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Em plena crise hídrica, DF estima gastar meio milhão em água no estádio
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Daniel Brito

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Mané Garrincha em jogo do campeonato do DF de 2016: R$ 1,7 de água por dia (Daniel Brito/UOL)

O Governo do Distrito Federal empenhou R$ 634 mil para pagar as despesas no Estádio Nacional Mané Garrincha com água e esgoto. O gigante de 72 mil lugares erguido para a Copa do Mundo Fifa-14 no coração de Brasília vai consumir R$ 1,7 mil de água e esgoto por dia ao longo de 2017.

Estaria dentro da média dos grandes estádios do Brasil, como o Maracanã nos bons tempos (com jogos toda semana) não fosse o fato de o Distrito Federal atravessar uma inédita crise hídrica. As cidades mais populosas da capital estão com fornecimento restrito por até três dias na semana, sendo um desses dias sem um pingo d’àgua na torneira.

Em pleno período de chuvas, o nível do reservatório de Santo Antônio do Descoberto, na divisa com Goiás, está em 19%, quando em anos anteriores estava próximo de 100%. A partir de maio começa a temporada de seca, que dura quatro a cinco meses e o risco de que o racionamento se assevere por falta de água é iminente.

Já no Plano Piloto, onde está situado o Estádio Nacional, ainda não se iniciou o racionamento, porque o reservatório de Santa Maria, dentro do Parque Nacional de Brasília, que abastece a região, está em 40%. Porém, a pressão da água nas torneiras foi reduzida, numa tentativa de economizar antes da seca.

Em comparação com 2016, este empenho para o estádio é inferior em 9%. O GDF contingenciou R$ 700 mil no ano passadoporém utilizou R$ 559 mil. A informação é do secretário adjunto do Turismo no DF, Jaime Recena. É sua pasta quem faz a gestão do estádio.

A CAESB (Companhia de Água e Esgoto de Brasília) não fornece informações sobre consumo dos clientes.

Recena explicou que o empenho é apenas uma previsão do gasto, baseado no histórico do ano anterior e que não necessariamente deve ser executado o valor total do contrato (R$ 634 mil para 2017). Além disso, ele afirmou que o estádio tem em pleno funcionamento um sistema de armazenamento e reuso da água chuva – justamente o que está faltando em Brasília e o que provocou a crise hídrica.

“A captação da água da chuva permite que ela seja usada na irrigação do gramado, nos banheiros, na lavagem da piso. Além disso, substituímos o uso da mangueira por baldes, que gera uma economia maior”, explicou Recena.
No estádio, além dos jogos de futebol, funcionam quatro secretárias de governo, o que o GDF considera como uma economia, já que evita pagar aluguel para alojar seus servidores.

Se mantiver a média de R$ 1,7 mil por dia de água, o Mané Garrincha pagará R$ 52 mil mensais, isso representa 7% do custo mensal do gigante, que gira em torno de R$ 700 mil.

O GDF prometeu fazer no ano passado uma chamamento público para atrair empresas para gerir o estádio em uma parceria público-privada. O edital deve ser lançado nas próximas semanas. Enquanto isso, o governo da capital comemora o fato de ter confirmado com o Flamengo a realização de pelo menos seis partidas no Mané Garrincha na temporada 2017.

“A expectativa é de fecharmos mais jogos de outras equipes”, afirmou Recena. “Assim, mantivemos a média de um evento por semana no estádio, por isso é errado dizer que o Estádio de Brasília é um elefante branco. Pode ser um elefante, mas de outra cor, porque branco ele não é. Está em pleno funcionamento”, completou o secretário adjunto.

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Palco da Copa-14 e Olimpíadas-16 ainda serve como terminal de ônibus nas horas vagas (Daniel Brito/UOL)


Autódromo abandonado ganha R$ 30 mi em reforma e passa à iniciativa privada
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Daniel Brito

Cancelamento da Indy deixou Autódromo do DF com obras paradas

Cancelamento da Indy deixou Autódromo do DF com obras paradas

O Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília, está em pedaços e em desuso desde que o GDF (Governo do Distrito Federal) decidiu abrir mão de receber uma etapa da Fórmula Indy, em março de 2015. Desde então, tornou-se um elefante branco no centro da capital do país, que tem como “vizinho de porta” outro animal da espécie: o Estádio Nacional de Brasília.

