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“Indignos”: Forças Armadas expulsam ciclistas flagrados em exame antidoping
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Daniel Brito

FLORENCE, ITALY - SEPTEMBER 28: Uenia Fernandes Da Souza of Brazil in action during the Elite Women's Road Race on September 28, 2013 in Florence, Italy. (Photo by Bryn Lennon/Getty Images)

Uênia Fernandes demorou nove meses para ser punida pela Aeronáutica pelo doping (Bryn Lennon/Getty)

Os sargentos Uênia Fernandes e Alex Arseno foram expulsos das Forças Armadas do Brasil por terem sido suspensos por doping. Eles são ciclistas e eram beneficiários do programa Forças no Esporte, que contrata, por meio de chamada pública, atletas de alto rendimento para representar uma das três forças militares do país. Alex e Uênia tinham a função de terceiro sargento da Aeronáutica, recebiam mensalmente R$ 3,774 de salário para treinar e competir.

Eles foram flagrados com EPO (eritropoetina) em setembro do  passado. O exame foi feito fora do período de competição em Goiânia, Goiás, antes dos Jogos Mundiais Militares, realizados na Coreia do Sul, em outubro-15. Eles foram suspensos pela CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) no final de 2015 por quatro anos.

”Os atletas em questão foram excluídos do serviço ativo da Força Aérea Brasileira, ex officio, em 9 de agosto de 2016, pela prática de ato contra a moral pública, pundonor militar ou falta grave, que caracterize o autor como indigno de pertencer às Forças Armadas, de acordo com o Estatuto dos Militares e a Lei do Serviço Militar, combinado com o Regulamento da Lei do Serviço Militar e o Regulamento da Reserva da Aeronáutica”, informou a Aeronáutica, por meio da assessoria de imprensa.

Nem tudo é o que parece
Na letra fria da lei pode parecer que a Aeronáutica foi rígida com os infratores. Expulsão e a pecha de “indignos” são gestos fortes para qualquer um. Porém, esta é uma história que o blog acompanha desde o primeiro dia do anúncio do doping de Uênia e Alex, e que mostra a morosidade das Forças Armadas em lidar com atletas suspensos por ingerir substâncias proibidas.

Neste final de semana completa-se um ano desde que os resultados dos exames de sangue dos ciclistas acusaram a presença de EPO. Eles foram suspensos preventivamente antes do julgamento final no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da CBC, ocorrido em dezembro de 2015.

No caso de Alex Arseno, ele admitiu em textão publicado em sua página numa rede social o uso de EPO e anunciou o fim da carreira – ele é reincidente em exames positivo para substâncias proibidas.

Casos de família
Uênia Fernandes foi julgada e absolvida pelo tribunal da CBC. A ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) protestou e em novo julgamento, a atleta tomou o gancho de quatro anos. Curiosamente, a família Fernandes tem uma história maculada pelo doping no ciclismo. Além de Uênia, sua prima, Clemilda, já cumpriu suspensão por dois anos (de 2009 a 2011) também por EPO. Márcia Fernandes, irmã de Clemilda, acabou de concluir uma suspensão de dois anos pelo mesmíssimo motivo da prima Uênia e da irmã Clemilda.

A Aeronáutica demorou exatamente nove meses para aplicar um gancho em Uênia e em Alex. Em junho, a assessoria de imprensa da Força Aérea Brasileira informou ao blog que a punição já estava em ponto de ser publicada. Tardou ainda dois meses para que pudesse ser confirmada. Neste intervalo, os dois ciclistas continuaram a receber salários integrais e mais: férias e até 13º salário.

A Aeronáutica não informou se vai pedir restituição deste dinheiro aos atletas-sargentos expulsos.


Militares flagrados no doping serão excluídos com cinco meses de atraso
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Os sargentos Alex Arseno e Uênia Fernandes serão excluídos das Forças Armadas do Brasil nos próximos dias por uso de doping. Eles são ciclistas e integram o programa de alto rendimento da Aeronáutica. Testaram positivo para EPO e, conforme prevê o edital que os selecionou para entrar para a caserna, devem ser desligados da instituição.

