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Na contramão das confederações, rúgbi fecha contrato milionário com estatal
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Daniel Brito

A CBRu (Confederação Brasileira de Rúgbi) vai receber quase R$ 2 milhões dos Correios para estampar a marca do Sedex nas camisas da seleção nacional pelos próximos dois anos. O acordo vai na contramão do noticiário recente de investimento de empresas estatais no esporte olímpico nacional.

Basta lembrar do que publiquei aqui no blog há quase 15 dias sobre a fuga do capital das empresas públicas nas confederações. Contando só Correios e Banco do Brasil, mais de R$ 40 milhões foram retirados do orçamento das entidades para o ciclo olímpico que se inicia.

Chama a atenção, especialmente, pelo fato de os Correios estarem em grave crise financeira. O apoio que concede às confederações de tênis e de desportos aquáticos sofreu uma queda de R$ 24 milhões.

O investimento no rúgbi também guarda algumas peculiaridades. A modalidade, ainda em processo de desenvolvimento agudo no país, se estruturou e manteve-se quase que em sua totalidade com patrocínios da iniciativa privada – ainda que tenha sido via lei de incentivo ao esporte, do governo federal.

Chama a atenção também pelo valor. Serão exatos R$ 1,960 milhão pelo período de dois anos. Ou seja, R$ 980 mil para cada 365 dias. O handebol, por exemplo, parceiro da estatal desde 2012, vai receber R$ 3,2 milhão no biênio que se inicia (R$ 1,6 por ano). A diferença é que o handebol é muito mais difundido no país e já deu um título mundial recente ao Brasil.

A entrada dos Correios no rol de patrocinadores do rúgbi marca o início das aplicações de um setor até então inédito para a modalidade.


Ele saiu frustrado da Olimpíada do Rio, mas agora é bicampeão do Super Bowl
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Daniel Brito

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Nate Ebner é o primeiro atleta da NFL em atividade a disputar uma Olimpíada

Nate Ebner, 28, experimentou a emoção de ser um atleta olímpico e campeão do Super Bowl, a grande final da NFL, em um espaço de seis meses. Ele atuou como safety do New England Patriots na temporada de futebol americano que se encerrou de forma eletrizante na madrugada de domingo para segunda-feira. Antes, em agosto, entrou para a história como primeiro atleta em atividade na NFL a disputar uma olimpíada – ele estava no time de rúgbi  dos Estados Unidos na Rio-2016.

Seu feito foi comemorado no USOC (sigla em inglês para Comitê Olímpicos dos Estados Unidos): “Ninguém teve seis meses como Nate Ebner”, publicou em sua página na internet o USOC.

A NFL ja teve diversos representantes em Jogos Olímpicos, mas então esses atuaram antes ou após a carreira na liga norte-americana de football. É o caso, por exemplo, de Bob Hayes, campeão olímpico nos 100m rasos em Tóquio-1964 e, sete anos mais tarde, campeão do Super Bowl-71 como wide receiver do Dallas Cowboys.

Nate não teve a mesma sorte de Hayes. Os Estados Unidos caíram no grupo do do Brasil e aplicaram duas vitórias acachapantes. Porém, não foi o suficiente para fazer sua seleção, que se auto-intitula Eagles (aguias), a conseguir uma colocação melhor que o nono lugar entre 12 – o Brasil foi o 12º.

Para disputar a Rio-2016, Ebner teve que ser dispensado dos treinamentos de pré-temporada do New England Patriots. Nos dias em que atuou pelos Eagles, Ebner contou com a torcida de seus companheiros de Patriots. A comissão técnica do time da NFL deu folga à noite para assistir ao rúgbi olímpico.

O esporte entrou na vida deste americano de Ohio antes mesmo do futebol americano. Ele compôs as seleções dos Estados Unidos de rúgbi na base até o sub-20, e somente após dois anos na faculdade, decidiu entrar para o football. Logo destacou-se e, em 2012, foi a sexta escolha do draft da NFL. Quando chegou para a disputar a Rio-2016, Ebner já carregava na mala o anel de campeão do Super Bowl, em 2015 o Patriots derrotou o Seattle Seahawks.

