Após sucesso no Pan, Forças Armadas investem no esporte paraolímpico
Daniel Brito
As Forças Armadas do Brasil darão início, a partir dos Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul, no próximo mês a investir nos atletas paraolímpicos. O projeto ainda está no estágio inicial, mas quatro atletas, militares da reserva, farão participação inédita na competição no atletismo e tiro com arco.
Os militares já investem maciçamente no alto rendimento olímpico e com desempenho exemplar. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, 48% das medalhas brasileiras vieram de competidores que mantêm vínculo com as Forças Armadas. A expectativa, explicou o brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa. era de 40% dos pódios.
Agora, as Forças Armadas desenvolvem o projeto para também se inserir no movimento paraolímpico. O projeto está no estágio inicial, porque foi criado em abril. “A ideia inicial é integrar socialmente o militar das Forças Armadas que sofreu alguma lesão grave novamente, o alto rendimento ainda não é a prioridade”, explicou o brigadeiro Amaral.
Ele contou que se reuniu com integrantes do Comitê Paraolímpico Brasileiro e recebeu a informação de que já há militares integrados ao desporto para pessoa com deficiência, mas sem vínculo esportivo com as Forças Armadas.
Na equipe que irá à cidade sul-coreana de Mungyeong para os Jogos Mundiais Militares há 286 competidores, entre os quais o paulista André Rocha. Ele é cadeirante e policial militar inativo. Conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em agosto, no lançamento do disco e arremesso do peso.
Com esta iniciativa, o Brasil se junta a países que possuem política semelhante de apoio aos militares vítima de lesões graves. Os Estados Unidos promovem uma ampla campanha para integrar ex-combatentes de guerra com algum tipo de amputação ou lesão cervical para iniciar a prática esportiva e, em seguida, aderir ao movimento paraolímpico. Na Colômbia, membros do exército que combateram as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e entraram para a inatividade foram incitivados a praticar esportes, algums deles disputaram o Parapan de Toronto.