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Brasil vai à Escócia para evitar perder o credenciamento da Wada
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Daniel Brito

O Brasil pode perder, ainda nesta semana, o credenciamento da Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Antidoping). Encontro marcado para este final de semana em Glasgow, na Escócia, vai definir o futuro da estrutura brasileira responsável pelo controle de doping no Brasil. O chefe da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), o campeão olímpico do judô, Rogério Sampaio, irá nesta quinta-feira, 17, à Escócia tentar evitar o descredenciamento da ABCD.

A Wada questiona a lentidão brasileira em instalar e por em funcionamento um tribunal único antidopagem. A agência mundial estabeleceu fevereiro de 2017 como limite para que já esteja pronto. Porém, o processo segue a liturgia burocrática brasileira e nem sequer os integrantes deste tribunal foram definidos. A previsão é de que ao final de novembro, na próxima reunião do Conselho Nacional de Esportes, haja a escolha.

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Rogério Sampaio (à dir.) no Conselho Nacional de Esporte: nomes para o Tribunal sairão neste mês (Francisco Medeiros/ME)

A Wada pediu que o Brasil instalasse este tribunal para dar mais transparência aos julgamentos dos casos de doping. Até hoje, eles são realizados dentro da estrutura organizacional das próprias federações esportivas. A Wada quer um tribunal autônomo. As federações estão indignadas, acreditam que um Tribunal Único Antidopagem seria inconstitucional e preparam uma ADIN (Ação Direita de Incostitucionalidade), sob a alegação de não ser permitido um tribunal esportivo mantido pela União.

Outro aspecto que também incomoda a Wada é a baixa frequência de testes fora de competição. Até junho, ainda na gestão de Marco Aurélio Klein à frente da ABCD, que antecedeu Sampaio, havia uma taxa semelhante a 50% dos testes feitos fora do período de competições. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) queixou-se desta frequência na reta final da preparação dos atletas brasileiros para a Rio-2016. Após a saída de Klein, exonerado pelo ministro Leonardo Picciani, já no governo Michel Temer, o LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), antigo Ladetec, foi entregue à organização dos Jogos do Rio-2016, para atender à demanda da Olimpíada e Paraolímpiada -o que já era previsto. Só retornando à sua atividade normal em setembro.

Sampaio garante que continua que os testes fora de competição, mas não apresentou números e tampouco quais já foram feitos de setembro até hoje. Sampaio já esteve em contato com a Wada no início de outubro, ao lado do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e de Eduardo de Rose, responsável pelo antidoping na Rio-2016, altamente criticado pela Wada. Porém, a ameaça de perder o credenciamento persiste.

“Mostramos à Wada que estamos seguindo tudo á risca, de acordo com as exigências da agência mundial, mas também seguindo a tramitação da legislação brasileira. Vamos reforçar que seguimos neste caminho e que não há razão para descredenciamento. Estou confiante de que a Wada entenderá a situação”, disse Sampaio.
Além do Brasil, outras agências nacionais estão sob o risco de descredenciamento: Grécia, Azerbaijão, Guatemala e Indonésia. A decisão deve ser anunciada até a próxima segunda-feira, 21.


A emoção de ser escolhido em cima da hora para acender a pira olímpica
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Daniel Brito

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - AUGUST 05: Former athlete Vanderlei de Lima carries the Olympic Torch during the Opening Ceremony of the Rio 2016 Olympic Games at Maracana Stadium on August 5, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Clive Mason/Getty Images)

Vanderlei Cordeiro de Lima minutos antes de acender a pira no Maracanã (Clive Mason/Getty)

Vanderlei Cordeiro de Lima, 47, saiu do quarto em que estava hospedado no Rio de Janeiro, no final da manhã do 5 de agosto, com a missão de ser mais um dos centenas de porta-bandeiras que participariam da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos-2016. Mais de 12 horas depois estava de volta ao seu quarto como protagonista daquela noite histórica no Maracanã, sem que nem ele mesmo esperasse por isso. Vanderlei relatou os acontecimentos neste pedaço de tempo ao blog na última quarta-feira, 9, em Brasília.

E são, realmente, incríveis.

“Rapaz, contando ninguém acredita”, começou a relatar Vanderlei, usando da força de expressão com seu sotaque característico do interior do Paraná.