Ambos oneram o DF, que arde em uma grave crise financeira, com dificuldades até para pagar o 13º salários dos servidores. A solução encontrada pela equipe do governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) foi repassar o autódromo à iniciativa privada, com a forma de uma parceria público-privada.

Ciente de que dificilmente conseguirá interessados em um autódromo aos cacos, o GDF vai contingenciar R$ 30 milhões para refazer a obra que começou a ser feita para a Indy e, aí sim, repassar ao consórcio vencedor da concorrência pública. “Cerca de R$ 30 milhões serão investidos para reformar a pista, guard rail, barreiras de pneus e defensas metálicas”, explicou.Júlio César Reis, presidente da Terracap, a  Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal , dona do terreno.

A empresa que apresentar a melhor proposta ainda terá que arcar com a reforma das edificações e construção de boxes, galpão multiuso e heliporto após as intervenções citadas por Reis. A previsão de volta ao funcionamento normal é setembro de 2017.

O Estádio Nacional também está à espera de parceria público-privada, mas ainda não foram anunciados vencedores ao chamamento público. Enquanto isso, ele onera em mais de R$ 700 mil mensais o GDF com os gastos de manutenção.


Palco da estreia da seleção na Rio-16 abandona energia solar, sem dinheiro
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Daniel Brito

BRASILIA, BRAZIL - JUNE 15: General View of fans in the stands enjoying the match action during the FIFA Confederations Cup Brazil 2013 Group A match between Brazil and Japan at National Stadium on June 15, 2013 in Brasilia, Brazil. (Photo by Robert Cianflone/Getty Images)

Sol de Brasília deveria ser a fonte de energia do Estádio Nacional na Rio-16 (Robert Cianflone/Getty)

Não saiu do papel o projeto de alimentar o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, com energia solar. Duas empresas do GDF (Governo do Distrito Federal) rescindiram, de forma amigável, o contrato para obra, estimada em R$ 12,2 milhões e com previsão de ficar pronta para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.

O motivo: falta de dinheiro.

O Nacional foi contemplado com 10 partidas de futebol nos Jogos do Rio-2016 em um período de oito dias, de 4 a 12 de agosto. Os holofotes que vão por luz na seleção brasileira masculina a partir das 16h do dia 4, ante a África do Sul, na estreia do time de Rogério Micale na Olimpíada, serão alimentados por redes de alta tensão vindas das usinas hidroelétricas de Corumbá III e Corumbá IV, em Goiás.

Não era essa a promessa feita no início de 2014. O compromiso oficializado à época era que 75% da cobertura do Nacional pudessem ser utilizados para abrigar os painéis de captação de energia solar fabricados com silício cristalino. Seria ali a Usina Fotovoltáica (USF), nome técnico para produção desta matriz energética. De acordo com a CEB (Companhia Energética de Brasília) atenderia uma demanda da Fifa que gostaria de fazer uma “Copa sustentável”.

Em abril deste ano, contudo,  o DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) publicou o balanço da CEB no qual constava a informação da rescisão amigável entre a companhia e a Terracap, agência de desenvolvimento do DF, igualmente uma empresa pública do governo local. A Terracap era a responsável pelo consórcio que tocaria a obra.

“A Terracap solicitou inicialmente a suspensão do convênio e realização de estudos de viabilidade do empreendimento. Depois, a Gerência de Engenharia da Terracap sugeriu a rescisão contratual. Dentre os motivos elencados está a conjuntura econômica/financeira em que a Terracap se encontrava, sem recursos disponíveis, visto que essa despesa não foi contemplada na proposta orçamentária de 2015”, informou a Terracap, por meio da assessoria de imprensa.

