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Arquivo : Jogos Mundiais Militares

Ministério promete ir ao TAS contra ciclista militar absolvida do doping
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Daniel Brito

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Uênia (terceira, da esq. para dir.) foi campeã por equipes no Mundial Militar (Divulgação)

A ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) entrou com pedido de anulação da decisão da Confederação Brasileira de Ciclismo de absolver a ciclista matogrossense Uênia Fernandes, 31, do doping por EPO (eritropoietina). O órgão, vinculado ao Ministério do Esporte, promete levar o caso até o Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne, na Suíça.

É raro, quase inédito, um atleta ser flagrado em exame de dopagem com EPO e ainda ser absolvido. Uênia alegou que a equipe da ABCD que realizou a coleta da urina em teste surpresa em setembro foi feita de forma errada e sofreu contaminação. A defesa da ciclista disse que ela não pôde se hidratar, ficou por horas submetida aos exames, e a coleta da urina do ciclista Alex Arseno, também flagrado com EPO no mesmo dia, conspurcou o frasco em que estava a urina de Uênia.

No julgamento da Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) do ciclismo, em 10 de dezembro, a ABCD foi citada nominalmente como responsável pela resultado positivo de doping. Porém, a entidade não foi convocada para dar sua versão, o que vai contra o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). Ainda assim, a comissão julgou procedente a defesa de Uênia e a absolveu.

“Mesmo que não tivesse sido citada na defesa da atleta, a ABCD tem que ser intimada a participar do julgamento, mas nem isso ocorreu”, explicou o chefe do órgão, Marco Aurélio Klein. “A decisão do STJD do ciclismo foi uma afronta à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. Foi dada uma sentença a um julgamento feito de forma irregular. Não questiono o resultado, mas o fato de o CBJD não ter sido obedecido. Nós vamos até ao TAS para que este julgamento seja revisto”, acrescentou.

Histórico de doping na família
Uênia é 3º sargento da Força Áerea Brasileira e é beneficiária do programa de alto rendimento das Forças Armadas. Representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes. Flávia Oliveira também compôs o time, mas sobre esta não recai nenhuma suspeita de doping.

Curiosamente, a família Fernandes tem uma história maculada pelo doping no ciclismo. Além de Clemilda, e Uênia, há registro de utilização de substância proibida por parte de Márcia, irmã de Clemilda e Janildes. Mais curioso ainda, todas foram flagradas utilizando-se da mesma substância: EPO.

“Não há hipótese de um atleta flagrado com EPO ser absolvido. Observa-se que há uma concentração de casos neste núcleo, mas não podemos julgar a Uênia pela Clemilda e nem por ninguém, a não ser por ela mesma”, opinou Klein.


Ciclista militar é flagrada no doping. É o terceiro caso na mesma família
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Clemilda e Uênia (as duas ao centro) têm histórico de doping na carreira (Divulgação)

 

A ciclista matogrossense Uênia Fernandes, 31, testou positivo para EPO (eritropoietina) em exame antidoping surpresa realizado antes dos Jogos Mundiais Militares deste ano, na Coreia do Sul. A CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) divulgou nota suspendendo provisoriamente a atleta por 30 dias, até que seja apresentada a defesa.

Uênia é 3º sargento da Força Áerea Brasileira e é beneficiária do programa de alto rendimento das Forças Armadas nacional. Representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes.  Flávia Paparella também compôs o time, mas sobre esta não recai nenhuma suspeita de doping. No inidividual, Uênia terminou em nono, Clemilda foi prata e Janildes, bronze.

Curiosamente, a família Fernandes tem uma história maculada pelo doping no ciclismo. Além de Clemilda, e Uênia, há registro de utilização de substância proibida por parte de Márcia, irmã de Clemilda e Janildes. Mais curioso ainda, todas foram flagradas utilizando-se da mesma substância: EPO.

O caso mais grave foi o de Clemilda. Em 2011 ela foi flagrada em teste realizado em 2009, durante o Giro d’Italia. Foi suspensa por dois anos, mas  a CBC ainda a avalizou para receber a bolsa atleta do Ministério do Esporte. Foi denunciada pelo jornal O Estado de S.Paulo em 2011 e teve de devolver mais de R$ 70 mil aos cofres públicos. Após o fim da sanção, voltou a competir e a representar o Brasil em competições internacionais.

