Blog do Daniel Brito

Arquivo : CBDA

CBDA recorre de multa imposta pelo TCU por má gestão, mas tem nova derrota
Comentários Comente

Daniel Brito

A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) contestou a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), de dezembro passado, que aplicou uma multa de R$ 20 mil no presidente da entidade, Coaracy Nunes, 78. O tribunal encontrou irregularidades em licitações promovidas pela confederação com dinheiro público.

Na semana que passou, entrou na pauta do plenário do TCU o embargo de declaração da CBDA, um instrumento quando uma das partes entende que houve alguma omissão ou contradição na decisão.

O TCU explicou que os dirigentes da CBDA foram multados, em acórdão de dezembro de 2016, por três motivos: autorização de despesas em valores superiores ao permitido pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro); utilização de recibos para prestação de contas dessas despesas sem identificação dos beneficiários, bem como à aprovação de gastos de produtos vedados com o uso desta verba; e ausência de conferência e acompanhamento do andamento dos contratos custeados com recursos federais.

O ministro relator do caso foi o paraibano Vital do Rêgo, conhecido em seu Estado de origem como Vitalzinho, citado repetidas vezes em delações na Operação Lava Jato.

Os advogados da CBDA apontaram diversas omissões no relatório que gerou o voto de Vitalzinho. O ministro aceitou parcialmente os argumentos do embargo de declaração da confederação, no entanto, sem alterar a decisão anterior, de dezembro, que aplica penalidades em Coaracy Nunes e seu diretor financeiro na CBDA, Sergio Ribeiro Lins de Alvarenga.

Esse não é o único problema na CBDA atualmente.

Até o ano passado, a confederação recebeu R$ 18 milhões em patrocínio dos Correios. Agora, fecharam patrocínio pelos próximos dois anos (2017 e 2018) no valor total de R$ 11,4 milhões, o que dá R$ 5,35 milhões por exercício.

Em outubro, uma decisão judicial afastou parte da diretoria da instituição esportiva, incluindo Coaracy Nunes, que ocupa o cargo desde 1988, Sérgio Alvarenga, Ricardo de Moura, coordenador de Natação, e Ricardo Cabral, coordenador de polo aquático.

O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo os denunciou por fraude em licitação, superfaturamento e desvio de dinheiro público. O esquema foi descoberto pela operação Águas Claras e, segundo o MPF, pode ter causado um dano superior a R$ 1,2 milhão com verba pública que seria empregada na aquisição de equipamentos e materiais para a preparação de atletas de maratona aquática, polo aquático e nado sincronizado para a Rio-2016.
Ainda em novembro de 2016, eles foram reconduzidos aos seus cargos.

No próximo dia 18 de março será realizada eleição para presidente da CBDA. Será a primeira vez em três décadas que Coaracy não participa. Além de todos os problemas administrativos, políticos e financeiros que enfrenta na confederação, ele está com problemas de saúde e já anunciou sua saída.


É grave a crise: esportes olímpicos já perderam R$ 40 milhões de estatais
Comentários Comente

Daniel Brito

O esporte olímpico nacional amarga a fuga de capitais de seus maiores mecenas: as empresas estatais. Só de duas grandes patrocinadoras, já há uma queda superior a R$ 40 milhões no investimento nas modalidades, algumas delas responsáveis por ouros do Brasil na Rio-2016.

A renovação de patrocínios do Banco do Brasil e dos Correios com quatro confederações caiu em R$ 40 milhões neste ano em relação ao injetado em contratos anteriores.

181543_293825_fotos_jorge_henrique__1_

Manoel Luiz, presidente da CBHb, foi reeleito para mais quatro anos, porém com menos recursos dos Correios

Na semana que passou, por exemplo, a CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) viu sua verba dos Correios minguar de R$ 6,3 milhões para R$ 1,6 milhão para 2017 (serão R$ 3.2 milhões por dois anos). Os Correios são o patrocinador mais antigo da modalidade – investem desde 2012.