A empresa também informou que a obra nem sequer foi iniciada e não há outra alternativa, a não ser continuar alimentando o Estádio Nacional com as linhas de Corumbá III e IV.

E eu com isso?

A arena brasiliense, reerguida ao custo estimado de RF$ 1,9 bilhão, ganhou duas sub-estações de energia cujas redes de alta tensão estão sendo fornecidas pelo SIN-Furnas (Sistema Interligado Nacional) e das usinas de Corumbá III e IV, responsáveis por abastecer todo o DF, que custaram R$ 23 milhões, segundo anunciou o GDF, em 2013. Além dessa, haveria a tal usina fotovoltáica no valor de R$ 12 milhões, que nunca saiu do papel.

A energia solar é limpa e renovável, embora mais cara que a hidroelétrica. Brasília reúne características especiais para aderir a esta matriz energética, uma vez que possui uma estação seca que se estende por quase seis meses no ano em média.

Se a usina fotovoltáica do Nacional tivesse saído do papel, ela substituiria de alguma maneira o consumo da energia da hidroelétrica. As redes de alta tensão de Corumbá poderiam, assim, ter uma destinação muito mais útil para o cotidiano da capital.  Por exemplo, contribuindo para diminuir a incidência de apagões na região central da capital do país, onde estão localizadas diversas autarquias, ministérios, tribunais superiores e sede de bancos públicos.

Além de amenizar a diminuição do nível dos reservatórios no Estado de Goiás, que nesta época do ano começa a preocupar as autoridades, em razão do minguado índice pluviométrico registrado até agora em 2016 na região.

BRASILIA, BRAZIL - JUNE 03: Traffic passes (BOTTOM) as some buses are parked (MIDDLE) in front of the 72,000-seat Mane Garrincha Stadium, which is now used primarily as a municipal bus parking lot, on June 3, 2015 in Brasilia, Brazil. Brazil constructed a number of expensive stadiums for the 2014 FIFA World Cup which now sit mostly empty in part because there is no popular local team to draw attendance. (Photo by Mario Tama/Getty Images)

Sol por seis meses: DF reúne características para projeto de energia solar (Mario Tama/Getty)


Rio-16 tenta o que DF não conseguiu: salvar o gramado do Mané Garrincha
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Daniel Brito

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Imagem reproduzida da TV do gramado do Estádio Nacional, no início desta semana

O Comitê Organizador Rio-2016 tem 25 dias para salvar o gramado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Desde 11 de julho a arena está entregue à organização dos Jogos, que montou força-tarefa dedicada ao campo de jogo. No próximo dia 4, às 16h, a seleção masculina estreia contra África do Sul, no Distrito Federal.

O gramado é um ponto de preocupação no gigante de 72 mil lugares erguido para receber o Mundial da Fifa, dois anos atrás. No último dia 10, o Flamengo enfrentou o Atlético-MG com o campo em condição lastimável. A grama estava queimada, dava até a impressão de que um trator havia arado o terreno minutos antes de a bola rolar. Havia areia em todo o campo, a pequena área estava remendada com placas de grama. Os jogadores reclamaram das condições publicamente.

De acordo com a Comitê Rio-2016, nada disso será visto quando começarem os Jogos. “Uma equipe de especialistas trabalha na recuperação e preparação do gramado. Com a interrupção do uso do estádio e o trabalho intensivo dos agrônomos, o campo estará em melhores condições para receber as dez partidas programadas para Brasília”, informou o Rio-16, por meio de sua assessoria.

Serão vetados treinamentos no Nacional. Nem sequer o tradicional reconhecimento de gramado, no dia que antecede à partida, será permitidos, apenas um passeio, sem chuteira, só de tênis, pelo campo.

Problema crônico

Brasília foi contemplada com 10 partidas de futebol nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 em um período de oito dias, de 4 a 12 de agosto. Assim, o Estádio Nacional terá quase 50% a mais de jogos nas Olimpíadas do que no Mundial Fifa-14. A Copa do Mundo levou ao Distrito Federal sete partidas em um período de 24 dias. Após os primeiros 270 minutos de bola rolando (três jogos), contudo, o gramado brasiliense começou a apresentar algumas falhas.

