Blog do Daniel Brito

Piloto de Stock ganha R$ 10 mi da lei de incentivo para disputar Fórmula E
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Daniel Brito

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A piloto Bia Figueiredo ganhou o direito de captar R$ 10.8 milhões via lei de incentivo ao esporte para tentar a sorte na Fórmula E, campeonato mundial de automobilismo em que os carros possuem motor elétrico. A temporada se inicia neste final de semana, em Pequim, e as dez equipes já anunciaram seus pilotos.

Há três brasileiros na categoria, entre os quais Nelsinho Piquet, atual campeão da Fórmula E. Bruno Senna e Lucas di Grassi são os outros representantes do país. Bia não está na lista.

Atualmente, ela disputa a Stock Car, na qual ocupa a 30ªcolocação entre 38 pilotos, com sete pontos em 10 corridas disputadas. Ela já conta com patrocínio de grandes marcas, como Postos Ipiranga e BomBril. Na carreira, ela tem participação na Fórmula Renault e Fórmula 3 da Inglaterra, além de participação em corridas da Indy Light, categoria de acesso à Indy, e da própria Indy, em 2010, 2011 e 2013.

De acordo com a informação publicada nesta quinta-feira, 22, no Diário Oficial da União, Bia Figueiredo tem até o último dia do ano para arrecadar os R$ 10.8 milhões (precisamente R$ 10.829.798,59) para disputar a Fórmula E, por intermédio da “Associação Aventura Especial’, que tem Walter Antonio Savaglia Neto como presidente. Segundo o registro da empresa na Receita, a principal atividade econômica da associação são as “atividades de associações de defesa de direitos sociais”.

A lei de incentivo ao esporte, do Ministério do Esporte, deduz 1% do Imposto de Renda das empresas e o destina a projetos esportivos

A temporada 2015-2016, que se inicia neste final de semana, tem 11 etapas e se encerra em julho do próximo ano, em Londres.


Cartolas se recusam a assinar termo para falar a verdade na CPI do Futebol
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Daniel Brito

Os presidentes de federações estaduais que depuseram hoje na CPI do Futebol no Senado se recusaram a assinar o termo de compromisso de falar somente a verdade aos membros da comissão.

Participaram da sessão da CPI desta quarta-feira, 21, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol; Mauro Carmélio Costa Júnior, Federação Cearense; André Luiz Pitta Pires, Federação Goiana; Evandro Carvalho, Federação Pernambucana; Gustavo Vieira, Federação do Espírito Santo; Heitor Luiz da Costa Junior, Federação de Rondônia e Roberto Góes, Federação Amapaense.

Apenas Góes, que também é deputado federal pelo PDT do Amapá, assinou o termo de compromisso.

Assumir o compromisso por escrito de falar a verdade é praxe, e foi feito pelos quinze convidados que já participaram de audiências públcias nos plenários desta CPI no Senado desde agosto.

Antes do início dos depoimentos na tarde desta quarta-feira, 21, o  diretor de assuntos legislativos da CBF, Vandenbergue Machado, e Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado da Federação Paulista de Futebol, conversaram com os cartolas, que, em seguida, evitaram assinar o termo.

Não houve desentendimentos nos depoimentos, mas o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, evitou falar o valor do contrato da entidade com a Chevrolet, um dos alvos da investigação na CPI.

''Eu respondo pela Federação Paulista de Futebol, que não assinou porque não veio aqui na condição de testemunha, mas de convidado não há a necessidade [de assinar termo para falar a verdade'', explicou a este blogueiro D'Urso, ao final da sessão. Sua opinião foi corroborada por Gustavo Vieira, da federação capixaba, e André Pitta, de Goiás. ''Ainda assim, nós só falamos a verdade hoje aqui na CPI'', completou o cartola goiano.

Evandro Carvalho, de Pernambuco, e Heitor Luiz da Costa, de Rondônia, disseram que não receberam termo para assinar. ''Eu acho que vi na mesa, mas já estava começando a sessão, não assinei. Nem precisou, porque tudo o que foi dito é 100% verdade'', afirmou o rondoniense, que gere a federação de seu Estado desde a fundação, em 1989.