O episódio mais recente é de Márcia Fernandes, 24, cuja suspensão está em curso. Em outubro do ano passado, a goiana, então campeã brasileira de ciclismo de estrada na prova de resistência,  foi suspensa por dois anos, por ter sido flagrada com EPO após a conquista do título brasileiro em São Carlos (SP). Notificada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), ela abriu mão da contraprova e acabou automaticamente punida. Além da suspensão, ela teve todos seus resultados anulados pela entidade, inclusive o título nacional.

Janildes, por sua vez, nunca foi flagrada. Mas falhou em realizar um teste em 2004, também em competição na Itália. Ela não foi encontrada pela a equipe de controle de dopagem para fazer a coleta da urina, o que representa uma infração grave. Esteve ameaçada de ser excluída da delegação brasileira que disputou os Jogos Olímpicos de Atenas-2004, mas apresentou a defesa e foi inocentada.

Reincidente
No mesmo dia em que foi realizado o exame surpresa com Uênia, antes dos Jogos Mundiais Militares, outro sargento da Força Aérea Brasileira, Alex Arseno, também testou positivo para EPO. Seu caso tem um agravante. Ele é reincidente. Em 2009, foi punido por dois anos após ser flagrado pela primeira vez fazendo o uso de EPO. A legislação prega que em caso de reincidência, o atleta deve ser banido do esporte. Em seu Facebook, Arseno desculpou-se pelo ocorrido e anunciou aposentadoria.


Lutador do Amapá recusa mudança para o Rio e tenta “exportar” sparrings
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Venilton quer ser o segundo amapaense em uma Olimpíada (Crédito: Reprodução)

Venilton Teixeira, 20, tem a ambição de tornar-se o segundo atleta da história a representar o Estado do Amapá em uma edição dos Jogos Olímpicos. O primeiro foi o nadador Jader Souza, em Atenas-2004. Agora, a esperança amapaense de marcar presença nos Jogos no Brasil está depositada neste atleta de taekwondo, de 1,77m de altura e 54kg.

Assim como Souza, no entanto, Venilton tem dificuldades de manter-se treinando em alto nível em Macapá. O nadador, na preparação para Atenas, teve de deixar o Norte e mudou-se para Brasília, onde treinou na AABB. Venilton pensa diferente. Recusou uma proposta para trocar Macapá pelo Rio de Janeiro, onde estaria mais perto dos melhores do Brasil. Preferiu ficar junto da família e dos amigos, além da comissão técnica que o acompanha desde o início da carreira.

Agora, procura sete lutadores de outras partes do Brasil na sua faixa de peso (até 58 quilos) para servirem como sparring na preparação para o Rio-2016. “Já tentaram me levar para morar no Rio, mas eu recusei porque lá em Macapá estou perto da minha família, está dando tudo certo do jeito que está. Tenho uma estrutura grande, preparador físico, nutricionista, tudo que um atleta olímpico precisa. Falta só sparring mesmo”, disse.

Antes de entrar para a história como segundo atleta olímpico da história do Amapá, no entanto, terá de superar duas seletivas, em janeiro e, em seguida, em fevereiro. Por isso, mobiliza patrocinadores e o governo do Estado para financiar a ida de sparrings. “Tem atletas na minha academia lá em Macapá que são do meu peso ou mais leve, eles são bons, gente da seleção brasileira juvenil, tem uns moleques bons para treinar, mas estamos precisando de mais gente. É para passar uns 20 dias treinando comigo lá. Tem que ser do meu peso mesmo. Estamos tentando patrocínio do governo do Estado e os meus patrocinadores locais. São sete pessoas para treinar, ficar uns dias, e voltar”, explicou.

Mesmo sem sparrings à altura, Venilton acumulou só na temporada 2015 o bronze no Mundial de Chelyabinsk, na Rússia, e o ouro no US Open, nos Estados Unidos. No Pan de Toronto, em julho, contudo, ficou fora do pódio, ao cair na semifinal para o mexicano Carlos Navarro, que ficaria com o ouro. Na disputa pelo bronze, o amapaense perdeu para o argentino Lucas Guzmán.

