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Arquivo : Comissão de Esporte da Câmara

O que o skeleton da Rússia tem a ver com canoagem slalom do Brasil?
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Daniel Brito

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O russo Tretiakov foi ouro com sobras no skeleton em Sochi-14

A seleção brasileira de canoagem slalom vai se mudar para o Rio de Janeiro para ter o privilégio de treinar diariamente nas corredeiras que receberão os Jogos Olímpicos-2016. A CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) vai alugar casas em um condomínio em Dedoro, próximo ao rio artificial construído especialmente para a Olimpíada-16, e manter os principais brasileiros em treinamento intensivo até abril do próximo ano.

“Vai ser um intensivão mesmo, treinamentos de segunda a sexta-feira de manhã e de tarde, de acordo com as necessidades dos treinadores. No sábado e no domingo não haverá treinamentos, porque o canal estará aberto para a população”, explicou João Tomasini, que há 27 anos responde como presidente da CBCa.

“Conhecer a corredeira é fundamental na canoagem slalom e queremos usar do fator casa para chegarmos no Rio-2016 com chance de colocarmos um atleta nosso no pódio nesta modalidade”, acrescentou o cartola.

A tática da CBCa faz lembrar o que o time de skeleton da Rússia fez na preparação para disputar os Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014, na cidade de Sochi. Os russos praticamente se internaram no Cáucaso e treinaram exaustivamente na pista de gelo erguida para aquela olimpíada. Deixaram até de participar do Mundial da modalidade para conhecer melhor o percurso.

O skeleton é uma modalidade em que o atleta desce deitado em um trenó por um trajeto de gelo e cada segundo é importante. De tal maneira que o conhecimento prévio da pista é fundamental, tal qual a canoagem slalom. Mas sobre a Rússia recaiu a suspeita de colocar seus desportistas para treinar no local de competição de forma secreta, para ter mais facilidade na hora da disputa por medalha.

Suspeita que nunca se confirmou, mas o fato é que a Rússia faturou duas medalhas em Sochi nesta prova, ouro no masculino e bronze no feminino, além de ter chegado à final com três competidores entre os seis mais rápidos em ambos os gêneros.

Mesmo que queira, e isso não está nos planos até onde se sabe, a seleção brasileiro de canoagem slalom não conseguirá fazer treinos secretos em Deodoro. Em abril, a venue (nome em inglês para local de competição), será lacrada e nenhuma atleta poderá usá-la até que se iniciem os Jogos Olímpicos.

Nesta semana, a corredeira de canoagem slalom será avaliada em uma competição pela primeira vez, no “Aquece Rio”, evento teste para 2016. O grande nome da modalidade no país é Ana Sátila, que disputou Londres-2012, com apenas 16 anos e terminou em 16º. Em 2015, ganhou ouro no C1 e prata no K1 nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Já na primeira etapa da Copa do Mundo em Praga na República Tcheca outro feito inédito, um bronze pelo C1.

A equipe nacional terá o reforço do espanhol Jordi Domenjó Cadefau, que comporá a comissão técnica brasileira a partir do evento teste em Deodoro.

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Ana Sátila foi ouro e prata no Pan-15 na canoagem slalom


Abin avalia riscos de atentado contra estrelas olímpicas durante a Rio-2016
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Daniel Brito

A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) está fazendo uma análise completa das delegações e dos atletas que disputarão os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016 para evitar que sejam alvos de atentados terroristas enquanto estiverem no Brasil no próximo ano.

O órgão, que integra o SISBIN (Sistema Brasileiro de Inteligência). possui um departamento de contra-terrorismo, que já atuou com êxito durante a Copa do Mundo Fifa-2014. E no Rio-2016 contará com o apoio do Centro de Inteligência Anti-Terrorismo, criado para os Jogos Olímpicos, da Secretaria Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.

“Levamos em conta questões geopolíticas, ou seja, como cada país está inserido no contexto político internacional, questões de fronteira e também se algum integrante daquela delegação suscita atenção seja pelo desempenho esportivo, ou por ser destaque internacional de alguma maneira, ou até mesmo por ter algum tipo de posicionamento político público. E para não ferir a suscetibilidade diplomática, não podemos informar qual delegação requer maior atenção”, informou  Saulo Moura da Cunha, diretor do Departamento de Integração da ABIN.

