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Arquivo : USOC

Ministro do Esporte vai aos EUA e Inglaterra falar de Rio-16 e zika vírus
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Daniel Brito

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), vai aos Estados Unidos encontrar-se com membros do USOC (Comitê Olímpico dos EUA, na sigla em inglês) na próxima semana. É parte da agenda da primeira viagem internacional de Picciani à frente da pasta. Na pauta, a preparação do Rio para os Jogos-2016. E, certamente, como o Brasil está se prevenindo para evitar um surto de vírus zika durante o evento.

Nos Estados Unidos há uma campanha crescente da imprensa sobre a doença no Brasil. Na semana passada, o Senado do país enviou carta ao USOC demonstração preocupação com os atletas. Nessa quinta-feira, 2, Tejay van Garderen, que concorria uma vaga na equipe de ciclismo estrada dos EUA, anunciou a sua desistência da disputa por casa do medo do vírus zika. A sua esposa está grávida do segundo filho do casal.

O encontro do ministro com o USOC será em Washington D.C. na próxima quinta-feira, dia 9. Ainda nos EUA, ele tem agenda na SHHS (sigla em inglês para Secretaria de Saúde e Serviços Humanos do país), e com a diretora-executiva do Conselho de Esporte, Nutrição e Fitness dos Estados Unidos, Shellie Pfohl.

Antes, porém, na segunda-feira, 6, ele irá ao Parque Olímpico Rainha Elizabeth II, em Londres, sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de quatro anos atrás, na capital inglesa. Picciani tem compromisso com o Secretário de Estado para Cultura, Mídia e Esporte, John Whittingdale (equivalente britânico ao Ministro do Esporte do Brasil). Em seguida, encontra-se com Guy Taylor, diretor nacional do Talented Athlete Scholarship Scheme (TASS), organismo que fez parceria o Ministério do Esporte em intercâmbio de atletas escolares.

Novo secretário-executivo
O ministro viajará e deixará a pasta a cargo de Fernando Avelino Vieira, nomeado nesta sexta-feira,  3, novo secretário-executivo do ministério. Ele substitui a Ricardo Leyser, que compunha o ministério desde sua criação, em 2003. Avelino, dos quadros do PMDB do Rio,  foi diretor do Detran-RJ e tem pouca ligação com esporte. Sua nomeação foi publicada hoje no Diário Oficial da União.


Senado dos EUA quer saber: como atletas americanos evitarão o zika no Rio?
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Kongres-USA

Senadores temem que zika seja transmitido nos EUA após o fim dos Jogos (divulgação)

Senadores dos Estados Unidos demonstraram precupação com o a exposição de atletas do país ao vírus zika durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Há uma semana, eles enviaram carta ao USOC (sigla em inglês para Comitê Olímpico dos EUA) pedindo informações sobre como a entiudade esatá se prevenindo contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.

“De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o epicentro da propagação do vírus, com, pelo menos, 120 mil casos suspeitos – mais da metade de todos os casos suspeitos nas Américas”, diz o memorando assinado por 11 senadores Democratas, mesmo partido do presidente Barack Obama. Uma das primeiras assinaturas é de Barabra Boxer, da Califórnia, cuja plataforma eleitoral é a dedicação a temas relativos a saúde e tratamento de doenças contagiosas.

A carta também lembra dos riscos de o zika ser causador da microcefalia em em recém-nascidos, assim como a incerteza quanto à duração da infecção do vírus no corpo humano. “Pode haver possibilidade de transmissão do zika dentro dos Estados Unidos muito tempo após o fim dos Jogos Olímpicos”, registrou Barabra e os demais senadores.

CAMISINHAS POR SEIS MESES
A resposta do USOC veio no mesmo dia. O comitê lembrou que não tem experiência em lidar com doenças infecciosas mas formou um conselho de médicos para auxiliar nos estudos e orientações a atletas e comissão técnica.

