil há algum tempo e ainda não fui picada por mosquito algum. Uso repelente com frequência. Mas não me preocupo, porque temos muitos mosquitos no Canadá também”, afirmou a saltadora, de 23 anos.


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