Para a Rio-16, o prazo de 72 horas entre duas partidas, respeitado pela Fifa, só será considerado uma única vez. Até porque os Jogos Olímpicos têm 16 dias de duração, contra 30 da Copa do Mundo. Para aumentar o drama do gramado, haverá rodadas duplas do torneio olímpico nos dias 7, 9 e 10 de agosto.

O gramado é um dos problemas crônicos desta arena, de valor estimado em R$ 1,9 bilhão, de acordo com o Tribunal de Contas do Distrito Federal. O GDF (Governo do Distrito Federal) até agora não se mostrou capaz de deixar o campo de jogo em estado perfeito, ainda que ele seja subutilizado. O mesmo Tribunal de Contas também estimou que houve um superfaturamento de R$ 1 milhão do gramado quando da reconstrução do estádio.


Está sendo gasto dinheiro público no revezamento da tocha?
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Daniel Brito

GO - Anapolis - 04/05/2016 - REVEZAMENTO DA TOCHA RIO 2016 - Revezamento da Tocha Olimpica para os Jogos Rio 2016. Foto: Rio2016/Fernando Soutello

Ginasta Rebecca Andrade em Anápolis, Goiás: prefeituras bancam evento (Fernando Soutello/Getty)

A resposta para a pergunta que dá título a esta nota é “sim, há dinheiro público no revezamento da tocha”. E a quantia deve superar os R$ 10 milhões, somando todas as fontes pagadoras: especialmente governo federal e prefeituras municipais. O evento é de propriedade da iniciativa privada, que tem na Nissan, Coca-Cola e Bradesco seus financiadores. Os custos da operação das três empresas no revezamento é mantido em sigilo.

Mas da parte do dinheiro público, só o governo federal bancou pelo menos  R$ 3.5 milhões. O restante saiu do caixa das prefeituras, após rápida pesquisa do blog nas páginas oficiais de 25 executivos municipais de sete unidades da Federação (cerca de R$1.8 milhão). Soma-se a isso os R$ 4.3 milhões gastos somente pelo Distrito Federal, primeira parada da tocha no Brasil, em maio. Aí chegamos a R$ 9.6 milhões. É natural que a conta aumente, dado que mais de 300 cidades serão visitadas no país até 5 de agosto, data da abertura dos Jogos-2016.

Foram contemplados com verba da União além de Brasília, 14 capitais (ES, BA, AL, RN, PI, TO, MA, AP, RR, AC, RS, SC, SP e MA). Foi repassado pelo MinC (Ministério da Cultura) a cada uma dessas cidades um limite máximo de R$ 250 mil.

De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, entre 50% e 75% do valor total do projeto deveria ser destinado para custeio dos cachês dos artistas, grupos e bandas “reconhecidos como expoentes da cultura local e com trabalho de repercussão local e regional”. O restante deveria ser alocado em infraestrutura, recursos humanos e comunicação.

“O programa de celebração das cidades do revezamento da tocha prevê o apoio para a implementação de programação cultural durante a passagem da chama olímpica com apresentações artísticas, além da realização de feira de cultura alimentar, gastronômica e artesanato”, informou o MinC.

Justiça ainda faz as contas

RECIFE, BRAZIL - MAY 31: A runner carries the Olympic flame as security and onlookers follow on May 31, 2016 in Recife, Brazil. The Olympic flame will pass through 329 cities from all states from the north to the south of Brazil, before arriving in Rio de Janeiro on August 5, for the lighting of the cauldron for the Rio 2016 Olympic Games. The games will be held amidst an economic and political crisis in the country. (Photo by Mario Tama/Getty Images)

Segundo o Ministério da Justiça, 29 mil agentes de segurança estão envolvidos (Mario Tama/Getty)

Os ministérios do Esporte e  da Justiça também contribuíram com o custeio do revezamento. O Esporte não informou o valor dos gastos, já a Justiça, por intermédio da SESGE (Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos), ainda não fechou a conta. Mas explicou que um total 29 mil agentes de segurança serão empregados ao longo dos mais de 20 mil quilômetros que serão percoridos pela chama olímpica no Brasil. “Contamos, também, com equipes de inteligência e monitoramento nas mais diversas mídias e redes sociais”, informou a SESGE, por meio da assessoria de imprensa.