O USOC informou que todos os integrantes da delegação receberão repelentes da marca OFF!, uniformes de mangas longas e calças compridas, além de fornecer camisinhas pelos seis meses seguintes aos Jogos. Essa última medida serviria para evitar a transmissão do vírus após o fim da Rio-16 por meio de relação sexual – acredita-se que essa seria uma das formas de transmissão do zika.

O comitê afirmou que todos os atletas ficarão alojados em quartos com ar-condicionado, um item que até dezembro do ano passado o Comitê Organizador pensava em cobrar das delegações para poder usufruir em suas habitações na VIla Olímpica. Esta decisão, contudo, já foi revista.

Os médicos do USOC também estão fazendo mapeamento de alguns dos principais hospitais do Rio para o caso de emergências.
“Criamos um plano médico de Resposta de Emergência para fornecer tratamento médico para qualquer doença ou ferimento. Estamos nos preparando para gerenciar doenças graves no Rio, já identificando hospitais privados além daqueles disponibilizados pelo Comitê Organizador do Rio-2016 para garantir cobertura médica máxima aos membros da delegação”, respondeu o USOC, em carta assinada por Scott Blackmun, executivo chefe do Comitê.

SENADO DÁ R$ 4 BI
Há pouco mais de 10 dias, o Senado dos EUA autorizou que o país empregasse US$ 1,1 bilhão (quase R$ 4 bilhões)no combate ao vírus zika. Este valor seria utilizado para fomentar pesquisas sobre o impacto do zika em recém-nascidos e medidas de combate no período de verão no Hemisfério Norte.

Da parte do USOC, uma das medidas não mencionadas na resposta ao Senado foi a liberação para que os atletas possam decidir por conta própria se querem vir ao Brasil neste período de epidemia. Até agora, surgiram poucos casos de esportistas que abriram mão de disputar uma medalha no Brasil a partir de 5 de agosto – data de abertura dos Jogos Olímpicos.


Em vez de bolsa atleta, EUA dão emprego em loja a quem tenta vaga no Rio-16
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Daniel Brito

Atletas que disputam vaga nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 precisam dividir o tempo entre os treinamentos e o trabalho. Sofrem com a ausência do Estado, estão longe de serem contemplados bolsas e incentivos governamentais, e só conseguem bancar participação em competições graças ao investimento próprio.

O que você leu acima não tem nada a ver com os atletas do Brasil. Não aqui, neste texto.

Esta é a rotina dos atletas olímpicos dos Estados Unidos. Sim, a mais laureada nação na história dos Jogos Olímpicos forma seus atletas e medalhistas com uma rotina de trabalho e treinamento.

Veja o caso, por exemplo, do esgrimista Andras Horaniy, medalhista de ouro no Pan do Rio-2007. Ele vive em Colorado Springs, cidade no Estado do Colorado, sede do grandioso centro de treinamento do USOC (Sigla em inglês para Comitê Olímpico dos Estados Unidos). Ele mora no ct da entidade, mas trabalha 20 horas por semana em uma loja de artigos esportivos.

Dick’s Sporting Goods, não existe no Brasil, mas é uma rede famosa nos Estados Unidos pela diversidade de produtos, já contratou mais de 100 atletas olímpicos em 58 unidades. Eles têm a flexibilidade para mudar horários de tal maneira que não haja interferência no treinamento ou no calendário de competições.

Dura realidade do atleta olímpico

É uma parceria entre o USOC e a empresa, que, por dar emprego aos desportistas, pode carregar a alcunha de “patrocinadora oficial do esporte olímpico dos Estados Unidos”. Como o comitê americano não recebe dinheiro público e os atletas precisam de dinheiro para se manter e competir, surgiu esta parceria.

“Não acredito que os atletas estão trabalhando para ficar ricos. Competimos no alto rendimento porque é o que gostamos de fazer”, explicou Horaniy ao jornalista Eddiee Pells, da Associetade Press, em artigo publicado no USA Today.