Tudo muito bem não fosse pelo fato de que os dois estão sem competir desde janeiro, quando receberam o gancho pelo doping na última instância da corte esportiva brasileira. De lá para cá, mantiveram-se nos quadros da Aeronáutica recebendo religiosamente seus R$ 3.2 mil mensais da União – este é o salário para o atleta-militar do programa de alto rendimento.

São, portanto, cinco meses recebendo sem trabalhar – sim porque eles só estão nas Forças Armadas porque são atletas e deveriam representar a instituição em competições e, quem sabe, chegar até aos Jogos Olímpicos. Suspensos, não podem exercer a atividade para a qual foram admitidos na Aeronáutica.

De onde depreendemos que ainda não chegou ao programa de esportes para atletas olímpicos das Forças Armadas a famosa rigidez na conduta tão respeitada pelos militares.

Basta lembrar do caso do nadador João Gomes Jr., que ficou suspenso por seis meses no início de 2015, mas não foi excluído do programa.

Na semana passada, perguntei à cúpula da CDMB (Comissão Desportiva Militar do Brasil), que participava de audiência pública na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, sobre a demora na resolução do caso de Alex Arseno e Uênia Fernandes. O vice-almirante Paulo Martino Zuccaro, recém-empossado no cargo de diretor do departamento de desporto militar, pregou cautela nos julgamentos de caso de doping para “evitar injustiças”.

É que as Forças Armadas promovem outro arbítrio após o atleta-militar ser punido por sua confederação em caso de doping. Ou seja, ele pode ser punido esportivamente, mas na esfera militar ainda existe a possibilidade de se livrar de alguma sanção.

No caso de Alex Arseno, ele admitiu em textão publicado em sua página numa rede social o uso de EPO e anunciou o fim da carreira – ele é reincidente em exames positivo para substâncias proibidas. Ainda assim, ele foi mantido nos quadros da Aeronáutica. Não por muito tempo.

Já Uênia foi campeã na prova de estrada por equipe nos Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul. A competição foi em outubro do ano passado, um mês após o teste em que foi flagrada com EPO no organismo – o resultado ainda não havia saído. O Brasil deve perder esta medalha de ouro.

O blog foi informado pela assessoria das Forças Armadas na terça-feira e na quinta-feira que os dois devem ser excluídos da corporação “ainda nesta semana”.

A saber se eles terão de devolver os salários que receberam enquanto estiveram impedidos de competir.


Ciclistas recebem salário das Forças Armadas mesmo punidos por doping
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Uênia (a terceira da esq. para dir.) no pódio do Mundial Militar, na Coreia do Sul (Divulgação)

Os ciclistas Uênia Fernandes e Alex Arseno estão suspensos de competições esportivas pelos próximos quatro anos após terem sido flagrados em exame antidoping realizado em setembro. Alex e Uênia também são terceiro sargento da Aeronáutica, recebem mensalmente R$ 3,774 de salário.

Eles tornaram-se militares pelo programa de alto rendimento das Forças Armadas do Brasil, que seleciona atletas com potencial olímpico para ingressar no Exército, Aeronáutica ou Marinha. Mesmo punidos na esfera esportiva pelo uso de substâncias proibidas, Alex e Uênia permanecem normalmente como terceiro sargento das Forças Armadas, inclusive recebendo salário, segundo informou a assessoria da FAB (Força Aérea Brasileira).

A FAB explica que não excluiu Alex e Uênia de seus quadros porque não recebeu notificação oficial da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) informando da suspensão da dupla. A CBC, no entanto, informou que não precisa noticiar a FAB sobre o resultado do julgamento, uma vez que a informação está publicada na página da confederação na internet.

Assim, Alex e Uênia vivem uma situação pitoresca. São membros das Forças Armadas do Brasil somente porque se enquadraram no perfil de esportista que os militares querem em suas fileiras, contudo, estão proibidos de competir porque foram punidos por uso de doping.

