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COB escala ex-diretor da Rio-16 como “bombeiro” nas confederações em crise
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Daniel Brito

O novo diretor executivo de esportes do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Agberto Guimarães 59, tem como uma de suas missões atuar como “bombeiro” nas confederações que estejam em crise. Atualmente, pelo menos três entidades filiadas ao comitê atravessam momento de grave turbulência: taekwondo (CBTKD), basquete (CBB) e desportos aquáticos (CBDA).

“Neste meu retorno ao COB, uma das missões que me foi dada pelo presidente Nuzman diz respeito a trabalhar mais junto às confederações para incrementar ou ajudar a melhorar a governança, gestão, prestação de contas, todo esse tipo de coisa. Todo problema de gestão atrapalha e interfere no objetivo fim, que é trabalhar com os atletas no alto rendimento”, disse Guimarães.

Ele está no cargo desde outubro deste ano, após o fim dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Até então, trabalhara como diretor de esportes da Rio-16. Também estivera envolvido no comitê de candidatura-2016, e no Pan do Rio-07. Antes disso, atuara no COB na área de solidariedade olímpica. Nos anos 1980, foi um dos grandes meio-fundistas do país, com três participações olímpicas: Moscou-80, Los Angeles-84 e Seul-88.

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Agberto Guimarães disputou três Olimpíadas como corredor (reprodução/TV Câmara)

Em seu discurso, durante sessão na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, na semana passada, em Brasília, Guimarães deixou claro que o COB vai participar muito mais da gestão das confederações, muitas delas mantidas quase que 100% com recurso da Lei Piva, gerido pelo comitê.

“Nessa reestruturação que foi feita agora com nossa equipe de esportes, dividimos as tarefa. Vamos ter uma área que vai cuidar especificamente do relacionamento com as confederações e também oferecendo um apoio às confederações para melhorar o processo de gestão e administração de cada uma delas. Área será lidera pela Adriana Behar e sua equipe”, explicou, citando a vice-campeã olímpica no vôlei de praia, atualmente gerente de planejamento e relacionamento com as confederações do COB.

“O objetivo é oferecer ferramentas para que o processo de gestão melhore. As confederações que hoje têm problemas, precisam resolvê-los. O COB vai, sempre que for necessário, apoiá-las porque são problemas que também nos afetam, se não forem resolvidos”, explicou Guimarães.

Atualmente, a entidade está envolvida na crise pela qual atravessa o basquete brasileiro. A FIBA (Federação Internacional de Basquete) nomeou um interventor para administrar a entidade. O COB, embora não use a palavra “intervenção” e sim apenas “suspensão”, diz estar em contato com a federação internacional e com o “interventor” para tentar encontrar uma solução até o final de janeiro de 2017.


Próximo aos Sarney, Iziane pensa em ser vereadora no Maranhão após a Rio-16
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Daniel Brito

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Iziane foi campeã nacional com o Sampaio Correa, mesmo torcendo para o Moto Clube

A ludovicense Iziane, 34, já sabe que os Jogos do Rio-2016 serão a última parada antes da aposentadoria como jogadora de basquete. E,

desde já, vislumbra a vida pós-carreira fora das quadras. Uma alternativa cada vez mais próxima da realidade, desde que se filiou a um partido político.

A ala Iziane, recém-consagrada campeã da LBF (Liga de Basquete Feminino) com o Sampaio Correa, de São Luís, Maranhão, vinculou-se ao PSL. Um partido nanico, que possui apenas um representante no Congresso Nacional,  e agora matura a ideia de lançar-se candidata a vereadora na capital maranhense, sua cidade natal. ,

Iziane possui vínculos com a família Sarney no Estado. Por intermédio de Fernado Sarney, 60, filho do ex-presidente da Repúiblica, José Sarney, 86, fundou uma equipe de basquete no Maranhão, que disputou a LBF pela primeira vez em 2011. Mais recentemente, Iziane abriu mão de sua paixão pelo Moto Clube do Maranhão para defender as cores do rival Sampaio, comandado pelo empresário e deputado estadual Sergio Frota (PSDB-MA), mais um atrelado ao grupo Sarney.