A realidade do esporte olímpico é dura até mesmo para quem está acostumado a ver sua bandeira sob o ponto mais alto do pódio. Por esse motivo, Eddie Pells escreveu em seu artigo: “Para cada Michael Phelps há atletas que precisam trabalhar como entregador de pizza ou assistente de biblioteca”.

Patrocínios do USOC

O mais curioso disso tudo é que o USOC é uma máquina de fazer dinheiro. No ano dos Jogos de Londres-2012, eles embolsaram US$ 46 milhões (R$ 178 milhões na cotação de hoje) só dos patrocinadores. Em setembro, publiquei aqui a campanha para arrecadar até R$ 800 milhões em doações do público para os atletas. Com esse dinheiro, oferecem a melhor estrutura para treinamento e acomodação dos competidores, mas não é afeito a apoiar suas promessas olímpicas com bolsas.

Na lista dos empregados pela Dick’s há também paraolímpicos, como Allysa Seely, amputada da perna esquerda, campeã do Mundial de paratriatlo, realizado neste ano, em Chicago. Ela conta que é frequentemente tem de explicar aos rivais de outros países porque tem que trabalhar fora do esporte para se manter competindo. “Eu tive diversos empregos antes desse [no Dick’s], mas sempre foi difícil conciliar com a rotina de treinamentos e compromissos com o esporte”, explicou.

Para a empresa, a parceria também é interessante porque os atletas passam orientações para os consumidores sobre os melhores produtos e a melhor maneira de utilizá-lo.

Não é a primeira vez que o USOC promove uma parceria para empregar seus futuros medalhistas. Durante quase duas décadas diversos atletas serviram aos EUA nos Jogos Olímpicos com os salários que ganhavam da Home Depot, gigante varejista do ramo da construção civil e artigos de decoração. O acordo se encerrou em 2009 e só agora o USOC conseguiu encontrar um novo parceiro.


Time de polo aquático dos EUA dividirá CT com atletas olímpicos brasileiros
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Daniel Brito

Atual sede da Escola Naval já foi palco de batalha com franceses em 1560 (Crédito:Divulgação)

Atual sede da Escola Naval já foi palco de batalha com franceses em 1560
(Crédito:Divulgação)

Os atuais campeões Pan-Americanos de pólo aquático poderão compartilhar do mesmo espaço de treinamento de alguns dos atletas olímpicos brasileiros antes e até mesmo durante os Jogos do Rio-2016. O USOC (sigla em inglês para Comitê Olímpico dos Estados Unidos) firmou parceria com a Escola Naval e as duas equipes de pólo, masculina e feminina, estão autorizadas a utilizar as instalações esportivas e não-esportivas do local.

O acordo passou a valer em 14 de setembro e vai até o final de outubro do próximo ano. A Escola Naval está situada na Ilha de Villegagnon, estrategicamente posicionada dentro da Baía de Guanabara.

Ali será também a casa de atletas e treinadores brasileiros antes e durante os Jogos-2016. A parceria do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) com a Escola Naval foi firmada no segundo semestre do ano passado. A Ilha de Villegagnon deve servir de base na preparação para as equipes de tiro esportivo, polo aquático e vela. Cerca de 130 pessoas, entre atletas e comissões técnicas das três modalidades, utilizarão o local. Eles ficarão alojados na ilha nas duas semanas que antecederem à entrada dos competidores na Vila Olímpica, na Barra da Tijuca.

Além da Escola Naval, os atletas brasileiros das demais modalidades também utilizarão outro ponto histórico no Rio. A Fortaleza de São João, na Urca, de propriedade do Exército, poderá abrigar até 260 atletas em período de treinamento para os Jogos-2016.

Já os Estados Unidos possuem um acordo com o Flamengo, no qual utilizarão as instalações do clube como base de treinamento da maior parte de seus atletas.