Falha de comunicação
Não é a primeira vez que caso desse tipo acontece. O arguto repórter do UOL Esporte, meu amigo Fábio Aleixo, mostrou em agosto do ano passado o caso do nadador João Gomes Jr. Ele é terceiro sargento da Marinha e foi suspenso por doping em fevereiro de 2015. Ficou seis meses impedido de competir, ainda assim manteve-se nas Forças Armadas, onde permanece até hoje.

O edital público para o qual Alex, Uênia e até João Gomes Júnior aplicaram para se tornar miliatares é bem claro quanto aos casos de desportistas punidos por doping: exclusão do programa de alto rendimento das Forças Armadas. Falta, como se vê, uma maior comunicação neste aspecto entre os militares e as confederações esportivas.

Porque, Alex Arseno, por exemplo, não só admitiu que fez uso de substância que melhora a performance esportiva como anunciou publicamente o fim da carreira como atleta. Uênia, por sua vez, foi julgada duas vezes pelo STJD da CBC. Na primeira, foi estranhamente absolvida, no que seria um raro caso de inocetar um atleta flagrado com taxa alterada de EPO (eritropoetina) no organismo. Foi preciso a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) intervir e identificar falhas no julgamento, para que houvesse novo arbitrio e, aí sim, Uênia levou um gancho de quatro anos.

O caminho da burocracia
Os casos já foram encerrados na justiça desportiva no Brasil. Se quiserem recorrer, Uênia e Alex terão de ir ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), na Suíça. O que não ocorreu até o momento. É importante lembrar, também, que Uênia vem de uma familia com casos frequentes de doping.

Entre o exame que a flagrou com EPO e a punição, ela representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes.

Segundo a assessoria da CBC, este resultado deve ser invalidado, e aí a suspensão deve chegar naturalmente à FAB. Basta que a UCI (União Ciclística Internacional) registre em seu site a punição a Uênia. Em seguida, O CISM (Conselho Internacional de Esportes Militares) será notificado, e só ai as Forças Armadas do Brasil poderão ser oficialmente informadas do caso.

Nas últimas duas semanas, o blog vem contatando a assessoria de imprensa da FAB para saber se havia alguma novidade sobre o caso. Em todas as ocasiões foi sempre muito bem atendido e ouviu que os atletas permanecem normalmente na Força Aérea até que receba uma notificação da confederação, aí eles serão desligados pela Aeronáutica, conforme previsto no edital de convocação.

O último contato foi na tarde da sexta-feira, 26.


Doping em família: mãe e filho são flagrados com EPO em provas de rua
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O comunicado oficial da CBAT (Confederação Brasileira de Atletismo) publicado há uma semana era frio, como devem ser as notas oficiais de doping. Anunciava suspensão preventiva de três atletas flagrados com substâncias proibidas em importantes competições. O primeiro nome da lista era de Sueli Pereira Silva. No pé da nota, estava Ronald Moraes da Silva.

Ambos testaram positivo para EPO (eritropoetina) na Corrida de Reis, em Cuiabá, na primeira quinzena de janeiro. Sueli também foi flagrada com a mesma substância na São Silvestre, em 31 de dezembro, em caso divulgado em primeira mão pelo meu colega de UOL Esporte e parceiro de cobertura olímpica, Eduardo Ohata.

Com a nota oficial, de 12 de fevereiro, Sueli e Ronald entraram para a história do esporte brasileiro como primeiro caso de mãe e filho flagrados no doping.

Nunca antes na história deste país…
O esporte brasileiro já viu, recentemente, outros episódios de dopagem em família. Basta lembrar do capítulo que a família Fernandes já escreveu no ciclismo nacional. Três desportistas da mesma linhagem já tiveram a carreira maculada por resultados positivos em testes de doping e punições rigorosas. Hoje elas são militares e representam as Forças Armadas do país em competições internacionais.

Mas mãe e filho flagrados é, de fato, caso raro. Até em escala internacional.

EPO dentro de casa?
Sueli e Ronald são (ou eram) treinados pelo mesmo técnico, Ronaldo de Moraes, popularmente chamado de Trovão, casado com Sueli e pai de Ronald. Embora haja suspeita, jamais comprovada, de que o EPO pode ter vindo de dentro da casa da família, Trovão não foi punido e nem sequer está sob investigação. “Estamos confiantes no julgamento”, disse o treinador ao repórter Rafael Xavier, do jornal O Popular, de Goiânia, Goiás.