 

 


“Não temos jogadores de ponta, que decidem”, diz Dunga
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Daniel Brito

O técnico Dunga acredita que a era dos grandes craques do futebol brasileiro acabou. Em entrevista à da revista “Isto É 2016”, ele abordou este assunto e admitiu que faltam jogadores com poder decisão no país.

“O Brasil era acostumado a ter três ou quatro jogadores de referência, isso acabou. Temos um vácuo na geração de 23 a 28 anos. No Brasil, eles eram fantásticos, mas na Europa não vingaram por diversos motivos, inclusive porque ficam muito tempo no banco de reservas. Não temos jogadores de ponta, que decidem, habituados a ser a marca dos seus times”, afirmou ao jornalista Rodrigo Cardoso.

O treinador voltou a atacar as críticas que recebe por suas convocações. “Isso me incomoda, mas vou fazer o que? Não adianta ficar brigando contra quem não vai mudar. Eu trouxe o Douglas Costa para a seleção e fui criticado. Daí vem o Bayern de Munique do Guardiola e compra o jogador. Agora já dizem que o Douglas Costa é bom para caramba. Quer dizer que quando eu convoco, o jogador é ruim? Quando o Guardiola pede a contratação, ele vira craque”.

Ele explicou que espera ter 15 dias de preparação com o elenco que convocará para disputar os Jogos do Rio-2016, cinco a mais do que teve na campanha do bronze conquistado em Pequim-2008. Dunga acredita que estará em jogo o resgate da dignidade do futebol brasileiro, após o vexame da Copa do mundo em casa. “Plantar o pânico, falar em fantasma, tudo isso vende, rende notícia. O cara que for jogar na Olimpíada-2016 precisa encarar da seguinte forma: Ele tem uma grande oportunidade de encerrar com este assunto”, opinou o treinador.

Dunga voltou a exaltar o bronze que conquistou, apesar de contar com Ronaldinho Gaúcho muito próximo de sua melhor forma física e técnica. ''Em Pequim-2008, tive somente dez dias de preparação, sendo que dois foram perdidos viajando. Mesmo assim ganhamos o bronze e os caras dizem que não foi um resultado bom. A lição dessa minha primeira experiência como treinador de uma seleção olímpica é que precisamos de tempo para preparar a equipe e definir logo os três jogadores acima de 23 anos que vão aos Jogos do Rio''.

A íntegra da entrevista você poderá ler na edição 11 da revista, que tem na capa a atleta paraolímpica Terezinha Guilhermina, e estará nas bancas e livrarias a partir deste sábado, 26.

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CBB monitora renovação contratual de Nenê para não perdê-lo nos Jogos-2016
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Daniel Brito

Atual contrato de Nenê com Wizards lhe rende R$ 50 mil anuais (Divulgação)

Atual contrato de Nenê com Wizards lhe rende R$ 50 mi anuais (Divulgação)

A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) está monitorando o pivô Nenê, do Washington Wizards, na temporada 2015-2016. A entidade acompanha de perto a negociação da renovação contratual do atleta com a agremiação da capital dos Estados Unidos. O objetivo é não ser surpreendido às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e não poder contar com o astro no evento em casa.

“Estamos monitorando a situação do Nenê, que vai estar sem contrato ao final da temporada. Conversamos semanalmente, se nao é com ele, é com o agente ou o responsável por ele, alguem que convive proximamente com o atleta. A expectativa é de que em maio, para que ele possa disputar a Olimpíada do Rio tranquilamente”, explicou Vanderlei Mazzuchini, diretor técnico da CBB.

O vínculo de três anos do Nenê com o Wizards se encerra, de fato, ao final do campeonato 2015-2016. O acordo lhe rende nada menos que US$ 13 milhões anuais (R$ 50 milhões). Pelo que indicou Vanderlei, ambas as partes (time e atleta) têm interesse na renovação. Nenê tem 32 anos.

Renovação de contrato costuma ser um dos maiores motivos alegados pelos jogadores da NBA para não se apresentar à seleção brasileira. É só lembrar que Tiago Splitter, até então assíduo frequentador da equipe nacional, não pôde comparecer no Pré-Mundial de 2013 e o Brasil teve uma participação vexatória. À época, Splitter negociava novos termos no acordo com o San Antonio Spurs. O mesmo houve com Leandrinho e também com Anderson Varejão, lá atrás, em 2007, quando desfalcou a seleção no Pan do Rio-2007.