Haverá, portanto, um reencontro entre os brasileiros e seus algozes na última edição dos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015. Tanto a seleção masculina quanto a feminina do país caíram diante dos americanos no Canadá, em julho. As mulheres foram derrotadas na semifinal, por 16 a 3, mas terminaram com o bronze. Os homens perderam o ouro para os Estados Unidos por 11 a 9, em uma partida recheada de rivalidade.

Local histórico

A Ilha de Villegagnon guarda um pedaço quase esquecido da história do Brasil Colônia. Alguns de seus primeiros registros datam do ano de 1555, quando os portugueses eram os donos do litoral brasileiro e os índios canibais ocupavam a região. Mas foram os franceses que trataram de ocupar o arquipélago. Com três navios, o cavalheiro francês Nicolas de Villegagnon aporta na ilha e onde ergue uma fortaleza.

Mas após conflitos religiosos entre os próprios franceses e uma investida portuguesa em 1560, Villegagnon e seus asseclas foram expulsos do local. Mas seu nome permanece até hoje. A Escola Naval se alojou na década de 1930 na área e é um importante centro esportivo da cidade do Rio de Janeiro.


Comitê Olímpico dos EUA, quem diria, quer R$ 800 mi em doações para 2016
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Daniel Brito

Reprodução da página de "venda" de itens da preparação dos EUA para os Jogos-2016

Reprodução da página de “venda” de itens da preparação dos EUA para os Jogos-2016

O USOC (sigla em inglês para Comitê Olímpico dos Estados Unidos), quem diria, pede US$ 5 a quem puder contribuir para comprar meias para a equipe olímpica de futebol. Os interessados também podem ajudar doando US$ 1.000 para compra de passagens áereas. Ou simplesmente US$ 15 para proporcionar um jantar saudável a um atleta olímpico.

Essas e outras 2.7 mil opções são encontradas na página da Fundação Olímpica e Paraolímpica do USOC, na internet. O torcedor pode doar mais de 2.7 mil itens ao mais laureado e endinheirado comitê olímpico nacional do planeta.

Não se trata de crise, longe disso.

O USOC ostenta em sua carteira de patrocinadores 26  empresas do quilate da BMW, Nike, Oakley, Ralph Lauren, entre outros grandes. Em 2012, ano dos Jogos de Londres, os investidores aplicaram US$ 46 milhões (estratosféricos R$ 192 milhões na cotação de hoje do dólar).

Mas a entidade afirma não receber um centavo de dinheiro público. O que não a impede de pedir dinheiro ao público. E para isso existe a Fundação Olímpica e Paraolímpica.

Clube de doadores
Os Estados Unidos possui uma cultura centenária de doações. Desde bolsas de estudos, pesquisas científicas, promoção e realização de eventos, muitas atividades são aquinhoadas por milionários ou simplesmente anônimos que aceitam contribuir com a causa.

Para os Jogos do Rio-2016, o USOC conta com um grupo de 45 doadores frequentes que garantem US$ 300 mil (mais de R$ 1.2 milhão) para este ciclo. Ademais, Fundação Olímpica e Paraolímpica do USOC montou uma operação especial para arrecadar US$ 50 milhões anuais em doações, angariando cerca de US$ 200 milhões (R$ 838 milhões) até o ano que vem. Seria um montante superior ao que os patrocinadores oficiais pagavam a cada 12 meses ao comitê no ciclo olímpico de Londres-2012.

A criação desta página com a “venda” de itens (qualquer item) da preparação de um atleta, que lembra muito aqueles sites de presentes de casamento, é uma forma criativa de atingir a meta para 2016.

Parâmetros
No Brasil, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) também recebe doações. Mas em proporção menor. É o que está no mais recente “Demonstrativo de Aplicações Financeiras 2013-2014” publicado na página da entidade na internet. Foram R$ 2.9 milhões de janeiro de 1º de janeiro 2013 a 31 de dezembro de 2014.


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