Venilton é oficial da Marinha do Brasil, é um dos integrantes do programa das Forças Armadas no esporte de alto rendimento. Em outubro, sagrou-se campeão dos Jogos Mundiais Militares na categoria até 54 quilos (que não faz parte do programa olímpico), vencendo o iraniano Mahdi Eshaghi, atual campeão dos Jogos Olímpicos da Juventude.

“Nível dos Jogos Mundiais Militares estava bastante forte. Minhas três primeiras foram meio que fáceis, mas a final foi embaçada. Consegui vencer no finalzinho da luta. Acredito que os Jogos do Rio serão do mesmo jeito”, opinou a este blogueiro após cerimônia com atletas militares no Palácio do Planalto, há uma semana.


Forças Armadas renovam apoio a atletas olímpicos até Tóquio-2020
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Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

O Brasil contará com atletas militares por pelo menos duas edições dos Jogos Olímpicos. Eles já estavam confirmados no Rio-2016, mas hoje, após evento com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, veio a confirmação de que as Forças Armadas manterão o investimento no esporte de alto rendimento até os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

A informação foi dada ao blog pelo brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa. Ele é o responsável pelo departamento que seleciona os atletas que integrarão as Forças Armadas.

O programa, iniciado em 2008 para os Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio, em 2011, se encerraria em 2016, após os Jogos do Rio. Mas, segundo o brigadeiro Amaral, devido ao desempenho exitoso nas principais competições internacionais, em breve será aberto edital para seleção de atletas com possibilidade de chegar a Tóquio-2020. Antes, porém, disputarão os Jogos Mundiais Militares-2019, em Wuhan (China).

Dilma cumprimenta atletas em encontro em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Dilma cumprimenta atletas, em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Como funciona
Duas pastas atuam conjuntamente na gestão do programa: Defesa e Esporte. O orçamento é compartilhado e bate na casa dos R$ 25 milhões anuais para o programa. Para ingressar nas Forças Armadas, o atleta deve atender aos requisitos de um edital público, ser aprovado em análise de seu currículo esportivo feita por Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério do Esporte.

Se selecionado, ele é submetido ao curso de formação de oficial, cujo período é menor do que aquele para oficiais de carreira, e ganha o direito de receber salários mensais, cerca de R$ 3.5 mil, férias remuneradas, 13º salário, e todos os outros benefícios que os demais militares usufruem. Após os oito anos de serviço, o atleta é dispensado das Forças Armadas, mas não tem direito a se aposentar como militar.

As Forças Armadas contam com mais de 600 desportistas contemplados pelo programa de apoio a 25 modalidades, 20 das quais fazem parte do programa dos Jogos Olímpicos. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, foram 123 representantes da Marinha, Exército ou Aeronáutica entre os 590 que compuseram o time do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

Encontro em Brasília
A presidente Dilma Rousseff recebeu de 41 dos 280 atletas que representaram o Brasil nos Jogos Mundiais Militares, neste mês de outubro, na Coreia do Sul. O Brasil terminou na segunda colocação no quadro de medalhas, com 84 medalhas, sendo 34 de ouro.

“Ninguém ganha um segundo lugar sem muito esforço, muita abnegação, muita dedicação. Então, a ética do trabalho, a ética do esforço fica bastante clara nessa vitória. Em segundo lugar, porque também sem cooperação entre vocês… Para o sucesso é importante cooperar. Para todas as atividade da vida é importante cooperar. E, em terceiro lugar, porque vocês conquistaram de forma justa e reconhecendo os adversários, respeitando os adversários. Então, o proverbial fair play que o esporte desenvolve em cada um de nós”, discursou Dilma.

Ela recebeu de Júlio Almeida, do tiro esportivo, o uniforme de competição da delegação nos Jogos Mundiais Militares. Antes, porém, cumprimentou a todos os homenageados, que prestaram continência à presidente. “Os Jogos Mundiais Militares são muito importantes para todas as atividades esportivas, principalmente porque somos o país sede da Olimpíada e Paraolimpíada do ano que vem. Porque certamente veremos os atletas que estão aqui [no Palácio do Planalto], com a medalha no peito no ano que vem no Rio”, disse Dilma, em seu rápido discurso.


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