Brasília ganhou dobrado

BRASILIA, DF - MAY 03: Former Marathon runner Vanderlei Cordeiro passes the Olympic Torch to Paula Pequeno in Cathedral of Brasilia during the Olympic Flame torch relay on May 3, 2016 in Brasilia, Brazil. The Olympic torch will pass through 329 cities from all states from the north to the south of Brazil, until arriving in Rio de Janeiro on August 5, to lit the cauldron. (Photo by Handout/Getty Images)

Vanderlei Cordeiro (E) e Paula Pequeno em Brasília: cidade gastou mais que todas as outras (Getty Images)

O Ministério do Turismo contribuiu com R$ 250 mil ao Distrito Federal, ponto de partida do revezamento. Aliás, a capital federal ganhou duas vezes da União, com um total aproximado de R$ 500 mil, somando os aportes do Turismo e do MinC.

Um dia de passagem da tocha pelo DF custou R$ 4.3 milhões aos cofres públicos. O GDF anunciou que pouco mais de R$ 3.8 milhões foram de recursos próprios, dos quais R$ 2 milhões foram só em publicidade e promção do evento.

Jaú-SP fará de graça. Patos-MG por R$ 300 mil

A menos de 30 dias para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, todos os Estados já receberam a tocha. O blog pesquisou no portal da transparência de diversas prefeituras e outras páginas oficiais sobre o investimento de cada município para receber o evento. Obteve informação em 25 delas. Acumulando um total de R$ 1.8 milhão. É sempre bom relembrar que este valor não vai para os patrocinadores ou para o Comitê Organizador: ele deve ser alocado na estrutura e promoção do revezamento.

Há, por exemplo, o caso de Jaú, São Paulo, em que o chefe do executivo local garantiu publicamente que a cidade não gastará um tostão para sediar o evento. Ipatinga, Minas Gerais, e Goiana, Pernambuco, desistiramde receber a chama considerando ser alto o investimento para a dimensão do acontecimento na cidade.

Em diversas localidades, a tocha não passa mais que uma manhã. São mais de 300 cidades a serem visitadas, e o comboio tem que passar sem perder tempo. Por isso, a estrutura do local deve ser fornecida pelas autoridades municipais.

Em Patos, Minas Gerais, o Ministério Público abriu inquérito para apurar o gasto de R$ 300 mil, dos quais R$ 133 mil seriam para grades de proteção. Porto Seguro, Bahia, também anunciou gasto semelhante. Já em Ijuí, Rio Grande do Sul, terra do ex-técnico da seleção, Dunga, a prefeitura anunciou investimento de R$ 10 mil.

Em junho, meu amigo e companheiro de UOL Esporte, Adriano Wilkson, revelou que o governo do Pará desembolsou R$ 21 mil para que o lutador Lyoto Machida carregasse a tocha em Belém.

O jornal Gazeta, do Espírito Santo, compilou o investimento de todas as cidades que receberam o evento no Estado e chegou-se a um total de R$ 197 mil distribuídos em seis municípios.

Ainda restam cinco Estados e mais de 100 cidades até o fim do revezamento.

BRASILIA, BRAZIL - MAY 03: Detailed shot of the Olympic Torch during the Olympic Flame torch relay on May 3, 2016 in Brasilia, Brazil. The Olympic torch will pass through 329 cities from all states from the north to the south of Brazil, until arriving in Rio de Janeiro on August 5, to lit the cauldron.