“A partir de nossas avaliações e junto às dos órgãos policiais, o esquema de segurança das delegações que se encaixam nesse perfil é diferenciado. E o nosso departamento de contra-terrorismo na ABIN atua em parceria com alguns os serviços estrangeiros de inteligência. Quando a gente fala de terrorismo no sistema de inteligência, a colaboração é fundamental para minimizar o risco do terrorismo”, afirmou durante sessão da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília.

O plano de segurança montado pelo Ministério da Justiça para os Jogos Olímpicos de 2016 será apresentado nesta semana ao governo dos Estados Unidos, durante evento anual da secretaria de estado americano em Washington (EUA). E o planejamento que vem sendo elaborado desde a escolha do Rio como sede olímpica em 2009 não sofrerá alterações devido aos ataques terroristas da última sexta-feira, em Paris. O responsável pela apresentação será Andrei Rodrigues, secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.


Ginástica gasta meio milhão em Mundial e pede isenção de impostos
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Daniel Brito

O Mundial de Glasgow de ginástica artística acabou e o Brasil ficou longe do pódio, mas com um gasto de meio milhão de reais. Para participar da competição, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) informou ter gasto R$ 500 mil com os atletas e comissão técnica.

Gastos com inscrição, passagens, hospedagens, alimentação na aclimatação e durante o torneio. Dos quais, R$ 160 mil foram para pagar impostos, segundo informou Klayler Mourthé, supervisor de seleções da CBG.

“Daqui do Brasil nós fizemos transferência internacional para hospedar nossos atletas lá na Escócia, pagamos imposto para hospedar nossos atletas campeões brasileiros, campeões olímpicos, na transferência de dinheiro. Vamos pagar 33% de imposto para hotel, alimentação, e inscrição do atleta que vai disputar a vaga olímpica”, lamentou Mourthé, durante audiência pública da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

Por este motivo, ele pediu que a Câmara estude uma medida para isentar de impostos os gastos com as equipes olímpicas nacionais. “Esta norma poderia ser estudada dentro desta Casa [Câmara dos Deputados] para não existir para os atletas que estão na seleção brasileira. Porque com esses R$ 160 mil, poderíamos utilizar em três etapas da Copa do Mundo de ginástica. Mas vai virar imposto. Todas as seleções de todas as modalidades pagam esse imposto”, apontou.

Sempre beneficiados
O discurso de Mourthé foi avalizado por João Tomasini, presidente da CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem), e Ricardo de Moura, diretor executivo da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Eles participaram da mesma audiência pública na Câmara. em outubro.

Acontece que todas as três entidades, assim como as outras que administram modalidades olímpicas, são amplamente financiadas com recursos públicos. A CBG, por exemplo, vai ter desembolsado, ao final de 2015, mais de R$ 15 milhões da Caixa Econômica Federal em patrocínio de 2013 para cá. Fora os recursos da Lei Piva e os convênios com o Ministério do Esporte. Recurso da iniciativa privada é raro no esporte olímpico nacional.

O que Mourthé pede, portanto, é que a CBG e as demais confederações não sejam tributadas pelo governo para utilizar a verba que recebe do próprio governo. Sendo, assim, beneficiada duas vezes pela máquina pública federal para enviar nossos atletas a competições internacionais.

Objetivos atingidos
Apesar de ficar sem medalhas, o Brasil deixou Glasgow com um de seus dois objetivos alcançados. A equipe masculina ficou em oitavo lugar e garantiu classificação direta e inédita para os Jogos do Rio-2016. Já o time feminino terminou em nono e agora terá que disputar o evento-teste do ano que vem, em abril, para ficar com uma das quatro vagas olímpicas restantes.

Por outro lado, o Brasil passou em branco pela primeira vez desde 2009 e apenas pela segunda vez desde 2002.

Em tempo…
Nenhum deputado manifestou-se a favor da sugestão de Mourthé na audiência pública da Câmara.