Ele seria um dos porta-bandeira, ao lado do iatista paulista Robert Scheidt, no momento do juramento do atleta. “Eu estava pronto para isso, saí de ‘casa’ certo disso. Saímos por volta de meio-dia para o Maracanã. Chegando lá, mudou tudo”.

Vanderlei foi abordado por diretores do Comitê Organizador Rio-2016 por volta das 14h, quando estava concentrado para sua missão de porta-bandeira. “Os caras lá me disseram que eu acenderia a pira, eu disse que tudo bem. Daí foi uma correria, pra encontrar tênis do meu tamanho, bermuda, camisa, a roupa toda. Porque eu percebi que eu não seria a pessoa inicialmente escolhida para acender a pira olímpica do Maracanã”.

De fato, o primeiro nome na lista era o de Pelé. Embora tenha zero ligação com o movimento olímpico, Pelé é o maior esportista ainda vivo no Brasil e a homenagem era esperada. Problemas de saúde, contudo, fizeram com que o próprio Rei declinasse do convite.

“Tinham uns quatro ou cinco nomes que poderiam acender a pira. Acho que um deles poderia ser eu. Mas confesso que estava sem expectativa nenhuma. Eu estava lá, quietinho no meu lugar, vieram falar comigo. Quando me contaram, fiquei normal. Eu disse: 'tá, tudo bem'. Aí, rapaz, vai passando 30 minutos, uma hora, vai caindo a ficha. Só aí que eu fui tomando conhecimento da dimensão da coisa. Um frio na barriga que nossa senhora. Uma hora lá eu me peguei pensando: “Será que sou eu mesmo?”, relembrou Vanderlei.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - AUGUST 05: The Olympic Cauldron is lit by the final torch bearer and former marathon runner Vanderlei Cordeiro de Lima during the Opening Ceremony of the Rio 2016 Olympic Games at Maracana Stadium on August 5, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by David Rogers/Getty Images)

Vanderlei ensaiou o acendimento da pria disfarçado horas antes da cerimônia (David Rogers/Getty)

O maratonista, medalha de bronze em Atenas-2004, condecorado com a medalha Barão Pierre de Coubertin do COI (Comitê Olímpico Internacional), esteve fora de cogitação na bolsa de apostas informal sobre quem acenderia a pira na ausência de Pelé. O Comitê-2016 avisara que aqueles atletas que haviam conduzido a tocha durante o longo (e sinuoso) revezamento pelo Brasil estavam descartados. A alegação – que caiu por terra mais tarde – era de que só seria permitido carregar o fogo olímpico uma única vez. Vanderlei o fizera, em momento de grande emoção, dentro da belíssima Catedral Metropolitana de Brasília, desenhada pelo ateu Oscar Niemeyer, em 3 de maio, data do desembarque da chama no Brasil, vinda da Grécia, após escala na Suíça.

O nome mais cotado para protagonizar a cena no 5 de agosto era o do tricampeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten. “Quem me escolheu para acender a pira foi o Comitê Olímpico Internacional, não foi o Comitê Rio-2016. Sabe como que eu fiquei sabendo? Fui percebendo, ouvindo aqui e ali, vendo o movimento do povo para organizar tudo”, disse Vanderlei, dando um passo adiante em minha direção, quase que dando um tom de confidência.

“No meu ponto de vista, posso até estar errado, aconteceu o seguinte: o COB [Comitê Organizador Rio-2016] escolheu o Guga. Tudo bem, ele merece, gente boa, grande atleta, nosso campeão. Mas aí veio lá o Comitê Olímpico Internacional e disse: ‘Ó’”, emendou o maratonista, apontando para si. “Sabe por quê? Porque Guga levou a esposa, o filho, família toda para o Maracanã, tudinho lá para ver ele acendendo a pira. Mas essa questão da minha roupa também, sabe? Não tinha nada, nada [preparado]. Eu deveria ter sido um porta-bandeira do juramento do atleta, junto com Scheidt. Saí do meu quarto de manhã para para fazer isso à noite, uai.”