Veredictos severos
Os dois atletas estão temporariamente suspensos pela CBAT até que haja o julgamento no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da modalidade. Mas os veredictos para atletas apanhados com EPO na urina costumam ser rígidos, podendo chegar até a quatro anos de gancho. Para Sueli, por exemplo, seria o fim da carreira no alto rendimento, já que está com 37 anos, e perdeu a oportunidade de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

Ela já foi cortada da equipe do Cruzeiro, de Belo Horizonte, Minas Gerais, por causa do doping. Ronald, que também integrava o time, fora dispensado antes mesmo da São Silvestre, motivo pelo qual não correra a tradicional prova de rua do dia 31 de dezembro em São Paulo.

Os testes que comprometeram esta família de corredores foram feitos pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), um órgão do Ministério do Esporte, no LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), o antigo Ladetec, na UFRJ.

dopados


Ministério promete ir ao TAS contra ciclista militar absolvida do doping
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Uênia (terceira, da esq. para dir.) foi campeã por equipes no Mundial Militar (Divulgação)

A ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) entrou com pedido de anulação da decisão da Confederação Brasileira de Ciclismo de absolver a ciclista matogrossense Uênia Fernandes, 31, do doping por EPO (eritropoietina). O órgão, vinculado ao Ministério do Esporte, promete levar o caso até o Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne, na Suíça.

É raro, quase inédito, um atleta ser flagrado em exame de dopagem com EPO e ainda ser absolvido. Uênia alegou que a equipe da ABCD que realizou a coleta da urina em teste surpresa em setembro foi feita de forma errada e sofreu contaminação. A defesa da ciclista disse que ela não pôde se hidratar, ficou por horas submetida aos exames, e a coleta da urina do ciclista Alex Arseno, também flagrado com EPO no mesmo dia, conspurcou o frasco em que estava a urina de Uênia.

No julgamento da Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) do ciclismo, em 10 de dezembro, a ABCD foi citada nominalmente como responsável pela resultado positivo de doping. Porém, a entidade não foi convocada para dar sua versão, o que vai contra o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). Ainda assim, a comissão julgou procedente a defesa de Uênia e a absolveu.

“Mesmo que não tivesse sido citada na defesa da atleta, a ABCD tem que ser intimada a participar do julgamento, mas nem isso ocorreu”, explicou o chefe do órgão, Marco Aurélio Klein. “A decisão do STJD do ciclismo foi uma afronta à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. Foi dada uma sentença a um julgamento feito de forma irregular. Não questiono o resultado, mas o fato de o CBJD não ter sido obedecido. Nós vamos até ao TAS para que este julgamento seja revisto”, acrescentou.

Histórico de doping na família
Uênia é 3º sargento da Força Áerea Brasileira e é beneficiária do programa de alto rendimento das Forças Armadas. Representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes. Flávia Oliveira também compôs o time, mas sobre esta não recai nenhuma suspeita de doping.

Curiosamente, a família Fernandes tem uma história maculada pelo doping no ciclismo. Além de Clemilda, e Uênia, há registro de utilização de substância proibida por parte de Márcia, irmã de Clemilda e Janildes. Mais curioso ainda, todas foram flagradas utilizando-se da mesma substância: EPO.

“Não há hipótese de um atleta flagrado com EPO ser absolvido. Observa-se que há uma concentração de casos neste núcleo, mas não podemos julgar a Uênia pela Clemilda e nem por ninguém, a não ser por ela mesma”, opinou Klein.


Ciclista militar é flagrada no doping. É o terceiro caso na mesma família
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Clemilda e Uênia (as duas ao centro) têm histórico de doping na carreira (Divulgação)

 

A ciclista matogrossense Uênia Fernandes, 31, testou positivo para EPO (eritropoietina) em exame antidoping surpresa realizado antes dos Jogos Mundiais Militares deste ano, na Coreia do Sul. A CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) divulgou nota suspendendo provisoriamente a atleta por 30 dias, até que seja apresentada a defesa.