A empresa também fez um corte drástico na verba para a CBT (Confederação Brasileira de Tênis). Reduziu em 75% o valor do patrocínio e dará somente R$ 4 milhões pelos próximos 24 meses. Para se ter uma ideia, em 2015, um ano antes da Rio-2016, a confederação recebeu R$ 8,6 milhões.

jorge_lacerda_roda_cbt

Jorge Lacerda, do tênis, perdeu 75% do patrocínio dos Correios

Além dos R$ 11 milhões das confederações de handebol e tênis, os Correios, empresa pública que enfrenta grave crise financeira, também fizeram um corte drástico em outra confederação que é um dos carro-chefes do Brasil em competições pan-americanas e olímpicas.

A empresa estatal retirou R$ 13 milhões do novo acordo com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Até o ano passado, a confederação recebeu R$ 18 milhões em patrocínio dos Correios. Agora, fecharam patrocínio pelos próximos dois anos (2017 e 2018) no valor total de R$ 11,4 milhões, o que dá R$ 5,35 milhões por exercício.

Não perca as contas, já se vão R$ 24 milhões.

Já é um indicativo de que o discurso oficial, segundo o qual os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016 seriam catalisadores do investimento e massificação das mais variadas modalidades esportivas além do futebol, não saiu do papel. Está sendo exatamente o contrário, seis meses após o fim da Rio-16, o apoio ao esporte diminui.

O Banco do Brasil, por exemplo, renovou com a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) por R$ 218 milhões até os Jogos de Tóquio-2020. Dá uma média de R$ 54 milhões anuais. É o maior patrocínio entre confederações e estatais, mas ainda assim representa R$ 16 milhões a menos por ano do que o banco pagava à confederação.  Aí fecha-se a conta dos R$ 40 milhões retirados dos esportes olímpicos neste período pós-Rio-16.

14071377

Pitombo, da CBV: modalidade com dois ouros na Rio-16 ganhará R$ 16 milhões a menos do Banco do Brasil

E olha que a CBV foi responsável por duas das sete medalhas de ouro olímpicas em 2016: vôlei de quadra e vôlei de praia, ambos no masculino. O curioso é que a dupla formada por Bruno Schmidt e Alison, ouro em Copacabana, foi contemplada com um aumento no patrocínio individual do Banco do Brasil. Alison receberá quase R$ 80 mil a mais neste ano, enquanto que Schmidt terá um incremento de 60% nos ganhos advindos do patrocinador.

Sorte diferente teve o iatista Robert Scheidt, dono de dois ouros olímpicos (Atlanta-1996 e Atenas-04). Ainda em 2013, seu acordo com o banco foi superior a R$ 3 milhões pelo ciclo completo da Rio-2016. Dava uma média de R$ 63 mil por mês pelo quadriênio. No início de fevereiro, a instituição financeira renovou por apenas 12 meses no valor de R$ 760 mil e um detalhe: “Patrocínio para o atleta Robert Scheidt e seu parceiro”. Ou seja, isso é tudo o que o banco dará para o velejador e seu parceiro, atualmente Gabriel Borges, que disputam agora a classe 49er.

A Petrobras, outra estatal que investiu forte na preparação para os Jogos de 2016, ainda não divulgou a renovação de seus patrocínios com modalidades olímpicas. A Caixa informou que novos acordos devem ocorrer entre este mês e o próximo. A tendência é de que a queda nos investimentos seja bem superior aos atuais R$ 40 milhões.


Correios cortam R$ 13 milhões de patrocínio de esportes aquáticos
Comentários Comente

Daniel Brito

Os Correios vão cortar nada menos que R$ 13 milhões do patrocínio à CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), que gere as modalidades de natação, maratona aquática, nado sincronizado, saltos ornamentais, polo aquático. Trata-se de um corte drástico, que pode agravar ainda mais a crise que cerca da CBDA.

coaracynunes-fotos-cbda

Coaracy Nunes, presidente desde 1988, deixa o cargo e não trabalhará com orçamento apertado

Até o ano passado, a confederação recebeu R$ 18 milhões em patrocínio dos Correios. Acumulou quase R$ 50 milhões da estatal no triênio 2014-2016. Mas a empresa atravessa grave crise financeira e o corte era previsto.