(Getty Images)


Com metade dos visitantes da Copa, DF espera faturar R$ 150 mi com a Rio-16
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Daniel Brito

O GDF (Governo do Distrito Federal) acredita que vai ter um ganho aproximado de R$ 150 milhões com turismo durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Brasília receberá 10 partidas do torneio de futebol no Estádio Nacional Mané Garrincha, duas das quais da seleção brasileira masculina.

As contas são baseadas na experiência com a Copa do Mundo Fifa-2014.

De acordo com dados do Ministério do Turismo, passaram mais de 600 mil turistas pela capital federal durante o Mundial, há exatos dois anos. E o gasto médio de cada um com hospedagem, transporte, alimentação e diversão girou na casa de R$ 520. O GDF crê que os Jogos Olímpicos, que até agora não engajou a cidade, consiga atrair metade desse público em Brasília.

“Se estimarmos 300 mil diárias ao longo da realização dos Jogos Olímpicos, com o gasto médio de R$ 520 por dia, teremos R$ 150 milhões gastos na nossa cidade. Quando digo 300 mil diárias eu me refiro à possibilidade de recebermos 100 mil pessoas por, em média, três dias, ou 60 mil pessoas por cinco dias. Ou 300 mil pessoas passarem, em média, um dia. Se efetivamente tivermos 300 mil turistas com duas diárias poderíamos chegar a até 600 mil diárias. O que significaria um gasto de R$ 300 milhões”, calculou o governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

As contas, contudo, não levaram em consideração as importantes diferenças entre Copa e Jogos Olímpicos. O Mundial levou ao Distrito Federal sete partidas em 24 dias. Já para a Rio-16, Brasília foi contemplada com 10 partidas de futebol em um período de oito dias, de 4 a 12 de agosto.

Alguns dos maiores jogadores do planeta desfilaram no Nacional no evento da Fifa: Neymar, Cristiano Ronaldo, Messi, James Rodriguez, Yaya Tourè, Karim Benzema…

Para a Rio-16, Neymar é a estrela solitária confirmada para Brasília até agora. A venda de ingressos patina para pelejas como Coreia do Sul e México ou Dinamarca e África do Sul. Talvez por isso, a cidade parece alheia à realização dos Jogos Olímpicos.
Ainda assim, o GDF entende que faz uma previsão realista.

O fato é que em se confirmando a estimativa de Rollemberg, o Distrito Federal pode receber um retorno quase cinco vezes maior ao investimento que diz estar pronto para fazer para a Rio-16. Segundo o governador, as despesas chegarão na casa dos R$ 32 milhões, sendo R$ 13 milhões apenas para a segurança e R$ 7 milhões em estruturas temporárias.

E mesmo que a capital fature os R$ 150 milhões previstos, ficarão faltando R$ 1.7 bilhão para ao menos empatar com o custo da reconstrução do Estádio Mané Garrincha, orçado pelo TCDF (Tribunal de Contas do DDF) em R$ 1.9 bilhão.

BRASILIA, BRAZIL - JUNE 12: The National Stadium of Brazil is pictured ahead of the 2014 FIFA World Cup on June 12, 2014 in Brasilia, Brazil. (Photo by Phil Walter/Getty Images)

Reconstruído ao custo de R$ 1,9 bi, Estádio Nacional pode trazer R$ 150 mi ao DF na Rio-16 (Phil Walter/Getty)


Tocha percorrerá até lugares desabitados no DF para agradar patrocinadores
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Daniel Brito

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Nado cachorrinho? Condutor faz ensaio com a tocha em piscina (Andre Borges/Agência Brasília)

A tocha olímpica inicia seu revezamento no Brasil nesta terça-feira, 3, com menos da metade do percurso aberto ao público. Serão 105 quilômetros percorridos dentro do quadrilátero federativo em quase 12 horas de desfile, mas só em 40 quilômetros a chama será conduzida por algum convidado dos patrocinadores.

Os patrocinadores escolheram os locais pelos quais a tocha irá passar. Por este motivo, o revezamento terá trechos em lugares ermos, pouco familiares, sem apelo turístico, histórico ou cultural para a capital. Tudo isso para contemplar com uma visita as empresas financiadoras do evento.

