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Arquivo : Nathalie Moellhausen

Campeã mundial pela Hungria tenta representar o Brasil na Rio-16
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Daniel Brito

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Emese Takacs, 38, é terceira colocada no ranking brasileiro de espada (divulgação)

Emese Takacs, 38, é brasileira de Budapeste, e está muito perto de conquistar uma vaga na delegação brasileira de esgrima nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ela é a terceira colocada no ranking nacional de espada. As duas primeiras garantem vaga automaticamente nas Olimpíadas.

Ela naturalizou-se no final de 2014 e deu início à busca pela vaga no ano seguinte. No currículo, Emese (pronuncia-se “Eméche”) trouxe para o Brasil três título mundiais nas categorias de base, ainda nos anos 1990, e um mundial já no adulto por equipes. Todos eles representando a Hungria, seu país de origem.

A esgrima é o esporte que mais deu medalhas à Hungria nos Jogos Olímpicos: foram 83 pódios, 35 dos quais no ponto mais alto. Mas Emese nunca conseguiu integrar o time olímpico húngaro. Em 2012, largou o esporte após 23 anos de dedicação. Em seguida, casou-se com um brasileiro.

Das viagens dos tempos de atleta, manteve contato com Evandro Oliveira, mestre de armas e treinador de esgrima em Brasília, que a incentivou a retomar a prática da esgrima no Brasil. Emese conta que surgiu o interesse em competir pelo país a partir desta retomada.  Antes, porém, naturalizou-se brasileira e foi morar no Rio de Janeiro. “Tive que estudar a Constituição Federal e tive 100% de aproveitamento no questionário”, orgulhou-se ao contar, em entrevista em inglês, pelo telefone.

Entrou no circuito nacional e internacional da modalidade em 2015. Foi três vezes vice-campeã de torneios no Brasil e chegou duas vezes entre as 64 melhores e uma vez entre as 32 nos certames internacionais.

O curioso é que a líder do ranking brasileiro de espadas tampouco é nascida no Brasil. Nathalie Moellhausen é italiana, também conquistou títulos mundiais pelo seu país de origem e até disputou os Jogos Olímpicos de Londres-2012 pela Itália, mas naturalizou-se brasileira por ser filha de mãe ítalo-brasileira.. Ela já está garantida no Rio-16.

De acordo com os critérios da Confederação Brasileira de Esgrima, as duas primeiras do ranking garantem vaga automaticamente nos Jogos Olímpicos de agosto próximo. Assim, se Emese se classificar como segunda colocada, atrás apenas de Nathalie, o Brasil contará com duas naturalizadas na espada no Rio-16.

Antes, porém, a húngara de nascimento terá de desbancar a brasileira Rayssa Costa, do Distrito Federal, atual vice-líder do país. “Não estou tirando a vaga de ninguém, porque sou brasileira também, Fui muito bem recebida por todos e todos estamos fazendo o melhor que podemos pelo país”, diz Emese.

Caso não acumule pontos suficientes para superar a brasiliense no ranking, ainda há uma outra chance de ir aos Jogos-16. A comissão técnica da seleção convocará outras duas esgrimistas para compor o time com quatro atletas que representará o Brasil no Rio-2016 na disputa por equipes. “Tenho o sonho de representar o Brasil no Rio e também em Tóquio”, afirmou Emese, que estará com 42 anos nos Jogos Olímpicos de 2020.


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