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Ela venceu grave doença cardíaca, agora tenta vaga nos Jogos de Inverno-18
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Daniel Brito

Bruna passou por delicada cirurgia no coração e retomou a prática esportiva

Quando o Brasil estiver fervendo nos dias que antecedem ao carnaval, a paulista Bruna Moura estará encarando a neve da cidade de Lahti, na Finlândia, em busca de uma vaga nos Jogos Olímpicos de Inverno no esqui cross country. É lá que será realizado o mundial da modalidade, nesta quarta-feira, 22, e quinta-feira, 23.

Para chegar na Escandinávia, ela teve que enfrentar um caminho mais longo e sinuoso que a maioria de suas rivais. E não é só pelo fato de ser brasileira e não ter neve para treinar. Há quatro anos, Bruna submeteu-se a uma delicada cirurgia no coração para corrigir um problema congênito chamado Comunicação Interatrial (Cia).

Quando descobriu a doença, ela era atleta do mountain bike. Chegou a integrar a seleção brasileira em algumas etapas de copa do mundo. Ela teve que parar com todas as atividades esportivas ao ser diagnosticada com Cia. Caiu em depressão, engordou até encontrar com a ex-técnica de ciclismo Jaqueline Mourão.

Jaqueline é uma das mais experientes atletas olímpicas do Brasil. Em Atenas-04 e Pequim-08, representou o Brasil no mountain bike. Em Torino-06, Vancouver-10 e Sochi-14, estava lá com a bandeira verde-amarela no esqui cross country e no biatlo, prova que combina resistência (esqui) e precisão (tiro esportivo) na neve.

Foi ela quem guiou Bruna no auge do trauma pela descoberta da doença. Jaqueline ajudou a conseguir, após muito esforço e sorte, uma cirurgia gratuita no Instituto Dante Pazzanese, do governo do Estado de São Paulo.

Quando não está fora do Brasil, Bruna treina com roller esqui, no interior de SP

Entre a descoberta da doença e a cirurgia, Bruna conheceu o roler esqui, modalidade utilizada pelos brasileiros adeptos do esporte na neve para treinar sem neve por essas bandas. Gostou, mas não podia dedicar-se integralmente por causa de sua saúde. Mas a CBDN (Confederação Brasileira de Desporto na Neve) guardou seus contatos.

E os utilizou meses após Bruna recuperar-se da cirurgia. Sem a enfermidade, Bruna pôde voltar a praticar esportes em alto rendimento. Quando preparava-se para voltar ao mountain bike, recebeu o telefone da CBDN convidando para retomar as atividades no roler esqui.

“Eu fiz uma última prova de mountain bike, para me despedir, e fui me dedicar ao roler esqui”, conta ao blog, Bruna. A primeira temporada completa de competições no exterior foi em 2015, sem resultados expressivos.

Já em 2017, disputou a Universíade de inverno (jogos mundiais universitários), em Almaty, no Cazaquistão. Competiu nos 15km Class Start Classic, em que todos os participantes largam ao mesmo tempo. Nas últimas três provas que disputou – 5km Individual Classic, 5km Pursuit Free e Sprint Classic – ela esteve muito próxima de alcançar o índice olímpico, que deve ser abaixo de 300 pontos da Federação Internacional de Esqui (FIS). Na 15km Mass Start Classic, Bruna alcançou a pontuação FIS 380.34.

Como ironia do destino, ela disputa uma vaga para chegar a PyeongChang-2018, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno, com sua “anjo da guarda”, Jaqueline Mourão, que a ajudou quando mais precisava.

Bruna tenta vaga no esqui cross country nos Jogos de Inverno de PyeongChang-2018


Financiamento coletivo olímpico tenta atrair atletas brasileiros
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Daniel Brito

Em um ciclo olímpico marcado pelos vultosos recursos destinados à preparação dos atletas brasileiros, chegou ao país mais uma alternativa de investimento na performance antes dos Jogos do Rio-2016. O site francês“Sponsorise.me” (algo como “patrocine-me”) é crowdfunding (financiamento coletivo) voltado exclusivamente para atletas olímpicos. Um tipo de empreitada que dá muito certo na área da cultura e até de startups, agora tenta a sorte no ramo esportivo.

O desafio é conseguir um novo projeto de financiamento por semana. Iniciado na primeira semana de janeiro, “Sponsorise.me” conta com três campanhas em andamento. Uma delas é de Lara Teixeira, do nado sincronizado.

Ela entrou com um projeto de “patrocínio” para um programa específico de corrida, para melhorar o condicionamento físico. A meta era angariar R$ 3,5 mil, mas em pouco mais de duas semanas, já levantou R$ 4,5 mil do público.

“A ideia não é substituir a bolsa atleta ou o patrocínio pessoal, mas complementar a renda, porque a gente sabe que o atleta está sempre precisando de apoio. Seja para uma viagem, para pagar por uma preparação específica. É aí que mora a ideia do ‘Sponsorise,me’”, explicou Gabriel Mangabeira, ex-atleta olímpico, finalista dos 100m borboleta em Atenas-2004.

Do total arrecadado, a plataforma fica com 10% e o restante é do atleta. Se a meta não for atingida, o dinheiro é devolvido ao doador.

As recompensas aos que financiarem algum projeto costumam ser bem interessantes. LAra, por exemplo, faria um planejamento de treinos para quem doasse R$ 50 ao seu projeto. Já a goiana Raíza Goulão, melhor brasileira no ranking mundial de mountain bike (18ª), espera arrecadar R$ 8,8 mil para manter seu técnico, preparador físico e fisioterapeuta. Cerca de 50% da meta já foi alcançada em uma semana de campanha no ar. Os doadores que contribuírem com R$ 1.000 para sua campanha vai ganhar uma aula individual de mountain bike na bucólica e histórica cidade de Pirenópolis, no interior de Goiás.

“A gente quer contar com a colaboração do público cativo de cada modalidade, que tem interesse nas recompensas específicas de cada modalidade, mas quer também engajar o fã do esporte, o torcedor, gente que quer fazer parte da Olimpíada”, disse Mangabeira.

Além do Brasil, o projeto também atende a atletas nos Estados Unidos, África do Sul, México, Inglaterra, México, e na França, onde tudo começou.

2016-01-22 09.50.19


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