Segundo Vanderlei, este problema dificilmente ocorrerá com a seleção masculina para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. “Estabelecemos a seguinte rotina para as convocações da seleção: nos anos que não há competição maiores, como um Mundial ou Jogos Olímpicos, a gente abre mão dos atletas da NBA, até para ter uma relação amistosa tanto com os agentes dos atletas, com os atletas e principalmente com as equipes da NBA. Em 2016, não vamos ter problemas com ninguém justamente por esse acordo”, explicou o ex-jogador e hoje dirigente, durante sessão da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, na semana passada.


Zimbábue dá W.O. e mesmo assim consegue vaga olímpica no futebol feminino
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Daniel Brito

Guerreiras Poderosas do Zimbábue comemoram feito inédito no estádio em Harare (Crédito: divulgação)

Guerreiras Poderosas do Zimbábue comemoram feito inédito no estádio em Harare (divulgação)

Elas se auto-intitulam “Mighty Warriors”, as Guerreiras Poderosas do Zimbábue. E entraram para a história do futebol feminino neste final de semana ao se classificarem para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Venceram Camarões, em Harare, capital zimbabuana, por 1 a 0 e carimbaram o passaporte. Trata-se da primeira equipe na história do Zimbábue a garantir vaga, na bola, em uma edição dos Jogos.

Até então, o país havia sido representado uma única vez em esportes coletivos em olimpíadas: com o hóquei na grama feminino em Moscou-1980. Foram como convidadas e incrivelmente sagraram-se campeãs olímpicas, em uma edição marcada pelo boicote de países alinhados aos Estados Unidos.

Resta saber como e, principalmente, se as Guerreiras Poderosas do sudeste africano conseguirão desembarcar no Rio em agosto próximo.

Zimbábue é uma das nações mais pobres do mundo. Ocupa o 156º na lista do IDH ([Índice de Desenvolvimento Humano) entre 187 – o Brasil ocupa o 79º posto. Desde 1980, é presidida por Robert Mugabe, o mais longevo dos ditadores vivos. A moeda oficial tem valor irrisório. Para se ter uma ideia, US$ 1 equivale, aproximadamente, 35 quatrilhões (sim, quatrilhões) de dólares locais.

Calotes em série
A seleção de futebol feminino teve dificuldades para completar a campanha pré-olímpica. Em julho, por exemplo, as Guerreiras Poderosas faltaram ao compromisso contra a Costa do Marfim, pela terceira fase do Eliminatória para o Rio-2016. Motivo? Falta de dinheiro.

A história recente do país no futebol é toda marcada pelos calotes e falta de dinheiro. O time sub-20 deixou de comparecer a uma rodada da Copa Africana da faixa etária em Angola e foi suspenso por três anos. O mesmo ocorreu com a seleção sub-17, que não foi ao Congo Brazzaville, em 2012.

Zimbábue está fora das Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia-2018 por causa do cano que deu no técnico brasileiro Valinhos, que treinou a equipe de 2008 a 2010. Ele não atingiu o objetivo exigido por Mugabe, de classificar o país para a Copa do Mundo-2010 e/ou para a Copa Africana de Nações-2010, em Angola.Valinhos, então, acionou a Fifa e obrigou a Zifa (sigla em inglês para Associação de Futebol do Zimbábue) a quitar o débito, caso contrário, seria excluída das Eliminatórias-2018.

E foi o que ocorreu.

Os zimbabuanos não disputam vaga para Rússia-2018.

W.O. ainda dá a classificação
As Guerreiras perderam de W.O. para Costa do Marfim porque promoveram um boicote contra a Zifa. Elas combravam cerca de US$ 500 (R$ 2 mil) )pela vítória sobre Zâmbia na fase anterior, mas, depois de muito protesto, os cartolas da Zifa deram apenas US$ 100 (R$ 400). O time masculino também aderiu ao movimento.

Mesmo perdendo por W.O., a CAF (Confederação Africana de Futebol) pôs as zimbabuanas na última fase do pré-olímpico, porque as marfinenses declararam-se sem recursos financeiros para seguir adiante na disputa.