Há um outro indicativo de que Vanderlei havia sido escolha de última hora. Antes de o Maracanã abrir para o público, no meio da tarde do 5 de agosto, ele foi levado ao estádio. Cobriram-lhe da cabeça aos pés para não ser identificado por quem trabalhava nos outros setores da montagem da cerimônia de abertura, e fizeram um mini-ensaio de acendimento da pira. Nos dias anteriores, não era ele a figura que ensaiara este gesto, o ponto alto do evento. “Faltavam umas duas horas para a abertura dos portões. Não tinha ninguém lá dentro, mas me cobriram todinho, e eu todo camuflado ensaiando lá.”

Seis horas mais tarde, lá estava Vanderlei Cordeiro de Lima recebendo a tocha olímpica de Hortência e subindo os degraus até a pira, tal qual treinara escondido no meio da tarde. “Eu queria curtir ao máximo. Na hora que você vê toda a vibração, aquela comoção geral…nossa senhora. Ali eu fiquei pensando: ‘Rapaz, eu não estou representando só um esporte, eu estou por uma nação inteira agora’. Vou te falar, viu, uma hora lá eu sentia toda o Maracanã pulsando. Que momento, rapaz, gratificante demais”, relatou Vanderlei.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - AUGUST 05: Former athlete Vanderlei de Lima reacts after lighting the Olympic Cauldron during the Opening Ceremony of the Rio 2016 Olympic Games at Maracana Stadium on August 5, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Paul Gilham/Getty Images)

Vanderlei Cordeiro de Lima: ''Senti o Maracanã pulsando'' (Paul Gilham/Getty)

Epílogo
Vanderlei havia recebido a promessa de guardar e levar para casa a tocha  utilizada para acender a pira no Maracanã. Mas tão logo saiu de cena na cerimônia de abertura, lhe tomaram da mão.  “Quando terminou a abertura, tiraram a tocha de mim alegando que tinham que acender a pira lá no Boulevard Olímpico. Na verdade, poderia ser outra tocha e não aquela que eu acendi no Maracanã. Mas uma pessoa da Rio-16 me disse: ‘Fica tranquilo, Vanderlei, que a tocha vai, mas volta para suas mãos’. Nunca voltou, mas não vem ao caso, deixa para lá'', tentou desconversar. Uma outra tocha estava nas mãos do jovem atleta da Mangueira que acendeu a pira no Boulevard, próximo à Candelária, no Centro do Rio.

Mas isso não foi o suficiente para o maratonista receber de volta seu exemplar histórico.

A tocha utilizada por Vanderlei Cordeiro de Lima para acender a pira no Maracanã foi arrematada por mais de R$ 300 mil no leilão oficial da Rio-2016 para um colecionador chinês. ''Disseram-me que a minha tocha iria para leilão da Rio-2016, tudo bem, esquece isso, eu abracei a causa”, contou, resignado.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - SEPTEMBER 18: The flame is lowered prior to being extinguished during the closing ceremony of the Rio 2016 Paralympic Games at Maracana Stadium on September 18, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Atsushi Tomura/Getty Images for Tokyo 2020)

(Atsushi Tomura/Getty Images for Tokyo 2020)


Correios suspendem negociações para renovação de patrocínio com CBDA
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Daniel Brito

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Presidente há quase três décadas, Coaracy Nunes foi afastado da CBDA

Os Correios suspenderam as tratativas de negociação para renovação do patrocínio com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A medida é consequência direta de uma decisão judicial que afastou parte da diretoria da instituição esportiva, incluindo o presidente Coaracy Nunes, que ocupa o cargo desde 1988.

A decisão chega em um período importante para a confederação, já que faltam 20 dias para o fim do maior contrato de patrocínio da CBDA na atualidade. Os Correios investiram R$ 18 milhões no ano passado na confederação que gere cinco modalidades de desportos aquáticos (natação, nado sincronizado, polo aquático, saltos ornamentais e maratonas aquáticas).

Há 25 anos a entidade é patrocinada pela empresa estatal.  Caso o patrocínio não seja renovado, a CBDA sofrerá graves problemas para manter-se de pé e em funcionamento. No ano passado, a confederação somou R$ 40 milhões em receita, e a metade que não era oriunda dos Correios vinha de patrocinadores da iniciativa privada, com aportes pequenos, e Ministério do Esporte, por meio de convênio.