No final das contas, os Correios fecharam patrocínio pelos próximos dois anos (2016 e 2017) no valor total de R$ 11,4 milhões, o que dá R$ 5,35 milhões por exercício. Numa conta por mês, os Correios passariam cerca de R$ 475 mil a cada 30 dias à CBDA.

Em outubro último passado, os repórteres Fábio Aleixo e Guilherme Costa, meus companheiros de UOL Esporte, contaram que o processo de renovação de patrocínio envolvia uma diminuição nos valores.

Em novembro, você leu aqui no blog que os Correios suspenderam as tratativas de negociação para renovação com a CBDA, numa consequência direta de uma decisão judicial que afastou parte da diretoria da instituição esportiva, incluindo o presidente Coaracy Nunes, que ocupa o cargo desde 1988.

Nunes reassumiu o posto posteriormente, retomou as negociações, mas não conseguiu evitar o talho em no orçamento. Coincidência ou não, ele está impedido a concorrer à reeleição neste ano. Logo, não terá que trabalhar com orçamento tão afetado pela crise.


Correios suspendem negociações para renovação de patrocínio com CBDA
Comentários Comente

Daniel Brito

coaracynunes-fotos-cbda

Presidente há quase três décadas, Coaracy Nunes foi afastado da CBDA

Os Correios suspenderam as tratativas de negociação para renovação do patrocínio com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A medida é consequência direta de uma decisão judicial que afastou parte da diretoria da instituição esportiva, incluindo o presidente Coaracy Nunes, que ocupa o cargo desde 1988.

A decisão chega em um período importante para a confederação, já que faltam 20 dias para o fim do maior contrato de patrocínio da CBDA na atualidade. Os Correios investiram R$ 18 milhões no ano passado na confederação que gere cinco modalidades de desportos aquáticos (natação, nado sincronizado, polo aquático, saltos ornamentais e maratonas aquáticas).

Há 25 anos a entidade é patrocinada pela empresa estatal.  Caso o patrocínio não seja renovado, a CBDA sofrerá graves problemas para manter-se de pé e em funcionamento. No ano passado, a confederação somou R$ 40 milhões em receita, e a metade que não era oriunda dos Correios vinha de patrocinadores da iniciativa privada, com aportes pequenos, e Ministério do Esporte, por meio de convênio.

Em outubro último passado, os repórteres Fábio Aleixo e Guilherme Costa, meus companheiros de UOL Esporte, contaram que o processo de renovação de patrocínio envolvia uma diminuição nos valores. Porém, as negociações estão paralisadas. “As tratativas estão suspensas diante das indefinições da Confederação, uma vez que não tivemos, até o momento, a informação sobre designação de nova diretoria, ainda que provisória”, informaram os Correios, por intermédio de sua assessoria de imprensa.

Além de Coaracy Nunes, foram afastados Sérgio Alvarenga, diretor financeiro, Ricardo de Moura, coordenador de Natação e cotado para substituir Coaracy na próxima eleição da CBDA, e Ricardo Cabral, coordenador de polo aquático. O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo os denunciou por fraude em licitação, superfaturamento e desvio de dinheiro público.

O esquema foi descoberto pela operação Águas Claras e, segundo a MPF, pode ter causado um dano superior a R$ 1,2 milhão com verba pública que seria empregada na aquisição de equipamentos e materiais para a preparação de atletas de maratona aquática, polo aquático e nado sincronizado para a Rio-2016.

Os Correios informaram que tiveram acesso à denúncia do MPF na terça-feira, 8, e estão analisando se há situação semelhante com verba oriunda do patrocínio à CBDA.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>