CBB monitora renovação contratual de Nenê para não perdê-lo nos Jogos-2016
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Daniel Brito

Atual contrato de Nenê com Wizards lhe rende R$ 50 mil anuais (Divulgação)

Atual contrato de Nenê com Wizards lhe rende R$ 50 mi anuais (Divulgação)

A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) está monitorando o pivô Nenê, do Washington Wizards, na temporada 2015-2016. A entidade acompanha de perto a negociação da renovação contratual do atleta com a agremiação da capital dos Estados Unidos. O objetivo é não ser surpreendido às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e não poder contar com o astro no evento em casa.

“Estamos monitorando a situação do Nenê, que vai estar sem contrato ao final da temporada. Conversamos semanalmente, se nao é com ele, é com o agente ou o responsável por ele, alguem que convive proximamente com o atleta. A expectativa é de que em maio, para que ele possa disputar a Olimpíada do Rio tranquilamente”, explicou Vanderlei Mazzuchini, diretor técnico da CBB.

O vínculo de três anos do Nenê com o Wizards se encerra, de fato, ao final do campeonato 2015-2016. O acordo lhe rende nada menos que US$ 13 milhões anuais (R$ 50 milhões). Pelo que indicou Vanderlei, ambas as partes (time e atleta) têm interesse na renovação. Nenê tem 32 anos.

Renovação de contrato costuma ser um dos maiores motivos alegados pelos jogadores da NBA para não se apresentar à seleção brasileira. É só lembrar que Tiago Splitter, até então assíduo frequentador da equipe nacional, não pôde comparecer no Pré-Mundial de 2013 e o Brasil teve uma participação vexatória. À época, Splitter negociava novos termos no acordo com o San Antonio Spurs. O mesmo houve com Leandrinho e também com Anderson Varejão, lá atrás, em 2007, quando desfalcou a seleção no Pan do Rio-2007.

Segundo Vanderlei, este problema dificilmente ocorrerá com a seleção masculina para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. “Estabelecemos a seguinte rotina para as convocações da seleção: nos anos que não há competição maiores, como um Mundial ou Jogos Olímpicos, a gente abre mão dos atletas da NBA, até para ter uma relação amistosa tanto com os agentes dos atletas, com os atletas e principalmente com as equipes da NBA. Em 2016, não vamos ter problemas com ninguém justamente por esse acordo”, explicou o ex-jogador e hoje dirigente, durante sessão da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, na semana passada.


Cartola da canoagem veta Petrobras em uniforme de equipe olímpica
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Daniel Brito

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Isaquias quer exibir patrocínio individual no uniforme da seleção (Crédito: Divulgação)

A CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) vetou a possibilidade de seu melhor atleta, Isaquias Queiróz, de exibir a logo da Petrobras no uniforme de competição. Esse foi um dos motivos pelo qual o maior canoísta do país boicotou o evento teste da modalidade no início de setembro, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Três vezes campeão mundial, o baiano de Ubaitaba questionou, entre outras coisas, o fato de ostentar a logo do BNDES, banco que patrocina, via lei de incentivo, a CBCa. “Mesmo sem receber, a gente leva a camisa do BNDES para competir, se não é punido”, reclamou à época. Isaquias é um dos 25 atletas do Time Petrobras, montando neste ano com potenciais medalhistas nos Jogos do Rio-2016. É o único canoísta neste grupo, sua remuneração mensal pelo patrocínio é de cinco dígitos. Complementa a renda de bolsas que recebe do governo federal e da própria CBCa, por intermédio do BNDES.

Mas como a Petrobras é um patrocinador individual, a CBCa vetou a exposição no uniforme oficial de competição. “Jogador da seleção brasileira de volei pode colocar patrocinio individual na camisa da CBV?”, questionou João Tomasini, que há 27 anos ocupa o cargo de presidente da CBCa. “No uniforme nacional não terá patrocínio da Petrobras, a gente dá a possibilidade de colocar a marca no remo, que é até melhor para foto, e dois espaços no barco”, explicou o cartola.

Ele disse que não é contrário ao investimento direcionado da estatal a Isaquias, mas já há regras estabelecidas antes do acordo entre o atleta e o patrocinador. “Excelente que a Petrobras patrocine ele, excelente que dê condições para montar estrutura de vida futura e para o agora também, mas não é patrocinadora da CBCa. Nosso patrocinio é do BNDES, GE [General Eletrics] e Itapu Binacional, no caso da canoage slalom. Quando nós fechamos o patrocinio para toda a modalidade, cedemos nosso espaço para cumprir, então nós estamos cumprindo”, avisou.