Em outubro último passado, os repórteres Fábio Aleixo e Guilherme Costa, meus companheiros de UOL Esporte, contaram que o processo de renovação de patrocínio envolvia uma diminuição nos valores. Porém, as negociações estão paralisadas. “As tratativas estão suspensas diante das indefinições da Confederação, uma vez que não tivemos, até o momento, a informação sobre designação de nova diretoria, ainda que provisória”, informaram os Correios, por intermédio de sua assessoria de imprensa.

Além de Coaracy Nunes, foram afastados Sérgio Alvarenga, diretor financeiro, Ricardo de Moura, coordenador de Natação e cotado para substituir Coaracy na próxima eleição da CBDA, e Ricardo Cabral, coordenador de polo aquático. O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo os denunciou por fraude em licitação, superfaturamento e desvio de dinheiro público.

O esquema foi descoberto pela operação Águas Claras e, segundo a MPF, pode ter causado um dano superior a R$ 1,2 milhão com verba pública que seria empregada na aquisição de equipamentos e materiais para a preparação de atletas de maratona aquática, polo aquático e nado sincronizado para a Rio-2016.

Os Correios informaram que tiveram acesso à denúncia do MPF na terça-feira, 8, e estão analisando se há situação semelhante com verba oriunda do patrocínio à CBDA.


Clube de relator do impeachment é condenado a pagar 30% da renda a atleta
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Trinta porcento da renda líquida dos jogos do Atlético-GO podem ser penhorados para pagamento da dívida do clube com o lateral-direito Marcos Martins, que jogou no clube em 2012, e atualmente defende o CRB-AL. A agremiação da capital de Goiás foi condenado a pagar cerca de R$ 290 mil ao atleta, referentes a salários, gratificação natalina (13º salário) e multas.

O Atlético de Goiânia é o favorito para conquistar o título da Série B do Campeonato Brasileiro deste ano. O clube também faz parte do privilegiado grupo de agremiações que possuem um representante na Câmara dos Deputados.

O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético é o deputado federal Jovair Arantes, líder do PTB, e um dos integrantes a da bancada da CBF. Em 2015, ele foi contra a abertura da CPI do Futebol, que deveria apurar os escândalos de corrupção envolvendo dirigentes da CBF em contratos de compra e venda de direitos de transmissão.

Porém, o seu momento de maior visibilidade em Brasília ocorreu neste ano, quando foi o relator do processo de impeachment na Câmara da então presidente Dilma Rousseff. Em setembro último, ele faltou à sessão de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Atlético-GO tentou derrubar o bloqueio
Como havia recebido apenas 5% do total devido pelo clube quando do julgamento, o lateral Marcos Martins recorreu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) para que fossem cobrados os 30% sobre os valores que o clube receberia na venda de ingressos para jogos do Campeonato Brasileiro, ou  seja, ''na boca do caixa''. O Atlético, por sua vez, pediu a nulidade do bloqueio ou a redução para somente 15% da renda líquida.

O TST, em decisão da ministra Maria Helena Mallmann, negou o pedido de Marcos Martins de bloquear o dinheiro da venda de ingressos e manteve a decisão do TRT-GO (Tribunal Regional do Trabalho de Goiás) de reter 30% da renda líquida das partidas.

Em recente entrevista a uma emissora de rádio de Goiás, Arantes admitiu que o clube tem R$ 110  milhões em dívidas. Dos quais, R$ 80 milhões são em impostos e o restante em dívidas trabalhistas, como a movida por Marcos Martins.  Recentemente, o deputado federal comemorou o acordo entre o Atlético-GO e a Caixa, que estampará sua logo na camisa do time por R$ 3 milhões mensais, de acordo com Arantes.


Lei Piva vai mal e COB deve ter arrecadação abaixo do esperado
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Daniel Brito

Nos nove primeiros meses de 2016, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) arrecadou R$ 147,7 milhões da Lei Piva. A informação é da Caixa, o banco estatal que administra e promove as loterias federais, fonte desse recurso. Na média, o comitê está arrecadando R$ 16,4 milhões por mês.

Se mantiver este ritmo nos três últimos meses de 2016, a entidade pode ver seu faturamento perder mais de R$ 40 milhões ao final de 2016. É que em 2015, o COB foi contemplado com R$ 242 milhões das loterias. Assim, o comitê pode entrar em 2017 com R$ 196 milhões da lei. Seria o menor valor desde 2013, quando amealhou R$ 186 milhões.