Assim, as Guerreiras Poderosas ficaram com a vaga da Costa do Marfim e mobilizaram a imprensa para arrecadar dinheiro. O objetivo era atravessar o continente e tentar a vaga para o Rio-2016 contra a temida Camarões. No jogo de ida, em Yaounde, capital camaronesa, vitória das anfitriãs por 2 a 1. Na volta, nesse final de semana que passou, vitória das “Mighty Warriors” por 1 a 0. Classificação histórica por causa do gol fora de casa.

Os jornais zimbabuanos exaltam o triunfo. Foi apenas a segunda vitória da seleção contra Camarões na história do futebol do país em qualquer categoria.

Dube é acusado de desviar dinheiro do sistema de saúde pública do Zimbábue: era presidente da Zifa havia 4 anos

Dube é acusado de desviar dinheiro da saúde pública do Zimbábue: presidia a Zifa havia 4 anos (divulgação)

Cartola do ditador renuncia
Para completar a boa onda do futebol local, Cuthbert Dube, presidente da Zifa, anunciou renúncia do cargo. Ele permaneceu por quatro anos na gestão da confederação, que no Zimbábue está diretamente relacionada ao governo Mugabe. Os cartolas ocupam cargos de confiança e são indicados pelo ditador.

Dube sai do posto alegando ter investido mais de US$ 1 milhão do próprio bolso no esporte local. A oposição alega que este dinheiro é proveniente da serviço público de saúde, do qual Dube saiu para exercer a presidência na Zifa.

O fato é que ele, diferentemente das Guerreiras Poderosas, não estará no Rio-2016. Não como presidente da federação de futebol do Zimbábue.


A história do mineiro que foi à Olimpíada e ninguém sabia. Nem os amigos
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Daniel Brito

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Jarbas foi centroavante da seleção em Montreal-1976

Jarbas Tomazoli, 58, leva mineiramente sua vida em Brasília como servidor do CFF (Conselho Federal de Farmácia), mas tem nos mais bem guardados compartimentos da memória sua trajetória como atleta olímpico. Ele é mineiro de Ouro Fino, aquela cidade do “Menino da Porteira”, e envergou a camisa 19 da seleção comandada pelo saudoso Claudio Coutinho nos Jogos de Montreal-1976.

Era uma seleção de jovens, que tinha como parceiros de time o goleiro Carlos, o zagueiro Edinho, o volante Batista, o lateral-esquerdo Júnior,  o lateral-direito Rosemiro, o meia Alberto Leguelé, e o atacante Júlio Cesar “Uri Geller”. Jarbas, então com 18 anos, seria banco para Claudio Adão, mas este quebrara o perônio em uma dividida com o goleiro do América de São José do Rio Preto, e fora excluído do escrete nacional.

Depois de passar em primeiro na fase de grupos, com vitória por 2 a 1 na Espanha e empate sem gols com a Alemanha Oriental, o Brasil cruzou com Israel nas quartas. Jarbas foi o autor do primeiro e do terceiro gols na goleada por 4 a 1.

Essa seleção de jovens cairia ante ao mítico time da Polônia, com Tomaszewski, Deyna e Lato, na semifinal (derrota por 2 a 0), e perderia o bronze para a União Soviética, também completa, pelo mesmo placar. Jarbas voltou ao Brasil com o quarto lugar.

A dúvida é…
…Se você tivesse disputado uma edição dos Jogos Olímpicos pelo Brasil como centroavante titular da seleção e ainda marcasse gols, para quantas pessoas você relataria sua história? Quantos de seus amigos e colegas de trabalho não saberiam dessa façanha?

Bem, há gente que nem a Olimpíada foi, mas deu depoimentos como se houvera estado lá, como você leu neste blog e no Blog do Juca no finzinho de setembro. Mas há pessoas mais discretas, como Jarbas.

Poderoso Chefão 2
Montreal-1976 entrou para a história por diversos motivos. Foi lá que Nadia Comaneci “quebrou” o placar da ginástica com suas apresentações perfeitas. Sugar Ray Leonard era apenas um promissor boxeador e ganhou o ouro. Um certo Bruce Jenner sagrou-se campeão no decatlo. E em abril de 2015 este mesmo Jenner apareceu na TV dos EUA como padrasto de Kim Kardashian e anunciou que mudaria de gênero. Então, aos 65 anos passou a se chamar Caitlyn.