As declarações foram dadas em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, há uma semana. Após o fim da sessão, Tomasini disse a este blogueiro que tanto Isaquias quanto os demais atletas jamais deixaram de receber seus rendimentos mensais, reforçando o que já dissera no evento teste, quando do boicote. E garantiu que, “com moderação”, está conversando com atletas e comissão técnica para evitar futuros desentendimentos.


Policiais estrangeiros circularão entre os torcedores no Parque Olímpico
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Daniel Brito

A segurança dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016 contará com o reforço de agentes policiais de outros países transitando entre os locais de competição e de grande concentração de público.

Eles se juntarão aos mais de 47 mil agentes de segurança pública do Brasil que serão responsáveis pelo bom andamento das competições. Grande parte deles ficará na região da Barra da Tijuca, que concentra 57% dos eventos dos Jogos-2016.

Os policiais que circularão entre o público não estarão armados e devem trajar a farda da corporação que representa, mesmo estando em atividade no Rio. Por exemplo, o policial argentino ou russo, poderá ser reconhecido por ostentar o uniforme que utiliza em operações no país de origem. E estarão sempre acompanhado de um policial federal brasileiro. A PF chama este agente de “spotter”, que em tradução livre do inglês significa “detetive”.

“Os spotters trazem um efeito positivo porque o estrangeiro vê aquela figura e pensa: “Opa, aqui tem policial do meu país”. Traz aquela certeza do apoio e até um efeito de constrangimento de ação, já que o policial está ali para evitar qualquer ação. E tem também a questão do idioma. Quando falamos aqui de argentinos, ingleses, espanhóis, é fácil dialogar com eles, mas há países com idiomas que os policiais brasileiros não dominam, com idiomas raros, e esses policiais vêm para auxiliar”, explicou Andrei Augusto Passos Rodrigues, Secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.

Ele está à frente da pasta criada para coordenar, avaliar e definir os atos da segurança pública dos Jogos. E tem a obrigação de promover a integração de todos os niveis de governo, inclusive com as polícias estrangeiras. A informação sobre a atuação dos spotters foi dada durante audiência pública na Câmara dos Deputados na Comissão de Esporte.


Remo brasileiro naufraga em crise crônica às vésperas dos Jogos-2016
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Daniel Brito

Daniel Scelza/ABI/Folhapress

Provas de remo na Rio-2016 serão na Lagoa Rodrigo de Freitas

Os Jogos Olímpicos do Rio-2016, veja só, tornaram-se um problema para o remo brasileiro. Por causa das obras na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde serão realizadas as provas da modalidade no próximo ano, a seleção nacional perdeu seu local de treinamento. A observação é de Edson Altino Pereira Júnior, presidente da CBR (Confederação Brasileira de Remo).

“Tivemos que sair da nossa área de treinamento para reforma do estádio e da raia de competição que serão utilizados nos Jogos do Rio-2016. Por isso, temos que tirar a seleção de seu local de treinamento e isso é uma dificuldade a mais. Acho que é o único esporte que teve que sair do seu local para dar espaço para os Jogos”, lamentou Altino durante sessão da Comissão de Esporte na Câmara dos Deputados.

Do modo que fala, o dirigente parece ter sido pego de surpresa pela realização dos Jogos, apesar de a escolha da Lagoa como uma dos locais de competição da olimpíada ter ocorrido há mais de seis anos. Mas o discurso de Altino demonstra um problema ainda maior no remo nacional.

É grave a crise na modalidade às vésperas do Rio-2016.

Boicote ao Campeonato Brasileiro
Na semana passada, Fabiana Beltrame, talvez a única remadora de destaque no país, publicou um desabafo nas redes sociais contra as decisões da CBR. A mais recente, que incentivou um boicote de Flamengo, Vasco e Botafogo, alterou para o final de outubro um campeonato brasileiro em Brasília, quando para esta mesma data já estava agendado o campeonato do Rio de Janeiro.

“Há falta de organização, mudanças de planejamento e guerra entre entidades que supostamente deveriam trabalhar em conjunto, os clubes, federações e confederação”, postou Fabiana, que representa o Vasco.