Será também o caso raro de erro de previsão do COB para mais. Todos os anos, o comitê divulga uma estimativa de ganhos com a lei, que frequentemente é feita de forma conservadora. No final do ano, o COB acaba recebendo até 20% além do que previra no exercício anterior. Tem sido assim desde 2012. A meta agora em 2016 era de R$220 milhões

''Não há na lei nenhuma garantia de que o volume de apostas em um determinado ano será igual ou maior no ano seguinte. Para garantir a execução do planejamento de 29 confederações e o planejamento do próprio COB precisamos partir de premissas conservadoras'', justificou o comitê, em reportagem de 2014.

Mas em 2016 o cenário está diferente.

Para chegar aos R$ 240 milhões de 2015, o COB teria que estar recebendo, em média, R$ 20 milhões mensais. Em geral, o período de final de ano costuma registrar um aumento nas apostas, o que pode trazer um pouco de alívio nas contas. Mas atingir esta média de 2015 parece fora da realidade, num cenário de crise.

Basta lembrar que em 2015, em que pese tenha sido agraciada com montante recorde das loterias federais, o comitê gastou R$ 21 milhões além do que arrecadou.

A Caixa informa que o ritmo das apostas não diminuiu. “O desempenho dos produtos lotéricos sofre influência direta de diversos fatores, como a ocorrência de feriado prolongado, sequência de concursos acumulados e realinhamento de preços das apostas, dentre outros”, explico o banco, via assessoria de imprensa.

Desde 2001, 2% do prêmio das loterias federais é destinado ao Comitê Olímpico (1,7%) e  Comitê Paraolímpico Brasileiro (0,3%). A partir de 2016, os paraolímpicos passaram a receber 1%, enquanto o COB manteve seu percentual.

 


Onde foi parar o pódio do ouro do futebol olímpico da Rio-2016?
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Daniel Brito

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O pódio mede 12 metros e é dividido em cinco partes

O empresário Sérgio Santos enfrentou uma disputa mais longa que o torneio de futebol nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 para conquistar o pódio que recebeu os jogadores da seleção medalha de ouro. Ele participou do leilão oficial para adquirir o tablado no qual o time comandado por Rogério Micale foi premiado no penúltimo dia da Olimpíada no Brasil.

O pregão se iniciou em 13 de setembro. O pódio tem 12 metros e foi dividido em cinco partes que se encaixam, como num grande quebra-cabeça. As partes das pontas já haviam sido arrematadas por um chinês e um europeu. Restavam as três peças centrais. O pedaço de pódio mais cobiçado era o do meio, em que estão os cinco aros olímpicos, exatamente onde pisaram Neymar, Gabriel Jesus, Gabigol, Luan.

O leilão só se encerrou em outubro, com o lance de Sergio para encerrar a disputa. O valor? “Não posso revelar. Questão de segurança”, diz o empresário do ramo de tecnologia da informação.

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Empresário Sérgio Santos (à esq.) ganhou o leilão do pódio do futebol

Portanto, desde o mês passado o solo sagrado no qual parte da seleção brasileira pisou para receber a inédita medalha de ouro olímpica está no interior de São Paulo, em São José dos Campos, onde o empresário vive. A contar pela concorrência das demais peças postas em leilão promovido pela Rio-16, o pódio teve valor de obra de arte. Para efeito de comparação, a tocha  utilizada pelo ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima para cender a pira olímpica no Maracanã foi comprada por um chinês por mais de R$ 300 mil.

Vanderlei deixou outras 10 tochas autografadas e postas em leilão. O empresário Sérgio Santos também arrematou uma delas. E mais: as duas bandeiras da Grécia hasteadas na cerimônia de abertura e na de encerramento, além de bolas. Ele conta ter tentado comprar a bicicleta que conduziu a delegação brasileira no desfile de abertura, mas não obteve êxito.

“Não podemos deixar que a memória da olimpíada realizada no Brasil vá embora daqui. O intuito é de manter pedaços da história olímpica aqui no nosso país, e não ir para a Europa, Estados Unidos, China”, explicou Sérgio.