Jarbas tem diversas memórias daqueles Jogos. “A gente via a Nadia Comaneci na Vila Olímpica, ja sabia que era a estrela. Lembro de ter conversado bastante e tirado fotos com o Bernard [do vôlei, em sua primeira participação olímpica] na Vila dos Atletas”, conta o mineiro. “Em um dia de folga, após uma partida em Toronto, fomos assistir 'Poderoso Chefão 2', que pouca gente tinha visto no Brasil ainda”, relembra.

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Na seleção olímpica de 1976, Jarbas é o terceiro agachado da esquerda para direita (crédito: Arquivo Pessoal)

De centroavante a farmacêutico
Às voltas com repetidas lesões musculares, contemplou uma aposentadoria do futebol quase dois anos após Montreal-76. Era jovem, conseguiu se dedicar aos estudos, formou-se em farmácia na UFF (Universidade Federal Fluminense), e mudou-se para Brasília no início dos anos 1980. Desde então, Jarbas sempre manteve dentro de casa e entre os amigos mais próximos, especialmente de Ouro Fino, sua história como atacante da seleção olímpica.

“É que eu comecei uma vida nova, futebol foi uma página virada, acabou ali, e eu segui a vida. Nunca vi a necessidade de contar por aí ou, sei lá, espalhar a minha história como atleta olímpica. Obviamente, isso eu nunca vou me esquecer, está bem guardado”, explica o farmacêutico.

O baú da memória foi reaberto com um email da professora Kátia Rubio. Na pesquisa para a publicação do seu livro “Atletas Olímpicos Brasileiros” (SESI-SP editora), ela contatou Jarbas no CFF por email. Depois por telefone. Até vir a Brasília gravar o depoimento do ex-atleta.“Eu não contava essa história de Montreal-76, quando chegou o email da Kátia, pensei que era um golpe, um assalto, sei lá. Só depois entendi que era um trabalho sério”, relembrou Jarbas.

Kátia contou que o ex-atacante da seleção olímpica levou até o chefe e se debulhou em lágrimas no relato. “Acho que havia muitos anos que ele não relembrava tantas histórias”, emociona-se a autora do livro.

Família de boleiros
Jarbas vem de uma família de jogadores. Ele é irmão mais novo do meia Flamarion, que fez história no Guarani e Cruzeiro nos anos 1970, e ainda teve uma passagem pelo Sport Clube do Recife. Jarbas começou no Guarani, aos 15 anos. Três anos mais tarde, estava na seleção olímpica.

Seu primeiro contrato profissional foi com o América do Rio de Janeiro. Foi quando as lesões tornaram-se frequentes e ele optou pelo curso de farmácia. “Entendi que aquilo não era para mim. Aquela vida não ia dar certo, decidi estudar, e acho que tomei a atitude correta”, avalia Jarbas.

Livro aberto
No dia em que contatou Jarbas, este blogueiro falou com alguns profissionais do departamento de comunicação do CFF, que revelaram-se surpresos com a história. “A gente só soube que ele disputou Olimpíada quando o livro foi publicado e ele postou no Facebook”, contou uma jornalista.

Jarbas decidiu, agora, que não manterá a história em privado. “Bom, agora que já foi publicado até em livro, eu estou relatando para todo mundo sobre aquela Olimpíada”.

Jarbas é servidor do Conselho Federal de Farmácia

Jarbas é servidor do Conselho Federal de Farmácia


Cartola da canoagem veta Petrobras em uniforme de equipe olímpica
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Daniel Brito

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Isaquias quer exibir patrocínio individual no uniforme da seleção (Crédito: Divulgação)

A CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) vetou a possibilidade de seu melhor atleta, Isaquias Queiróz, de exibir a logo da Petrobras no uniforme de competição. Esse foi um dos motivos pelo qual o maior canoísta do país boicotou o evento teste da modalidade no início de setembro, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Três vezes campeão mundial, o baiano de Ubaitaba questionou, entre outras coisas, o fato de ostentar a logo do BNDES, banco que patrocina, via lei de incentivo, a CBCa. “Mesmo sem receber, a gente leva a camisa do BNDES para competir, se não é punido”, reclamou à época. Isaquias é um dos 25 atletas do Time Petrobras, montando neste ano com potenciais medalhistas nos Jogos do Rio-2016. É o único canoísta neste grupo, sua remuneração mensal pelo patrocínio é de cinco dígitos. Complementa a renda de bolsas que recebe do governo federal e da própria CBCa, por intermédio do BNDES.