No início da tarde, por exemplo, o fogo olímpico percorrerá um bairro chamado SIA (Setor de Indústria e Abastecimento), uma área de oficinas, garagens, lojas de material de construção, galpões vazios e revenda de veículos. Não há moradias neste local, o asfalto é muito desnivelado em razão do trânsito pesado de caminhões. Está previsto que o atleta paraolímpico Alan Fontelles, biamputado, que usa próteses nas duas pernas, carregue a tocha nesta região. Ele ainda não decidiu se desfilará com as sensíveis próteses de lâminas de fibra carbono que utiliza nas competições.

A tocha passará por ali para fazer uma visita a uma concessionária da Nissan, uma das patrocinadoras do revezamento.

A quase 20 quilômetros do SIA, no final de Taguatinga, em uma área desabitada, onde só há indústrias, o revezamento chegará à fábrica da Coca-Cola, outro patrocinador do evento.

No final da tarde, a tocha fecha o trânsito do Setor Comercial Sul, já de volta ao Plano Piloto, para poder ir ao prédio do Bradesco. Esta região é um ponto de muito congestionamento, principalmente às 18h, previsão do horário em que o comboio passará no local.

Nem o governo federal e nem o GDF decretaram ponto facultativo nesta terça-feira, 3. A cidade tentará seguir sua rotina normalmente, ainda que com centenas de avenidas interditadas para a passagem da tocha. Moradores não receberam adesivos de identificação para o carro ou permissão especial para poder ter acesso à porta de casa nos trechos em que a tocha passará.

A organização do evento bate-cabeça, dado que ainda ontem à noite alterou todos os horários do cortejo. Em comparação com as cidades pelas quais a tocha passará, nenhuma outra traçou -até agora- uma rota superior a 30km.

Quando a chama olímpica vencer os 105 quilômetros de Brasília, ela terá sido conduzida a pé, de helicóptero, de rapel, bicicleta, cadeira de rodas, cavalo, dentro de uma piscina (duas piscinas, para ser exato), canoa havaiana…. Tudo isso terá custado aos cofres do Distrito Federal R$ 3,8 milhões. E ainda assim, o governo local não pôde escolher as cidades que receberão o revezamento da tocha.


Segurança da tocha no DF tem varredura antibomba na mata e veto a drone
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Daniel Brito

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(Divulgação: Roberto Castro/ME)

A chegada da chama olímpica e o revezamento da tocha em Brasília nesta terça-feira, 3, estão sendo classificados pelo GDF (Governo do Distrito Federal) como o maior esquema de segurança já montado na capital federal para um só dia. Serão cerca de 3,5 mil policiais civis, militares e bombeiros envolvidos na operação.

No plano de ação está incluído uma varredura de todos os locais pelos quais o revezamento passará. Um desses pontos é o Parque Nacional de Brasília, popularmente conhecido como Parque da Água Mineral. A área das piscinas naturais será fechada duas horas antes da passagem da tocha para a última averiguação antibomba.

Em parceria com agentes de segurança do governo federal, eles também farão varredura dentro da mata, no cerrado, local no qual a tocha será conduzido por cerca de 150 m, sem a presença do público. Nem a imprensa terá acesso a este trecho.

Outro veto do protocolo de segurança do revezamento é o uso de drones. A imprensa não poderá acompanhar o comboio de carro, apenas fotógrafos e cinegrafistas do Rio-2016 têm direito a fazer imagens frontais de dentro do cordão de segurança dos condutores da tocha. Por este motivo, algumas empresas de comunicação cogitaram utilizar drones para obter melhores imagens. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal já anunciou o veto ao uso de drones durante o revezamento.

Em alguns pontos do percurso, como na Esplanada dos Ministério, Estádio Nacional Mané Garrincha, os helicópteros terão de ficar a 5 mil pés de altura (quase 1.5 mil metros). É mais uma medida de segurança. No trecho em que a tocha será conduzida no Lago Paranoá, em uma canoa havaiana, as embarcações da imprensa e do público em geral devem manter uma distância mínima de 200m.