O pódio está em exposição em um shopping de São José, gratuitamente. Sérgio explica que aceita convites para expor o item em outras cidades sem cobrar pelo serviço. “Faço o transporte do pódio até o local que quiser expô-lo”,

A expectativa do empresário agora é pelas duas partes do pódio que não conseguiu adquirir no leilão. “Se os compradores da Europa e da China não derem sinal de vida, eu vou dar um lance para completar o pódio com as duas peças que restam”, avisou.

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Centro pódio protegida em uma estrutua de acrílico e exposta em São José dos Campos


Ingrid passava noites apagando xingamentos no celular, revela coach
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Daniel Brito

A saltadora Ingrid Oliveira passou noites em claro, em seu apartamento na Vila dos Atletas, junto ao celular, tentando conter a avalanche de críticas, xingamentos e comentários maldosos dos quais foi vítima durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016. E ocorreu nas noites que antecederam sua apresentação na plataforma de 10m. E é exatamente nesse período pré-competição que o repouso e as boas noites de sono são essenciais para um atleta ter uma boa performance em uma Olimpíada. Ingrid não teve.

“Ela foi muito atacada, foi duro. Até eu fui atacada nas minhas redes sociais. Mas comigo tudo bem, com Ingrid foi difícil, porque ela passava noites e noites apagando cada mensagem”, relata Nell Salgado, profissional do coach esportivo, que trabalhou aspectos psicológicos da preparação de Ingrid antes e durante os Jogos-2016. E a parceria entre as duas continua para o ciclo que se inicia rumo a Tóquio-2020.

“Ingrid não me dizia que estava fazendo isso à noite. Ela apagava as mensagens porque não queria aquilo nas suas páginas pessoais, não queria que as pessoas vissem ali nos posts dela. Eu só fiquei sabendo depois. Ela tinha que ter me contado. Nas nossas conversas,  ela dizia que estava bem, mas eu sabia que estava doendo”, contou Nell.

Romance na Vila
Ingrid foi uma das protagonistas do Time Brasil na Rio-2016. A jovem atleta dos saltos ornamentais nascida há 20 anos no Rio de Janeiro, levou para seu quarto na Vila o canoísta Pedro Gonçalves, 23, o Pepê, o que configurou-se uma quebra de regra no apartamento. Causou desentendimento com a parceira de quarto e da prova do salto sincronizado, Giovanna Pedroso, e um tremendo mal estar dentro do Time Brasil. “Na época da Olimpíada eu não podia falar, mas agora posso: se estavam distribuindo camisinhas dentro da Vila dos Atletas, é óbvio o que poderia acontecer com isso”, disse Nell.

A dupla do salto sincronizado foi desfeita após ficar em 8º no salto sincronizado da plataforma, e Giovanna voltou para casa, pois não tinha mais compromissos nos Jogos. Ingrid permaneceu na Vila, mas com uma forte blindagem feita pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), para poder ter a tranquilidade para competir na prova individual da plataforma de 10m – sua especialidade. Foi nesse período que Nell Salgado intensificou o trabalho de coaching com Ingrid.

Fama repentina
Elas já trabalhavam juntas desde dezembro de 2015, meses após o Pan de Toronto-2015. Na época, a saltadora experimentava o início da fama pelo mesmo motivo que a fez perder noites de sono durante a Rio-2016: comentários maldosos em uma foto em seu perfil no Instagram na qual ela aparece de costas, com um maiô cavado.

Nell tem experiência bem sucedida em lidar com situações traumáticas vividas por atletas olímpicos. Em 2012, começou um trabalho com a judoca Rafaela Silva, que fora atacada na internet com ofensas racistas após ser eliminada dos Jogos de Londres-2012. As duas iniciaram o trabalho do zero logo após aquela Olimpíada e o resultado, como se viu, foi a medalha de ouro de Rafaela na Rio-2016. A judoca, desde então, não perde a oportunidade de agradecer a Nell pelos dias que passaram juntas.

“Meu trabalho é de reprogramação mental. Eu não sento para ouvir historinha triste, o coaching esportivo é ‘tiro, porrada e bomba’. Claro que cada atleta tem sua particularidade, mas a gente não fala do passado. E foi assim que trabalhamos com a Ingrid. Dar a tranquilidade, enaltecer os pontos fortes e repassar mentalmente os saltos que faria na sua prova individual na plataforma de 10m”, explicou Nell.