Mas como a Petrobras é um patrocinador individual, a CBCa vetou a exposição no uniforme oficial de competição. “Jogador da seleção brasileira de volei pode colocar patrocinio individual na camisa da CBV?”, questionou João Tomasini, que há 27 anos ocupa o cargo de presidente da CBCa. “No uniforme nacional não terá patrocínio da Petrobras, a gente dá a possibilidade de colocar a marca no remo, que é até melhor para foto, e dois espaços no barco”, explicou o cartola.

Ele disse que não é contrário ao investimento direcionado da estatal a Isaquias, mas já há regras estabelecidas antes do acordo entre o atleta e o patrocinador. “Excelente que a Petrobras patrocine ele, excelente que dê condições para montar estrutura de vida futura e para o agora também, mas não é patrocinadora da CBCa. Nosso patrocinio é do BNDES, GE [General Eletrics] e Itapu Binacional, no caso da canoage slalom. Quando nós fechamos o patrocinio para toda a modalidade, cedemos nosso espaço para cumprir, então nós estamos cumprindo”, avisou.

As declarações foram dadas em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, há uma semana. Após o fim da sessão, Tomasini disse a este blogueiro que tanto Isaquias quanto os demais atletas jamais deixaram de receber seus rendimentos mensais, reforçando o que já dissera no evento teste, quando do boicote. E garantiu que, “com moderação”, está conversando com atletas e comissão técnica para evitar futuros desentendimentos.


Cinco frases polêmicas de Eurico Miranda na CPI do Futebol no Senado
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Daniel Brito

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Roberto, Romário e Eurico falaram em plenário vazio (crédito: Daniel Brito/UOL)

Está tudo lá nas notas taquigráficas do Senado Federal.

Eurico Miranda aproveitou a oportunidade de falar no microfone da Casa e deixou registradas algumas pérolas em seu discurso. Ele foi um dos convidados para depor na CPI do Futebol, na tarde desta quarta-feira, 14, mesmo sem, necessariamente, ter alguma ligação direta com a investigação sobre a CBF, tema central da comissão.

Chegou cerca de 10 minutos atrasados, e tomou conta da sessão. Levou alguns documentos, mas ficou impedido de exibi-los porque, durante um discusso inflamado contra a criação da Liga Sul-Minas-Rio, esbarrou no copo de água à sua frente e molhou a mesa. O outro convidado do dia, Roberto Andrade, presidente do Corinthians, apenas fez figuração. Alexandre Kalil, presidente da Liga Sul-Minas-Rio, deveria estar presente, mas recusou o convite. Evitou, assim, um embate público, porque Eurico não se furtou em atacar a aqueles que possuem opinião diferente, inclusive sobre a Liga.

Separei cinco frases marcantes do cartola vascaíno em Brasília nesta tarde.

“Passaram profissionais pelo meu clube que dinamitaram o Vasco”
Sobre a dívida que herdou ao assumir a presidência do clube.

“A CBF deveria matar [a Liga Sul-Minas-Rio] no nascedouro. Em 50 anos de gestão no futebol, nunca vi algo tão imoral e ilegal”
Sobre a criação da Liga, a qual, como se vê, é frontalmente contrário por dar ''prejuízo aos clubes'' que não participam.

“Com todo respeito, mas não compare Romário com Ronaldinho Gaúcho, por favor”
Interrompendo discurso do senador Hélio José (PSD-DF) sobre “os craques do futebol brasileiro”. Sobre esta afirmação do cartola, Romário, em entrevista após a sessão, disse: ''Eurico disse algumas verdades aqui nesta CPI. Esta foi uma delas.''

“Se a CBF tentou me impedir de vir participar desta CPI? Não, mesmo que isso adiantasse alguma coisa para mim”.
Respondendo ao questionamento do deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP), que participou da sessão, a respeito de uma possível pressão da CBF para não comparecer à CPI.

“Muito cuidado com esse negocio de modernização do futebol”
Sobre os novos métodos de gestão do futebol brasileiro.