Segundo Altino, sobre este problema só os clubes do Rio reclamaram. “Toda essa polêmica se dá pelo fato de a sede da confederação ser no Rio de Janeiro, vizinho de Flamengo e Botafogo. A história do remo sempre foi da CBR apoiando os clubes do Rio. E quando este apoio deixa de ser como eles estão acostumados, há a crítica”.

Tem dinheiro, falta resultado
Altino tem uma posição interessante sobre os remadores brasileiros. “Os atletas do remo no país são os mais apoiados do mundo inteiro. Eles têm mais suporte financeiro do que os outros atletas”, aponta. O Remo tem o patrocínio do Bradesco, por intermédio da lei de incentivo ao esporte, e foi contemplado com R$ 2.8 milhões da Lei Piva pelo COB no último ano.

Mas pelas contas apresentadas pelo dirigente na Câmara, cerca de 70% desse montante vai para os atletas nas equipes permanentes, comissões técnicas, equipe de manutenção dos barcos, além de apoio para participar de competições e treinamentos. “O atleta só precisa chegar com a vontade, o resto é por nossa conta”, afirmou o presidente da CBR. Os outros 30% servem para manutenção da entidade e cursos de formação, segundo Altino.

O remo poderia até contar com mais recursos. Não há um único projeto de convênio celebrado com o Ministério do Esporte. O que torna a CBR uma das poucas confederações que não apresentou proposta, apesar do interesse da pasta.

Os resultados dos brasileiros estão longe de ser expressivos nas competições internacionais neste ciclo olímpico. No Mundial realizado na França, no início do mês, o destaque ficou por conta do quarto lugar de Fabiana Beltrame no single skiff peso leve, prova em que fora campeã mundial na Eslovênia, em 2011. Na categoria “Dois sem” masculino, Vinicius Delazeri e Victor Ruzicki ficaram em 23º entre 26 concorrentes.

No skiff masculino, a CBR apoiou o brasileiro de nascimento mas radicado há décadas na Suíça, Steve Hiestand, que terminou em 6º na final C (18º no geral). Altino disse que após o Mundial visitou o atleta na Suíça e prometeu mais apoio da confederação na preparação para o Rio-2016.

Quem se encarrega em renovar?
Aliás, Fabiana Beltrame, 33, sozinha, sustenta o remo no noticiário esportivo, com sua performance. Ela está no cenário desde antes dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004.

Questionado pelo blogueiro pela ausência de jovens talentos neste ciclo olímpico, Altino atribuiu a falta de renovação aos clubes. “Fabiana é um talento que se destaca, grande parte do nosso retorno de mídia está relacionado a ela. Mas a renovação da equipe deve partir dos clubes, porque muitas vezes a confederação é apontado como culpada pela não renovação, mas isso é de responsabilidade dos clubes. A confederação não tem escolinha de remo, não capta os atletas na escola de ensino e leva para competição internacional, o atleta precisa chegar a um nível mínimo para estar na seleção brasileira”, justificou.

Futuro é duvidoso
Os atletas do alto rendimento do remo nacional ainda não têm certeza se participarão do próximo Campeonato Brasileiro, marcado para Brasília. E, caso participem e atinjam um bom nível para chegar à seleção, não sabe onde vão treinar, já que a raia da seleção estará “ocupada” por um bom tempo…


Judô do Brasil repensa treinos e irá à Mongólia e Georgia após Mundial ruim
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Daniel Brito

Voltar do Mundial de Astana, no Cazaquistão, com duas medalhas, quando a expectativa era trazer cinco, vai fazer com que o judô nacional repense alguns de seus métodos e procedimentos. Desde o fim da competição, em 30 de agosto, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) diz estar promovendo reuniões pensando em mudanças.

Pelo discurso de Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da confederação, novos treinamentos serão montados e dojôs (pisô de disputa) nunca antes frequentados devem ser visitados.

“Estamos fazendo uma revisão dos treinamentos temáticos em função do que vimos neste Mundial. e já temos três agendados para este ano”, avisou Wilson, durante debate da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, na quinta-feira, 10, em Brasília, “Os treinos temáticos são feitos após avaliações técnicas. Cria-se um treinamento voltado apenas para o trabalho de solo, por exemplo, caso se identifique uma deficiência de determinado atleta neste ponto. São treinamentos direcionados e têm dado resultado. Os atletas absorveram bem”, explicou o dirigente.