Salto traumático
Em meio a toda essa confusão na Vila, Ingrid tinha que se preparar para enfrentar um salto traumático na Rio-2016: duplo e meio mortal de costas carpado. Tem grau de dificuldade 2.9, numa escala na qual o movimento mais complexo (que rende maior nota, caso executado com perfeição) é de 3.8. Em Toronto-2015, Ingrid caíra de costas e tirara nota zero. Talentosa e perseverante, Ingrid decidiu incluir este movimento na sua série na Rio-2016.

“No último treino antes da competição, ela cravou as três vezes que executou este salto. Fizemos trabalho em conjunto lá na plataforma, ela vinha treinando bem. Mas na hora não foi como o planejado”, relembra Nell.

Ingrid fazia uma boa apresentação na plataforma de 10m, estava na 9ª colocação entre 28 participantes, até seu quarto (e penúltimo) salto. Aquele que falhara em Toronto-15 e que tanto treinara e temia. Só que mais uma vez o duplo e meio mortal de costas carpado saiu errado. Não tanto como no Pan do ano anterior, mas não o executara bem. Sua maior nota foi um 2.5. Um dos sete juízes deu-lhe nota 1.0 (de um total de 10, para a nota máxima). Ela terminou a competição na 22ª colocação. Saiu da piscina, entrou na banheira dos atletas usam na pérgola e caiu no choro. Tudo isso foi transmitido ao vivo para o mundo inteiro.

Processo de  maturação
“Era um choro de frustração por aquele salto. Ingrid é muito talentosa, está em processo de maturação para se tornar uma excelente atleta. E vai conseguir. Ela sabe que vai”, aposta Nell.

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Filho de novo vice-presidente do COB é nomeado no Ministério do Esporte
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Daniel Brito

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Influência no controle de dopagem? Nzuman (E) cumprimenta Paulo Wanderley, seu novo vice no COB (Heitor Vilela/COB)

Recém-empossado vice-presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Paulo Wanderley tem na ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) uma pessoa da sua confiança. Trata-se de Sandro Teixeira, seu filho, e ex-gestor administrativo da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), da qual Wanderley é presidente desde 2001.

Sandro foi nomeado em 18 de agosto, ainda durante as Olimpíadas do Rio-2016, porém, seis dias após o fim das disputas de judô. Ele trabalhou no Comitê Organizador na Arena Carioca 2, onde foram realizadas as lutas da modalidade durante os Jogos-16. O cargo no governo federal é de “Assessor da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem“, segundo informou o Diário Oficial da União de 18 de agosto passado. Seu salário vai girar na casa dos R$ 9 mil mensais neste ano.

COB e ABCD entraram em rota de colisão na reta final da preparação dos atletas olímpicos para a Rio-2016. O comitê reclamou do então gestor da Autoridade pelo número excessivo de testes a que os membros do “Time Brasil” estavam sendo submetidos sob a vigilância da ABCD. Com isso, cresce o temor de que com esta proximidade entre o vice do COB e um assessor da Autoridade possam interferir nos trabalhos de controle de dopagem no país.

Há uma semana, o blog mostrou que o COB também quer emplacar seu ex-diretor-executivo de esportes, Marcus Vinícius Freire, no Tribunal Único Antidopagem, que está em fase de instalação.

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Sandro Teixeira foi gestor na CBJ e vai ganhar salário de R$ 9 mil na ABCD (reprodução da internet)

Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô em Barcelona-92,  e chefe da ABCD desde os primeiros dias de julho do corrente ano, recebeu-me em sua sala, no final da tarde de quarta-feira, 26, no Ministério do Esporte, em Brasília, para explicar a nomeação de Sandro. Ele lembrou que o técnico que o acompanhou na sua vitoriosa campanha para o ouro em Barcelona-92 era exatamente Paulo Wanderley, nove anos antes de assumir a presidência da CBJ. E que Sandro é um amigo de longa data. “Ele deve ser dois anos mais jovem que eu, foi estudar nos Estados Unidos e diversas vezes eu fui para lá dar aulas e fazer treinos com ele”, contou Sampaio.