Atletas colhem assinaturas para que skate não entre nos Jogos Olímpicos
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Daniel Brito

Corre na internet uma petição online contra a inclusão do skate no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A modalidade está entre as que podem ser integradas ao evento na edição seguinte à do Rio-2016. Softball, beisebol, escalada, caratê e surfe são os outros postulantes.

O mais curioso da reivindicação na web é que ela partiu dos próprios skatistas. Sim, eles mesmos organizaram e colhem assinaturas para que não adiram aos Jogos Olímpicos. “Com todo respeito aos atletas olímpicos”, começa o texto da petição. “Mas acreditamos que o envolvimento das Olimpíadas vai mudar a cara do skate, sua individualidade e liberdade para sempre”, argumentam os skatistas. Eles querem angariar 10 mil assinaturas para entregar ao COI (Comitê Olímpico Internacional).

Se a petição não comover os membros do COI  e integrar Tóquio-2020, a disputa de medalha será em um skate park na modalidade street, em que os atletas têm de fazer manobras em obstáculos que simulam a arquitetura urbana, como escadas, muretas, bancos, corrimãos.

A revolta online dos skatistas vai na contramão da maioria dos esportes, que lutam para ser considerados olímpicos. O squash, por exemplo, fez um forte lobby para estar entre os seis postulantes a Tóquio-2020, mas nem sequer foi considerado candidato a entrar no programa olímpico.

O skate conta com duas federações internacionais, o que é um fato que dificulta a escolha para 2020. Em entrevista ao Los Angeles Times, Gary Ream, presidente da ISF (sigla em inglês para Federação Internacional de Skate) reconhece a insatisfação dos adeptos. “É que o skate não é só competição, é um estilo de vida. Não podemos agradar a todos, mas podemos chegar perto”, disse o dirigente, que é favorável à inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos.

A decisão sairá em agosto próximo.


Eurico Miranda e Alexandre Kalil são convidados a depor na CPI do Futebol
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Daniel Brito

Eurico Miranda e Alexandre Kalil são esperados na próxima sessão da CPI do Futebol no Senado. A audiência com os dois cartolas está agendada para a tarde da quarta-feira, 14. Sessões em semana com feriado, como esta que entra, costumam ser menos frequentadas, mas a contar pelas discussões quentes das duas últimas reuniões, esta pode ser uma das mais barulhentas.

Eurico incentivou o Baixinho a entrar na política. Embora se considerem amigos, os dois se encontram em lados diferentes.

O Vasco deve muito à CBF. Conforme mostrou meu colega Rodrigo Mattos em seu blog no UOL Esporte, o clube de São Januário é o maior devedor da confederação, com R$ 16 milhões a pagar. E a CBF foi generosa: ''O dinheiro terá de ser pago a longo prazo pelo balanço vascaíno. Do total do débito do clube, só R$ 1,2 milhão terá de ser quitado em 2014, sendo o restante de R$ 14,8 milhões nos anos seguintes”, explicou Mattos em sua página.

Romário não se furta em atacar a CBF seja nos discursos em plenário, ou nas entrevistas. Já foi advertido por senadores sobre sua postura, mas ele mantém-se disparando contra a entidade, a qual deu um novo significado para a sigla CBF: “Casa Bandida do Futebol”.

Rivalidade mineira em Brasília
Já Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, recém-eleito presidente da Liga Sul-Minas-Rio, reencontrará Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro. Os dois tiveram diversos embates públicos quando davam as cartas em seus clubes em Minas Gerais. Ao saber que Kalil seria convidado para a CPI, Perrella interveio: “Convoca ele também, uai”, pediu na última quarta-feira, 7.

Porque a convocação não pode ser recusada, já o convite sim, e cartolas dos clubes da liga presidida por Kalil foram todos convidados a comparecer à última audiência pública da comissão, mas cada um alegou um motivo para não se fazer presente.

Perrella elogiou a iniciativa de levar o atleticano à CPI, mas não deixou de provocar: “A gente discutia muito, cada um defendendo, obviamente, o seu clube, mas eu o respeito como dirigente, foi um excelente dirigente. Quando eu estava lá, ele não ganhou nada. Até brinquei com ele dizendo que depois que eu saísse ele teria alguma chance. E acabou sendo campeão da Libertadores. Mas é um grande dirigente. E a contribuição dele aqui eu sei que vai ser importante para a gente.”