No PSL de Sâo Luís, Iziane está sob o guarda-chuva de Francisco Carvalho, ex-presidente da Câmara dos Vereadores da capital maranhense.

A candidatura ainda precisa ser confirmada, mas o cenário conspira a favor de Iziane. Ela comandou o Sampaio no título nacional deste ano, feito inédito para um clube do Nordeste no basquete nacional. Ela será uma das estrelas da seleção brasileira que disputará os Jogos do Rio-2016.

“Já sou aposentada lá nos Estados Unidos, por onde joguei por 11 anos na WNBA. Depois desse campeonato nacional que conquistei pelo Sampaio Correa, vou encerrar a carreira de atleta nos Jogos Olímpicos do Rio-2016”, explicou ao blog há uma semana, durante cerimônia de recepção da chama olímpica no Palácio do Planalto, em Brasília. “ O pessoal está tentando me convencer a voltar para o Sampaio, mas já tenho 34 anos e só eu sei minhas dores”, disse.

Iziane mantém um trabalho social com o instituto que leva seu nome em São Luís. Também colocou-se à disposição  para exercer outras funções. “Estou aberta a atuar em algum cargo diretivo no próprio Sampaio, mas eu gosto da ideia de ajudar na Confederação ou Comitê Olímpico”, anunciou a ainda ala da seleção que irá ao Rio-2016.


Caixa vai injetar R$ 32 milhões em patrocínio ao basquete
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Daniel Brito

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(divulgação/NBB)

A Caixa confirmou nesta quinta-feira, 10, o patrocínio aos dois principais campeonatos de basquete profissional do Brasil. A LBF (Liga de Basquete Feminino) e o NBB (Novo Basquete Brasil) vão receber até 2019 R$ 32 milhões do banco estatal.

Este valor representa quase o que a Caixa pagava anualmente ao Corinthians (R$ 30 milhões). A diferença é que o NBB foi aquinhoado com R$ 22 milhões, o que dá uma média de R$ 5,5 milhões por temporada até 2019. Já a LBF será contemplada com R$ 10 milhões (R$ 2,5 milhões por campeonato).

Contrato entre Corinthians e Caixa se encerrou neste ano. O clube de futebol pedia R$ 37 milhões para renovação, a instituição financeira não aceitou a proposta.

O acordo entre Caixa e as ligas de basquete foi feito em regime de inexegibilidade de licitação, em contratação direta. O banco terá sua logo exposta em posição de destaque nas placas de publicidade em todas as arenas que receberem jogos da LBF e do NBB.

A Caixa é a segunda instituição financeira a patrocinar o basquete brasileiro. A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) recebe o investimento do Bradesco, estimado em R$ 8 milhões por ano. Este montante não é repassado para as ligas, que são autônomas.


Basquete feminino tenta há cinco anos naturalizar atleta para a seleção
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Daniel Brito

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Cubana Ariadna está no Brasil há 10 anos e hoje defende o Americana-SP (Divulgação)

A ideia é fazer algo semelhante ao que a seleção comandada pelo argentino Rúben Magnano já fez. Transformar um talento estrangeiro, desperdiçado ou esquecido pelo seu país de origem, em atleta do Brasil para disputar os Jogos Olímpicos pelo selecionado feminino.

No masculino, o escolhido foi o armador Larry Taylor, nascido em Chicago, mas naturalizado nos idos de 2011 para reforçar o Brasil em Londres-2012. Calhou de ele atuar no NBB (Novo Basquete Brasil) por um bom tempo, saber português, ter uma certa bagagem, e desempenhar uma função até então carente no escrete de Magnano.

Esse é o problema no feminino. Grande parte das estrangeiras que aqui estão chegaram há pouco tempo, o que dificulta (mas não inviabiliza) no processo de naturalização, ou desempenham função na qual a seleção está bem servida, que é o caso das pivôs e alas-pivôs. Às vezes, as duas coisas juntas impedem que a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) concretize seu planejamento.