O gestor da ABCD disse que não houve interferência do COB para escolha do nome e que a presença de Sandro não influenciará no andamento dos trabalhos. “Eu tive um cuidado de trazer para trabalhar comigo pessoas de minha confiança e dentro da área de atuação. Sandro cuidou do planejamento do controle antidopagem na CBJ, que fui uma das primeiras confederações a apresentar plano de trabalho para ABCD. Portanto, há um histórico na escolha dele”, justificou Sampaio.


Governo libera R$ 2,9 bi para cobrir gastos com segurança na Rio-2016
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Daniel Brito

O Diário Oficial da União, em sua edição desta quarta-feira, 26, trouxe a publicação da lei que liberou $ 2,9 bilhões dos cofres da União para cobrir as despesas do Estado do Rio de Janeiro com segurança durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos-2016.  De acordo com o texto, o dinheiro foi repassado em parcela única ao governo do Estado do Rio.

O governo federal autorizou o repasse ainda em junho, quando restavam 50 dias para a abertura da Rio-2016, por meio de uma medida provisória. O Congresso Nacional transformou a MP em lei e o recurso já foi destinado ao Estado.

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), havia decretado estado de calamidade pública em junho, justificando a medida pela ''grave crise econômica'' no Estado. Segundo ele, a situação estaria impedindo o Rio de ''honrar seus compromissos'' para a realização dos Jogos Olímpicos.


Nuzman diz que não fará mais eventos esportivos: “Cheguei ao meu limite”
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Daniel Brito

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Nuzman fez palestra aos servidores do Senado, em Brasília (Jefferson Rudy/Agência Senado)

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, 74, disse que não irá organizar mais eventos esportivos. A afirmação ocorreu na tarde de terça-feira, 25, no Senado, em palestra voltada apenas para servidores da casa. Em pouco mais de uma hora, Nuzman falou sobre os resultados dos Jogos Olímpicos e comentou sobre seus próximos passos.

“É muito importante vivermos de desafios. Eu adoro. Saindo aí de 15 anos organizando grandes eventos: Jogos Sul-Americanos-2002, Pan-Americanos-2007, Jogos Olímpicos-2016, é natural que eu tenha me questionado sobre os próximos desafios. Bom, em breve eles virão, mas eu não vou organizar mais eventos. Chega. Cheguei ao meu limite ao terminar os Jogos Olímpicos”.

Como já é sabido, Nuzman conquistou o direito de passar mais quatro anos à frente do Comitê Olímpico Brasileiro. Se este for seu último mandato, como se crê, deixará a entidade em 2020, após os Jogos de Tóquio, com 25 anos de presidência. Cogitou-se a possibilidade de ele candidatar-se à presidência da ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana), responsável pela organização do Pan e dos Jogos Sul-Americanos.

Após o fim da palestra, questionei Nuzman sobre esta afirmação. O diálogo transcorreu da seguinte forma.

– Blog do Brito: Em sua apresentação, você disse que não fará mais eventos esportivos, porque chegou ao seu limite. Quais são seus próximos planos?
Carlos Arthur Nuzman: Por enquanto não tem nada. Quando houver, anunciarei.
– Mas a Odepa é um horizonte?
Não tenho nenhuma decisão a respeito. 
– Vitor de Moraes (repórter do Correio Braziliense): Existe a possibilidade de você se afastar do COB para concorrer à presidência da Odepa?
Eu me afastar? Primeiro, não precisaria. Segundo, eu não decidi sobre isso.

Também perguntei sobre sua sucessão no COB e o novo vice-presidente da entidade, Paulo Wanderley, advindo da Confederação Brasileira de Judô. ''O André Richer [vice de Nuzman no COB até então] foi durante muito tempo meu vice, mas ele já não queria mais continuar. Então escolhi o Paulo Wanderley, pelo excepcional trabalho que faz no judô. Agora, sobre sucessão, quem trata são as confederações, não sou eu''.

Antes de Tóquio-2020, bem antes, Nuzman afirma querer lançar dois livros e um filme sobre os Jogos Olímpicos do Rio-2016, do qual era presidente do Comitê Organizador. Os livros serão sobre a candidatura do Rio para receber a Olimpíada e outro sobre os Jogos em si. Já o filme, será como um documentário do evento. “Até o final do ano fica pronto, Aí a gente traz aqui [no Senado] e convida os senadores. Vamos dar essa colher de chá para eles”.