Wilson foi bastante cobrado pelo deputado João Derly (PC do B-RS), ex-judoca, que nessa quinta celebrou 10 anos de seu título mundial, no Egito – o primeiro do judô nacional. Na condição de presidente da sessão de ontem, Derly questionou, entre outras coisas, sobre a falta de renovação na equipe brasileira, a opção por algumas competições de menor nível técnico na fase preparatória para o Mundial, e sobre a busca por novas escolas de judô no cenário internacional.

O dirigente respondeu a todos os itens e informou que a CBJ projeta parcerias de treinamento com países pouco conhecido do esporte brasileiro. “Estamos tentando parcerias, mas eles são muito fechados. Países como Uzbequistão, Cazaquistão e a Mongólia, que vêm crescendo, ainda que não tenham feito uma grande campanha no Mundial, tal qual o Brasil. O Cazaquistão deve vir ainda neste ano ao Brasil, e, assim, a gente abre uma porta para ir treinar lá também. E tem uma escola bem fechada, que é a Georgia, que a gente busca um maior contato”, vislumbrou.

O Mundial de Astana ficou marcado como o de pior desempenho do Brasil na modalidade em seis anos. Na edição de Roterdã-2009, o país voltou para casa sem medalha. Neste ano, apenas a brasiliense Érika Miranda (até 52 kg) e o carioca Victor Penalber (até 81 kg) subiram ao pódio no Cazaquistão. Foram dois bronze para o Brasil na competição.

“Não dá para apagar tudo que foi construído até hoje e avaliar só um Mundial. Sem dúvida, o resultado esteve longe da qualidade dos nossos atletas, do comprometimento que eles sempre demonstraram e do projeto do judô nacional, mas tivemos problemas de lesão de diversos atletas importantes. Isso foi só um momento”, ponderou Ney Wilson.


Atletismo acreditava em cinco medalhas no Mundial, revela dirigente
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Daniel Brito

Quatro dias após o fim do Mundial de atletismo, realizado em Pequim, na China, a Confederação Brasileira de Atletismo revelou o que realmente tinha esperança de conquistar na competição.

“Se os atletas estivessem tranquilos, óbvio que eles tinham acompanhamento psicológico, mas é o momento. E se todos tivessem feito a marca que obtiveram para se classificar para este Mundial em Pequim, nós teríamos participado de 22 finais e ainda conseguiríamos quatro medalhas a mais. É um dado muito interessante”, explicou Georgios Stylianos Hatzidakis, gerente administrativo da CBAT.

A declaração foi dada aos deputados federais em Brasília, nessa quinta-feira, 3, durante sessão da Comissão  de Esporte da Câmara dos Deputados.

Como se sabe, a participação brasileira no Mundial encerrado no domingo, 30, foi uma das piores já registradas, com uma medalha de prata (no salto com vara feminino) e somente cinco finais disputadas. É importante lembrar que as marcas dos brasileiros foram tão inexpressivas na China que nem contra jovens de 16 e 17 anos nossos atletas conseguiriam ser campeões. “Mas uma das características do esporte é a imprevisibilidade do resultado”, justificou Hatzidakis.

“Os índices da CBAT são mais difíceis que os da IAAF [sigla em inglês para Federação Internacional de Atletismo]. Na nossa delegação havia apenas três atletas que não tinham índice da CBAT mas foram convidados pela IAAF para disputar o Mundial’, completou.

Em seu discurso, o dirigente afirmou que muitas escolas não querem adotar as atividades esportivas na grade curricular, e este seria um dos motivos pelos quais o atletismo nacional teria dificuldades para se desenvolver.

A partir do resultado do Brasil em Pequim a CBAT vai estabelecer uma rotina mais rígida de controle dos treinamentos. “Vamos fazer um monitoramento individual a cada 15 dias, com as metas bem definidas porque se não houver a cobrança a gente sabe que o atleta deixa de lado o treinamento. E, lógico, a gente sabe que desempenho no dia da competição depende muito do momento também”, disse, voltando a citar o “momento” para justificar o resultado.