Há pelo menos 15 dias, integrante do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM) já realiza ensaios nos principais pontos do revezamento. A tocha percorrerá 105km dentro do Distrito Federal.


Distrito Federal estima gastar R$ 700 mil com tocha olímpica em um só dia
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Daniel Brito

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Enquanto a Rio-16 não começa, Mané Garrincha segue como garagem de ônibus (crédito: Daniel Brito/UOL)

Somente no dia 3 de maio, o GDF (Governo do Distrito Federal) vai organizar um estrutura que vai custar R$ 726 mil aos cofres da capital federal. Será nesta data que terá início o revezamento da tocha olímpica no Brasil. O fogo virá da Grécia, cuja cerimônia de acendimento ocorrerá na próxima semana, e desembarcará no país sede dos Jogos-2016 em Brasília.

O DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) publicou nesta quinta-feira, 14, o valor da licitação para realizar o desembarque e o acendimento da tocha do Rio-2016. A previsão do pregão é de R$ 726 mil. Detalhe da publicação do Diário Oficial é que o evento olímpico será no terceiro dia de maio. Já o pregão eletrônico está previsto para ser realizado em 27 de maio, ou seja, quase um mês após a utilização dos serviços.

O Governo do Distrito Federal, que diz atravessar uma crise financeira herdada da gestão anterior, de Agnelo Queiróz, vai arcar com todas despesas do tipo sistema de som, estruturas metálicas, banheiros químicos, até passagens aéreas, alimentação e hospedagem dos participantes. As informações estão contidas no DODF.

Em novembro, nós mostramos aqui no blog que a situação financeira da capital da República é tão precária que o GDF pediu ao Comitê Organizador do Rio-2016 que fornecesse ambulâncias para atender atletas e torcedores durante os Jogos.

O GDF estipulou que os Jogos custarão no máximo R$ 25 milhões à administração local. O Estádio Nacional Mané Garrincha receberá os dois primeiros jogos da seleção brasileira masculina na primeira fase, em 4 de agosto, um dia antes da cerimônia de abertura, e o segundo em 7 de agosto.

O DF receberá dez jogos, sendo três do feminino.


Estádio sede dos Jogos Olímpicos Rio-2016 “bebe” R$ 2 mil de água por dia
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Daniel Brito

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Elefante branco: arena também sofre com manutenção do gramado (Crédito: Daniel Brito/UOL)

O Estádio Nacional Mané Garrincha, palco de 10 jogos de futebol na Rio-2016, vai consumir uma média diária de aproximadamente R$ 2 mil em serviço e água e esgoto. O contrato da arena com a CAESB (Companhia de Água e Esgoto de Brasília) foi divulgado em fevereiro no Diário Oficial do Distrito Federal no valor de R$ 700 mil ao ano.

Para ser mais preciso, é como se todo dia o Mané Garrincha consumisse R$ 1.912,56 em água e esgoto. É mais uma conta que se soma ao custo do estádio, que abocanha quase R$ 800 mil mensais do GDF (Governo do Distrito Federal) em manutenção.

Para efeito de comparação, o Maracanã pagou em anos passados entre R$ 50 mil e 60 mil por mês à Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro). O que dá uma média de consumo semelhante à do Estádio Nacional de Brasília. A diferença é que o Maracanã recebe jogos de futebol com grande público com uma frequência muito mais regular do que o Mané Garrincha.

De acordo com a secretaria-adjunta de turismo do DF, responsável pela administração do estádio, o valor é apenas uma estimativa. “Trata-se de uma previsão orçamentária  para os gastos de 2016 (inclui jogos e eventos), feita com base nos gastos do Estádio anteriormente. Todo ano é necessário fazê-lo. Caso o valor real extrapole o orçamento é ​necessária justificativa pelo executor do orçamento (Terracap). Todas as secretarias fazem plano orçamentário para gastos anuais”, explicou a pasta, em nota da assessoria de imprensa.