Hoje, Nate Ebner tem um salário de US$ 1,2 milhão por temporada (R$ 3,7 milhões), foi coadjuvante nas duas finais de Super Bowl que disputou e está muito longe dos US$ 21 milhões (R$ 65 milhões)  por ano do quarterback e astro dos Patriots, Tom Brady. Mas pode orgulhar-se de dizer que já realizou o sonho de disputar uma Olimpíada – o que Brady provavelmente não vai conseguir na carreira.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - AUGUST 09: Nate Ebner of the United States beats Felipe Claro of Brazil to score a try during the Men's Rugby Sevens Pool A match between the United States and Brazil on Day 4 of the Rio 2016 Olympic Games at Deodoro Stadium on August 9, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by David Rogers/Getty Images)

Nate Ebner passou pela Rio-16 com discrição, assim como o time dos EUA no rúgbi (Getty)


Cartolas apelam a linha direta com Paes para resolver problemas da Rio-16
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Daniel Brito

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(Crédito: Al Milligan/Photo Jump/CBRU)

Os dirigentes da World Rugby, entidade que comanda a modalidade em todo o mundo, encontraram uma maneira objetiva de ver suas reivindicações atendidas para os Jogos do Rio-2016. Quando a coisa aperta, eles ligam direto para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e pedem providências. Até agora, tem funcionado.

“Em junho [do ano passado], nos reunimos com o prefeito da cidade do Rio [Eduardo Paes] e ele anotou em um pedaço de papel o número do celular dele. E nos disse: ‘Ligue sempre que precisar’”, disse Mark Egan, diretor de operações da World Rugby, em entrevista publicada pelo portal Rugby World, nesta semana. “Quando começamos a ficar preocupados com o andamento das obras, ligamos para o prefeito e as coisas aconteceram. Mas eu não estou dizendo aqui que ele responde às chamadas todos os dias”.

Na entrevista, Egan disse que o monitoramento constante com diversas frentes porque há algumas preocupações para a World Rugby. A crise política no Brasil é uma delas. “Isso [crise política] está fora do nosso controle, então tentamos seguir em frente. As obras da arena de rúgbi estão atrasadas. Vai ser uma estrutura temporária, pode ser construída a tempo, mas está atrasada. Temos teleconferências semanais e visitas ao local de vez em quando, por isso sabemos que os prazos para as arquibancadas, por exemplo, serão entregues a tempo – embora atrasado, no final de junho. Esperávamos ser concluída até o final de maio”

Egan contou que a World Rugby “emprestou” seu especialista em plantio e cultivo de grama típica das melhoras .canchas do mundo para assessorar na construção do campo de jogo durante os Jogos do Rio-2016. E também fez questão de não ser alvo do corte de gastos na organização do evento. ”Eles [Comitê Organizador do Rio-2016] queria fazer algumas folgas no orçamento nas áreas de domínio comum nós pedimos prioridade. O campo de jogo, a área de treinamento, a sala dos atletas, as instalações do serviço médico são nossas prioridades. Estamos pressionando para que e confiamos que teremos tudo como queremos”, definiu Mark Egan.

A entrevista completa à publicação inglesa você pode ler aqui.


Italiano consegue a proeza de ser pego no doping com 11 substâncias ilegais
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Daniel Brito

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Foram encontrados 10 anabolizantes e uma substância de uso feminino no sangue de Vasta (reprodução/Twitter)

O italiano Davide Vasta, jogador de rúgbi do Amatori Catania, da terceira divisão italiana, entrou para a história como o que pode ser considerado o atleta mais dopado de todos os tempos. Em teste realizado fora de competição, foram encontradas onze (onze!) substâncias proibidas no sangue. Eram dez anabolizantes e um para combater o aumento dos seios, de uso exclusivamente feminino.

Não há registro confiável de algum outro atleta profissional que tenha ingerido tantos produtos e sido flagrado em controle de dopagem. O caso chocou a agência de combate ao doping da Itália. O clube de Vasta emitiu uma nota, horrorizado, informando tratar-se de um caso estritamente pessoal e alheio à agremiação.

Junto com Vasta, outro companheiro de clube também testou positivo, mas “apenas” para quatro substâncias.
À agência de notícias italiana Ansa, Davide Vasta pediu desculpas. “Cometi um erro, fiz por pura ignorância. Há um ano participei de um concurso de fisioculturismo e tomei substâncias que não sabiam que eram proibidas”, justificou-se.

No sangue do jogador de rúgbi foram encontrados: testosterona, boldenona metabólica,  drostanolona, mesterolona, methandienone, methasterona (popularmente chamada de Superdroll),  Methyl-D (methyldienolone), stenbolone metabólica, clomiphene, 19-noretiocholanolone e, (ufa!) 19-norandrosterona.

Um médico ouvido pelo jornal italiano Gazzetta dello Sport afirmou que é impossível que tamanha combinação permaneça no organismo de uma pessoa por um ano. E afirmou que a ingestão de tais substâncias pode fazer com que Davide Vasta corre o risco de se tornar infértil, sofrer com psicose ou até mesmo morrer por infarto.
Ele está suspenso preventivamente. Ainda não houve o julgamento do caso.


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