Uênia é 3º sargento da Força Áerea Brasileira e é beneficiária do programa de alto rendimento das Forças Armadas nacional. Representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes.  Flávia Paparella também compôs o time, mas sobre esta não recai nenhuma suspeita de doping. No inidividual, Uênia terminou em nono, Clemilda foi prata e Janildes, bronze.

Curiosamente, a família Fernandes tem uma história maculada pelo doping no ciclismo. Além de Clemilda, e Uênia, há registro de utilização de substância proibida por parte de Márcia, irmã de Clemilda e Janildes. Mais curioso ainda, todas foram flagradas utilizando-se da mesma substância: EPO.

O caso mais grave foi o de Clemilda. Em 2011 ela foi flagrada em teste realizado em 2009, durante o Giro d’Italia. Foi suspensa por dois anos, mas  a CBC ainda a avalizou para receber a bolsa atleta do Ministério do Esporte. Foi denunciada pelo jornal O Estado de S.Paulo em 2011 e teve de devolver mais de R$ 70 mil aos cofres públicos. Após o fim da sanção, voltou a competir e a representar o Brasil em competições internacionais.

O episódio mais recente é de Márcia Fernandes, 24, cuja suspensão está em curso. Em outubro do ano passado, a goiana, então campeã brasileira de ciclismo de estrada na prova de resistência,  foi suspensa por dois anos, por ter sido flagrada com EPO após a conquista do título brasileiro em São Carlos (SP). Notificada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), ela abriu mão da contraprova e acabou automaticamente punida. Além da suspensão, ela teve todos seus resultados anulados pela entidade, inclusive o título nacional.

Janildes, por sua vez, nunca foi flagrada. Mas falhou em realizar um teste em 2004, também em competição na Itália. Ela não foi encontrada pela a equipe de controle de dopagem para fazer a coleta da urina, o que representa uma infração grave. Esteve ameaçada de ser excluída da delegação brasileira que disputou os Jogos Olímpicos de Atenas-2004, mas apresentou a defesa e foi inocentada.

Reincidente
No mesmo dia em que foi realizado o exame surpresa com Uênia, antes dos Jogos Mundiais Militares, outro sargento da Força Aérea Brasileira, Alex Arseno, também testou positivo para EPO. Seu caso tem um agravante. Ele é reincidente. Em 2009, foi punido por dois anos após ser flagrado pela primeira vez fazendo o uso de EPO. A legislação prega que em caso de reincidência, o atleta deve ser banido do esporte. Em seu Facebook, Arseno desculpou-se pelo ocorrido e anunciou aposentadoria.


Forças Armadas renovam apoio a atletas olímpicos até Tóquio-2020
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Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

O Brasil contará com atletas militares por pelo menos duas edições dos Jogos Olímpicos. Eles já estavam confirmados no Rio-2016, mas hoje, após evento com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, veio a confirmação de que as Forças Armadas manterão o investimento no esporte de alto rendimento até os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

A informação foi dada ao blog pelo brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa. Ele é o responsável pelo departamento que seleciona os atletas que integrarão as Forças Armadas.

O programa, iniciado em 2008 para os Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio, em 2011, se encerraria em 2016, após os Jogos do Rio. Mas, segundo o brigadeiro Amaral, devido ao desempenho exitoso nas principais competições internacionais, em breve será aberto edital para seleção de atletas com possibilidade de chegar a Tóquio-2020. Antes, porém, disputarão os Jogos Mundiais Militares-2019, em Wuhan (China).

Dilma cumprimenta atletas em encontro em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Dilma cumprimenta atletas, em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Como funciona
Duas pastas atuam conjuntamente na gestão do programa: Defesa e Esporte. O orçamento é compartilhado e bate na casa dos R$ 25 milhões anuais para o programa. Para ingressar nas Forças Armadas, o atleta deve atender aos requisitos de um edital público, ser aprovado em análise de seu currículo esportivo feita por Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério do Esporte.