Na semana passada, por exemplo, encontrei-me com o presidente da CBB, Carlos Nunes, na porta do Ministério do Esporte, em Brasília. Em um papo de 10 minutos, ele me contou que estava confiante quanto à liberação da verba de convênio para o time feminino e, quando perguntado sobre uma possível naturalização de uma atleta, Nunes me agradeceu: “Pois é, rapaz, a gente está vendo isso aí. Foi bom você me lembrar, porque vou até cobrar uma posição do departamento técnico.”

Em novembro do ano passado, após uma audiência pública da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, o diretor técnico da CBB, Vanderlei Mazzuchini me contou que havia uma procura por uma jogadora estrangeira. Citei o caso da cubana Ariadna, ala-armadora hoje no Americana, de São Paulo. “É uma opção. Mas ela não pode, eu acho”, disse-me Mazzuchini.

Ariadna não esconde o desejo de defender o Brasil, mas esbarra em alguns problemas: ela não é armadora, mas ala-armadora, e o mais grave de todos, defendeu o selecionado adulto de Cuba no Pan de Santo Domingo, em 2003, o que a impede de atuar por outra equipe nacional. “Mas eu adoraria, pena que não posso”, comentou Ariadna, em entrevista por telefone em novembro do ano passado.

Desde 2011 que a CBB menciona a possibilidade de naturalizar uma armadora. Hortência, então diretora da confederação, disse à Folha de S.Paulo em janeiro daquele ano que procurava uma atleta para substituir Adrianinha, que iria deixar a seleção após Londres-12. Adrianinha até anunciou aposentadoria do time nacional, mas teve de voltar por falta de opções. Os anos se seguiram, e a ideia manteve-se viva de alguma maneira do departamento técnico da CBB. Chegou 2016, estão chegando os Jogos Olimpicos e a seleção feminina não conseguiu 1) trabalhar a base suficientemente bem para desenvolver jogadoras de nível internacional e 2) ninguém conseguiu executar o plano de naturalizar uma atleta para defender o Brasil no Rio-2016.


CGU pede que confederação de basquete devolva dinheiro aos cofres públicos
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Daniel Brito

A série de reportagens sobre o mau uso do dinheiro público por parte da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), publicada no UOL pelo jornalista Lúcio de Castro provocou uma investigação por parte da CGU (Controladoria Geral da União).

O órgão do governo federal publicou um relatório de 119 páginas, no qual pede que Confederação Brasileira de Basquete devolva aos cofres públicos R$ 74.304,78 “pagos a título de passagens internacionais a pessoas não convocadas para a seleção masculina sub-19 de basketball”, apontou a controladoria. E que também “apresente e discrimine os comprovantes de despesas com hospedagens nas viagens internacionais realizadas” de acordo com os termos do convênio com o Ministério do Esporte.

Castro revelou, em novembro, uma vida de mordomias e alguns luxos do presidente Carlos Nunes e família. Cobertos em sua maior parte com verbas de origem pública, estão débitos de passagens para incontáveis viagens da mulher do dirigente, Clarice Mancuso Garbi.

A investigação da CGU concluiu que em um montante superior a R$ 18 milhões recebidos pela CBB do Ministério do Esporte, cerca de R$ 1 milhão pode representar fraude ao erário. A Controladoria também alertou que, apesar dos recursos cada vez maiores injetados na Confederação, a CBB só acumula dívidas, “implicando na malversação dos recursos públicos repassados à entidade”.

Entre as 37 irregularidades que a equipe da CGU encontrou estão a utilização de recursos do convênio para pagamento de despesas sem apresentação dos comprovantes; utilização de recursos para pagamento de despesas não previstas no convênio com Ministério do Esporte; pagamento de passagens aéreas e hospedagem a pessoas que não constavam da lista de atletas e da comissão técnica aprovados no Plano de Trabalho, entre outros.

As contas da CBB com a Eletrobras, sua antiga patrocinadora, não foram avaliadas pela CGU neste relatório.


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