Se selecionado, ele é submetido ao curso de formação de oficial, cujo período é menor do que aquele para oficiais de carreira, e ganha o direito de receber salários mensais, cerca de R$ 3.5 mil, férias remuneradas, 13º salário, e todos os outros benefícios que os demais militares usufruem. Após os oito anos de serviço, o atleta é dispensado das Forças Armadas, mas não tem direito a se aposentar como militar.

As Forças Armadas contam com mais de 600 desportistas contemplados pelo programa de apoio a 25 modalidades, 20 das quais fazem parte do programa dos Jogos Olímpicos. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, foram 123 representantes da Marinha, Exército ou Aeronáutica entre os 590 que compuseram o time do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

Encontro em Brasília
A presidente Dilma Rousseff recebeu de 41 dos 280 atletas que representaram o Brasil nos Jogos Mundiais Militares, neste mês de outubro, na Coreia do Sul. O Brasil terminou na segunda colocação no quadro de medalhas, com 84 medalhas, sendo 34 de ouro.

“Ninguém ganha um segundo lugar sem muito esforço, muita abnegação, muita dedicação. Então, a ética do trabalho, a ética do esforço fica bastante clara nessa vitória. Em segundo lugar, porque também sem cooperação entre vocês… Para o sucesso é importante cooperar. Para todas as atividade da vida é importante cooperar. E, em terceiro lugar, porque vocês conquistaram de forma justa e reconhecendo os adversários, respeitando os adversários. Então, o proverbial fair play que o esporte desenvolve em cada um de nós”, discursou Dilma.

Ela recebeu de Júlio Almeida, do tiro esportivo, o uniforme de competição da delegação nos Jogos Mundiais Militares. Antes, porém, cumprimentou a todos os homenageados, que prestaram continência à presidente. “Os Jogos Mundiais Militares são muito importantes para todas as atividades esportivas, principalmente porque somos o país sede da Olimpíada e Paraolimpíada do ano que vem. Porque certamente veremos os atletas que estão aqui [no Palácio do Planalto], com a medalha no peito no ano que vem no Rio”, disse Dilma, em seu rápido discurso.


Após sucesso no Pan, Forças Armadas investem no esporte paraolímpico
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Daniel Brito

As Forças Armadas do Brasil darão início, a partir dos Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul, no próximo mês a investir nos atletas paraolímpicos. O projeto ainda está no estágio inicial, mas quatro atletas, militares da reserva, farão participação inédita na competição no atletismo e tiro com arco.

Os militares já investem maciçamente no alto rendimento olímpico e com desempenho exemplar. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, 48% das medalhas brasileiras vieram de competidores que mantêm vínculo com as Forças Armadas. A expectativa, explicou o  brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa. era de 40% dos pódios.

Agora, as Forças Armadas desenvolvem o projeto para também se inserir no movimento paraolímpico. O projeto está no estágio inicial, porque foi criado em abril. “A ideia inicial é integrar socialmente o militar das Forças Armadas que sofreu alguma lesão grave novamente, o alto rendimento ainda não é a prioridade”, explicou o brigadeiro Amaral.

Ele contou que se reuniu com integrantes do Comitê Paraolímpico Brasileiro e recebeu a informação de que já há militares integrados ao desporto para pessoa com deficiência, mas sem vínculo esportivo com as Forças Armadas.

Na equipe que irá à cidade sul-coreana de Mungyeong para os Jogos Mundiais Militares há 286 competidores, entre os quais o paulista André Rocha. Ele é cadeirante e policial militar inativo. Conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em agosto, no lançamento do disco e arremesso do peso.

Com esta iniciativa, o Brasil se junta a países que possuem política semelhante de apoio aos militares vítima de lesões graves. Os Estados Unidos promovem uma ampla campanha para integrar ex-combatentes de guerra com algum tipo de amputação ou lesão cervical para iniciar a prática esportiva e, em seguida, aderir ao movimento paraolímpico. Na Colômbia, membros do exército que combateram as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e entraram para a inatividade foram incitivados a praticar esportes, algums deles disputaram o Parapan de Toronto.


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